Não restam dúvidas de que o italiano da Force India foi o maior destaque do final de semana na F1 e por muito pouco não protagonizou uma das maiores zebras da história da categoria. Fisichella fazia uma temporada opaca e sua aposentadoria era dada como favas contadas. Aliás, muitos diziam que o italiano de Roma já podia ter abandonado as pistas no ano passado. Superado sistematicamente por Adrian Sutil em 2009, Fisico pouco aproveitou da evolução da Force India, mas em Spa, Giancarlo se superou. A equipe de Vijay Mallya achou um ótimo acerto na rápida pista da Floresta das Ardennes e seus dois pilotos andaram forte em todos os treinos, mas Fisichella conseguiu não apenas passar, pela 1º vez na história da Force India, ao Q3, como conseguiu uma estupenda pole. Tanque vazio? Nem tanto, como mostrou na corrida. O italiano se manteve na ponta e foi ultrapassado por Raikkonen na relargada da corrida, mas Fisichella se manteve colado no finlandês, com uma desvantagem nunca ultrapassando 1s e com a impressão de estar até mesmo mais rápido que a Ferrari. A estratégia semelhante mostra que Fisichella tinha praticamente o mesmo peso de Raikkonen, mas ele contava com uma humilde Force India, enquanto Kimi tinha uma poderosa Ferrari. O segundo lugar de Fisichella foi um prêmio para o italiano, que pode até se aposentar realizando o sonho da sua vida: correr em Monza pela Ferrari. Pelo o que fez neste domingo em Spa, seria mais do que merecido!
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Figurão (BEL): Flavio Briatore
A carreira do empresário italiano é cheio de altos e baixos nesses mais de vinte anos de F1. Quando acerta a mão, Briatore leva sua equipe a glórias quase impossíveis, derrotando as tradicionais Ferrari, McLaren e Williams. Mas quando erra... Mesmo com a chegada de Alonso, líder do último sucesso de Briatore, a Renault, Flavio Briatore é incapaz de dar um carro competitivo ao espanhol, declarado aos quatro ventos como o melhor piloto da atualidade. O final de semana belga foi o exemplo claro de como vem sendo as últimas corridas da Renault, com Alonso tendo que tirar o que não pode do seu carro, mas um erro da equipe pondo um fim a sua corrida, que já era acima do esperado. Com Romain Grosjean ainda aprendendo, a equipe francesa despenca no Mundial de Construtores e Briatore ainda se vê envolvido em mais um escândalo daqueles. Supostamente Flavio teria pedido a Nelsinho Piquet para provocar uma entrada de safety-car de propósito para auxiliar a estratégia arriscada de Alonso na corrida noturna da Cingapura, fazendo com que o espanhol vencesse de forma surpreendente. Vale ressaltar que, se Briatore for punido, Nelsinho merece uma punição tão grande ou maior. De qualquer forma, uma punição dura pode acabar com a equipe Renault na F1, já que a montadora sempre ameaça sair da categoria graças aos custos, mas Briatore ainda vem fazendo a cabeça de Carlos Gohn, presidente da Renault. Mas será que o italiano, em má fase dentro e fora das pistas, terá lábia para manter sua equipe viva?
domingo, 30 de agosto de 2009
A magia de Spa
O circuito de Spa-Francorchamps tem toda uma mística, que é capaz de dobrar até Bernie Ecclestone, que vez ou outra tenta tirar a prova do calendário, mas nunca dá certo. A corrida de não foi tão louca como a do ano passado, mas não pode ser considerada normal, com vários carros e pilotos andando o que não faziam há anos. Fisichella e BMW que o digam. Provando que em Spa há uma magia toda especial, Raikkonen provou que foi um dos que beberam dessa poção mágica e venceu pela quarta vez nesta pista, mostrando que a Ferrari, mesmo pensando só em 2010, ainda tem algo a mostrar.
Como era de se esperar, a prova em Spa foi bem melhor do que as últimas, mas sem grandes emoções já caracterizaram essa tradicional pista. Mas a tradicional entrada do safety-car não tardou a aparecer com um acidente no meio do pelotão ainda na primeira volta, que alijou da disputa o líder do campeonato mundial, Jenson Button, além do atual campeão mundial e os dois guris da turma atual. Raikkonen, favorito absoluto antes da corrida pela estratégia e pelo seu histórico na pista, foi logo mostrando suas credenciais e pulou sexto para terceiro na largada, ganhou mais uma posição após a Eau Rouge e deixou Fisichella para trás após a relargada, assumindo a liderança, da onde não sairia mais. Foi uma belíssima exibição do finlandês, mas provavelmente ele teve muito mais trabalho que o imaginado, com Fisichella sempre muito próximo de sua Ferrari. Com essa vitória, Kimi chega ao quinto posto no campeonato, atrás apenas dos contendores ao título, provando que sua provável saída da Ferrari é mais pela sua maneira de ser, do que propriamente seu talento. Bem ao contrário de Badoer, que largou e chegou em último e provavelmente sairá da Ferrari após apenas duas corridas sofríveis pela escuderia.
O que a Force Índia achou na semana entre Valencia e Spa, nunca saberemos, mas o que a equipe de Vijay Mallya fez hoje entrou para a história da F1 como uma das maiores reviravoltas de uma equipe nos últimos tempos. De cabeça, me lembro da March em 1990, que chegou a não se classificar no GP do México para quase ganhar na corrida seguinte, na França. Pois foi quase dessa maneira que a FI fez. Cadeira cativa na última fila, a equipe se associou a McLaren-Mercedes e foi evoluindo ao longo do ano, até chegar ao nível que está hoje, andando constantemente entre os dez mais rápidos com seus dois pilotos e conseguindo um pódio. Simplesmente marcando os primeiros pontos da equipe! Se surpresa bastante não fosse o suficiente, quem conseguiu isso foi Giancarlo Fisichella, que nas últimas provas dava sinais claros que seria aposentado pela falta de desempenho, enquanto Adrian Sutil fazia as honras da casa. Com 223 GPs disputados, Fisichella não apenas encaçapou Sutil na corrida, onde o alemão foi atrapalhado por um toque na primeira curva e não pontuou, como perseguiu de perto Raikkonen e corrida toda, sempre a 1s ou menos do finlandês. Em várias oportunidades parecia que Fisichella era o mais rápido, mas o kers da Ferrari não permitia um algo mais do italiano. Demonstrando o quanto a F1 virou de cabeça para baixo em pouco tempo, Fisichella até mostrou um certo descontentamento em não ter conseguido ultrapassar Kimi, mesmo com um carro mais rápido. Isso com um Force Índia, atrás de uma Ferrari.
Muita gente falou que Barrichello acabaria sendo campeão após sua vitória consagradora em Valencia, mas o belo currículo de Rubinho tem algo indelével: sua falta de consistência em grandes apresentações. Sempre que consegue uma ótima corrida, Rubens não repete a mesma atuação nas provas seguintes. Isso já aconteceu em várias oportunidades nos últimos 17 campeonatos e se repetiu hoje. Claro que o problema de hoje pode ter sido alheio ao brasileiro, mas isso acaba minando até mesmo sua confiança, apesar das negativas de Rubinho. O problema na largada se repetiu e mesmo mudando a estratégia, Barrichello pouco apareceu após fazer o dever de casa em ultrapassar os café-com-leite Badoer e Nakajima, além de um problemático Trulli. No final da prova, quando podia tentar algo contra um lento Kovalainen, o motor Mercedes, indestrutível até então, começa a soltar fumaça nas duas últimas voltas e Barrichello teve que se contentar com a sexta posição, com o motor em chamas. Foram três pontos importantes, claro, mas que mostra que a apresentação em Valencia não foi regra, mas exceção. A sorte que Rubens teve em terminar a prova, faltou a Button ainda na primeira volta. Atingido por um carro ainda não identificado, o inglês zerou pela primeira vez no ano e tem seu título, dado como favas contadas e poucos meses, mais do que ameaçado. Pelo que vem andando, Button já começa a ser tirado do rol de favoritos, com sua vantagem caindo corrida a corrida. A coisa ainda não ficou preta para o inglês por que seus adversários não estão tão consistentes a ponto de tirar uma grande diferença para ele.
Um exemplo claro é a Red Bull. Quando Mark Webber vinha com tudo para cima de Button, o australiano tem duas corridas muito ruins e deixa de marcar por duas corridas consecutivas. Se em Valencia ele pode culpar o carro, desta vez ele se atrapalhou com a equipe dentro dos boxes ao quase provocar um acidente com Heidfeld após sua saída de pit e teve que pegar uma punição mais tarde. Resultado? Outro nono lugar e zero ponto na sua conta. Já Sebastian Vettel, com sérios problemas com os motores que tem a disposição até o final do campeonato, foi dado como carta fora do baralho, mas o alemão deixou a agressividade de lado e numa corrida estratégica, terminou a prova belga no pódio e com uma tentativa de se aproximar dos líderes, marcou a melhor volta da corrida. Se Vettel der conta que com apenas velocidade não se vence campeonato e repetir exibições como a de hoje, ele poderá brigar mais seriamente pelo título. Nem que seja o de 2010.
A moribunda BMW fez a corrida do ano em 2009 e provou que suas mudanças no carro, que ficaram prontas em Valencia, mas que apenas foram vistas em sua totalidade em Spa, ficaram boas o suficiente para colocar Kubica e Heidfeld de volta a zona de pontuação com alguma consistência. Kubica chegou à frente de Heidfeld novamente, mesmo com o alemão tendo largado à sua frente. O polonês dificilmente ficará sem cockpit na próxima temporada, algo a ser observado pelo alemão ainda. Já a equipe mais ameaçada no momento de sair da F1, a Toyota, foi a grande decepção de hoje. Após ser ultrapassado por uma BMW, Trulli se envolveu num toque na confusão da primeira curva e teve que ir aos boxes trocar o bico, mas o italiano nunca mais teve ritmo para fazer algo de bom e acabou abandonando logo depois. Glock era a esperança da equipe, mas um erro no reabastecimento pôs tudo a perder e o alemão passou segundos preciosos esperando ter seu carro reabastecido, enquanto os mecânicos lamentavam profundamente, pois sabiam que isso faria com que Glock não marcasse pontos, algo que se confirmaria no final da prova. Muito mais para uma equipe que precisa provar algo para se manter em 2010.
A McLaren teve seu principal piloto, Hamilton, envolvido num acidente ainda na primeira volta e por isso teve que se contentar com Kovalainen. Ou seja, não poderia esperar muita coisa mesmo. Mas o finlandês ainda beliscou três pontinhos com o sexto lugar graças a sua estratégia de pit. Quem também conseguiu pontos suados foi a Williams, com Rosberg tendo que se defender sua oitava posição dos ataques de Mark Webber no final. Com seu nome ligado cada vez mais a McLaren em 2010, Rosberg corre o risco de deixar a Williams órfã de bons pilotos, pois Nakajima é uma grande enganação. Alonso fazia sua tradicional corrida em que anda mais do que o carro, mas um incidente que ninguém viu na hora acabou com a corrida do espanhol. Quando estava fazendo sua parada, os mecânicos perceberam que a calota da roda dianteira esquerda estava quebrada e isso atrasou definitivamente a equipe, que mandou Alonso encostar uma volta depois. Quando Sutil rodou na primeira curva, ele acabou batendo exatamente na roda dianteira esquerda do espanhol, empenando a peça e destruindo os sonhos de pontuação do espanhol, algo bem provável no momento em que fazia uma bela corrida. Grosjean, coitado, ficou na confusão da primeira volta e o Galvão, na ânsia de defender Nelsinho, já desconfia do talento do rapaz. Por sinal, a Globo falou em sua transmissão que Briatore estaria sendo investigado pela FIA por decisões polemicas, como ter mandado Nelsinho bater de propósito em Cingapura para beneficiar Alonso, que acabou vencendo aquela corrida. Lembro-me que muita gente especulou isso na época, mas na pura gozação. Contudo, se isso for sério, poderá causar sérias repercussões dentro da própria Renault, eternamente ameaçada pela cúpula da montadora de sair da F1.
Quando foi perguntado sobre suas chances de título, Vettel disse que o campeonato desse ano está meio maluco. Só não razão completa ao jovem alemão, pois eu corrigiria dizendo que está maluco e meio! O campeonato desse ano está imprevisível e com um equilíbrio impressionante, com vários pilotos se revezando nas vitórias e com equipes andando muito bem numa corrida e pessimamente na seguinte. Difícil prever algo para Monza. Será que Button se recupera? Quem vai andar melhor, Brawn ou Red Bull? McLaren irá voltar ao topo, ou dará ser lugar a recuperada Ferrari? A Force Índia continuará nesse ritmo? Outra equipe entrará na briga pela vitória? Ninguém sabe ao certo, mas num ano complicado na F1, vemos um dos campeonatos mais disputados e imprevisíveis da história.
