Largar mal. Ser tocado por trás por um piloto destrambelhado algumas curvas mais tarde. Cair para último. Ter o carro danificado. Chuva. Para de chover. O rádio quebra. O kers para de funcionar. A chuva volta. A equipe não o espera para um necessário pit-stop. Tudo isso aconteceu em menos de uma hora com Sebastian Vettel na corrida mais importante de sua carreira e mesmo assim, o alemão da Red Bull não se acanhou e nunca desistiu de procurar seu objetivo quando chegou à São Paulo: ser tricampeão. Vettel teve todos os azares possíveis e imagináveis que um piloto que disputa o título em uma última corrida poderia ter, mas mostrando que é mesmo feito de estirpe diferente, Sebastian conseguiu superar tudo isso para se entrar de uma vez por todas na história da F1. E em 2013, o tetra não está fora de cogitação...
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
Figurão(BRA): Bruno Senna
Por muito pouco Bruno Senna entrou na história da F1 pelas portas dos fundos, quase influenciando de forma decisiva a épica luta pelo título de 2012 entre Fernando Alonso e Sebastian Vettel. Largando na frente de sua torcida, que tanto idolatrou seu tio, Bruno largou, como sempre, no meio do pelotão e após uma primeira curva sem grandes sustos, se viu numa disputa ferrenha contra a Force India de Paul di Resta. Com freios frios, tanque cheio e uma pista levemente escorregadia, Bruno freou o mais tarde possível por dentro do escocês. E bateu em cheio na lateral da Red Bull de Sebastian Vettel! Mesmo com sérios danos em seu carro, Vettel conseguiu retornar à pista e após uma recuperação dramática, conseguiu seu terceiro título mundial seguido. Enquanto isso, Bruno e Sérgio Pérez, que pegou a sobra do incidente, voltava aos boxes cabisbaixo e deve ter torcido como nunca para que sua besteira não influenciasse decisivamente a briga pelo título. Este incidente piorou um pouco mais sua já delicada situação na F1 para 2013. O fato de estar no meio do pelotão indica um fato que marcou toda a temporada de Bruno Senna: más classificações. O piloto da Williams foi goleado por Pastor Maldonado e largando no meio do bolo, a chance de se enroscar com alguém é enorme e isso aconteceu várias, fazendo com que a Williams, que fez um bom carro após anos, perdesse vários pontos. Bruno teve a incrível marca de três chances na F1 e não se sobressaiu em nenhuma delas, conseguindo alguns brilharecos e várias desculpas para seus resultados apenas medianos. Com Vettel, campeão, Bruno escapou de ser o vilão do dia em Interlagos.
domingo, 25 de novembro de 2012
Palco perfeito
Bernie Ecclestone é um homem de negócios as vezes não muito claros e lógicos à primeira vista, mas o inglês deveria, não importando com os possíveis prejuízos e o desconforto, deixar Interlagos para sempre como a corrida final da temporada da F1, pois dificilmente uma pista e um local proporcionará finais de campeonato tão arrepiantes quanto o velho Autódromo José Carlos Pace. Nelson Piquet, em 35 anos de F1, disse que hoje foi a corrida mais 'excitante' que ele já viu e não duvido muito da escolha do tricampeão. Hoje teve de tudo. Se em 2008 o final de campeonato teve emoção no início e no final da prova (com as pancadas de chuva que se abateram em Interlagos quatro anos atrás), hoje houve tensão, emoção e dramaticidade em todas as 71 voltas da corrida de hoje, outra que entrou na história não apenas desta histórica temporada de 2012, como também da F1.
Ver Sebastian Vettel se sagrar tricampeão mundial ao final das quase duas horas de corrida era um resultado altamente esperado para quem chegou à São Paulo com treze pontos de vantagem sobre Alonso e com a Ferrari do espanhol claramente inferior a Red Bull de Vettel. Porém, por tudo o que aconteceu hoje, Sebastian não esquecerá esse título e a forma como ele conquistou. Na curva quatro da primeira volta, tudo parecia acabado para Vettel. Um toque de um destrambelhado Bruno Senna fez que o Red Bull de Vettel ficasse avariado e caísse para último. Além dos rombos na carenagem, estava claro o amassado no escapamento do carro de Vettel. Será que ele se recuperaria? Será que ele chegava? Vettel respondeu a essa pergunta com uma corrida magnífica em que apareceu na sexta posição em pouquíssimas voltas. A chuva, que sempre se fez presente em diferentes intensidades, fez da corrida um drama sem fim para os envolvidos no título. Vettel e Alonso escorregaram, saíram da pista e passaram por todos os apuros imaginados para quem lutava pelo título na última corrida. Para terminar, a Red Bull inexplicavelmente chamou Vettel para um segundo pit-stop. Nesse momento, todos corriam com pneus slicks, mas a garoa tradicional paulistana aumentava. E se transformou em chuva, fazendo com que Vettel, que fazia uma corrida tranquila, voltar aos boxes e passou a atacar. Naquele momento, o campeonato caía no colo de Alonso. Mas Vettel ultrapassou Kobayashi de forma agressiva e depois passou Schumacher quando o heptacampeão sofria com seu péssimo Mercedes. Foi o suficiente. Mesmo com pedaços do seu carro voando ainda pelo incidente na primeira volta, Vettel era o mais rápido nas últimas voltas. Os que clamavam por chuva para ajudar Alonso devem ter se esquecido o quão bom Vettel é na chuva, vide sua primeira vitória numa encharcada Monza cinco anos atrás com um modesto Toro Rosso. Sebastian se igualou a Michael Schumacher e Juan Manuel Fangio ao ser tricampeão seguido. Ele tem o melhor carro? Ninguém tem duvida disso, mas fica a pergunta: se você fosse chefe de equipe tivesse o melhor carro possível, você não gostaria de ter o melhor piloto possível? Assim é a Red Bull, que tem em Sebastian Vettel a certeza de que as criações espetaculares de Adryan Newey brigarão sempre na frente. E normalmente consegue a vitória.
A faixa da Ferrari "FER, você é o nosso número 1" mostra o quanto a equipe italiana sabe do gênio que tem em mãos. O fato de Alonso conseguir levar o título até a corrida final e perder por apenas três pontos, num sistema de pontuação em que os dez primeiros marcam e o vencedor ganha 25 pontos, demonstra bem que esse espanhol fez em 2012. Sendo bastante polêmico, mesmo sem o título, acho, sim, que Alonso fez mais esse ano do que Senna fez em 1993. A Ferrari não tinha condições de brigar pelo título e isso estava claro desde o início do ano, mas Alonso teimava em fazer corridas espetaculares ao longo desta temporada. Vencia quando ninguém esperava e sempre agarrava todas as oportunidades que surgiam. E assim levou a decisão do campeonato até o final, quase conseguindo o sonhado tricampeonato. Assim como em todas as corridas deste ano, Alonso teve que andar mais do que o carro e fazer das tripas, coração, para permanecer vivo na briga. Não deu. O segundo lugar, depois de largar em sétimo, era o máximo possível hoje para o espanhol, que sai cada vez mais forte, mesmo acumulando fracassos desde seu último título em 2006. E quem saiu forte também foi Felipe Massa. O brasileiro utilizou muito bem seu belo retrospecto em Interlagos para superar Alonso em todo o final de semana e mesmo parando na hora errada, conseguiu um emocionante pódio onde chorou copiosamente, repetindo o gesto de 2008. Esse pode ser um recomeço para Massa e 2013 inteiro tenha mais a cara da segunda metade de 2012, onde Felipe foi um piloto forte o tempo todo.
