E 2012 está terminando. Foi um ano cheio de altos e baixos, com algumas alegrias e tristezas, como não poderia deixar de ser, mas com algumas marcas profundas. Consegui fazer algumas coisas pela primeira vez, assim como me decepcionei e também decepcionei outras que esperavam algo mais de mim. Mostrei meu potencial e fui recompensado com por isso. Deixei a desejar em outras e houve consequências. O Ceará foi bicampeão cearense de forma inesquecível para fazer uma Série B irregular. A F1 teve uma temporada histórica e com certeza foi o melhor ano que acompanhei. O blog completou cinco anos de idade e mudei o seu lay-out. As corridas históricas mostradas aqui completaram um ciclo, pois como falo de provas com datas fechadas (10, 15, 20 anos e por aí vai...), em 2013 já não haverá tantas corridas a falar, o mesmo acontecendo com as bios dos grandes pilotos que já falei aqui e restam poucos a serem falados. Com as responsabilidades crescendo, a tendência é que haja menos posts em 2013, como aconteceu neste mês de dezembro, mas o blog mora no meu coração. As vezes me pego lendo posts antigos e me lembro do momento em que escrevia sobre um piloto especial ou de uma grande corrida. Nunca irei deixa-lo, assim como as pessoas que acompanham e eu agradeço bastante para quem comenta, criticando, elogiando e me corrigindo, pois muitas vezes escrevo nos meus cada vez mais curtos momentos livres. Enfim, que 2013 seja muito bom, com os pontos positivos de 2012 continuando e que os pontos negativos nos ensinem algo para ver algo de bom e sempre melhorar. Que venha 2013!
domingo, 23 de dezembro de 2012
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
É penta!
Para quem conhece esse blog, é sabido que a Stock Car está longe do topo das minhas categorias preferidas. A Stock sempre me passou uma impressão de artificialidade e de ser algo meio forçado, principalmente vindo da Vicar, empresa que dirige a categoria. No entanto, não há como admirar o talento de Cacá Bueno, que no último domingo conquistou o pentacampeonato da Stock numa corrida que mais pareceu algumas partidas de basquete: muito chato a maior parte do tempo, mas emocionante ao extremo no final. Cacá pode ter perdido o milhão de reais por causa de uma pane seca na reta final para Thiago Camilo, mas como ele mesmo disse, o pentacampeonato e seu nome na história tem uma importância até maior. Mais conhecido por ser filho de Galvão Bueno, daqui a pouco o famoso narrador global será conhecido como o pai de Cacá Bueno.
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
Jarno
Alguns anos atrás, escrevi a bio de Jarno Saarinen e percebi o talento que o motociclismo mundial perdeu. Além de um grande piloto, o finlandês era um grande acertador de motos, graças a sua formação de engenheiro, além de ter praticamente iniciado a técnica de raspar o joelho no chão nas tomadas de curva. Saarinen morreu há quase 40 anos atrás, deixando para trás um legado de um dos grandes pilotos da história, mas que morreu cedo demais e de ter colocado o nome da Finlândia no mapa do esporte a motor mundial.
domingo, 9 de dezembro de 2012
Coluna nova
Inaugurando uma nova coluna, a partir de 2012, ao final da temporada, contarei o número de vezes em que os pilotos ficaram na coluna 'Figura' e 'Figurão' após as corridas do ano e quem tiver o maior número de vezes agraciado, será o Figura(2012) e o Figurão(2012).
Figura(2012): Sebastian Vettel
Não apenas por ter sido o mais jovem tricampeão da história da F1, mas 2012 representou para Sebastian Vettel vários marcos históricos em sua carreira. Em 2010, Vettel ainda errava muito, foi chamado de 'crash kid' em certo momento, mas se recuperou de forma sensacional nas provas finais para surpreender os líderes Alonso e Webber e ficar com o campeonato. Já em 2011 o jovem alemão se aproveitou da enorme vantagem técnica conseguida pelas pranchetas de Adryan Newey e aproveitando o 'momentum' de 2010, estabeleceu um perfil para sua pilotagem. Muito rápido nos treinos, Vettel fazia a pole, largava bem, abria vantagem, administrava com conforto sua diferença para quem quer que fosse em segundo e recebia a bandeirada tranquilamente. Esse tipo de corrida tornou-se a marca registrada de Sebastian Vettel, que se não é tão atraente para o público, se tornou eficiente a ponto dela se sagrar campeão com quatro provas de antecedência. Porém, havia quem duvidasse (inclusive eu) se Vettel era capaz de ultrapassar e fazer corridas de recuperações. Sempre em sua curva ascendente de aprendizado, Vettel mostrou também essa faceta em 2012 não apenas nas corridas, mas também no campeonato, quando não tinha o melhor carro e no começo, mas quando como ele mesmo disse, passou a se entender melhor com o carro, Vettel ultrapassou Alonso nas provas finais e suportou a forte pressão psicológica do espanhol para se tornar tricampeão mundial. Em Abu Dhabi e no Brasil, duas das quatro corridas em que ficou nessa parte da coluna, Vettel deu um show de pilotagem vindo de trás, tendo paciência e astúcia para usar seu ótimo carro para realizar ultrapassagem com uma ferocidade impressionante. Dos gênios. Agora com três títulos com 25 anos de idade, Vettel entrou para o rol dos grandes da F1.