Como era de se esperar, a prova em Spa foi bem melhor do que as últimas, mas sem grandes emoções já caracterizaram essa tradicional pista. Mas a tradicional entrada do safety-car não tardou a aparecer com um acidente no meio do pelotão ainda na primeira volta, que alijou da disputa o líder do campeonato mundial, Jenson Button, além do atual campeão mundial e os dois guris da turma atual. Raikkonen, favorito absoluto antes da corrida pela estratégia e pelo seu histórico na pista, foi logo mostrando suas credenciais e pulou sexto para terceiro na largada, ganhou mais uma posição após a Eau Rouge e deixou Fisichella para trás após a relargada, assumindo a liderança, da onde não sairia mais. Foi uma belíssima exibição do finlandês, mas provavelmente ele teve muito mais trabalho que o imaginado, com Fisichella sempre muito próximo de sua Ferrari. Com essa vitória, Kimi chega ao quinto posto no campeonato, atrás apenas dos contendores ao título, provando que sua provável saída da Ferrari é mais pela sua maneira de ser, do que propriamente seu talento. Bem ao contrário de Badoer, que largou e chegou em último e provavelmente sairá da Ferrari após apenas duas corridas sofríveis pela escuderia.
O que a Force Índia achou na semana entre Valencia e Spa, nunca saberemos, mas o que a equipe de Vijay Mallya fez hoje entrou para a história da F1 como uma das maiores reviravoltas de uma equipe nos últimos tempos. De cabeça, me lembro da March em 1990, que chegou a não se classificar no GP do México para quase ganhar na corrida seguinte, na França. Pois foi quase dessa maneira que a FI fez. Cadeira cativa na última fila, a equipe se associou a McLaren-Mercedes e foi evoluindo ao longo do ano, até chegar ao nível que está hoje, andando constantemente entre os dez mais rápidos com seus dois pilotos e conseguindo um pódio. Simplesmente marcando os primeiros pontos da equipe! Se surpresa bastante não fosse o suficiente, quem conseguiu isso foi Giancarlo Fisichella, que nas últimas provas dava sinais claros que seria aposentado pela falta de desempenho, enquanto Adrian Sutil fazia as honras da casa. Com 223 GPs disputados, Fisichella não apenas encaçapou Sutil na corrida, onde o alemão foi atrapalhado por um toque na primeira curva e não pontuou, como perseguiu de perto Raikkonen e corrida toda, sempre a 1s ou menos do finlandês. Em várias oportunidades parecia que Fisichella era o mais rápido, mas o kers da Ferrari não permitia um algo mais do italiano. Demonstrando o quanto a F1 virou de cabeça para baixo em pouco tempo, Fisichella até mostrou um certo descontentamento em não ter conseguido ultrapassar Kimi, mesmo com um carro mais rápido. Isso com um Force Índia, atrás de uma Ferrari.
Muita gente falou que Barrichello acabaria sendo campeão após sua vitória consagradora em Valencia, mas o belo currículo de Rubinho tem algo indelével: sua falta de consistência em grandes apresentações. Sempre que consegue uma ótima corrida, Rubens não repete a mesma atuação nas provas seguintes. Isso já aconteceu em várias oportunidades nos últimos 17 campeonatos e se repetiu hoje. Claro que o problema de hoje pode ter sido alheio ao brasileiro, mas isso acaba minando até mesmo sua confiança, apesar das negativas de Rubinho. O problema na largada se repetiu e mesmo mudando a estratégia, Barrichello pouco apareceu após fazer o dever de casa em ultrapassar os café-com-leite Badoer e Nakajima, além de um problemático Trulli. No final da prova, quando podia tentar algo contra um lento Kovalainen, o motor Mercedes, indestrutível até então, começa a soltar fumaça nas duas últimas voltas e Barrichello teve que se contentar com a sexta posição, com o motor em chamas. Foram três pontos importantes, claro, mas que mostra que a apresentação em Valencia não foi regra, mas exceção. A sorte que Rubens teve em terminar a prova, faltou a Button ainda na primeira volta. Atingido por um carro ainda não identificado, o inglês zerou pela primeira vez no ano e tem seu título, dado como favas contadas e poucos meses, mais do que ameaçado. Pelo que vem andando, Button já começa a ser tirado do rol de favoritos, com sua vantagem caindo corrida a corrida. A coisa ainda não ficou preta para o inglês por que seus adversários não estão tão consistentes a ponto de tirar uma grande diferença para ele.
Um exemplo claro é a Red Bull. Quando Mark Webber vinha com tudo para cima de Button, o australiano tem duas corridas muito ruins e deixa de marcar por duas corridas consecutivas. Se em Valencia ele pode culpar o carro, desta vez ele se atrapalhou com a equipe dentro dos boxes ao quase provocar um acidente com Heidfeld após sua saída de pit e teve que pegar uma punição mais tarde. Resultado? Outro nono lugar e zero ponto na sua conta. Já Sebastian Vettel, com sérios problemas com os motores que tem a disposição até o final do campeonato, foi dado como carta fora do baralho, mas o alemão deixou a agressividade de lado e numa corrida estratégica, terminou a prova belga no pódio e com uma tentativa de se aproximar dos líderes, marcou a melhor volta da corrida. Se Vettel der conta que com apenas velocidade não se vence campeonato e repetir exibições como a de hoje, ele poderá brigar mais seriamente pelo título. Nem que seja o de 2010.
A moribunda BMW fez a corrida do ano em 2009 e provou que suas mudanças no carro, que ficaram prontas em Valencia, mas que apenas foram vistas em sua totalidade em Spa, ficaram boas o suficiente para colocar Kubica e Heidfeld de volta a zona de pontuação com alguma consistência. Kubica chegou à frente de Heidfeld novamente, mesmo com o alemão tendo largado à sua frente. O polonês dificilmente ficará sem cockpit na próxima temporada, algo a ser observado pelo alemão ainda. Já a equipe mais ameaçada no momento de sair da F1, a Toyota, foi a grande decepção de hoje. Após ser ultrapassado por uma BMW, Trulli se envolveu num toque na confusão da primeira curva e teve que ir aos boxes trocar o bico, mas o italiano nunca mais teve ritmo para fazer algo de bom e acabou abandonando logo depois. Glock era a esperança da equipe, mas um erro no reabastecimento pôs tudo a perder e o alemão passou segundos preciosos esperando ter seu carro reabastecido, enquanto os mecânicos lamentavam profundamente, pois sabiam que isso faria com que Glock não marcasse pontos, algo que se confirmaria no final da prova. Muito mais para uma equipe que precisa provar algo para se manter em 2010.
A McLaren teve seu principal piloto, Hamilton, envolvido num acidente ainda na primeira volta e por isso teve que se contentar com Kovalainen. Ou seja, não poderia esperar muita coisa mesmo. Mas o finlandês ainda beliscou três pontinhos com o sexto lugar graças a sua estratégia de pit. Quem também conseguiu pontos suados foi a Williams, com Rosberg tendo que se defender sua oitava posição dos ataques de Mark Webber no final. Com seu nome ligado cada vez mais a McLaren em 2010, Rosberg corre o risco de deixar a Williams órfã de bons pilotos, pois Nakajima é uma grande enganação. Alonso fazia sua tradicional corrida em que anda mais do que o carro, mas um incidente que ninguém viu na hora acabou com a corrida do espanhol. Quando estava fazendo sua parada, os mecânicos perceberam que a calota da roda dianteira esquerda estava quebrada e isso atrasou definitivamente a equipe, que mandou Alonso encostar uma volta depois. Quando Sutil rodou na primeira curva, ele acabou batendo exatamente na roda dianteira esquerda do espanhol, empenando a peça e destruindo os sonhos de pontuação do espanhol, algo bem provável no momento em que fazia uma bela corrida. Grosjean, coitado, ficou na confusão da primeira volta e o Galvão, na ânsia de defender Nelsinho, já desconfia do talento do rapaz. Por sinal, a Globo falou em sua transmissão que Briatore estaria sendo investigado pela FIA por decisões polemicas, como ter mandado Nelsinho bater de propósito em Cingapura para beneficiar Alonso, que acabou vencendo aquela corrida. Lembro-me que muita gente especulou isso na época, mas na pura gozação. Contudo, se isso for sério, poderá causar sérias repercussões dentro da própria Renault, eternamente ameaçada pela cúpula da montadora de sair da F1.
Quando foi perguntado sobre suas chances de título, Vettel disse que o campeonato desse ano está meio maluco. Só não razão completa ao jovem alemão, pois eu corrigiria dizendo que está maluco e meio! O campeonato desse ano está imprevisível e com um equilíbrio impressionante, com vários pilotos se revezando nas vitórias e com equipes andando muito bem numa corrida e pessimamente na seguinte. Difícil prever algo para Monza. Será que Button se recupera? Quem vai andar melhor, Brawn ou Red Bull? McLaren irá voltar ao topo, ou dará ser lugar a recuperada Ferrari? A Force Índia continuará nesse ritmo? Outra equipe entrará na briga pela vitória? Ninguém sabe ao certo, mas num ano complicado na F1, vemos um dos campeonatos mais disputados e imprevisíveis da história.
sábado, 29 de agosto de 2009
Arebaba!
Em outro treino que não vi, Fisichella fez história nesta temporada que vem se mostrando cada tão surpreendente como esquisita. Ver a Force India na pole, em condições normais de temperatura e pressão, já é uma surpresa inacreditável, ver o próprio Fisichella sendo o autor da façanha surpreende ainda mais. O crescimento da equipe hindu era mais visível nas mãos de Adrian Sutil, mas o alemão sequer foi ao Q3, que para os padrões da Force India a poucas corridas atrás, já era pedir demais. Mas o time de Vijay Mallya não apenas pôs Fisichella no Q3 como deu um carro suficientemente bom para o italiano pontear a largada de amanhã, o que chega a ser quase que um presente de aposentadoria para Giancarlo, pois tudo leva a crer que ele se aposentará no final deste ano. Continuando nas surpresas, representantes de duas equipes moribundas (uma confirmada, outra ainda à confirmar) ficaram logo atrás de Fisichella. E assim como aconteceu na FI, com seus pilotos considerados 'descartáveis'. Trulli (2º) e Heidfeld (3º) estão com um pé fora da F1, mas mostraram que ainda tem muita lenha a queimar ao superar seus mais badalados companheiros de equipes. Os favoritos ao título? Barrichello foi o melhor novamente, com a Red Bull decepcionando no Q3 e Button fazendo o papelão de sequer passar para a fase final de treinos. O líder do campeonato está pedindo para perder o título deste ano. A McLaren, tão dominadora nas últimas corridas, voltou ao patamar anterior ao ficar longe do Q3 e ainda atrás de Alonso, louquinho para se livrar da cadeira elétrica da Renault. Quem se manteve coerente com as últimas corridas foi a Ferrari, que colocou Raikkonen sem muitos dramas no Q3, mas o finlandês não pôde brigar pela pole. Assim como coerente foi o desempenho de Badoer, ao colocar sua Ferrari, pela segunda vez consecutiva, na última posição. Mas o italiano ainda pode se vangloriar de ter ficado 'apenas' 0.6s atrás do penúltimo. Uma evolução, com certeza. Assim como evoluiu Alguersuari, em sua terceira corrida, sem nenhum teste, já próximo do seu companheiro de equipe Buemi. Para a corrida de amanhã, será difícil de fazer um prognóstico, ainda mais num Grande Prêmio conhecido pela sua instabilidade climática, sem contar a instabilidade na relação de forças dentro da própria F1. Será a típica corrida que não dará para perder!
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
Geraldo
Hoje em dia, os pilotos da F1 seguem um estereótipo de baixinhos e politicamente corretos. Bem ao contrário do aniversariante de hoje. Gerhard Berger foi um dos personagens mais populares do paddock justamente pelo seu bom humor e pela altura, que algumas vezes o atrapalhou por não caber direito dentro do carro. Rápido dentro das pistas, Berger foi o sucessor da linhagem de ouro austríaca que tinha Jochen Rindt e Niki Kauda, mas Berger esteve longe de alcançar o mesmo brilho dos seus antecessores. Extremamente profissional Berger ficou conhecido por suas brincadeiras com Ayrton Senna, com quem formaria uma grande amizade e isso permaneceria forte mesmo após a morte do brasileiro. Completando 50 anos no dia de hoje, vamos conhecer um pouco mais da carreira desse divertido austríaco, que ficou conhecido como Geraldo pelos amigos brasileiros.
Gerhard Berger nasceu no dia 27 de agosto de 1959 na cidade de Wörgl, na Áustria. Filho de um dono de uma grande empresa de caminhões, a Berger Logistik, Gerhard teve uma infância tranqüila e toda a sua vida orbitava em torno da empresa do pai, onde começou a trabalhar como mecânico e depois motorista. Em 1979, Berger se inscreveu juntamente com cinco amigos numa corrida de turismo em Zeltweg e logo em sua estréia, com um Ford Escort, Berger vence e o automobilismo entra de vez na sua vida. Porém, seu pai Hans não admitia ver seu filho como piloto e vislumbrava uma carreira diferente para Gerhard, gerenciando a empresa da família. Ameaçado ter sua ‘mesada’ cortada pelo pai, Gerhard hesitou um pouco em continuar sua nova paixão, mas ele comprou um velho Alfa Sud para participar do Campeonato Europeu da categoria, muito popular no continente na época.