Porém, os protagonistas na disputa pelo título de 2012 estiveram longe da luta pela vitória em Interlagos e como sempre acontece quando uma corrida fica difícil e cheia de alternativas, Jenson Button se mostrou forte e venceu mais uma vez em 2012, tendo a honra de ter vencido a primeira e a última prova deste ano. O inglês andou próximo de Hamilton nas primeiras voltas e ultrapassou seu companheiro de equipe quando teve oportunidade. Button chegou a cair para terceiro, mas se beneficiou do toque entre Hamilton e um espetacular Nico Hülkenberg para então administrar a corrida até o fim. Mesmo não sendo tão espetacular quanto Hamilton, Jenson Button é extremamente eficiente e isso fica provado na pontuação, onde chegou apenas quatro pontos atrás de Hamilton. Porém, Lewis merecia uma despedida melhor na McLaren. O inglês lutou a prova toda pela vitória, mas acabou vítima involuntária de uma escorregada de Hulkenberg quando era ultrapassado pelo alemão e terminou a corrida numa situação que lhe foi bastante familiar este ano, com o carro arrebentado. Algumas corridas atrás Galvão Bueno disse que Hulkenberg era um piloto apenas 'comum' e que não tinha condições de substituir Massa na Ferrari. Muito provavelmente Nico não sabe dessa história, mas se soubesse deve ter dado uma resposta ao narrador global com uma atuação magnifica em Interlagos, uma pista em que o alemão parece se dar maravilhosamente bem. Com pista úmida, Hulkenberg foi sensacional e após ultrapassar Alonso, partiu para cima das duas McLarens, assumindo a primeira posição quando deixou Button para trás quando os dois se mantiveram corajosamente na pista com pneus slicks, mesmo com uma neblina persistente. Quando o safety-car foi a pista devido aos vários detritos na pista, Hülkenberg viu sua vantagem sobre o terceiro colocado se evaporar, mas nem assim o alemão se sentiu pressionado pelas duas McLarens. Seu erro quando ultrapassava Hamilton de volta na briga pela primeira posição se deu unicamente pela pista que ficava cada vez mais molhada e a punição foi altamente questionada, mas Hulkenberg, com pleno apoio de sua equipe, no qual se despediu hoje, ainda conseguiu um bom quinto lugar. Mas pelo o que fez hoje, Hulkenberg merecia, no mínimo, um pódio.
Com tantas intempéries, muita gente se sobressaiu e outros deixaram a desejar. Mark Webber chegou à frente de Vettel, mas nem de longe teve uma atuação digna de nota e por isso deverá ser, novamente, segundo piloto da Red Bull em 2013. Michael Schumacher se despediu dignamente em um carro terrível e foi o primeiro a cumprimentar Vettel quando saíram dos carros. Schummy deve saber que o cetro do automobilismo alemão está em ótimas mãos e que pode curtir a família tranquilamente. Kobayashi, outro que pode estar se despedindo da F1, fez uma corrida muito boa, onde correu próximo de Alonso e Vettel sem fazer nenhuma loucura, mas sua rodada nas voltas finais mostram bem o porquê Pérez, um piloto mais consistente, ter sido contratado pela McLaren e, mesmo com seu estilo espetacular, Koba está praticamente fora da F1. Os pilotos da Toro Rosso chegaram a andar nos pontos, mas apanas Ricciardo pontuou. Williams e Lotus tiveram corridas para esquecer, com Bruno Senna quase definindo o Mundial na primeira volta ao bater em Vettel e levar Sérgio Pérez no processo. Maldonado abandonou em um acidente na Curva do Sol que a TV não mostrou, enquanto Grosjean foi a primeira vítima da pista molhada. Raikkonen foi protagonista da cena mais curiosa dos últimos tempos da F1. Após sair da pista, Kimi tentou um atalho e acabou entrando numa zona sem saída! Di Resta causou o acidente que trouxe o safety-car que definiu o tricampeonato para Vettel e mesmo estando nos pontos, o escocês esteve longe de brilhar quanto seu companheiro de equipe na Force India. Nico Rosberg teve um pneu furado e por isso fez com que o safety-car entrasse pela primeira vez por causa dos detritos, mas o alemão teve outra corrida para esquecer. Mais atrás, de forma discreta, mas altamente dramática, Caterham e Marussia brigavam para saber quem era a melhor das nanicas. A Caterham necessitava quase de um milagre para superar a Marussia na luta pela décima posição no Mundial de Construtores, pois ela teria que chegar em 12º. Porém, numa corrida maluca, Vitaly Petrov fez ainda mais mais e conseguiu um 11º lugar, com Charles Pic, da Marussia, apenas 3s atrás! Foi de perder o fôlego e a Caterham conseguiu alguns milhões de dólares por muito pouco, enquanto a Marussia perdeu por apenas 3s...
E assim terminou uma das melhores temporadas da história da F1. Muita gente não consegue curtir a história passar pelos seus olhos e fica apenas lembrando de outras temporadas, particularmente nos anos 70 e 80, e só enxergam os pontos negativos de 2012, como se naquela época também não tivesse aberrações de regulamento ou carros e/ou pilotos ruins. Digo sem medo de ser feliz que 2012 foi a melhor temporada que já assisti e uma das melhores da história. Foram oito pilotos diferentes ganhando, corridas inesquecíveis (incluindo, logicamente, a de hoje), exibições de gala de pilotos consagrados como Lewis Hamilton, Jenson Button e Kimi Raikkonen, jovens pilotos se sobressaindo como Sérgio Pérez, Romain Grosjean (apesar dos pesares...) e Nico Hülkenberg, outros pilotos dando a volta por cima (Felipe Massa), a despedida definitiva de Michael Schumacher e várias equipes vencendo Que vimos também dois monstros se digladiarem até o último momento. Sebastian Vettel e Fernando Alonso mereciam ganhar, mas no esporte, só um vence. E venceu Vettel. Parabéns a ele, pois!
sábado, 24 de novembro de 2012
Sentimentos misturados
Quarto e oitavo lugar. Com certeza essas posições não estavam previstas para Vettel (4º) e Alonso (8º) para o grid de amanhã, na etapa decisiva do ano. A cara de preocupação de ambos demonstraram que os dois candidatos ao tricampeonato esperavam mais do seu próprio desempenho. Vettel esperava largar na pole ou na primeira fila, posição dominada pela McLaren, com o agravante de Webber ter resolvido andar e ficar em terceiro. Já Alonso esperava ficar logo atrás de McLaren e Red Bull, equipes que vem dominando nos últimos tempos, mas assim como Vettel, o espanhol viu o companheiro de equipe ficar com o lugar desejado e ainda ficou mais atrás.
O começo do treino deu uma amostra do que pode ser dramático a corrida de amanhã. Uma chuva molhou algumas partes de Interlagos, particularmente na curva do Largo e no Café, mas os pilotos andaram o tempo todo com pneus slicks, mesmo com algumas escapadelas e um ritmo lento que foi melhorando na medida em que a pista secava. Grosjean ficou pelo caminho no Q1 graças a mais uma presepada sua. É impressionante o quanto o piloto da Lotus se mete em problemas! Enquanto Schumacher acabava seu último classificatório num decepcionante Q2, as equipes se preparavam para o Q3 já com sol forte. E a McLaren dominou como havia feito na sexta-feria, com Hamilton se tornando o piloto com o maior número de poles em 2012 e tendo uma boa despedida da McLaren, enquanto Button ficou milésimos de segundo atrás. O desempenho da McLaren mostra bem que, se não fosse a inconstância da equipe durante a temporada, Hamilton estaria na briga pelo título. Na segunda fila, tudo Red Bull, mas com Webber á frente de Vettel. Surpresa. Mais atrás, Alonso sofria com sua Ferrari e Massa fazia uma ótima classificação, mais uma vez à frente do espanhol. Porém, vamos relevar o exagero do Galvão quando ele disse que Massa foi mais rápido do que Alonso em TODO O SEGUNDO SEMESTRE. Menos Galvão, muito menos...