Figurão(2012): Felipe Massa
As últimas exibições de Felipe Massa na F1 nunca o colocariam nesse espaço da coluna se referindo a temporada 2012, mas as primeiras corridas do brasileiro da Ferrari em 2012 foram bisonhas beirando ao ridículo. Para um piloto da Ferrari, experiente e com seu companheiro de equipe brigando pelas primeiras posições, a posição de Massa ficava seriamente comprometida a cada corrida em que Alonso brigava pela ponta e o brasileiro estava a ponto de levar uma volta. A imprensa italiana reagia furiosa a cada corrida e pedia sua cabeça, principalmente na Austrália, Malásia, China e Espanha, onde Massa figurou nessa parte nada gloriosa desta coluna. Apesar dos chiliques, os italianos não estavam totalmente errados, pois Massa não fazia por merecer nem terminar a temporada pela Ferrari. Mas o brasileiro acabou dando a volta por cima, retornando ao pódio no final da temporada e até entrando na parte de cima desta coluna em Mônaco. Com o contrato renovado após um voto de confiança de sua equipe, Massa terá que repetir sua segunda parte da temporada para, ou permanecer na Ferrari, ou tentar um lugar numa equipe decente em 2014.
sábado, 8 de dezembro de 2012
Inesquecível
Alguns anos atrás, todos sonhavam com uma F1 competitiva. Era uma época em que o domínio de uma ou duas equipes ficavam latentes durantes várias temporadas. Não havia grandes disputas pela vitória e as ultrapassagens eram raras. Olhando para as demais categorias, em que vários pilotos eram capazes de vencer corridas por conta própria, não pela sorte, todo mundo imaginava se isso ainda voltaria a acontecer na F1. As ultrapassagens, cada vez mais raras e acontecendo nos boxes, virava um artigo de luxo. Então, veio 2012. Nas primeiras sete corridas, sete pilotos diferentes de sete equipes diferentes venceram. As ultrapassagens ocorreram aos borbotões graças aos pneus da Pirelli, difíceis de compreender e a asa traseira móvel. Os puritanos reclamaram, dizendo que a F1 de antigamente não era assim. Bom, voltando aos famosos anos 80, havia um botãozinho no volantes daqueles carros (havia botões nos carros dos anos 80...) chamado 'boost', em que o piloto apertando aumentava a pressão do turbo e o carro ganhava muita potência para efetuar ultrapassagens. Numa manobra muito parecida com a atual. Um exemplo? Senna ultrapassando dois carros - aspirados - de uma só vez na reta oposta de Jacarepaguá. Houve Mark Webber reclamando que a F1 precisa de rivalidade, não de pluralidade. Pois bem, para alegria do australiano, dois monstros sagrados da F1 atual ficaram frente a frente, cada um com suas armas, nas corridas finais para saber quem seria o mais jovem tricampeão mundial da história. Sebastian Vettel tinha a força da Red Bull. Fernando Alonso tinha a força do seu talento. Numa corrida histórica em Interlagos, Alonso quase fez prevalecer seu talento, mas não foi capaz de sobrepujar não apenas a força da Red Bull, mas a eficiência e a genialidade de Vettel, que fez uma corrida de um verdadeiro tricampeão.
A temporada 2012 será inesquecível por vários momentos. A incrível vitória de Alonso com o surpreendente Sérgio Pérez fungando no seu cangote na Malásia. A primeira vitória da Mercedes em mais cinquenta anos na F1. O incrível trenzinho em Monte Carlo, numa pista que ainda por cima estava escorregadia por uma garoa. A primeira vitória da Williams em oito anos com o espevitado Pastor Maldonado. A incrível recuperação de Hamilton em Montreal, quando uma estratégia errada quase pôs tudo a perder. A longa classificação em Silverstone, com direito a ultrapassagem calculada com precisão de Mark Webber em Alonso nas voltas finais. A emotiva vitória do espanhol na frente do seu público em Valencia, num Q2 onde os quinze primeiros estavam separados por décimos de segundo. O espetacular acidente provocado pelo misto de desastrado e rápido Romain Grosjean na primeira curva de Spa. A grande recuperação de Vettel no aborrecido circuito de Abu Dhabi, mas que 2012 foi tão especial que a corrida desse ano foi sensacional. As mensagens de Kimi Raikkonen ao seu engenheiro enquanto vencia após três anos de semi-aposentadoria. O belo circuito de Austin e a briga de gato e rato entre Hamilton e Vettel na liderança. A aposentadoria definitiva de Michael Schumacher. E finalmente, a épica corrida em Interlagos, uma das mais tensas provas da história da F1.