Observando que tinha talento e poderia se desenvolver melhor, Berger parte para os monospostos em meados de 1980 no Campeonato Austríaco de F-Ford 1600 e subindo para a F3 Alemã no ano seguinte. Em 1982 ele foi contratado por Josef Kaufmann para disputar o Campeonato alemão de F3 numa equipe de ponta e mesmo não sendo o mais rápido, Berger foi regular o suficiente para terminar o campeonato em terceiro. Isso chama a atenção do garimpador de jovens talentos Helmut Marko, que o contrata para sua equipe de F3 no Campeonato Europeu, onde Berger termina em sétimo na temporada, com dois segundos lugares como melhores resultados. No final deste ano, ele é convidado a participar do tradicional GP de Macau pela equipe Trivellato, uma dos melhores times de F3 da Europa, e mesmo não estando muito entrosado com a equipe, Berger consegue um bom terceiro lugar, ficando atrás de Ayrton Senna e Roberto Guerrero. A Trivellato fica tão contente com o austríaco que Gerhard é contratado pela equipe para ficar mais um ano no Europeu de F3 em 1984, além de ser convidado a participar do Europeu de Turismo pela BMW, juntamente com Hans-Joachim Stuck, Roberto Ravaglia e Dieter Quester. A ligação entre Berger e a BMW seria duradoura e lhe traria dividendos mais tarde. Berger se torna um dos favoritos no Campeonato Europeu de F3, disputando o campeonato com Ivan Capelli e Johnny Dumfries, mas o austríaco só sentiria o gosto da vitória no certame em Zeltweg, repetindo a dose em Monza. Isso chama a atenção de Günther Schmid, dono da equipe ATS na F1, que o convida para fazer um teste com um dos seus carros. O teste foi marcado no dia 27 e 28 de julho em Zandvoort e mesmo com os bons resultados do austríaco, as ligações entre Berger e a BMW ajudariam na negociação, pois a ATS tinha um contrato com a montadora alemã.
A ATS só tinha um carro para Manfred Winkelhock e mesmo mostrando velocidade (graças aos motores BMW) em muitas oportunidades, o carro da ATS mostrava muito fragilidade e a equipe tinha orçamento pequeno para 1984. Mesmo assim, a equipe se expandiu para dois carros e Gerhard Berger pôde fazer sua estréia na F1 correndo em casa, no Grande Prêmio da Áustria de 1984. Mesmo com inúmeras dificuldades durante o final de semana, Berger conseguiu ir até o final da corrida, cruzando a linha de chegada em 12º, três voltas atrás do vencedor da corrida, Niki Lauda, que vencia pela primeira vez em casa. Após essa etapa em Zeltweg, Berger seguiu na equipe em Monza e numa pista em que a potência conta muito, Gerhard levou, com muito cuidado, seu ATS a um ótimo sexto lugar, mas como ele não estava inscrito no início do ano pela equipe, Berger acabou não levando o pontinho que lhe seria dado pelo 6º posto. Isso fez com que a ATS trocasse Winkelhock por Berger como piloto principal e o austríaco fez todo o resto da temporada sem repetir o bom desempenho de Monza. Quando a ATS perdeu seu contrato com a BMW no final de 1984, a equipe fechou suas portas, mas a montadora bávara não deixaria Berger na mão e o pôs na Arrows, que tinha acabado de conseguir um contrato com a BMW. No entanto, uma tragédia quase pôs tudo a perder. Uma semana após a última corrida na F1, no Estoril, Berger foi a sua casa pegar um macacão e levá-lo ao seu escritório. A distância era tão curta que Gerhard não se lembrou de colocar o cinto de segurança e quando estava cruzando uma ponta com sua BMW, Berger foi atingido por outro carro. A BMW de Berger acabou caindo da ponte e capotando várias vezes e como estava sem cinto, Gerhard acabou sendo jogado para fora do carro pela janela traseira. Berger tinha quebrado duas vértebras em seu pescoço. A sorte do austríaco foi que os primeiros a chegarem ao local do acidente foram dois médicos, que estavam retornando de uma conferência em Munique sobre acidentes automobilísticos e ferimentos no pescoço. Gerhard foi levado ao hospital de helicóptero e lhe foi oferecido duas opções: uma operação altamente perigosa, mas que lhe garantiria total recuperação em alguns meses, ou ficar seis meses com um gesso no pescoço. Berger selecionou a primeira e numa recuperação milagrosa, o austríaco se recuperou a tempo de disputar a primeira corrida da temporada de 1985 pela Arrows.
A equipe Arrows vinha de uma temporada difícil em 1984 e Berger teve muitas dificuldades no início do ano, mas o austríaco foi desenvolvendo sua pilotagem ao carro e ele acabaria marcando seus primeiros pontos na F1 com um quinto lugar no Grande Prêmio da África do Sul, penúltima etapa do ano, conseguindo outro pontinho na corrida seguinte na Austrália. Sentindo que podia dar algo melhor ao seu pupilo, a BMW colocou Berger na Benetton em 1986, uma equipe em ascensão e bem mais estruturada que a Arrows. O austríaco teria como companheiro de equipe o já veterano Téo Fabi, mas o italiano não seria páreo a Berger. Com uma pilotagem agressiva, muitas vezes Gerhard se metia entre os quatro grandes daquela temporada (Prost, Piquet, Mansell e Senna). Após dois 6º lugares nas duas primeiras corridas do ano, Berger conseguiu seu primeiro pódio com um 3º lugar em San Marino. Na etapa seguinte, usando a potência do motor BMW, Berger larga na primeira fila em Spa, perdendo a pole para Piquet após ter dominado o primeiro dia de treinos na pista belga. No entanto, uma largada atrapalhada o fez bater com Prost ainda na primeira curva, acabando com os sonhos de um bom resultado. Correndo em casa, Berger teria, pela primeira vez na carreira, toda a torcida a seu favor, mas fica decepcionado quando perdeu a pole para seu companheiro de equipe Fabi, porém Berger toma a liderança do italiano ainda na primeira volta e a dupla da Benetton dominou a corrida até ambos os carros terem problemas mecânicos. Berger entrou nos boxes na liderança, mas perdeu duas voltas nos pits e acabou em sétimo, ainda tendo tempo de marcar a melhor volta da corrida. Porém, os esforços de Berger seriam recompensados mais tarde.
Gerhard chegou à Cidade do México gripado e como um mero coadjuvante na ferrenha disputa pelo título entre Mansell, Piquet e Prost. Largando na segunda fila, Berger usaria a estratégia para superar seus adversários e com a Pirelli se adaptando maravilhosamente bem ao ondulado circuito Hermano Rodriguez, Gerhard via todos os pilotos à sua frente tendo problemas com os pneus, enquanto ele permanecia na pista sem previsão de parada. Berger assumiu a liderança do Grande Prêmio do México ainda na sua metade e com uma atuação inesquecível, Gerhard vencia sua primeira corrida na F1, dando a Benetton também a sua primeira vitória. Essa conquista colocava Berger definitivamente como um dos grandes pilotos da época e mesmo ainda ligado a BMW, Gerhard procurava oportunidades melhores na carreira. A Ferrari era conhecida pelo seu caos administrativo e Michele Alboreto parecia não ter culhões suficientes para se manter na linha de frente pela batalha por um título, como comprovado em 1985. Como Stefan Johansson tinha sido um piloto apenas regular em 1986, ele seria substituído por Berger a partir de 1987. Última contratação abençoada por Enzo Ferrari, Berger chegou a Fiorano em meados de 1986 escondido para assinar seu contrato com a equipe italiana e conhecer o comendador, na época já bastante doente. Numa ascensão contínua, Berger, em duas temporadas completas, chegava a uma equipe de ponta na F1.
A Ferrari estava confiante para 1987, principalmente com a chegada do projetista John Barnard, pai do McLaren MP4/2 que dominou a F1 nos anos 80. No entanto, demonstrando a crise administrativa da Ferrari naquela época, a equipe de Maranello teve que financiar duas bases, uma na Itália e outro na Inglaterra, já que Barnard declarou que odiava a Itália e preferiu ficar na ilha. A temporada começou com a Ferrari ainda tentando seu “Renascimento”, mas a equipe pecou pela inconfiabilidade e Berger só completou quatro das onze primeiras corridas, terminando em todas as oportunidades em quarto lugar, mas a Ferrari começava a se aproximar de McLaren e Williams, as equipes que dominavam na época, no final da temporada e no Estoril Berger conseguiu sua primeira pole na carreira. Gerhard vinha em ótima fase e liderou a maior parte da corrida portuguesa, mas Alain Prost se aproximou do ferrarista no final da prova e Berger acabou rodando sozinho, sucumbindo a pressão do francês, que conquistava sua 28º vitória na carreira, quebrando o recorde de vitórias na época. Porém, o melhor ainda estava por vir. Com seis corridas consecutivas largando entre os três primeiros, Berger dominou as duas últimas corridas do ano, no Japão e na Austrália, liderando 132 das 133 voltas das duas provas. Essa ótima fase automaticamente tornou Berger um dos favoritos ao título do Mundial de Pilotos em 1988 e os ótimos treinos de inverno da Ferrari fizeram o título do austríaco uma mera formalidade. Pura ilusão. A McLaren constrói um dos melhores carros da história e a Honda tinha o melhor motor da F1. Juntando com o talento de Ayrton Senna e Alain Prost, a equipe de Ron Dennis dominou a temporada vencendo 15 das 16 corridas daquela temporada.
A Ferrari estava confiante para 1987, principalmente com a chegada do projetista John Barnard, pai do McLaren MP4/2 que dominou a F1 nos anos 80. No entanto, demonstrando a crise administrativa da Ferrari naquela época, a equipe de Maranello teve que financiar duas bases, uma na Itália e outro na Inglaterra, já que Barnard declarou que odiava a Itália e preferiu ficar na ilha. A temporada começou com a Ferrari ainda tentando seu “Renascimento”, mas a equipe pecou pela inconfiabilidade e Berger só completou quatro das onze primeiras corridas, terminando em todas as oportunidades em quarto lugar, mas a Ferrari começava a se aproximar de McLaren e Williams, as equipes que dominavam na época, no final da temporada e no Estoril Berger conseguiu sua primeira pole na carreira. Gerhard vinha em ótima fase e liderou a maior parte da corrida portuguesa, mas Alain Prost se aproximou do ferrarista no final da prova e Berger acabou rodando sozinho, sucumbindo a pressão do francês, que conquistava sua 28º vitória na carreira, quebrando o recorde de vitórias na época. Porém, o melhor ainda estava por vir. Com seis corridas consecutivas largando entre os três primeiros, Berger dominou as duas últimas corridas do ano, no Japão e na Austrália, liderando 132 das 133 voltas das duas provas. Essa ótima fase automaticamente tornou Berger um dos favoritos ao título do Mundial de Pilotos em 1988 e os ótimos treinos de inverno da Ferrari fizeram o título do austríaco uma mera formalidade. Pura ilusão. A McLaren constrói um dos melhores carros da história e a Honda tinha o melhor motor da F1. Juntando com o talento de Ayrton Senna e Alain Prost, a equipe de Ron Dennis dominou a temporada vencendo 15 das 16 corridas daquela temporada.
A Ferrari F187/88C se provou problemática e o motor da Ferrari mostrava problemas de consumo. Contudo, Berger se aproveitou do único erro da McLaren naquela temporada e liderou uma emocionante dobradinha em Monza, no Grande Prêmio da Itália, apenas algumas semanas após a morte de Enzo Ferrari. A quebra do motor de Prost e o acidente de besta de Senna com um retardatário faltando duas voltas foram uma prova de que a alma de Enzo estava presente naquele dia, segundo os fanáticos ferraristas. No Grande Prêmio da Austrália, Berger liderava a corrida até atingir a traseira do retardatário René Arnoux. Conta a lenda que Berger e a Ferrari sabiam que não tinham como enfrentar a McLaren e por isso acertaram um carro super rápido para a corrida, mas pouco resistente. Quando Berger ultrapassou Senna e Prost, o próprio austríaco sabia que dificilmente chegaria ao fim, mas quando viu Arnoux, notório piloto difícil de ser ultrapassado, Berger viu uma chance de abandonar a corrida sem uma quebra mecânica e por isso tentou colocar uma volta no francês numa manobra muito otimista, para dizer o mínimo. O resultado foi o toque que tirou ambos da corrida e um Berger tranqüilo demais para quem havia acabado de perder a liderança de uma corrida por um retardatário...