E amanhã há expectativa de chuva. Interlagos não tem uma pista larga e a reta dos boxes é cercada de muros. Com chuva, a chance de uma largada confusa é enorme, fora alguns detalhes que podem passar, mas que podem decidir se acontecer. Massa largará logo atrás de Vettel e como vimos em Austin, a Ferrari está tentando qualquer tipo de coisa para dar o título a Alonso. Um acidente premeditado? Isso se Webber não deixar Vettel passar logo no começo da prova... Uma corrida cheio de alternativas e com possibilidade de chuva para amanhã, algo que Alonso torce, pois sua Ferrari não é páreo à Red Bull de Vettel. Amanhã, mais um recorde de Ayrton Senna cai (tricampeão mais jovem da história da F1). Só nos resta saber quem o quebrará!
terça-feira, 20 de novembro de 2012
Well done, Brad
A Nascar Sprint Cup vinha de um domínio nos últimos anos de pilotos da Chevrolet. Mais especificamente, de Tony Stewart e Jimme Johnson, vencedores de todos os títulos desde 2005. Porém, justo no seu ano de despedida da Nascar, a Dodge mudou esse quadro graças ao talento de Brad Keselowski e da gestão de Roger Penske, multi-campeão na Indy, mas tendo conquistado seu primeiro título na Nascar em 2012.
Brad já não é nenhum garotinho e seu talento demorou um pouco a desabrochar, talvez por não vir de uma família rica, que optou por ele ao invés do seu irmão Brian Keselowski por questões unicamente monetárias. Brad começou a aparecer forte no mundo da Nascar em 2008, quando começou a se sobressair em equipes menores da Nationwide Series (espécie de 2º divisão da Nascar) e chamou a atenção de Rick Hendrick, dono da equipe mais vitoriosa da Nascar nos últimos anos. Porém, quando o carro de número 5 ficou vago na Hendrick na categoria principal, de forma inexplicável o veteraníssimo Mark Martin foi contratado em 2010, quando a lógico indicava Keselowski, um dos melhores da Nationwide Series e pronto para subir com força na Sprint Cup. Magoado, Keselowski foi para a Penske, uma das equipes mais tradicionais do mundo, mas sem tanta força na Nascar. Porém, o casamento entre Brad e Penske foi perfeito a ponto do piloto ter superado em seu primeiro ano completo na Nascar Sprint Cup seu companheiro de equipe, o campeão na Sprint de 2004 Kurt Bush.
As primeiras vitórias não tardaram a aparecer e este ano Brad Keselowski, juntamente com seu chefe de mecânicos Paul Wolfe, foram consistentes em todas as 36 etapas do campeonato. Carismático fora das pistas, a dupla do carro azul da Penske se caracterizaram por estratégias ousadas durante as provas e não raro Keselowski venceu poupando combustível. Brad raramente largava nas primeiras posições, escolhendo acertar seu Dodge para as corridas. Mesmo a Penske sendo uma potência na Indy, o time ainda não havia brigado pelo título na Nascar e muitos acreditavam que Brad e o time sucumbiriam frente a força e a experiência de Jimmie Johnson, que corria atrás do seu sexto título, e da Hendrick, com mais de dez títulos conquistados na Nascar. Porém, quem sucumbiu à pressão foi justamente Johnson. Em Phoenix, penúltima etapa do ano, um problema nas voltas finais fez com que Johnson perdesse a liderança e chegasse a última prova em Homestead com 20 pontos de desvantagem. Usando algumas de suas estratégias arriscadas, Keselowski chegou a ter seu título ameaçado ao andar no pelotão intermediário após largar na pole, mas no último pit-stop, o então líder Johnson viu sua equipe errar ao não apertar todas as porcas. Punido, Johnson corria para o tudo ou nada, mas nem deu para ver no que daria, com a quebra do câmbio do seu Chevrolet Impala poucas voltas depois.
Brad Keselowski correu tranquilo nas últimas voltas a ponto de terminar num obscuro 15º lugar. Mas era mais do que o suficiente para conquistar o título. Com 28 anos de idade, Brad Keselowski entrou para o olimpo da Nascar mais cedo do que rivais mais badalados de sua geração, como Kyle Bush, Denny Hamlin ou Joey Logano, mas pode estar iniciando uma nova era da Nascar, onde os garotos podem estar derrotando os velhos lobos.
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
Figura(EUA): Red Bull
Quando a Red Bull surgiu das cinzas da antiga equipe Jaguar, em 2005, parecia ser mais uma excentricidade do dono da marca de energéticos, o austríaco Dietrich Mateschitz. Afinal, por que a Red Bull queria ter uma equipe de F1? Ainda mais com a categoria dominada pelas montadoras. O começo, como não poderia deixar de ser, foi lento, com a Red Bull frequentando as mesmas posições de sua antecessora, mas a contratação de Adryan Newey no final de 2006 mostrava que a Red Bull era mais do que uma empresa que trazia a F1 o divertido 'Red Bulletin' e modelos bonitas ao paddock. Com a F1 consolidada e com poucas mudanças de regras, Newey esperou a FIA mudar o regulamento da água para o vinho no final de 2008 para construir seu primeiro 'RB' vencedor em 2009. Com um enorme celeiro de talentosos jovens pilotos a sua disposição, a Red Bull trouxe o alemão Sebastian Vettel para sua equipe em 2009 e os resultados não tardaram a aparecer. O furacão Brawn não fez a equipe ganhar nenhum mundial naquele ano, mas Vettel venceu várias corridas a ponto de ficar com o vice-campeonato. 'Fogo de palha', pensaram muitos. 'Foi um ano atípico', disseram outros. Se a Brawn foi mesmo um golpe de sorte, a Red Bull provou ao longo dos anos que entrou para fincar suas raízes na F1. Com a junção da genialidade de Newey e Vettel, mais a gestão inteligente de Christian Horner, tendo por trás Mateschitz e o consultor Helmut Marko, a Red Bull entrou num período de glórias poucas vistas na história da F1, com o tricampeonato no Mundial de Construtores conquistado de forma enfática neste domingo em Austin e um encaminhado tricampeonato de pilotos com Sebastian Vettel. Oito anos depois de ter comprado a falida Jaguar, hoje a Red Bull está em quinto lugar no ranking histórico das equipes da F1 e com uma dinastia digna das grandes equipes. Algo que a Red Bull orgulhosamente é hoje em dia!
Figurão(EUA): Mercedes
Vendo o que Lewis Hamilton fez em Austin e a situação atual de sua futura equipe, chega a dar dó do inglês como perspectiva para 2013. Mesmo com uma proposta milionária, dificilmente Hamilton aceitaria ir para uma equipe que não marca ponto há vários meses e que coloca dois pilotos de reconhecido talento em situações complicadas, como Nico Rosberg quase ficando pelo caminho logo no Q1. Michael Schumacher ainda fez um brilhareco, talvez seu último na F1, ao colocar seu carro no Q3, mas quando as cinco luzes vermelhas apagaram-se, todos puderam ver o verdadeiro desempenho da Mercedes, com o heptacampeão caindo de posição volta a volta de forma até vexatória. Com um carro que não faz mais diferença com seu motor potente e com apetite voraz por pneus (numa temporada em que a gestão dos pneus foi crucial), a Mercedes terá que repensar tudo para 2013, pois com Lewis Hamilton no seu plantel, ninguém poderá culpar os pilotos se a Mercedes fracassar novamente!
domingo, 18 de novembro de 2012
Para americano ver
Foram cinco anos, após passagem ligeira pelo templo de Indianápolis, longe da América. Mais do que a tradição automobilística americana, foi o potencial mercadológico dos Estados Unidos que fizeram com que a F1 fizesse um esforço descomunal para retornar para o norte do lado de cá do Atlântico num circuito novo em uma cidade com menos de um milhão de habitantes. Porém, Austin viu não apenas o público lotar por inteiro as arquibancadas, ao contrário do que ocorre na Coréia do Sul e China, por exemplo, e viu uma bela corrida hoje, mesmo que no Brasil tivemos que nos contentar com a narração down de Sérgio Maurício (que errou pacas) e Lito Cavalcanti. Contudo, Austin não viu em sua primeira corrida o campeonato ser decidido.