Tudo começou em Melbourne, quando Jenson Button, vice campeão em 2011 dominou na Austrália e dava pinta que seria um dos favoritos ao título deste ano, vide suas belas exibições durante a temporada passada. Porém, o inglês da McLaren teve um ano contradizente com suas características: completamente irregular. Button conseguiu mais um pódio na China e depois decepcionou sobremaneira em várias ocasiões, ficando de fora do Q3 algumas vezes, enquanto Lewis Hamilton brigava pela pole. Button ainda venceria mais duas corridas, mas o quinto lugar no final do campeonato foi pouco para as pretensões do britânico após um início fulminante de ano. Então veio a Malásia e o bom circuito de Sepang, mas o que pega mesmo na corrida malaia é o clima tropical do sudeste asiático, onde pode-se fazer uma calor monumental ou chover cântaros, deixando pilotos e engenheiros malucos. Naquela altura, Fernando Alonso sofria horrores com sua Ferrari. O carro não conseguiu classificar ao Q3 na Austrália e somente pela força de vontade do espanhol, conseguiu um suado sexto lugar em Melbourne. Os treinos em Sepang não foram muito diferentes. E Alonso sabia que somente uma corrida maluca poderia fazer ele conseguir algo a mais na Malásia. E foi exatamente isso o que aconteceu. Numa corrida marcada pela chuva forte, que chegou a interromper a prova, Alonso agarrou com as duas mãos a situação difícil em que o nível caiu a ponto de sua Ferrari se aproximar de McLaren e Red Bull e vencer a corrida. Foi nessa corrida que Sérgio Pérez mostrou suas garras que o levaria a McLaren mais tarde. O mexicano era o piloto mais rápido do pelotão no final da corrida e alcançava Alonso com certa facilidade. Então, veio uma mensagem dos boxes pedindo a Pérez para ter calma, pois o segundo lugar era um ótimo resultado. Logo depois, quando já tinha enquadrado Alonso, Pérez saiu da pista. Como Sauber usa motores Ferrari, não faltou quem dissesse que aquilo foi uma manobra dos italianos para garantir a vitória de Alonso, mas Pérez deu o sinal claro que esta seria sua temporada de afirmação, de que estava na F1 não apenas pelo milhões de euros de Carlos Slim, seu mecenas, mas de seu talento, principalmente por causa do bom carro da Sauber.
À essa altura do campeonato, os pneus já havia virado o principal foco de críticas e elogios da F1. Críticas pela difícil compreensão. Elogios pelas corridas competitivas de então. A Mercedes, mesmo tendo um carro muito rápido em linha reta, sofria com os pneus durante a corrida e por isso, ninguém deu muita bola quando o time germânico formou a primeira fila do Grande Prêmio da China. 'Eles destruirão os pneus como fizeram antes', eram o que todos imaginavam. Só que Nico Rosberg fez uma corrida esplêndida, parou uma vez menos do que seus rivais e deu a Mercedes a sua primeira vitória na F1 desde os tempo de Juan Manuel Fangio. Porém, aquela seria um dos poucos bons momentos da equipe. Ross Brawn trouxe uma espécie de asa traseira móvel dupla, que era muito eficiente nos treinos e nas retas, mas nem tanto nas corridas. O consumo de pneus sempre seria um problema para o time prateado em 2012 e mesmo com a pole conquistada por Schumacher em Mônaco (que depois seria cassada por o alemão ter sido punido na corrida anterior), o time entraria em desmotivação na segunda metade do ano a ponto de Rosberg e Schumacher ter marcado poucos pontos nas provas finais. Schumacher teve um ano cheio de azares, onde teve várias falhas mecânicas misturada com erros até mesmo infantis, mas seu pódio em Valencia, além do melhor tempo em Mônaco, foram momentos esporádicos de uma carreira que deveria ter sido encerrada em 2006, não agora. Devemos nos lembrar do Schummy dominador da década passada, não da caricatura de si mesmo de agora. Porém... Valeu Schumacher!