Após duas temporadas ao lado de Michele Alboreto, que já se mostrava decadente no final da década de 80, Berger ganharia um novo companheiro de equipe em 1989: o agressivo Nigel Mansell. O inglês chegava como a estrela da equipe, mas Berger tratava de manter o Leão no seu devido lugar. No Grande Prêmio do Brasil daquele ano, Berger largou à frente de Mansell, mas um famoso acidente na primeira curva com Senna pôs tudo a perder. Na corrida seguinte, Berger vinha em quinto no Grande Prêmio de San Marino quando sofreu o maior susto da sua vida. Na rápida curva Tamburello, Berger saiu reto a mais 280 km/h e bateu de lado no muro, mas com 200l de combustível, a Ferrari rapidamente se tornou uma pira de fogo. Os bombeiros apagaram as chamas em menos de 16s, mas o clima de velório se abateu no circuito de Ímola. Para surpresa de todos, Berger não estava seriamente ferido, apenas com pequenas queimaduras nas mãos e uma costela quebrada. Se aproveitando do revolucionário câmbio semi-automático da Ferrari (sendo usado por todas as equipes nos dias de hoje), Berger perde apenas uma corrida. Porém, o mesmo câmbio que o fez voltar rapidamente às pistas foi o grande calcanhar de Aquiles de Berger, pois a novidade quebrava demais, a ponto de Gerhard ficar as dez primeiras corrida de 1989 sem conseguir completar uma corrida. Apenas em sua segunda prova em que recebeu a bandeirada, Berger consegue sua única vitória naquele ano, no famoso Grande Prêmio de Portugal, onde Senna e Mansell bateram quando o inglês já estava desclassificado por ter dado uma ré nos boxes. Mesmo com esse triunfo, Berger anunciou que estava indo para a McLaren em 1990, no lugar de Alain Prost.
Após duas temporadas ao lado de Michele Alboreto, que já se mostrava decadente no final da década de 80, Berger ganharia um novo companheiro de equipe em 1989: o agressivo Nigel Mansell. O inglês chegava como a estrela da equipe, mas Berger tratava de manter o Leão no seu devido lugar. No Grande Prêmio do Brasil daquele ano, Berger largou à frente de Mansell, mas um famoso acidente na primeira curva com Senna pôs tudo a perder. Na corrida seguinte, Berger vinha em quinto no Grande Prêmio de San Marino quando sofreu o maior susto da sua vida. Na rápida curva Tamburello, Berger saiu reto a mais 280 km/h e bateu de lado no muro, mas com 200l de combustível, a Ferrari rapidamente se tornou uma pira de fogo. Os bombeiros apagaram as chamas em menos de 16s, mas o clima de velório se abateu no circuito de Ímola. Para surpresa de todos, Berger não estava seriamente ferido, apenas com pequenas queimaduras nas mãos e uma costela quebrada. Se aproveitando do revolucionário câmbio semi-automático da Ferrari (sendo usado por todas as equipes nos dias de hoje), Berger perde apenas uma corrida. Porém, o mesmo câmbio que o fez voltar rapidamente às pistas foi o grande calcanhar de Aquiles de Berger, pois a novidade quebrava demais, a ponto de Gerhard ficar as dez primeiras corrida de 1989 sem conseguir completar uma corrida. Apenas em sua segunda prova em que recebeu a bandeirada, Berger consegue sua única vitória naquele ano, no famoso Grande Prêmio de Portugal, onde Senna e Mansell bateram quando o inglês já estava desclassificado por ter dado uma ré nos boxes. Mesmo com esse triunfo, Berger anunciou que estava indo para a McLaren em 1990, no lugar de Alain Prost.
Senna havia mostrado que era um piloto difícil de conviver, mas o extrovertido Gerhard Berger acabou sendo a antítese perfeita entre eles, alimentando uma grande amizade. As brincadeiras entre ambos se tornaram lendárias. Enquanto se aproximavam de Monza de helicóptero, Senna mostrou a Berger sua nova maleta, feito de fibra de carbono e dito pelo próprio Senna como indestrutível. Berger resolveu experimentar se isso era mesmo verdade ao abrir a porta do helicóptero e jogar a mala do amigo. Em outra ocasião, Berger encheu o quarto de hotel de Senna na Austrália de rãs gigantes, ao qual Senna teve que sair catando os bichos por uma hora. Enfurecido, Senna foi atrás de Berger, que saiu com essa. “Você achou a cobra?” No dia seguinte, Senna colocou um queijo francês podre no ar condicionado do austríaco. Essas brincadeiras envolviam até mesmo os amigos de ambos, com Galvão Bueno sendo cúmplice de uma peça de Senna, que encheu os únicos sapatos de Berger com manteiga, com o austríaco tendo que ir a um jantar de luxo de tênis. A retaliação de Berger não seria com Senna e Galvão, vez ou outra, conta isso nas transmissões das corridas de F1 pela Globo. “José Leberer, nutricionista de Berger, me ofereceu um suco de laranja uma hora antes do Grande Prêmio do Japão de 1990, mas desconfiei e não aceitei. Foi minha sorte. Soube depois que Berger esmagou quatro comprimidos para dormir no suco e mandou para mim. Eu iria desmaiar na corrida que daria o segundo título a Senna.” A forte ligação entre Senna e Berger permaneceu além da morte do brasileiro em 1994, com Berger se tornando conselheiro de Bruno Senna, sobrinho do tricampeão, anos mais tarde. Berger nunca esqueceria Senna, se tornando um grande amigo dos brasileiros que freqüentavam o paddock, onde ficou conhecido como Geraldo. Quando lembrava de Senna, Berger costumava falar assim do amigo. “Ele me ensinou muito sobre o nosso esporte e eu lhe ensinei a rir.”
A expectativa de Berger na McLaren era muito boa e logo em sua estréia pela McLaren, o austríaco marcou a pole, superando Senna em algo que o brasileiro era um verdadeiro mestre. Mas provando como seria sua passagem pela equipe de Ron Dennis, Berger erra sozinho e bate no muro, ao apertar o acelerador e o freio ao mesmo. Muito alto para os padrões da F1, Berger reclamava bastante de falta de espaço dentro do carro, mas na verdade ele foi massacrado por Senna. O melhor momento de Berger em 1990 foi no Grande Prêmio do Canadá, quando recebeu a bandeirada primeiro, mas como tinha queimado a largada, ele perdeu um minuto e caiu para quarto. Definitivamente relegado a segundo piloto, Berger foi um coadjuvante na caminhada de Senna rumo ao tricampeonato. Num campeonato cheio de percalços, Gerhard acabou marcando poucos bons resultados em 1991, mas seu esforço em ajudar Senna seria recompensado no Grande Prêmio do Japão daquele ano. Com Senna já com o título nas mãos, Ron Dennis pede ao brasileiro que deixe Berger e vencer aquela corrida. Senna reluta, mas acaba reconhecendo o que Berger havia feito naquele ano e acaba cedendo a vitória para Gerhard na linha de chegada, numa das grandes (e menos faladas) marmeladas da história da F1. Contudo, esse seria o fim do domínio de quase dez anos da McLaren. A Williams já dava mostras ainda em 1991 que era uma séria ameaça para o biênio Senna-McLaren e o modelo FW14, chamado de Senna de “carro de outro planeta”, dominou os próximos dois anos na F1, com a McLaren praticamente impotente vendo seu império cair. Com as atenções totalmente focadas em Senna, Berger tratava de marcar o maior número de pontos possíveis e isso fez com que ele ficasse apenas um ponto atrás de Senna no campeonato de 1992. De forma surpreendente, Berger ainda venceria duas corridas, no Canadá e na Austrália, quando as duas Williams e Senna já haviam abandonado e em ambas as provas, o austríaco teve que enfrentar um jovem chamado Michael Schumacher.
Mesmo sendo amigo de Senna, Berger sabia que dificilmente teria as atenções da McLaren e após o Grande Prêmio da Bélgica de 1992, o austríaco anuncia que ele voltaria a Ferrari em 1993. Na época, foi noticiado que Berger teria o maior salário da F1 e por isso a tarefa de Berger era ingrata, pois teria a missão de derrotar Alesi, o queridinho dos tifosi, e ainda fazer a Ferrari andar novamente bem, pois a última vitória já completava mais de três anos. A suspensão ativa era moda no começo da década de 90 e por isso a Ferrari introduziu a novidade em 1993, mas isso tornou o carro bastante difícil de guiar e Berger passou a maior parte do ano brigando por posições intermediárias. O austríaco ainda se viu envolvido em dois acidentes curiosos. Na primeira curva de Interlagos, Gerhard se estranhou com Michael Andretti e o americano chegou a bater na cabeça de Berger, mas ele não sofreu maiores lesões. Em Portugal, Berger sofre um forte acidente quando... saía dos boxes! Isso mostrava bem como a fase de Berger já não era boa e o cenário não seria muito melhor em 1994. Tendo que enfrentar uma série de tragédias, Berger viu de dentro da pista a morte do compatriota Roland Ratzenberger, com quem iniciava uma boa amizade, a morte do eterno amigo Ayrton Senna e o forte acidente de Karl Wendlinger, cujo pai Berger chegou a correr no final da década de 80. Muitos apontaram que Berger abandonaria a sua carreira, mas uma emocionante entrevista após Ímola/94 pôs fim todas as dúvidas de que isso aconteceria em curto prazo. Provando que ainda tinha lenha para queimar, Berger acabou com o jejum de quatro anos sem vitória da Ferrari no Grande Prêmio da Alemanha de 1994.
Com a F1 sendo dominada pelos motores Renault, tudo o que Berger poderia fazer era tentar conseguir o maior número de pontos possíveis com sua Ferrari e assim o austríaco fez, com seis pódios e vários pontos conquistados no Mundial de 1995. Foi uma temporada forte de Gerhard, mas ele passou longe da disputa pelo título, mas ele sofreria um enorme susto num acidente muito parecido com o de Massa. Durante o Grande Prêmio da Itália, Berger perseguia de perto o seu amigo Jean Alesi quando a micro-câmera que estava na asa traseira do francês se soltou e atingiu a suspensão dianteira do carro de Berger. O austríaco disse que viu a câmera se soltando e esperou pelo pior. Quando Jean Todt entrou na Ferrari no verão de 1993, Berger passou a ser um dos seus maiores apoiadores nos momentos difíceis do novo dirigente, mas o francês não via Berger como um potencial campeão do mundo e iniciou negociações com Michael Schumacher, notadamente o melhor piloto da época. Quando o contrato milionário foi assinado, Berger foi chamado por Todt para ficar na Ferrari, mas Berger não confiava no novo motor V10 e provavelmente sabia que seria apenas o segundo piloto do alemão. Já contando com 36 anos de idade, pouquíssimas pessoas ainda acreditavam que Berger poderia correr em alto nível, por isso foi uma grande surpresa ver o austríaco substituindo o próprio Schumacher na Benetton, equipe na qual obteve um enorme sucesso dez anos antes.
Novamente ao lado de Jean Alesi, Berger teve sua alta estatura como grande obstáculo, com o seu capacete atrapalhando o fluxo para o air box do carro e o austríaco tinha que ficar com a cabeça inclinada nas retas, mas ainda assim ele levava bastante desvantagem para Alesi nas retas. Mesmo com o mesmo motor Renault da campeã Williams, a Benetton esteve longe de brigar pelo título, como nos últimos anos, e Berger ainda teve que aturar as cobranças exageradas de Flavio Briatore. O único bom momento do austríaco em 1996 acabou sendo em Hockenheim, sua pista favorita, quando abandonou a poucas voltas para o final quando liderava. Mesmo com uma temporada relativamente ruim, Berger continuou na F1 em 1997 e a Benetton inicou o ano relativamente bem, com Gerhard conseguindo um segundo lugar no Brasil, mas a equipe perde rendimento e para piorar, Berger tem complicações após uma cirurgia de sinusite e perde algumas corridas no meio da temporada. Poucos dias antes do Grande Prêmio da Alemanha, corrida que marcava sua volta às pistas, Berger recebe com muita tristeza a notícia da morte do seu pai, num acidente de avião. De opositor, Hans Berger se tornou um grande apoiador da carreira do filho e muitos pensaram que Gerhard não correria novamente, mas mostrando muita força de vontade e profissionalismo, Berger não apenas vai a Hockenheim, como domina amplamente o final de semana, conquistando a pole e uma vitória esmagadora. Essa seria sua última grande atuação no ano. Com 38 anos de idade, Berger anuncia um pouco antes da corrida final em Jerez que estava abandonando a F1 no final daquela temporada. Extremamente popular, por muito pouco Berger não ficava conseguia um pódio na linha de chegada, com Jacques Villeneuve, o 3º, já comemorando o título e diminuindo o ritmo, chegando milésimos de segundo à frente de Gerhard. Aquele 4º lugar foram os últimos pontos de Gerhard Berger na F1, que ainda tinha a incrível marca de 210 Grandes Prêmios, 10 vitórias, 12 poles, 21 melhores voltas, 48 pódios e 385 pontos.