A preocupação com a temida primeira curva foi tal que não houve um incidente qualquer, afora alguns pilotos saindo da pista na espetacular sequencia de esses. Porém, como esperado, quem largou nas posições ímpares levaram vantagem e Hamilton caiu de segundo para terceiro, com Webber fazendo uma dobradinha da Red Bull e um possível domínio de Vettel, que estava em primeiro. Era o seu script. Porém, Hamilton queria deixar a McLaren ao final deste ano com pelo menos mais uma vitória e partiu para cima de Webber, o ultrapassando pouco tempo antes do australiano abandonar. Lewis se aproximou de Vettel e iniciou assim uma luta de gato e rato que caracterizou toda a corrida em Austin, com pegas de tirar o fôlego nas posições intermediárias. A diferença entre Vettel e Hamilton nunca foi superior a 1.5s e mesmo quando o inglês voltou à pista em posição difícil após sua parada, Lewis rapidamente encostou em Vettel. Era uma briga de altíssimo nível, com os dois campeões andando no limite e com dois carros diferentes, andando um ou dois décimos mais do que o outro. Estava na cara que a definição de alguma se daria na zona de acionamento da asa e no momento que Hamilton estivesse muito próximo, a ultrapassagem viria. E ela veio já no final da prova, quando Vettel perdeu marginalmente tempo para um retardatário e ficou a mercê de Hamilton, que ainda levou um susto quando o alemão da Red Bull fez uma manobra brusca e ambos quase tocaram rodas. Hamilton foi até o final da prova com Vettel igualmente 1.5s atrás, mostrando o equilíbrio desta disputa. O abraço afetuoso em Martin Whitmarsh significou o fim da parceria de treze anos de Hamilton e a McLaren e tende a ser danoso a ambos em 2013. O principal piloto da McLaren no próximo ano, Jenson Button, ficou quase um minuto atrás de Hamilton, enquanto Pérez não fez outra corrida boa como no meio da temporada. E olha que Button fez uma bela corrida, saindo de 12º para quinto numa corrida agressiva e usando muito bem os pneus, sua marca registrada. Já Hamilton enxerga uma Mercedes em declínio técnico acentuado. Provavelmente não apreciamos outro feito de Michael Schumacher em suas últimas largadas quando o alemão colocou seu carro em quinto no grid. A forma como a Mercedes perdeu rendimento a partir daí foi impressionante, com Schumacher finalizando em 15º, enquanto Nico Rosberg, que largou apenas em 17º, recebeu a bandeirada duas posições à frente do heptacampeão. Será triste ver o talento de Hamilton perdido na mediocridade atual da Mercedes em 2013.
Enquanto falava com sua equipe, após receber a bandeirada, Vettel disse que tinha feito o que pôde. E ele não mentiu. A McLaren parecia mais no chão do que a Red Bull e o alemão se esforçava para se manter à frente e, após ultrapassado, logo atrás de Hamilton. O campeonato não foi decidido em Austin, mas os treze pontos que Vettel carrega para Interlagos para a próxima semana tende a ser suficientes para que o alemão conquiste o título em uma corrida normal, vide o desempenho apagado da Ferrari, 40s atrás de McLaren e Red Bull. Alonso conseguiu uma largada espetacular ao pular de sétimo para quarto na freada da primeira curva e após o abandono de Webber, ficou com o lugar mais baixo do pódio. Chega a dar pena ver um Alonso impotente frente ao poderio de Vettel e a Red Bull, mas muita gente ficará com o espírito de 'bem-feito' para cima do espanhol e a Ferrari. Em outra manobra polêmica, a Ferrari deliberadamente arrancou o lacre do câmbio de Felipe Massa, que largava à frente de Alonso, para que o brasileiro perdesse cinco posições e Fernando ganhasse uma posição, com o bônus de largar do lado limpo da pista. Muita reclamação antes da corrida, principalmente nas redes sociais, mas muita gente não lembra de um pequeno detalhe: foi o mau desempenho de Massa ao longo da temporada que o colocou nessa situação incômoda. E como Alonso é melhor mesmo do que Massa, isso tende a se repetir outras vezes em 2013...
O começo da corrida foi de espetacular com várias brigas no pelotão intermediário. A Lotus ficou novamente à frente deste pelotão com Raikkonen e Grosjean ficando logo atrás de Red Bull, McLaren e Ferrari. Destaque para a boa corrida de recuperação de Grosjean, que rodou sozinho no início da prova, estragou seus pneus e foi o primeiro a fazer sua única parada. Mesmo com pneus mais gastos do que a maioria, se manteve como um dos mais rápidos a ponto de chegar bastante próximo de Raikkonen, que fez e levou bonitas ultrapassagens durante a corrida. A Force India começou muito bem com Nico Hülkenberg, mas o alemão foi perdendo rendimento na medida que seus pneus perdiam performance e o alemão caiu do ótimo quinto lugar para as últimas posições das zona de pontuação. No final da prova, porém, Hulkenberg teve que aguentar atrás de si as duas Williams, que vinham mais rápidas do que ele e o alemão da Force India segurou com garra o oitavo lugar. Bruno Senna passou a corrida inteira à frente de Maldonado e pressionava Hülkenberg, mas não foi eficaz o suficiente para tomar a posição do alemão e acabou tomando uma ultrapassagem agressiva de Maldonado no final. Isso prova bem por que Maldonado tende a ficar na Williams em 2013 e Bruno, não. Ricciardo esticou o máximo sua parada e chegou a ficar entre os seis primeiros, mas o australiano desapareceu quando fez seu pit-stop, enquanto Vergne foi o outro abandono com a suspensão quebrada após briga com as duas Mercedes. Se houve toque, a TV não mostrou. As pequenas fizeram o seu papel de sempre, sendo que a Marussia ficou à frente da Caterham em alguns momentos e deverá ficar com o sonhado décimo lugar no Mundial de Construtores.
Mostrando bem o valor dos Estados Unidos para a F1, a Pirelli preparou um chapéu texano no lugar dos tradicionais bonés no pódio. Vettel tinha um sorriso amarelo, pois ele deveria estar contando com o título no Texas, com Alonso apenas em sétimo no grid, mas o espanhol teima em se manter na briga pelo campeonato, mesmo com a Ferrari não o ajudando muito e o tricampeonato cada vez mais nas mãos de Vettel. A Red Bull não queria uma disputa pelo título em Interlagos pela aura da pista paulistana de corridas complicadas e clima inconstante. Alonso sabe disso e conta com uma corrida louca para ter chances de tirar a já considerável desvantagem que tem para Vettel semana que vem, pois sua Ferrari, hoje, não é páreo a Red Bull. A F1 está no Texas, mas para este campeonato imprevisível e espetacular (repito, o melhor que eu já vi!) dá para usar uma velha frase de Nevada: Façam suas apostas!
sábado, 17 de novembro de 2012
A um passo do paraíso
Em sua centésima corrida na F1, Sebastian Vettel tem chances de conquistar seu tricampeonato e se não o fizer em Austin, deverá deixar tudo bem encaminhado para sacramentar seu nome de vez na história da F1 em Interlagos. O alemão da Red Bull vem dominando com ampla vantagem até este momento o final de semana norte-americano e sua pole, mesmo com uma margem pequena em cima de Hamilton, deverá fazer com que Vettel faça sua corrida com marca registrada. Boa largada, voltas voadoras e administração rumo a bandeirada. Enquanto para Alonso, só resta uma sorte absurda amanhã.
A classificação mostrou algumas coisas interessantes no grid. Primeiro, Sebastian Vettel não tem apenas o melhor carro como único triunfo a seu favor. Mesmo a Red Bull tenho o melhor carro do grid, o alemão sofreu para ficar com a pole, enquanto seu companheiro de equipe ficou em terceiro, mas tomando meio segundo de Vettel. Sebastian é superior a Webber e isso ninguém duvida, mas creditar os triunfos de Vettel apenas ao carro projetado magistralmente por Adryan Newey é simplório demais. Outro fator interessante será ver o comportamento de Hamilton e a McLaren em 2013. O inglês é tão ou mais rápido do que Vettel (não significando melhor...) e ficou apenas um décimo atrás de Vettel, mas Hamilton está de malas prontas para a Mercedes, que quase viu Rosberg ficar pelo caminho no Q1. Já a McLaren viu Button ficar mais uma vez pelo Q2, enquanto Pérez segue sem brilhar pela Sauber desde que assinou com a McLaren. Essa separação Hamilton-McLaren deverá ser bastante danosa a ambos. Fernando Alonso está numa sinuca de bico incrível. Seu carro não rende e ponto de levar 1.6s de Vattel e o espanhol ainda ficou atrás de Massa, algo muito raro nos últimos tempos. Alonso deverá esperar unicamente pela sorte amanhã!