Com a F1 sendo dominada pelos motores Renault, tudo o que Berger poderia fazer era tentar conseguir o maior número de pontos possíveis com sua Ferrari e assim o austríaco fez, com seis pódios e vários pontos conquistados no Mundial de 1995. Foi uma temporada forte de Gerhard, mas ele passou longe da disputa pelo título, mas ele sofreria um enorme susto num acidente muito parecido com o de Massa. Durante o Grande Prêmio da Itália, Berger perseguia de perto o seu amigo Jean Alesi quando a micro-câmera que estava na asa traseira do francês se soltou e atingiu a suspensão dianteira do carro de Berger. O austríaco disse que viu a câmera se soltando e esperou pelo pior. Quando Jean Todt entrou na Ferrari no verão de 1993, Berger passou a ser um dos seus maiores apoiadores nos momentos difíceis do novo dirigente, mas o francês não via Berger como um potencial campeão do mundo e iniciou negociações com Michael Schumacher, notadamente o melhor piloto da época. Quando o contrato milionário foi assinado, Berger foi chamado por Todt para ficar na Ferrari, mas Berger não confiava no novo motor V10 e provavelmente sabia que seria apenas o segundo piloto do alemão. Já contando com 36 anos de idade, pouquíssimas pessoas ainda acreditavam que Berger poderia correr em alto nível, por isso foi uma grande surpresa ver o austríaco substituindo o próprio Schumacher na Benetton, equipe na qual obteve um enorme sucesso dez anos antes.
Novamente ao lado de Jean Alesi, Berger teve sua alta estatura como grande obstáculo, com o seu capacete atrapalhando o fluxo para o air box do carro e o austríaco tinha que ficar com a cabeça inclinada nas retas, mas ainda assim ele levava bastante desvantagem para Alesi nas retas. Mesmo com o mesmo motor Renault da campeã Williams, a Benetton esteve longe de brigar pelo título, como nos últimos anos, e Berger ainda teve que aturar as cobranças exageradas de Flavio Briatore. O único bom momento do austríaco em 1996 acabou sendo em Hockenheim, sua pista favorita, quando abandonou a poucas voltas para o final quando liderava. Mesmo com uma temporada relativamente ruim, Berger continuou na F1 em 1997 e a Benetton inicou o ano relativamente bem, com Gerhard conseguindo um segundo lugar no Brasil, mas a equipe perde rendimento e para piorar, Berger tem complicações após uma cirurgia de sinusite e perde algumas corridas no meio da temporada. Poucos dias antes do Grande Prêmio da Alemanha, corrida que marcava sua volta às pistas, Berger recebe com muita tristeza a notícia da morte do seu pai, num acidente de avião. De opositor, Hans Berger se tornou um grande apoiador da carreira do filho e muitos pensaram que Gerhard não correria novamente, mas mostrando muita força de vontade e profissionalismo, Berger não apenas vai a Hockenheim, como domina amplamente o final de semana, conquistando a pole e uma vitória esmagadora. Essa seria sua última grande atuação no ano. Com 38 anos de idade, Berger anuncia um pouco antes da corrida final em Jerez que estava abandonando a F1 no final daquela temporada. Extremamente popular, por muito pouco Berger não ficava conseguia um pódio na linha de chegada, com Jacques Villeneuve, o 3º, já comemorando o título e diminuindo o ritmo, chegando milésimos de segundo à frente de Gerhard. Aquele 4º lugar foram os últimos pontos de Gerhard Berger na F1, que ainda tinha a incrível marca de 210 Grandes Prêmios, 10 vitórias, 12 poles, 21 melhores voltas, 48 pódios e 385 pontos.
Berger ainda recebeu convites para voltar a F1 em 1998, mas ele tinha algo diferente em mente. Desde 1997 a BMW planejava retornar a F1 e voltando aos bons tempos, Berger se juntou a montadora bávara para supervisionar a parceira entre a BMW e a Williams, iniciada no ano 2000. Contudo, alguns atritos com Mario Theissen fizeram com que Berger abandonasse a BMW no final de 2003 sem conquistar o sonhado título, apesar de Gerhard ter chefiado a equipe na famosa vitória da montadora nas 24h de Le Mans de 1999. Sempre presente no paddock da F1, Berger surpreendeu novamente quando adquiriu 50% da Toro Rosso em fevereiro de 2006, com a outra metade ficando com a Red Bull, do seu amigo Dietrich Mateschitz. A equipe nada mais era que a antiga Minardi e as dificuldades iniciais foram enormes, mas Berger teve a sorte de encontrar o fenômeno Sebastian Vettel em 2008 e o resultado foi uma emocionante vitória no Grande Prêmio da Itália. Com a crise mundial, Berger vendeu sua parte novamente a Mateschitz em novembro de 2008 e hoje acompanha de perto a F1 apenas como expectador. Foram 14 temporadas na F1, onde Berger mostrou brilhos fugazes e momentos de pura inanição, onde o austríaco nunca foi o mesmo piloto promissor de antes, principalmente após o seu acidente em 1989, quando se tornou um piloto mais cerebral e menos espetacular. Contudo, Gerhard se mostrou uma figura sensacional fora das pistas e por isso ele nunca será esquecido pelos fãs da F1, seja pelo que fazia dentro das pistas, como fora, principalmente ao lado do eterno parceiro Ayrton Senna.
Parabéns!
Gerhard Berger
Parabéns!
Gerhard Berger
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
História: 30 anos do Grande Prêmio da Holanda de 1979
O circo da F1 chegava à Zanvoort para a reta final da temporada de 1979 com a calculadora na mão e sem entender muito bem como um regulamento poderia punir a equipe Williams e seus pilotos, que haviam vencido as três últimas corridas e estavam praticamente fora da briga pelo título. Jody Scheckter tinha sido um piloto extremamente regular ao longo do ano e isso praticamente lhe entregava o título daquele ano, pois a Ligier, principal rival da Ferrari no início do ano, tinha sofrido uma queda de desempenho na metade final, enquanto a Williams, a então força dominante na F1, tinha feito uma primeira metade de temporada sofrível. A Ferrari marcou pontos com seus dois pilotos em praticamente todas as corridas e Scheckter tinha apenas Gilles Villeneuve como principal rival, sendo que o canadense era claramente o piloto número dois na equipe de Maranello.
Sabendo que precisava vencer para manter suas remotas chances de títulos, Alan Jones mostrava a ótima fase da Williams e brigou contra os Renaults pela pole, mas o turbo acabaria sendo decisivo para os carros franceses na longa reta dos boxes e René Arnoux, já mostrando uma ótima velocidade nos treinos, conseguia sua segunda pole na carreira, com Jones completando a primeira fila. A segunda fila também tinham carros da Williams e da Renault, enquanto a Ferrari ocupava toda a terceira fila, com Laffite corroborando com o declínio da Ligier, ficando apenas em sétimo. Nelson Piquet largava em décimo primeiro.
Grid:
1) Arnoux (Renault) - 1:15.461
2) Jones (Williams) - 1:15.646
3) Regazzoni (Williams) - 1:16.228
4) Jabouille (Renault) - 1:16.304
5) Scheckter (Ferrari) - 1:16.392
6) Villeneuve (Ferrari) - 1:16.939
7) Laffite (Ligier) - 1:17.129
8) Rosberg (Wolf) - 1:17.280
9) Lauda (Brabham) - 1:17.495
10) Pironi (Tyrrell) - 1:17.625
O dia 26 de agosto de 1979 estava claro ao redor das dunas do circuito de Zandvoort e a corrida poderia acontecer sem grandes preocupações com o clima. Logo na largada, Gilles Villeneuve mostrava a que vinha e antes da primeira curva, já vinha lado a lado com Regazzoni, Jabouille e Arnoux, com Jones à frente dos quatro. A reta de Zandvoort era bastante larga, mas o aproximação para a lendária curva Tarzan era estreita e o funil poderia causar problemas. Foi o que aconteceu. Na freada, Regazzoni ficou extremido entre o muro e Arnoux e o toque entre ambos foi inevitável, com o suíço da Williams perdendo a roda dianteira esquerda e Arnoux quebrando sua suspensão traseira. Vindo por fora, Villeneuve pulava de sexto para segundo, colado em Jones!
Com todos esses problemas, Jones liderava à frente de Villeneuve, com ambos já se distanciando de Jabouille e Pironi, que também havia feito uma ótima largada e havia pulado de décimo para quarto na largada. Logo fica claro que a corrida seria decidida entre Jones e Villeneuve, com ambos já se distanciando do 3º colocado Jabouille e os três já bem distantes dos demais. Apesar de Villeneuve ainda estar na sua segunda temporada completa na F1, o franco-canadense já era muito respeitado pelos seus pares e sua agressividade era inerente até mesmo ao truculento Alan Jones, conhecido por sua tenacidade em segurar uma posição, ainda mais a liderança. Talvez por já respeitar o que poderia fazer Villeneuve num daqueles dias, Jones não se arriscou demais quando Villeneuve o atacou na freada para a curva Tarzan no início da volta 12. Obviamente o australiano se manteve por dentro para a curva à direita, mas Villeneuve não se intimidou e mergulhou por fora. Mesmo a ponto de perder sua Ferrari, Villeneuve se segurou e completou uma das ultrapassagens mais audaciosas da história. Começa os motivos dessa corrida ter sido histórica.
Villeneuve tentou abrir uma boa diferença para Jones, mas o australiano usou o equilíbrio do seu Williams e não deixou o ferrarista ir embora. Gilles sabia que essa vitória era importante para se manter na briga pelo título, mas um problema no câmbio começou a afetar a Ferrari de Villeneuve, que se mostrava instável nas freadas, principalmente na curva Tarzan, mas foi na nova chicane na parte de trás do circuito que fez Villeneuve rodar e perder a liderança para Jones na volta 47, quando o australiano já estava colado. No entanto, como já tinha mostrado em Dijon, Villeneuve não era de desistir fácil e o canadense tentou o troco, indo para cima do australiano, mesmo com sua Ferrari toda empenada. Após voltar à pista, Villeneuve teve um pequeno furo em seu pneu traseiro direito e quando se aproximou da curva Tarzan, o canadense rodou novamente.
Fim de corrida? Não para o legendário canadense. A Ferrari de número 12 parecia ter forças especiais e após uma ré, Villeneuve voltou à pista na sua tentativa de se manter na corrida. Com o pneu traseiro totalmente destruído, Gilles tentava chegar aos boxes com três rodas, andando praticamente com a mesma velocidade que andava enquanto liderava e levava o público ao delírio, com suas derrapagens em... três rodas. Todos ficaram boquiabertos com tamanha loucura, mas o canadense só percebeu isso quando a suspensão traseira se quebrou de vez e ele levantou seu braço no final da volta. Mesmo com o carro ainda mais destruído que o normal, os mecânicos da Ferrari não pareciam se importar com a atitude até mesmo inconsequente do seu piloto. Pelo contrário. Os mecânicos comprimentavam Villeneuve por tamanha atitude de coragem e persistência. Com a saída de Villeneuve, Jones vencia pela terceira corrida consecutiva, mas como Scheckter chegou em segundo, após uma ótima corrida de recuperação, o sul-africano tinha o título praticamente nas mãos e a festa era toda da Ferrari. Não por Scheckter, virtual campeão daquela temporada, mas por Gilles Villeneuve e mais uma demonstração de loucura e habilidade. Por isso, trinta anos depois, Villeneuve ainda tem o seu lugar cativo nos corações dos tifosi. Mais atrás, o novato Nelson Piquet marcava seus primeiros pontos na F1 com um quarto lugar. E o lendário Ickx marcava seus últimos pontos.
Chegada:
1) Jones
2) Scheckter
3) Laffite
4) Piquet
5) Ickx
6) Mass
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Enquanto isso no domingo...
A F-Indy iniciou sua fase final em mais um circuito misto, algo que será maioria em 2010. E pensando que, quando a IRL se separou da CART em 1996, um dos maiores motivos da liga dissidente era que a antiga Indy andava demais em circuito mistos e isso a tornava pouco americana. Outro ironia é ver que nenhum americano briga seriamente pelo título deste ano e que apenas quem tem em mãos um carro da Penske ou da Ganassi podem sonhar com a vitória.
Neste domingo em Sonoma, todas essas afirmações vieram à tona com mais um domínio das duas equipes, com exceção justamente do antigo líder do campeonato, Scott Dixon. O neo-zelandês largava no meio do pelotão e o resultado foi o perigo eminente de uma possível largada complicada na esquisita primeira curva da corrida. E foi exatamente o que aconteceu. Envolvido num múltiplo acidente ainda na primeira volta, Dixon se viu definitivamente fora da briga pela corrida ainda no seu início. Com isso, os três primeiros do grid, Dario Franchitti, Ryan Briscoe e Helio Castroneves passaram a prova inteira brigando pela ponta, ao bel-prazer dos pit-stops. E foi num desses pit-stops que Castroneves praticamente deu adeus as suas já remotas chances de título.
Servindo de lição a F1, que pretendia acabar com as mantas térmicas em 2010, Castroneves saiu dos boxes com os pneus gelados e tentou segurar a posição ante a Tony Kanaan. O resultado foi um toque entre ambos e com a suspensão comprometida, Helinho acabaria abandonando voltas mais tarde. Isso deixou Franchitti e Briscoe, estáticos nessas posições toda a corrida, mas muito próximos, irem tranquilos rumo a bandeirada, com Franchitti vencendo pela quarta vez e Briscoe, com o sétimo 2º lugar em 2009, assumindo a liderança. Com Dixon em décimo quarto, o neo-zelandês caiu para 3º, mas com três corridas em praticamente um mês antes da definição do campeonato, definitivamente a briga será à três. Não americanos e poucas corridas em ovais.