Um fato levantado por muita gente será a primeira curva amanhã. Numa subida íngreme e com formato estranho (muito largo no início, estreito no meio e extra-largo na saída), a primeira curva é bastante temida na primeira volta amanhã, ainda mais com Grosjean no meio do grid. Talvez com muito cuidado, nada aconteça amanhã. Mas Alonso esperar exatamente que algo aconteça para ter alguma chance de diminuir o prejuízo amanhã, pois Vettel está bastante próximo de conseguir seu terceiro título.
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
Bruxa solta
Vinte e quatro horas depois do acidente de um motociclista português, Macau fez Phillip Yau Wing-Choi como mais uma vítima do seu famoso circuito de rua. Correr de moto em circuito de rua é loucura para mim, ainda mais em mais em Macau e seu setores de altíssima velocidade. Para mim, bastava-se proibir corridas de moto lá, mas o acidente do piloto de Hong Kong foi algo a se pensar. Ao contrário do que ouvi por aí, Yau estava num Chevrolet Cruze, aparentemente o mesmo carro no qual a marca domina o WTCC há dois anos. Ou seja, não era um carrinho inseguro qualquer. A batida foi em alta velocidade, seca, de frente e bem no lado do motorista. Aparentemente não houve problemas de óleo na pista ou afins. Resumindo, para evitar acidentes parecidos com o de hoje, ou se muda a pista, ou não se corre de carros de turismo lá. Simples assim.
quinta-feira, 15 de novembro de 2012
Corrida de malucos
No motociclismo mundial, ainda existem duas corridas que nos remetem a correr a Targa Florio ou a Corrida Panamericana, inclusive com seus riscos e perigos: a Ilha de Man e o circuito de rua em Macau. É uma verdadeira loucura se correr em motos possantes nessas duas pistas, particularmente a primeira, que é de alta velocidades. Hoje, Macau e seus muros fez como vítima o português Luís Filipe de Sousa Carreira.
terça-feira, 13 de novembro de 2012
A despedida
Schumacher bem que poderia ter acabado sua carreira no já longuínquo final de temporada de 2006, quando fez uma corrida épica em Interlagos. Neste ano, provavelmente terminará sua gloriosa carreira andando no pelotão intermediário no mesmo Interlagos.
Sebastien Loeb foi mais prático. Com uma temporada arrasadora, como a maioria em que conquistou seus nove títulos, o francês anunciou sua aposentadoria para o final desta temporada e neste domingo, Loeb se despediu do WRC com mais uma vitória.
Uma lenda do esporte a motor!
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
E vamos quebrar tudo, vaaaamos, vaaaamos...
A musiquinha que tocava no Programa do Ratinho na famosa hora do DNA entrou para a história. Assim como entrou para a história ontem da Nascar o que Jeff Gordon e Clint Bowyer, com suas respectivas trupes, fizeram nos boxes de Phoenix. Para quem não sabe, a Nascar ficou muito popular no final da década de 70 quando uma briga entre dois pilotos ao final das 500 Milhas de Daytona foi passada para milhões de pessoas em suas casas, que se abrigavam em toda a costa leste por causa de um furacão. O furacão já passou, a popularidade já está consolidada, mas Gordon e Bowyer já entraram para a história da Nascar.
domingo, 11 de novembro de 2012
Final louco e normal
Daniel Pedrosa vencer, pela sétima vez neste ano, não é surpresa alguma. Resultado normal de um piloto que foi mais rápido em pista seca, nas poucas vezes em que a pista ficou assim no final de semana valenciano. Porém, a corrida em Valencia foi tudo, menos normal. As condições variáveis de clima fez da escolha de pneus uma loteria e permitiu a pilotos que normalmente lutam em posições intermediárias, ficassem na ponta da corrida, como a CRT de Aleix Espargaró.
Porém, após a corrida se assentar, Jorge Lorenzo e Daniel Pedrosa lideravam a corrida e querendo coroar seu bicampeonato, Lorenzo parecia que venceria, ainda mais após o erro de Pedrosa. Contudo, logo depois Lorenzo deu de cara com a lenta moto CRT de James Allison e acabou por perder o controle de sua Yamaha de forma espetacular, sofrendo um acidente forte, mas sem ferimentos a Lorenzo. Com isso, Pedrosa ficou sem rivais e colocou volta no sétimo colocado e superou o surpreendente Nakagami, substituto do machucado Ben Spies da Yamaha, por quase 40s, provavelmente a maior diferença em anos.
Pedrosa mostrou força em sua melhor temporada. Dani largou dos boxes após a indefinição de qual pneu largar e o espanhol rapidamente estava colado no líder Lorenzo, que largou com pneus slicks, mas no grid. A corrida foi recheada de acontecimentos, como a melancólica despedida de Valentino Rossi da Ducati e a melhor posição de uma motor CRT com o quinto lugar de Michele Pirro. Só que Casey Stoner roubou as atenções com um terceiro lugar depois de cair para 14º pela estratégia de sua equipe. O australiano fez uma prova agressiva e subiu ao pódio em sua última corrida pela MotoGP. Casey Stoner é rápido e tem um estilo bonito de se ver, mas não restam dúvidas que o agora ex-piloto da Honda é um chato de galocha, que passou o ano reclamando de tudo e de todos, criando um clima tão chato como ele na MotoGP. Dentro das pistas, Stoner fará falta. Já fora das pistas... vá pescar, como sua equipe mostrou a ele.
E 2013? Pedrosa e Lorenzo tendem a continuar a dominação exercida pelos espanhóis na segunda metade da temporada, principalmente com Honda e Yamaha andando tão forte como agora. Rossi terá que se reinventar para andar no ritmo de Lorenzo, enquanto Pedrosa terá que lhe dar com o monstro que é Marc Márquez, que hoje fez outra corrida épica na Moto2 ao sair do último lugar rumo a primeira posição. Só na primeira volta, foram 22 posições ganhas! Só espero que as corridas melhores, que hajam mais brigas e disputas por vitórias, algo que faltou e muito em 2012. Que venha 2013!
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
História: 20 anos do Grande Prêmio da Austrália de 1992
Até aquele momento, a F1 jamais havia visto uma combinação carro-piloto (Williams-Mansell) dominar de forma até mesmo obscena a categoria. O inglês já havia mostrado força na segunda metade de 1991 e mostrava que seria o favorito em 1992. E Mansell o fez de forma incontestável. Foram nove vitórias e doze poles no carro de outro planeta, apelido dado ao Williams FW14B por Ayrton Senna. Mansell era campeão desde agosto, mas quando soube que a Williams, influenciada pela Renault, iria trazer Alain Prost de volta para a F1 em 1993, resolveu picar a mula em direção a F-Indy. Impotente frente ao domínio da Williams, Senna chegou a se oferecer de graça para correr na equipe no qual testou pela primeira vez na F1 e vendo seu maior rival e inimigo fidagal indo para seu cockpit desejado ardorosamente, Senna pensou em abandonar a F1 naquele final de 1992. Em sua coluna à Revista Quatro Rodas, Ayrton disse que pensou em anunciar sua aposentadoria precoce em Adelaide, mas desistiu na última hora.
Se servia de consolo, a McLaren tirou um pouco da diferença enorme que a separava da Williams no final da temporada a ponto de Senna ter ficado ao lado de Mansell, que conquistou sua 13º pole, na primeira fila do GP da Austrália. Patrese, que havia vencido duas semanas antes em Suzuka, teve que se conformar com a terceira posição, ao lado de Berger, de passagem marcada de volta para a Ferrari na temporada seguinte. Schumacher fazia de sua primeira temporada completa um verdadeiro cartão de visitas, com o alemão da Benetton sendo regular o bastante de ficar à frente até mesmo de Senna no campeonato e ainda tendo conseguido sua primeira vitória na F1.
Grid:
1) Mansell(Williams) - 1:13.732
2) Senna(McLaren) - 1:14.202
3) Patrese(Williams) - 1:14.370
4) Berger(McLaren) - 1:15.114
5) Schumacher(Benetton) - 1:15.210
6) Alesi(Ferrari) - 1:16.091
7) De Cesaris(Tyrrell) - 1:16.440
8) Brundle(Benetton) - 1:16.562
9) Comas(Ligier) - 1:16.727
10) Hakkinen(Lotus) - 1:16.863
O dia 8 de novembro de 1992 estava nublado em Adelaide, mas não havia chances de ocorrer o dilúvio que interrompeu a corrida do ano anterior e fez do Grande Prêmio da Austrália de 1991 como a corrida mais curta da história da F1. Mesmo com a McLaren ligeiramente mais próximo da Williams, Senna sabia que a largada seria essencial para tentar roubar mais uma vitória de Mansell. O brasileiro tentou forçar a barra em cima de Mansell, sabedor da cabeça quente do inglês em casos de pressão extrema, mas Nigel conseguiu se manter na ponta. Senna ainda tentou a ultrapassagem sobre o inglês na freada no final da reta Brabham, mas o inglês se manteve na ponta, com Senna logo atrás. Mais atrás Pierluigi Martini, Olivier Grouillard e Michele Alboreto se envolveram num acidente na largada e acabaram fora da prova.
Ao contrário do que aconteceu ao longo de 1992, Mansell não disparou na frente, com Senna absolutamente no limite na perseguição a Williams. Patrese se mantinha em terceiro, mostrando o porquê foi deixado de lado pela Williams e estava de malas prontas para a Benetton em 1993. Schumacher havia largado melhor do que Berger e ficou à frente do austríaco, mas o piloto da McLaren daria o troco logo na terceira volta. Essa ultrapassagem seria decisiva mais tarde. Na sétima volta, Maurício Gugelmin sofria um forte acidente após perder os freios. O brasileiro da Jordan havia se envolvido na carambola da primeira volta em que Martini, Grouillard e Alboreto foram extirpados da corrida. À primeira vista, Gugelmin havia sofrido apenas um toque, mas o catarinense teve um cabo de freio cortado, que acabaria deixando-o sem freios justamente no final da reta Brabham. Este acidente marcou a despedida da F1 de Gugelmin na F1, ele que seguiria Mansell e se transferiria para a Indy em 1993.
Mansell era o líder da prova, com Senna surpreendentemente logo atrás. Senna mostrava sua habitual agressividade no trato com os retardatários, enquanto Mansell se mostrava mais relaxado e deixava perder um outro décimo para o rival. Então, quando os dois se aproximavam da última curva da volta 19, Mansell freou alguns metros mais cedo do que o normal. Aquilo deixou Senna sem ter muito o que fazer, apesar de que em todo acidente de transito, quem bate atrás tem culpa, tanto que o Esporte Espetacular fez uma montagem muito engraçada na época, mostrando uma imagem on-board do carro de Senna e na traseira do carro de Mansell, mostrava a velha placa 'Mantenha a Distância' dos caminhões. Quem não achou muita graça foi Mansell, que gesticulou bastante e saiu bastante chateado com Senna.
Como havia acontecido em Montreal, a corrida seria decidida pelos coadjuvantes das principais equipes de 1992, McLaren e Williams. Patrese assumiu a ponta da prova, com Berger e Schumacher logo atrás. O italiano era conhecido por estratégias agressivas de pits, onde tentava ao máximo parar menos do que os rivais. Mesmo tendo um Williams nas mãos, Patrese resolveu arriscar e tentar fazer a prova sem trocar pneus. Berger parou para fazer seu pit-stop único na volta 34, sendo seguido por Schumacher na volta seguinte. A diferença para Patrese ainda era confortável quando o motor Renault do italiano quebrou na volta 51. Parecia que Berger venceria fácil, mas Schumacher ainda tentou uma aproximação nas voltas finais e o alemão completou a corrida embutido na traseira da McLaren de Berger, que vencia pela primeira vez no ano em sua despedida da McLaren. Demonstrando o quanto Schumacher fazia com aquela Benetton em 1992, Brundle terminou a corrida no pódio. 54s atrás do alemão! Foi um final surpreendente de campeonato onde a equipe dominadora não viu a bandeirada e as principais estrelas de então ficaram de fora após um acidente bizonho. Porém, 1993 entraria para a história como uma das melhores temporadas já vistas...
Chegada:
1) Berger
2) Schumacher
3) Brundle
4) Alesi
5) Boutsen
6) Modena
terça-feira, 6 de novembro de 2012
Coitado do Mark Slade...
Esse é o nome do engenheiro de provas de Kimi Raikkonen, que quinzenalmente tem que lidar com a delicadeza do finlandês...
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
Figura(ABU): Sebastian Vettel
Todas as vitórias de Sebastian Vettel tem uma espécia de assinatura do alemão. Largando na pole, Vettel assumia a primeira posição na primeira curva e disparava na frente, administrando o resto da prova ao seu bel-prazer. Com o melhor carro nas mãos desde 2010, achava isso mais do que a obrigação de Seb, que vem escrevendo seu nome na história da F1 pela precocidade em tudo o que faz, mas sem nenhuma corrida para chamar atenção. Ontem, Vettel não venceu, mas finalmente nos mostrou uma corrida emocionante e que lhe colocou como um dos grandes da F1. Claro que Vettel teria preferido não ter passado tanto sufoco, começando pela desclassificação no sábado por causa de um simples erro de cálculo da Red Bull e da Renault, que deixou o carro de Vettel com menos combustível do que o permitido. Seria uma situação inédita, com o dominador alemão, vencedor das últimas quatro corridas, largando no final do pelotão. E Vettel não decepcionou, partindo para uma corrida antológica. Graças a acidentes e toques, Vettel se viu em 14º em apenas três voltas. Só que isso lhe causou uma asa dianteira quebrada e o alemão teve que ir aos boxes trocar a peça. Sem contar com o quase toque em Daniel Ricciardo, enquanto aqueciam os pneus. Novamente no final do pelotão, Vettel teria que remar tudo de novo. E o fez rapidamente como havia feito antes, com ultrapassagens agressivas como a de Grosjean e delicadas como as ultrapassagens duplas que fez nas equipes pequenas. Porém, era obrigação de Vettel passar pelas equipes nanicas e a Toro Rosso. Com times médios pela frente, Vettel mostraria do que era feito. E mostrou com mais ultrapassagens e no meio da corrida, estava num inacreditável segundo lugar. Então veio a sorte que sempre acompanha os campeões. Vettel trocou seus pneus pela segunda vez e então o personagem da coluna abaixo provocou a entrada do segundo safety-car e o alemão da Red Bull estava em quarto, colado nos líderes, mas com pneus novos e macios. Mas Abu Dhabi não permitia fáceis ultrapassagens e Jenson Button se segurava com a classe de sempre. Vendo Alonso diminuir sua vantagem, Vettel passou Button de forma magnifica nas voltas finais, levantando os mecânicos da Red Bull e todo o público presente em Yas Marina. O terceiro lugar largando dos boxes mostra que Vettel não é um piloto de uma nota só. Cada vez mais completo, Sebastian Vettel mostrou hoje que pertence aos grandes da F1 e ao lado de Fernando Alonso merece o tricampeonato. Pena que apenas um deles conseguirá isso esse ano.