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Figura (EUR): Rubens Barrichello
Se Rubens Barrichello tivesse desempenhos como o de ontem, fatalmente o experiente brasileiro já gozasse de muito mais prestígio junto ao público da F1 e provavelmente já teria algum título em seu cartel. Impecável durante a corrida, Barrichello enfrentou a nova ofensiva da McLaren, acabou com a reação da Red Bull e ainda pôs Button, primeiro piloto da equipe e líder do campeonato, numa situação embaraçosa, pois enquanto o brasileiro liderava lá na frente, Button se arrastava atrás de pontos. A trilha para a décima vitória de Rubens Barrichello começou na sexta-feira, com a Brawn mostrando que havia voltado aos bons tempos e sua dupla voltando a brigar pelo topo. Por isso, não foi surpresa ver Barrichello brigando pela pole e marcando o tempo mais rápido do final de semana, superando Button com facilidade. Na corrida, Rubinho sabia que não poderia ultrapassar as McLarens, graças ao kers, na largada e por isso apenas se certificou que nao perderia posições na primeira curva. Com esse objetivo alcançado e sabendo da dificuldade em ultrapassar no circuito citadino de Valencia, Barrichello se concentrou na estratégia. E o fez cm maestria. Primeiro, ficou próximo de Heikki Kovalainen e quando a primeira parada do finlandês chegou, Barrichello fez voltas rápidas e voltou à frente do finlandês. Ainda restava o mais difícil dos adversários naquela corrida: o ultra-motivado campeão mundial de 2008 de Lewis Hamilton. Rubinho se manteve próximo ao inglês e quando Hamilton e a McLaren se atrapalharam na segunda rodada de paradas, Rubens recebeu a instrução de Jock Clear, seu engenheiro: Faça cinco voltas de Classificação. E Rubinho o fez com eficiência digna de Michael Schumacher, algo que seria lembrado por Ross Brawn após a corrida. Com a liderança folgada nas mãos, Rubinho partiu impávido rumo a primeira vitória em 2009 e a centésima do Brasil na F1, entrando de vez na luta pelo título mundial. Se continuar guiando assim e Button se manter nessa sua má fase, Barrichello poderá alçar voos ainda mais altos e inimagináveis.
Figurão (EUR): Luca Badoer
Para lembrarmos de uma atuação tão ridícula quanto ao de Luca Badoer, teremos que nos esforçar bastante e, muito provavelmente, teremos que apelar para grandes pesquisas na internet. Me recordei do 'inesquecível' Alex Yoong, mas não me lembrei do malaio saindo da pista em todas as sessões em que os carros estiveram presentes. Eliseo Salazar, talvez. No entanto, o chileno nunca levou 1.5s do penúltimo colocado, apesar de ter largado em último várias vezes. Quem sabe alguém lembre de alguma fera que tenha sido capaz de tudo isso em algum ponto de sua carreira, mas ninguém lembrará de tudo isso acontecendo num único final de semana e ainda por cima com uma Ferrari. Luca Badoer merece todo o respeito pelos seus vários anos de lealdade a Ferrari e as inúmeras horas em que andava solitária nas pistas de Misano e Fiorano com o intuito de melhorar os modelos ferraristas e entrega-los aos pilotos titulares, mas na oportunidade que teve para realizar o sonho de andar com uma Ferrari num Grande Prêmio oficial, Badoer protagonizou um dos maiores fiascos de todos os tempos da F1, com direito a todo tipo de presepada que um piloto possa fazer num final de semana. Claro que o estrago está feito e em apenas uma semana não será possível substituir o italiano, mas até o próprio Badoer sabe que o que aconteceu em Valencia entrou para a história da F1. Pela porta dos fundos!
domingo, 23 de agosto de 2009
Ufa!
Deve ter sido isso que pensou Rubens Barrichello ao cruzar a linha de chegada deste chato Grande Prêmio de Valencia. Após sua saída da Ferrari no final de 2005, Rubens pouco fez deste então e sua aposentadoria, forçada, por sinal, era dado como certa. Mas como os destinos na F1 estão mudando mais rapidamente do que o normal, Rubens acabou ficando na ‘novata’ Brawn e o resto todos sabem. Após alegrias e decepções, Rubinho finalmente comemorou uma vitória em 2009 e, timidamente, entra novamente na briga pelo título mundial.
A corrida de hoje foi bem parecida com a do ano passado. Ou seja, terrível. A beleza do circuito de Valencia não inspirou pilotos e equipes a fazerem uma corrida digna do que todos esperam para uma prova em circuito de rua. Sem muitas emoções, a única ultrapassagem na pista do qual me lembro com clareza foi de Trulli em cima de Grosjean na primeira volta, com o francês tendo que ir aos boxes para trocar o bico do seu Renault. A ultrapassagem de Kubica sobre Heidfeld não conta muito, pois o polaco, mais leve, teve a ajuda da equipe, que pediu a Heidfeld, mais pesado, deixar Kubica ultrapassá-lo. Essa falta de ultrapassagens ficou bem aparente na própria corrida de Rubens Barrichello, que largou em terceiro, ficou nessa posição após a largada e venceu a corrida com duas ultrapassagens nos boxes. Porém, o veterano piloto da Brawn não tem do que reclamar, pois fez uma corrida muito forte, andando rápido praticamente o tempo todo, sem dar chances aos azares que sempre o caracterizaram. Barrichello fez uma corrida daquelas que normalmente lhe dão ótimos resultados, só falta repeti-los com mais freqüência, algo que nunca lhe foi muito peculiar. A décima vitória em sua carreira na F1 após cinco anos também foi importante na sua confiança para este final de campeonato. Maior jejum do que Rubens foi de Jock Clear. Antigo engenheiro chefe de Jacques Villeneuve, o inglês ficou quase 12 anos sem saber o que é uma vitória e por isso deve ter sido bem gratificante ele ter ido ao pódio ter recebido o troféu de vencedor pela equipe.
Jenson Button continua em sua má fase que nunca termina, alimentada por largadas abaixo da crítica. O inglês perdeu várias posições na largada e ainda teve que devolver uma posição a Mark Webber por ter cortado uma chicane, mas desde sua última vitória na Turquia, Button não sabe o que é freqüentar o pódio e sua situação no campeonato só não é pior pela sorte que está levando, pois nesse período ninguém venceu mais do que duas vezes e sua diferença para o segundo colocado, que também mudou várias vezes nesse ínterim, continua praticamente a mesma e faltando menos provas. Porém, Button terá que abrir o olho, pois foi superado de forma inapelável por Barrichello hoje e nas corridas anteriores. Pior do que Button, somente a Red Bull, que saiu de mãos abanando da Espanha. Numa patuscada da TV, ninguém o primeiro problema de Vettel, mas isso não teve tanta importância, pois o alemão abandonaria voltas mais tarde com o motor quebrado, o segundo no final de semana. No momento em que sua cota de motores vai diminuindo segundo o regulamento, sua situação vai ficando crítica com relação ao campeonato e só não ficou pior pelo péssimo rendimento de Webber hoje. O australiano não mostrou a que veio em Valencia e ficou sempre atrás de Vettel e quando tinha oportunidade de tirar um pontinho para Button, Webber acabou tendo dois de prejuízo, caindo para nono após sua segunda parada. Com o crescimento de Ferrari e McLaren e a repentina subida de ritmo da Brawn, a tarefa da Red Bull fica cada vez mais difícil.
Ano passado, um dos maiores aliados de Lewis Hamilton foi a eficiência de sua equipe, tanto nos boxes, como também na confiabilidade a prova de balas do seu carro. Hoje, o atual campeão do mundo provou algo que Felipe Massa ficou acostumado com a Ferrari. Com a vitória praticamente nas mãos, Hamilton viu tudo ir por água abaixo quando a McLaren se atrapalhou toda na segunda parada, por algo que só saberemos mais tarde, pois Hamilton teria antecipado sua parada e esquecido de avisar a equipe, que não estava devidamente preparada para receber seu piloto. E foi assim que Hamilton perdeu uma corrida que estava praticamente nas suas mãos. A forma como ainda tentou ir para cima mostra o quanto Hamilton é daquele típico piloto inglês que na desiste nunca. Já Kovalainen é daquele típico piloto finlandês que parece estar sempre dormindo, alheio ao que acontece durante a corrida. Ao contrário de Rubens, Kova perdeu uma posição toda vez que entrou nos boxes, caindo de segundo para quarto e jogando um duplo pódio da McLaren no lixo, alimentando, com razão, os que dizem que ele está com um pé fora da McLaren.
Pelo que tinha feito na Classificação, o desempenho da Ferrari chegou a surpreender. Após largar em sexto, Raikkonen fez uma ótima largada e pulou para quarto, por lá ficando por dois terços da corrida, assumindo o último degrau do pódio na última parada, quando ‘ultrapassou’ seu compatriota Kovalainen. O kers, tão criticado por todos ao longo de 2009, nas últimas corridas vem mostrando sua utilidade e Kimi o usou, com toda certeza, na largada, fazendo com que ele ficasse na posição que lhe garantiria o pódio durante a corrida. Já Badoer, coitado, fez uma prova digna da sua Classificação, ou seja, um papelão que pode lhe custar o tão sonhado lugar na Ferrari já na próxima corrida, mesmo com apenas uma semana de diferença entre Valencia e Spa. Resta saber quem seria o candidato para guiar o carro de número 3. A Williams, assim como a Ferrari, luta com apenas um piloto e Rosberg fez o que dele se esperava, marcando mais alguns pontos no campeonato, ainda esperando por um lugar no pódio, algo mais provável em 2009 do que ano passado, quando o jovem alemão conquistou dois. Nakajima só apareceu quando teve o pneu furado e conseguiu ficar atrás de Badoer, algo que não depõe muito a favor dele.
Contrariando as milhares de pessoas que foram lhe ver hoje, Alonso não fez uma corrida combativa ou que lhe desse algum destaque. O espanhol pouco apareceu e mesmo tendo melhorado duas posições em comparação a largada, isso se deveu ao abandono de Vettel e a má largada de Button. Ou seja, Alonso apenas levou seu carro a bandeirada, sem grandes arroubos ou picos de emoção. Grande campeão como é, dificilmente Alonso aguentará isso por muito tempo e sua passagem rumo a Ferrari só é questão de quando será o anúncio oficial. Romain Grosjean teve sua estréia atrapalhada por um toque com Trulli na apertada curva após a ponta, fazendo com que o francês procurasse os boxes ainda na primeira volta. Andando sem ser percebido, Grosjean só apareceu quando rodou sozinho e ultrapassou, nos boxes, Badoer, numa manobra esquisita do italiano, que lhe custou uma punição (a quinta nesse final de semana) por cruzar a linha branca após a saída dos pits. Resumo da corrida de Grosjean. Não fez nada demais, assim como não fazia Nelsinho, mas Grosjean poderá argumentar que essa foi sua primeira corrida e que não conhecia o carro, ao contrário do brasileiro, que havia testado no inverno e penava para passar ao Q2, algo que Grosjean fez de primeira.
A subida da Force Índia nesta temporada foi coroada pelo décimo lugar de Sutil, que, se não foi o que o alemão queria, pelo menos comprova que os primeiros pontos da equipe estão próximos. Em suas últimas corridas na F1, a BMW ao menos marcou um pontinho com Kubica, que fez uma corrida tática e discreta, ajudada por Heidfeld, que o deixou passar no início da corrida quando o alemão largou melhor e poderia atrapalhar o companheiro de equipe. Uma das vítimas dos inúmeros toques na primeira curva, Timo Glock teve que ir aos boxes na primeira volta e isso arruinou sua corrida, sendo que o alemão vem numa fase bem melhor do que a de Trulli, que só apareceu ultrapassando (e tocando) Grosjean na primeira volta. Com os recentes comentários de que a Williams não irá renovar com a Toyota e Trulli também estaria com dificuldades para continuar na equipe, as especulações da saída da equipe da F1 só aumentaram nos últimos tempos, algo que seria extremamente ruim para a F1, apesar de ser uma real possibilidade. Se serve de consolo, a Toyota teve a honra de marcar a volta mais rápida da corrida com Glock, já nas voltas finais, algo tão estranho quanto Alonso fazer o mesmo na Alemanha semanas atrás. Com a subida da Force Índia e o péssimo rendimento da matriz, não foi de surpreender ver a Toro Rosso, com seus dois pilotos adolescentes, ficando nas últimas posições. Buemi foi o segundo abandono do dia, mas a STR terá que repensar sua estratégia de colocar pilotos tão novos para correr em seus carros, pois a involução da equipe está clara neste momento da temporada.
Se não foi uma grande corrida, ao menos deu para perceber que Barrichello poderá se aproximar do seu companheiro de equipe, mas numa visão geral, prova que as mudanças, que fizeram as equipes gastarem tanto dinheiro no biênio 2008-09, na tentativa de incrementar o número de ultrapassagens fracassou espetacularmente, com mais uma procissão na pista valenciana. Novas mudanças virão em 2010 e mais gastos virão, algo que causa calafrios as combalidas equipes, que vão caindo uma a uma desde o final do ano passado. A Brawn, fruto desta crise na F1, deverá ver seus dois pilotos brigando até o final do ano, mesmo que Spa favorecer, teoricamente, a Red Bull. Mas Ferarri e McLaren no pelotão da frente e com Button numa má fase sem fim, essa pode ser a chance que Rubens sempre perseguiu.
A corrida de hoje foi bem parecida com a do ano passado. Ou seja, terrível. A beleza do circuito de Valencia não inspirou pilotos e equipes a fazerem uma corrida digna do que todos esperam para uma prova em circuito de rua. Sem muitas emoções, a única ultrapassagem na pista do qual me lembro com clareza foi de Trulli em cima de Grosjean na primeira volta, com o francês tendo que ir aos boxes para trocar o bico do seu Renault. A ultrapassagem de Kubica sobre Heidfeld não conta muito, pois o polaco, mais leve, teve a ajuda da equipe, que pediu a Heidfeld, mais pesado, deixar Kubica ultrapassá-lo. Essa falta de ultrapassagens ficou bem aparente na própria corrida de Rubens Barrichello, que largou em terceiro, ficou nessa posição após a largada e venceu a corrida com duas ultrapassagens nos boxes. Porém, o veterano piloto da Brawn não tem do que reclamar, pois fez uma corrida muito forte, andando rápido praticamente o tempo todo, sem dar chances aos azares que sempre o caracterizaram. Barrichello fez uma corrida daquelas que normalmente lhe dão ótimos resultados, só falta repeti-los com mais freqüência, algo que nunca lhe foi muito peculiar. A décima vitória em sua carreira na F1 após cinco anos também foi importante na sua confiança para este final de campeonato. Maior jejum do que Rubens foi de Jock Clear. Antigo engenheiro chefe de Jacques Villeneuve, o inglês ficou quase 12 anos sem saber o que é uma vitória e por isso deve ter sido bem gratificante ele ter ido ao pódio ter recebido o troféu de vencedor pela equipe.
Jenson Button continua em sua má fase que nunca termina, alimentada por largadas abaixo da crítica. O inglês perdeu várias posições na largada e ainda teve que devolver uma posição a Mark Webber por ter cortado uma chicane, mas desde sua última vitória na Turquia, Button não sabe o que é freqüentar o pódio e sua situação no campeonato só não é pior pela sorte que está levando, pois nesse período ninguém venceu mais do que duas vezes e sua diferença para o segundo colocado, que também mudou várias vezes nesse ínterim, continua praticamente a mesma e faltando menos provas. Porém, Button terá que abrir o olho, pois foi superado de forma inapelável por Barrichello hoje e nas corridas anteriores. Pior do que Button, somente a Red Bull, que saiu de mãos abanando da Espanha. Numa patuscada da TV, ninguém o primeiro problema de Vettel, mas isso não teve tanta importância, pois o alemão abandonaria voltas mais tarde com o motor quebrado, o segundo no final de semana. No momento em que sua cota de motores vai diminuindo segundo o regulamento, sua situação vai ficando crítica com relação ao campeonato e só não ficou pior pelo péssimo rendimento de Webber hoje. O australiano não mostrou a que veio em Valencia e ficou sempre atrás de Vettel e quando tinha oportunidade de tirar um pontinho para Button, Webber acabou tendo dois de prejuízo, caindo para nono após sua segunda parada. Com o crescimento de Ferrari e McLaren e a repentina subida de ritmo da Brawn, a tarefa da Red Bull fica cada vez mais difícil.
Ano passado, um dos maiores aliados de Lewis Hamilton foi a eficiência de sua equipe, tanto nos boxes, como também na confiabilidade a prova de balas do seu carro. Hoje, o atual campeão do mundo provou algo que Felipe Massa ficou acostumado com a Ferrari. Com a vitória praticamente nas mãos, Hamilton viu tudo ir por água abaixo quando a McLaren se atrapalhou toda na segunda parada, por algo que só saberemos mais tarde, pois Hamilton teria antecipado sua parada e esquecido de avisar a equipe, que não estava devidamente preparada para receber seu piloto. E foi assim que Hamilton perdeu uma corrida que estava praticamente nas suas mãos. A forma como ainda tentou ir para cima mostra o quanto Hamilton é daquele típico piloto inglês que na desiste nunca. Já Kovalainen é daquele típico piloto finlandês que parece estar sempre dormindo, alheio ao que acontece durante a corrida. Ao contrário de Rubens, Kova perdeu uma posição toda vez que entrou nos boxes, caindo de segundo para quarto e jogando um duplo pódio da McLaren no lixo, alimentando, com razão, os que dizem que ele está com um pé fora da McLaren.
Pelo que tinha feito na Classificação, o desempenho da Ferrari chegou a surpreender. Após largar em sexto, Raikkonen fez uma ótima largada e pulou para quarto, por lá ficando por dois terços da corrida, assumindo o último degrau do pódio na última parada, quando ‘ultrapassou’ seu compatriota Kovalainen. O kers, tão criticado por todos ao longo de 2009, nas últimas corridas vem mostrando sua utilidade e Kimi o usou, com toda certeza, na largada, fazendo com que ele ficasse na posição que lhe garantiria o pódio durante a corrida. Já Badoer, coitado, fez uma prova digna da sua Classificação, ou seja, um papelão que pode lhe custar o tão sonhado lugar na Ferrari já na próxima corrida, mesmo com apenas uma semana de diferença entre Valencia e Spa. Resta saber quem seria o candidato para guiar o carro de número 3. A Williams, assim como a Ferrari, luta com apenas um piloto e Rosberg fez o que dele se esperava, marcando mais alguns pontos no campeonato, ainda esperando por um lugar no pódio, algo mais provável em 2009 do que ano passado, quando o jovem alemão conquistou dois. Nakajima só apareceu quando teve o pneu furado e conseguiu ficar atrás de Badoer, algo que não depõe muito a favor dele.
Contrariando as milhares de pessoas que foram lhe ver hoje, Alonso não fez uma corrida combativa ou que lhe desse algum destaque. O espanhol pouco apareceu e mesmo tendo melhorado duas posições em comparação a largada, isso se deveu ao abandono de Vettel e a má largada de Button. Ou seja, Alonso apenas levou seu carro a bandeirada, sem grandes arroubos ou picos de emoção. Grande campeão como é, dificilmente Alonso aguentará isso por muito tempo e sua passagem rumo a Ferrari só é questão de quando será o anúncio oficial. Romain Grosjean teve sua estréia atrapalhada por um toque com Trulli na apertada curva após a ponta, fazendo com que o francês procurasse os boxes ainda na primeira volta. Andando sem ser percebido, Grosjean só apareceu quando rodou sozinho e ultrapassou, nos boxes, Badoer, numa manobra esquisita do italiano, que lhe custou uma punição (a quinta nesse final de semana) por cruzar a linha branca após a saída dos pits. Resumo da corrida de Grosjean. Não fez nada demais, assim como não fazia Nelsinho, mas Grosjean poderá argumentar que essa foi sua primeira corrida e que não conhecia o carro, ao contrário do brasileiro, que havia testado no inverno e penava para passar ao Q2, algo que Grosjean fez de primeira.
A subida da Force Índia nesta temporada foi coroada pelo décimo lugar de Sutil, que, se não foi o que o alemão queria, pelo menos comprova que os primeiros pontos da equipe estão próximos. Em suas últimas corridas na F1, a BMW ao menos marcou um pontinho com Kubica, que fez uma corrida tática e discreta, ajudada por Heidfeld, que o deixou passar no início da corrida quando o alemão largou melhor e poderia atrapalhar o companheiro de equipe. Uma das vítimas dos inúmeros toques na primeira curva, Timo Glock teve que ir aos boxes na primeira volta e isso arruinou sua corrida, sendo que o alemão vem numa fase bem melhor do que a de Trulli, que só apareceu ultrapassando (e tocando) Grosjean na primeira volta. Com os recentes comentários de que a Williams não irá renovar com a Toyota e Trulli também estaria com dificuldades para continuar na equipe, as especulações da saída da equipe da F1 só aumentaram nos últimos tempos, algo que seria extremamente ruim para a F1, apesar de ser uma real possibilidade. Se serve de consolo, a Toyota teve a honra de marcar a volta mais rápida da corrida com Glock, já nas voltas finais, algo tão estranho quanto Alonso fazer o mesmo na Alemanha semanas atrás. Com a subida da Force Índia e o péssimo rendimento da matriz, não foi de surpreender ver a Toro Rosso, com seus dois pilotos adolescentes, ficando nas últimas posições. Buemi foi o segundo abandono do dia, mas a STR terá que repensar sua estratégia de colocar pilotos tão novos para correr em seus carros, pois a involução da equipe está clara neste momento da temporada.
Se não foi uma grande corrida, ao menos deu para perceber que Barrichello poderá se aproximar do seu companheiro de equipe, mas numa visão geral, prova que as mudanças, que fizeram as equipes gastarem tanto dinheiro no biênio 2008-09, na tentativa de incrementar o número de ultrapassagens fracassou espetacularmente, com mais uma procissão na pista valenciana. Novas mudanças virão em 2010 e mais gastos virão, algo que causa calafrios as combalidas equipes, que vão caindo uma a uma desde o final do ano passado. A Brawn, fruto desta crise na F1, deverá ver seus dois pilotos brigando até o final do ano, mesmo que Spa favorecer, teoricamente, a Red Bull. Mas Ferarri e McLaren no pelotão da frente e com Button numa má fase sem fim, essa pode ser a chance que Rubens sempre perseguiu.
sábado, 22 de agosto de 2009
Dominação prateada
Se no início do ano poucos poderia prever algo de bom para as equipes que dominaram a F1 nos últimos anos, a McLaren provou que, mesmo sem testes, há espaço para competência em se consertar um projeto mal feito e conseguir voltar aos momentos de glória ainda com a temporada em andamento. A equipe de Martin Whitmarsh provou que está mesmo de volta a briga pela vitória com a dobradinha dos seu pupilos nesse sábado em Valencia, com Hamilton superando seu companheiro de equipe por frações de segundo. Enquanto isso, a Ferrari continua a sofrer, principalmente agora, que conta praticamente com apenas um piloto...
A Classificação no circuito de rua de Valencia foi bastante convencional, mas com algums diferenças com relação ao visto antes das férias. A Brawn acordou do seu profundo momento de letargia e retornou ao pelotão da frente, com Button e Barrichello sempre brigando pelas primeiras posições, com destaque para o brasileiro, que sempre foi mais rápido na Classificação de hoje, inclusive marcando o melhor tempo do final de semana, e o único a acompanhar o ritmo das McLarens. Isso preocupa a Red Bull, que já não tinha andado tão bem na Hungria e ficou para trás com relação a sua principal rival ao título nesse final de semana, apesar de que Vettel superou Button no dia de hoje. O opaco desempenho de Webber contradiz o próprio australiano, que cobrou de sua equipe uma definição do 1º piloto. Se eles forem definir agora...
Após o anúncio da sua saída, a BMW resolveu andar, talvez já pensando na sua sobrevivência, e Kubica voltou ao Q3 após muito tempo, com Heidfeld ficando de fora por muito pouco. Uma verdadeira surpresa, assim como também foi surpreendente a queda de desempenho da Toyota, após um início de campeonato tão auspicioso. Trulli não conseguiu passar ao Q3, com Glock se esforçando para consegui-lo, mas chegando na segunda parte da Classificação, o alemão pouco pôde fazer para se manter lá. Numa equipe que vive o fantasma de se acabar por falta de resultados, o momento é preocupante para a Toyota.
Quem não mudou foi a McLaren, com Hamilton conseguindo uma pole até com sobras, com o britânico não se esforçando muito nas duas primeiras partes da Classificação e tendo ainda o luxo de descartar a última volta no treino, pois ninguém iria bater seu tempo. Hamilton prova que sua vitória na Hungria não foi circunstancial e que poderá subir no campeonato nesse terço final. Pena que não brigue mais pelo título. Kovalainen provou que sua conversa com Whitmarsh sobre o seu futuro surtiu efeito e o finlandês fez sua melhor Classificação, mas seu erro na curva final diz bem que Kovalainen, apesar de um bom piloto, não está no nível de Hamilton. A Ferrari deve estar pensando seriamente em 2010, pois convive com um piloto desmotivado e que deve se despedir no final do ano e outro que não corria na F1 há 10 anos. Kimi Raikkonen parece com a tomada desligada hoje, apesar do carro da Ferrari não estar ajudando muito hoje, enquanto o desempenho de Badoer chega a ser ridículo para um piloto veterano de F1. Claro que não poderíamos esperar que o italiano chegasse arrasando, mas o último lugar, de longe, no grid de amanhã pode definir que sua volta à F1 também tenha sido sua despedida.