Figurão(ABU): Mark Webber
Quando as cinco luzes vermelhas se apagam e é dada a largada, dezenas de personagens podem ter atuações históricas ou pífias. Por isso que dificilmente há repetições nessas colunas pós-GP, porém, não houve como não repetir os personagens. E nas duas colunas! Mark Webber até que vinha bem ao conseguir superar seu rápido companheiro de equipe na Classificação após longo e tenebroso inverno onde o australiano era superado inapelavelmente por Vettel. Porém, tudo começou a ir pelos ares na largada. Desde o ano passado Webber vem tendo problemas sérios em suas largadas, perdendo posições e como diz a Lei de Murphy, sempre em situações onde Webber poderia se sobressair. A perda de duas posições ainda antes da primeira curva deixou o piloto da Red Bull na alça de mira de Fernando Alonso. Com Vettel disputando o título deste ano com o espanhol, tudo o que a Red Bull mais sonhou era que Webber segurasse Alonso o máximo possível, mas o piloto da Ferrari deixou Webber para trás com certa facilidade, principalmente com o carro que tem em mãos. Porém, Webber tinha a chance de fazer seu nome e tentar superar Alonso durante a corrida, mas o australiano não foi minimamente capaz de superar Alonso e viu o espanhol ir embora. Quando este passou Maldonado, Webber cometeu a primeira de suas diabruras ao se envolver num toque com Maldonado. Tudo bem que o venezuelano mostrou ao longo de 2012 que não é muito confiável, particularmente em manobras de ultrapassagem, mas Maldonado não teve a menor culpa, pois Webber tentou uma ultrapassagem para lá de otimista em cima do venezuelano e Mark acabou sendo único prejudicado. Tentando a recuperação após sua rodada, foi para cima de Massa. No mesmo local e com a mesma tentativa, Webber acabou se tocando com o brasileiro, fazendo Felipe rodar após uma volta à pista atabalhoada, assustando Massa a ponto de faze-lo rodar. Com tantos problemas, Webber se viu na briga pelo quinto lugar, com Di Resta, Pérez e Grosjean se engalfinhando e Webber acabando por ser atingido pelo francês da Lotus, acabando sua corrida. Este foi o triste fim de corrida para Mark Webber, que tem o mesmo carro do personagem acima e mesmo assim não foi capaz de corridas como a de Vettel e mostra bem por que é segundo piloto da Red Bull e com o destino para 2014 praticamente traçado...
domingo, 4 de novembro de 2012
Habemus corrida
Não há como negar que as últimas corridas da temporada 2012 da F1 tinham deixado a desejar. Foram corridas aborrecidas, em que Vettel dominou e até mesmo as brigas no pelotão intermediário foram escassas. E a perspectiva não era nada melhor, vendo o histórico de corridas monótonas de Abu Dhabi. Porém, assim como aconteceu com Valencia, outro palco de corridas modorrentas, a temporada 2012 nos promoveu novamente uma corrida histórica, cheia de alternativas e grandes exibições de pilotagem ao longo de quase duas horas de altíssimo nível. Após três anos e uma temporada impecável, Kimi Raikkonen venceu levando a Lotus ao seu primeiro triunfo desde que a Genni assumiu a antiga Renault no final de 2009. Claro que o nome é Lotus, mas não tem nada a ver com a histórica marca de Colin Chapman, mas deverá entrar para a história. O detalhe que essa mesma estrutura, que chegou à F1 em 1981, foi ao pódio se chamando Toleman, Benetton, Renault e Lotus. Na briga pelo campeonato, Vettel fez provavelmente a corrida de sua vida, enquanto Alonso mostrou mais uma vez ser um monstro.
A corrida em Yas Marina já tinha jeito de ser diferente pela confusão armada pela Red Bull quando errou nos cálculos de combustível do carro de Vettel e o alemão largou do pit-lane. Era o que Alonso queria, mas as circunstâncias deste Grande Prêmio acabariam por fazer Vettel fazer uma espetacular corrida de recuperação, diminuindo os danos do campeonato. Já Webber largou novamente mal e permitiu a Kimi Raikkonen assumir o segundo lugar atrás do dominante Lewis Hamilton. Tirando um erro na segunda volta, a corrida estava a feição do inglês da McLaren, que tinha tudo para vencer em sua longa despedida pela McLaren, mas hoje mostrou o motivo de Hamilton, uma das estrelas atuais da F1, não estar mais brigando pelo título, com um problema que o fez abandonar a prova ainda na metade. Com isso, Raikkonen assumiu a ponta da prova e o finlandês se lembrou dos seus velhos e bons tempos, dominando a corrida a seu bel-prazer, chegando a abrir 7s sobre o segundo colocado, mas um safety-car onde seu atrapalhado companheiro de equipe esteve envolvido pôs a vitória de Kimi em risco. Porém, Raikkonen marcou duas voltas mais rápidas na relargada e abriu a vantagem necessária e que se mostraria importantíssima no final. Enquanto Grosjean, mais uma vez envolvido em incidentes quando bons pontos estavam em suas mãos, olhava com cara de tacho dos boxes a vitória de Raikkonen, o 'Homem de Gelo' fazia sua comemoração habitual, sem grandes arroubos de felicidade, ao contrário de toda a equipe Lotus, que quando se chamava Renault e tinha Fernando Alonso na equipe, era uma das mais engraçadas quando as câmeras mostravam os boxes. Após um começo de campeonato excelente, duvidava bastante de um triunfo da Lotus, ainda mais com a subida espetacular da Red Bull no final do campeonato, mas Kimi se sobressaiu quando viu a chance de vitória cair no seu colo e fez Eric Boullier sorrir de orelha a orelha, pois não é segredo que a Lotus está passando por dificuldades financeiras e até por isso Raikkonen só renovou por um ano, mesmo sendo um dos personagens de 2012.
Alonso pode olhar para o resultado desta corrida na história do copo meio vazio ou meio cheio. Se enxergar pelo prisma que estava apenas em sétimo no grid e com Vettel voando em terceiro, mas tudo mudou com o alemão caindo para último, Alonso tem muito o que comemorar a diminuição da desvantagem que tem para Vettel. Porém, se Alonso lembrar que o mesmo Vettel largou em último e estava ao seu lado no pódio, em terceiro, Fernando deve estar pensado que perdeu uma grande oportunidade nesta reta final do campeonato. Pela cara do espanhol no pódio, Alonso deve ter ficado com a última opção. Porém, com o troféu em mãos, Alonso deve ter pensado no corridão que fez hoje, onde claramente tirou tudo e mais alguma coisa não se sabe da onde de sua Ferrari, e vibrou em direção a sua equipe. Estava claro que faltava ritmo ao carro vermelho, mas Alonso se manteve sempre entre os primeiros e ainda teve tempo de partir numa perseguição implacável e emocionante a Kimi Raikkonen nas voltas finais, fazendo todos prenderem a respiração. De quase 4s, Alonso, longe de ter o melhor carro, chegou menos de 1s atrás de Kimi na bandeirada. Na minha opinião, dois títulos não refletem o que Alonso vem fazendo nos últimos anos da F1. Para se ver o nível de pilotagem de Alonso hoje, Massa esteve a quilômetros da exibição do companheiro de equipe, mas não dá para dizer que Felipe fez uma má corrida, a ponto de ter marcado pontos valiosos após ter sido tocado pelo trapalhão-mor da corrida de hoje.