Continuando no setor dos novatos, Romain Grosjean fez um bom treino e, contrário da transmissão oficial, fez mais do que Nelsinho Piquet. Em seu primeiro GP, Grosjean andou razoavelmente próximo de Alonso e já se colocou no Q2, algo que Piquetzinho, em suas primeiras corridas, esteve longe de fazer e só andava próximo do espanhol de vez em quando. Infelizmente para Nelsinho, o desempenho de hoje de Grosjean poderá desprestigia-lo ainda mais. Correndo em casa, Alonso fez um brilhareco na sexta, mas com o carro que tem, dificilmente fará algo a mais do que correr mais do que o próprio carro! Por isso que ele sonha tanto com o vermelho. A Toro Rosso continua evoluindo desde que recebeu o novo carro e Buemi ficou no Q2, algo raro pouco tempo atrás, enquanto Alguersuari laragará na frente de alguém pela primeira vez na sua curtíssima carreira na F1. O desempenho da Force India nos treinos livres foi surpreendente, mas se não andou no mesmo ritmo na Classificação, pelo menos a equipe hindu esteve longe de fechar o grid, com Sutil indo para o Q2 novamente.
Com o forte calor que fez em Valencia, uma corrida mais parecida com Cingapura poderá ser mais possível, com acidentes, saídas de pista (houve várias hoje) e alguma emoção. Ano passado, com clima agradável, Valencia proporcionou a pior corrida do ano, mas o equilíbrio desse ano poderá virar isso. Hamilton terá Kovalainen como escudo contra os outros, enquanto Barrichello, se não errar, poderá superar Button amanhã, incomodando os prateados, que dominaram hoje e tem tudo para fazer o mesmo domingo.
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
História: 25 anos do Grande Prêmio da Áustria de 1984
A F1 chegou a Österreichring para o Grande Prêmio da Áustria de 1984 já pensando em 1985. As belas atuações de Ayrton Senna tinha impressionados a todos e ninguém estava surpreso em ver várias equipes atrás dos serviços do piloto brasileiro, mesmo que Senna ainda tivesse um contrato com a Toleman até o final de 1985. Enquanto isso, um jovem austríaco, com a ajuda da BMW, levou patrocínio a ATS para que a equipe germânica pudesse se expandir a um segundo carro. Gerhard Berger faria sua estréia na F1 em casa, competindo num circuito que conhecia bem, apesar do péssimo carro que tinha em mãos.
A essa altura do campeonato todos sabiam que um dos pilotos da McLaren venceria o campeonato de pilotos e o primeiro dia de treinos confirmou o domínio dos carros vermelhos e branco, com Prost e Lauda dominando a primeira fila. No sábado, o tempo de 1:26.715 de Lauda parecia imbatível, mas Nelson Piquet saiu cedo a pista e marcou o incrível tempo de 1:26.490. Para piorar as coisas para os pupilos de Ron Dennis, Prost teve o motor quebrado no início da segunda Classificação, Lauda passou a ter problemas com a traseira do seu carro, De Cesaris havia encharcado a pista de óleo com seu motor quebrado e Piquet melhorou seu tempo mais ainda. Conta a lenda que o brasileiro havia pedido a Gordon Murray para tirar as três primeiras marchas do seu carro, já que o circuito localizado em Zeltweg era de altíssima velocidade e pouco se usava as marchas mais baixas. Com a perda de peso, Piquet acabou conquistando a pole, mas Gordon Murray, intrigado, perguntou a Nelson como conseguiria arrancar no Brabham de quarta marcha. “Eu testei no meu carro hoje de manhã”, respondeu o irreverente brasileiro.
A essa altura do campeonato todos sabiam que um dos pilotos da McLaren venceria o campeonato de pilotos e o primeiro dia de treinos confirmou o domínio dos carros vermelhos e branco, com Prost e Lauda dominando a primeira fila. No sábado, o tempo de 1:26.715 de Lauda parecia imbatível, mas Nelson Piquet saiu cedo a pista e marcou o incrível tempo de 1:26.490. Para piorar as coisas para os pupilos de Ron Dennis, Prost teve o motor quebrado no início da segunda Classificação, Lauda passou a ter problemas com a traseira do seu carro, De Cesaris havia encharcado a pista de óleo com seu motor quebrado e Piquet melhorou seu tempo mais ainda. Conta a lenda que o brasileiro havia pedido a Gordon Murray para tirar as três primeiras marchas do seu carro, já que o circuito localizado em Zeltweg era de altíssima velocidade e pouco se usava as marchas mais baixas. Com a perda de peso, Piquet acabou conquistando a pole, mas Gordon Murray, intrigado, perguntou a Nelson como conseguiria arrancar no Brabham de quarta marcha. “Eu testei no meu carro hoje de manhã”, respondeu o irreverente brasileiro.
Grid:
1) Piquet (Brabham) – 1:26.173
2) Prost (McLaren) – 1:26.203
3) De Angelis (Lótus) – 1:26.318
4) Lauda (McLaren) – 1:26.715
5) Tambay (Renault) – 1:26.748
6) Warwick (Renault) – 1:27.123
7) Fabi (Brabham) – 1:27.201
8) Mansell (Lótus) – 1:27.558
9) Rosberg (Williams) – 1:28.760
10) Senna (Toleman) – 1:29.200
Durante toda a sua carreira, Niki Lauda nunca havia conquistado uma vitória em casa, apesar de sempre ter andado bem em Zeltweg. Como estava em ótima fase, 90.000 torcedores se deslocaram para a pista austríaca, onde veriam um fato histórico. Com a não-classificação dos carros da Tyrrell, pela primeira vez desde 1967 uma corrida de F1 não teria a presença de um motor Ford Cosworth, além de todos os carros teriam um motor turbo. Desde a primeira corrida na Áustria, a largada sempre foi um problema, com os carros percorrendo em alta velocidade uma reta estreita para chegar à primeira curva. Em 1984 não foi diferente. De Angelis teve o seu motor apagado e o sistema de largada falhou, causando uma grande confusão, com o sinal acendendo várias luzes ao mesmo tempo. Por sorte não houve acidente, mas a corrida foi interrompida. “As luzes ficaram vermelhas, verdes, amarelas e vermelhas”, explicou Lauda sobre a confusão.
1) Piquet (Brabham) – 1:26.173
2) Prost (McLaren) – 1:26.203
3) De Angelis (Lótus) – 1:26.318
4) Lauda (McLaren) – 1:26.715
5) Tambay (Renault) – 1:26.748
6) Warwick (Renault) – 1:27.123
7) Fabi (Brabham) – 1:27.201
8) Mansell (Lótus) – 1:27.558
9) Rosberg (Williams) – 1:28.760
10) Senna (Toleman) – 1:29.200
Durante toda a sua carreira, Niki Lauda nunca havia conquistado uma vitória em casa, apesar de sempre ter andado bem em Zeltweg. Como estava em ótima fase, 90.000 torcedores se deslocaram para a pista austríaca, onde veriam um fato histórico. Com a não-classificação dos carros da Tyrrell, pela primeira vez desde 1967 uma corrida de F1 não teria a presença de um motor Ford Cosworth, além de todos os carros teriam um motor turbo. Desde a primeira corrida na Áustria, a largada sempre foi um problema, com os carros percorrendo em alta velocidade uma reta estreita para chegar à primeira curva. Em 1984 não foi diferente. De Angelis teve o seu motor apagado e o sistema de largada falhou, causando uma grande confusão, com o sinal acendendo várias luzes ao mesmo tempo. Por sorte não houve acidente, mas a corrida foi interrompida. “As luzes ficaram vermelhas, verdes, amarelas e vermelhas”, explicou Lauda sobre a confusão.
Depois de meia hora a largada foi dada e não houve problemas desta vez, com Prost saindo mais forte, mas Piquet usou a potência do motor BMW e contornou a curva 1 em primeiro. Tambay subia para terceiro, enquanto Lauda caía para sexto. Não demorou a o austríaco subiu rapidamente de posições, subindo para quarto em três voltas. Logo ficou claro que Prost não descansaria até chegar a liderança, começando a pressionar Piquet, mas na sexta volta um problema de câmbio o fez diminuir o seu ritmo. Prost passou a dar um show de pilotagem, pois o seletor de marchas estava com problemas e o francês não tinha as marchas entrando corretamente. Para manter seu carro na marcha que ele queria, Prost foi forçado a usar uma mão para manter a marcha engatada, enquanto negociava as curvas apenas com a mão esquerda!
Lauda ultrapassa Tambay na nona volta e partia para cima de um problemático Prost e um cauteloso Piquet. Na volta 20, os líderes tinha estabilizando as diferenças entre si, com Prost não dando sinais dos problemas que estava enfrentando, ficando bem próximo de Piquet, com Lauda 3s atrás. Elio de Angelis estava fazendo uma boa corrida após uma má largada e estava em quarto, mas na volta 28 o motor do seu Lotus quebrou, encharcando de óleo a rápida curva Rindt. Quando os três primeiros se aproximaram da Rindt-Kurve, Piquet escorregou forte, mas com os problemas de câmbio que tinha, Prost acabou rodando e batendo de leve no guard-rail. A multidão gostou do abandono de Prost, já que Lauda assumia a segunda posição e se aproximava de Piquet, com os dois campeões mundiais começando a brigar pela liderança.
Os dois faziam uma corrida a parte e quando Piquet se aproximou para colocar uma volta na Ferrari de Alboreto na freada da Curva 1, o brasileiro não negociou muito bem com o ferrarista e isso foi a chance que Lauda precisava. O austríaco colocou por dentro e passou Piquet, que passou a ter problemas para se manter perto da McLaren, já que seus pneus Michelin passaram a ter bolhas. A vida parecia bela para Lauda, mas a corrida seria um drama até o final.
Duas voltas após ultrapassar Piquet, Lauda sente um estalo vindo da caixa de câmbio e pensando que a transmissão tinha quebrado, Lauda chegou a levantar seu braço, sinalizando que iria abandonar, mas o austríaco achou uma marcha, a quarta, e conseguiu ir até o fim dessa maneira. A sorte de Lauda era que Zeltweg, como Piquet mostrou no dia anterior, era bem amigável com a quarta marcha e mesmo perdendo muito ritmo, Lauda recebeu a bandeirada 22s à frente de Piquet, que sofria com seus pneus. Foi uma corrida de sobreviventes, tanto que Alboreto, que decidiu a corrida ao levar uma volta, chegou em terceiro. Lauda assumia a liderança do campeonato com sua comemorada primeira vitória em casa e mesmo com a boa corrida de Piquet na Áustria, o principal adversário de Lauda estava ao seu lado nos boxes da McLaren.
Chegada:
1) Lauda
2) Piquet
3) Alboreto
4) Fabi
5) Boutsen
6) Surer
Lauda ultrapassa Tambay na nona volta e partia para cima de um problemático Prost e um cauteloso Piquet. Na volta 20, os líderes tinha estabilizando as diferenças entre si, com Prost não dando sinais dos problemas que estava enfrentando, ficando bem próximo de Piquet, com Lauda 3s atrás. Elio de Angelis estava fazendo uma boa corrida após uma má largada e estava em quarto, mas na volta 28 o motor do seu Lotus quebrou, encharcando de óleo a rápida curva Rindt. Quando os três primeiros se aproximaram da Rindt-Kurve, Piquet escorregou forte, mas com os problemas de câmbio que tinha, Prost acabou rodando e batendo de leve no guard-rail. A multidão gostou do abandono de Prost, já que Lauda assumia a segunda posição e se aproximava de Piquet, com os dois campeões mundiais começando a brigar pela liderança.
Os dois faziam uma corrida a parte e quando Piquet se aproximou para colocar uma volta na Ferrari de Alboreto na freada da Curva 1, o brasileiro não negociou muito bem com o ferrarista e isso foi a chance que Lauda precisava. O austríaco colocou por dentro e passou Piquet, que passou a ter problemas para se manter perto da McLaren, já que seus pneus Michelin passaram a ter bolhas. A vida parecia bela para Lauda, mas a corrida seria um drama até o final.
Duas voltas após ultrapassar Piquet, Lauda sente um estalo vindo da caixa de câmbio e pensando que a transmissão tinha quebrado, Lauda chegou a levantar seu braço, sinalizando que iria abandonar, mas o austríaco achou uma marcha, a quarta, e conseguiu ir até o fim dessa maneira. A sorte de Lauda era que Zeltweg, como Piquet mostrou no dia anterior, era bem amigável com a quarta marcha e mesmo perdendo muito ritmo, Lauda recebeu a bandeirada 22s à frente de Piquet, que sofria com seus pneus. Foi uma corrida de sobreviventes, tanto que Alboreto, que decidiu a corrida ao levar uma volta, chegou em terceiro. Lauda assumia a liderança do campeonato com sua comemorada primeira vitória em casa e mesmo com a boa corrida de Piquet na Áustria, o principal adversário de Lauda estava ao seu lado nos boxes da McLaren.
Chegada:
1) Lauda
2) Piquet
3) Alboreto
4) Fabi
5) Boutsen
6) Surer