Ontem eu comentava que essa queda para a última posição do grid poderia fazer muito bem a Vettel, pois uma reação espetacular poderá aumentar ainda mais a confiança do alemão da Red Bull. E foi exatamente isso o que aconteceu. Vettel estava radiante com seu terceiro lugar, acho que mais valioso do que 2/3 de suas vitórias ao longo dos últimos quatro anos. Sebastian teve todo tipo de dificuldades hoje, além do fato de ter largado do pit-lane. Um toque em Bruno Senna quebrou a asa dianteira de Sebastian. Durante a primeira entrada do safety-car, por muito pouco Vettel não bateu na traseira de Ricciardo, a ponto do alemão soltar um 'fuck' pelo rádio. Caiu para último novamente para trocar o bico do seu carro. Teve que devolver uma posição ganha em cima de Grosjean, quando fez a mesma manobra que lhe causou uma punição em Hockenheim. Mas Vettel mostrou a tenacidade dos campeões. Mesmo numa pista de ultrapassagens complicadas, passou vários carros. Inclusive o enjoado Grosjean duas vezes! Teve a sorte que também acompanha os campeões quando trocou os pneus apenas duas voltas antes do safety-car, o deixando em condição privilegiada nas voltas finais. E a corrida de Vettel foi coroada com uma ultrapassagem sobre Button nas voltas finais que lhe rendeu um lugar no pódio. Sempre achei que ainda faltava uma recuperação de chamar a atenção para fazer de Vettel um cara na história. Hoje não falta mais. Vettel hoje é completo. Com a exibição de hoje, merece o tricampeonato tanto quanto Alonso e se não vier em 2012, virá nos próximos anos. Já Mark Webber mostrou que a declaração de Christian Horner de ontem, onde praticamente dispensa o australiano após 2013, está certa. Webber poderia ter sido um fator essencial em ajudar Vettel na briga pelo título. Mas falhou e falhou feio. Primeiro ao largar muito mal (novamente) e ser ultrapassado por Alonso. Depois, não se mostrou agressivo na pressão imposta ao espanhol como nas brigas com Maldonado e Massa, que acabou resultando em dois toques. Nada que pudesse punir Mark, mas que o fez perder tempo a ponto de estar envolvido numa briga entre Pérez e Grosjean, dois pilotos reconhecidamente rápidos e agressivos. E várias vezes punidos. O resultado foi fim de prova para Webber e o fim do sonho da Red Bull em conquistar o Mundial de Construtores, fato que deverá ser efetuado na próxima corrida em Austin.
Dizer que Jenson Button não é um piloto genial, não é injusto com o inglês, mas o piloto da McLaren fez um trabalho decente na corrida de hoje em Abu Dhabi, apesar do seu 'cochilo', como falou o engenheiro de Alonso. Button fez uma prova com sua característica. Sem ser espetacular, mas bastante eficaz. Ou seja, Jenson tira unicamente o que lhe é servido. Porém, isso não foi capaz de lhe fazer segurar Vettel nas voltas finais e o tirar do pódio. Porém, a McLaren tinha o melhor carro do pelotão nas mãos de Hamilton, mas a falta de confiabilidade transformou em fracasso uma possibilidade límpida de vitória. E Lewis terá trabalho em 2013, já que a Mercedes continua se arrastando nessas corridas finais. Contudo, outra marca tradicional da F1 fez uma corrida estupenda hoje com a Williams marcando bons pontos com seus dois pilotos. Maldonado largou bem, ficou em terceiro algumas voltas, mas não foi capaz de segurar o rojão chamado Fernando Alonso. Depois, se manteve calmo frente a um destrambelhado Mark Webber e se manteve num ótimo quinto lugar, atrás apenas de campeões mundiais. Se tivesse feito outras corridas como a de hoje, Maldonado estaria numa situação bem melhor no campeonato. Bruno Senna foi outro a fazer uma boa corrida ao cair para último após um toque em Hülkenberg na primeira curva e a partir de então imprimir um ritmo fortíssimo a ponto de chegar na zona de pontuação. Pena que isso não deverá mudar a decisão da Williams em dispensa-lo em 2013 a favor de Valteri Bottas, outro finlandês que parece ser bastante promissor. E vale aqui um pequeno detalhe na transmissão de hoje. Após o toque com Bruno, Galvão passou a atacar Hulkenberg, dizendo que o alemão não é essas coisas todas. Tudo isso por que Nico esteve próximo de tomar o lugar de Massa na Ferrari e que, na minha opinião, seria uma troca válida, pois o alemão, erros aparte, fez uma temporada melhor do que Massa ao longo do ano.
Outro que necessita de boas exibições (e dinheiro) para ficar na F1 em 2013 e fez boa prova foi Kamui Kobayashi, onde numa prova diferente de suas características, foi sexto numa prova sem arroubos espetaculares de ultrapassagens. O japa foi discreto, ao contrário de Pérez, que mostrou seu lado bom e seu lado mal. Tenho certeza que a imprensa italiana deve ter ficado em polvorosa quando o mexicano deixou Massa para trás no começo da corrida. Mas a imprensa brasileira (leia-se a Globo) entrou em júbilo quando Sérgio se meteu na confusão que tirou da prova Grosjean e Webber, restando a Pérez um stop-and-go de 10s, uma punição rara, mas que só ocorre quando algo grave acontece. Pérez tem que botar na cabeça que fazer isso na Sauber não trás grandes problemas, mas na McLaren lhe trará grande pressão. Paul di Resta marcou pontos com a Force India e foi outro a perder tempo na confusão da primeira curva causada por Hülkenberg. O escocês também se envolveu no incidente com Pérez, mas ainda teve tempo de trocar pneus e voltar a zona de pontuação. A Toro Rosso fechou a zona de pontuação com Ricciardo, mas o australiano deve ter ficado assustado em quase ter jogado Vettel para fora da corrida. Helmut Mark demitiu Jaime Alguersuari por muito menos ano passado... As pequenas apareceram mais do que o normal graças a Vettel, mas também pelo momento mais assustados do ano, quando Narain Karthikeyan teve um vazamento no meio de uma curva dupla e perdeu velocidade de forma abrupta, fazendo com que Nico Rosberg o atropelasse. O alemão saiu voando e ainda bateu forte no soft-wall, mas nada sofreu, o mesmo acontecendo com Narain, que viu a Mercedes passar a centímetros de sua cabeça.
Muitos críticos (para não dizer chatos...) já se vangloriavam pelas últimas corridas ruins e diziam que a temporada 2012 não era isso tudo, que preferiam 1981, 1982 e 1986. Era assodamento, diziam alguns. Grandes temporadas essas citadas, concordo, mas 2012 estará ao lado delas na história da F1 (ao lado de 1951, 1958, 1968, 1974...) e digo, na antepenúltima etapa do ano, que esta é a melhor temporada que eu assisti. Não me lembro de ter visto um campeonato com oito vencedores diferentes, corridas cheias de alternativas e com uma disputa entre dois pilotos e equipes tão antagônicos como Sebastian Vettel (Red Bull) e Fernando Alonso (Ferrari). E pilotos do naipe de Kimi Raikkonen, Lewis Hamilton e Jenson Button como meros coadjuvantes. Este ano já está na história e quem vencer, seja Vettel ou Alonso, pelo que fizeram hoje, irá merecer amplamente.
sábado, 3 de novembro de 2012
No tapetão
Por estar viajando, não estava prestando muito atenção no noticiário para o Grande Prêmio de Abu Dhabi e chegando em casa, falaria dos enormes problemas de Alonso na classificação que assisti. Mas eis que falarei da sorte do espanhol. Após erro semelhante cometido pela McLaren em Barcelona, Sebastian Vettel largará em último depois de ter ficado com o segundo melhor tempo, enquanto Alonso era apenas sétimo. Comentaria que, mesmo sem vencer amanhã, Vettel poderia assegurar que o título seria decidido nos Estados Unidos, frente a impotência da Ferrari de Alonso. Agora, a história é outra.
A punição a Vettel muda totalmente a história da corrida de amanhã e do próprio campeonato. Saindo agora em sexto, Alonso poderá diminuir seu prejuízo amanhã e tirar alguns pontos para o alemão da Red Bull. Quem sabe até virar! A vida de Vettel será complicada amanhã, pois Abu Dhabi é um dos circuitos menos propensos a grandes recuperações, mas se Sebastian conseguir chegar à frente de Alonso amanhã, com certeza o alemãozinho irá com mais moral ainda para as corridas finais, mas Fernando não é do tipo de perder oportunidades. E ele irá tentar agarrar essa inesperada chance com as duas mãos!
Vide o desempenho de hoje, Hamilton é franco favorito a vitória amanhã, mas a corrida será dividida em o que ocorre lá na frente e a prova de recuperação de Vettel. Finalmente Abu Dhabi poderá ter uma corrida divertida neste domingo.