Bernie Ecclestone sempre empurrou goela abaixo dos amantes da F1 algumas corridas em países sem tradição, tirando palcos tradicionais como França e Argentina do calendário da categoria. Porém, neste ano Bernie se superou marcando uma corrida para o conturbado Bahrein, onde uma guerra civil estava prestes a acontecer. A prova já vinha sido cancelada em 2011 e mesmo com a situação bastante parecida, a prova se realizou em 2012. Um carro de mecânicos da Force India foi atacado por manifestantes e o time hindu se negou a participar do segundo treino na sexta, para evitar de andar à noite pela capital Manama. Porém, mesmo com protestos de várias entidades, a corrida aconteceu sem maiores incidentes e Sebastian Vettel voltava a mostrar seu talento com uma vitória à la 2011. Pole, primeira posição nas primeiras voltas, administração de sua vantagem e bandeirada tranquila. De volta à Europa, a F1 iria para um circuito (Montmeló) que normalmente tem corridas chatas e destaca bons carros. Faziam anos que a Williams não estava entre os bons carro. Nos seus tempos áureos, o time de Frank Williams vencia várias vezes em Barcelona. Agora a realidade era outra e faziam oito anos que o time azul e branco não vencia uma corrida. Pastor Maldonado, protegido pelo ditador disfarçado Hugo Chávez, era mais um pay-driver que mostrava alguma velocidade e loucura, como o erro que o fez bater na última volta em Melbourne quando brigava pelo sexto lugar com Alonso. Porém, Maldonado mostrou todo seu talento em Barcelona. Tendo a pressão de Alonso e toda a torcida espanhola, o venezuelano largou na pole, não se assustou a ser ultrapassado por Alonso e deu o troco no espanhol voltas mais tarde numa rodada de paradas. Maldonado correu naquele dia como um veterano ganhador de Grandes Prêmios e se tornou o primeiro venezuelano a vencer corridas na F1 e tirou a Williams de um jejum que vinha desde 2004. Porém, Maldonado também se caracterizou por vários lances polêmicos, se envolvendo em vários acidentes que tirou pontos não apenas dele, como da Williams, em seu melhor ano em anos. O ano de Maldonado foi tão atípico, que ele se tornou o piloto mais mal colocado a ter uma vitória na temporada na história da F1. As punições também atrapalharam, mas a velocidade de Maldonado o garantiu para 2013, ao contrário de Bruno Senna. Sem a mesmo velocidade de Maldonado, Bruno se concentrava na consistência em corridas, marcando pontos em várias corridas, ao contrário de Pastor. Porém, as péssimas classificações, onde passou ao Q3 apenas uma vez, minava as chances de Senna, enquanto cedia seu lugar a Valteri Bottas em 15 dos 20 primeiros treinos lives. Estava na cara que Bottas era o piloto da Williams em 2013 e Bruno não fez por merecer mudar essa ideia. Agora, Bruno corre atrás, novamente, de uma vaga na F1 para o próximo ano.
Mesmo com uma vitória durante o ano, a Red Bull ainda não tinha mostrado um terço da força mostrada em 2011 e Mark Webber via sua vaga sendo disputada a tapa. Porém, em Monte Carlo, Webber se aproveitou da punição a Schumacher por um erro do alemão em Barcelona, para largar na pole nas ruas do principado e vencer uma corrida tensa, onde pingos de chuva caíam nas câmeras de instante em instante, e a diferença para os demais pilotos nunca superava 2s. Um trenzinho até o sexto colocado marcou aquela corrida em Mônaco e o destino realmente havia escolhido Webber, pois dada a bandeirada, a chuva apertou no principado. Webber voltaria a vencer em Silverstone, após uma bela ultrapassagem em Alonso nas voltas finais e dava a pinta de que seria ele o piloto da Red Bull a disputar o título com Alonso a ponto da Red Bull renovar por mais um ano com o australiano. Coincidentemente, o desempenho de Webber caiu assustadoramente após a renovação do seu contrato e o australiano, mesmo a contra-gosto, se tornou um coadjuvante dentro do time, levando tempo de Vettel tanto em treino como em corrida. E perspectiva para 2013, provavelmente seu último na F1, é o mesmo. Mesmo sendo um dos mais rápidos no ano e nas primeiras posições no campeonato, Lewis Hamilton era um piloto triste. Sem nenhuma vitória, ele dizia que isso era o principal motivo de sua introspecção nos pódios e nas fotos dos três primeiros colocados após as Classificações. Porém, isso mudou com uma bela vitória em Montreal, após uma disputa sensacional com Vettel e Alonso, além de uma mudança de estratégia nas voltas finais. Com pneus desgastados, os três primeiros colocados viam a aproximação dos demais pilotos vindo de trás. Hamilton resolveu parar e com pneus novos e macios, passou a tudo e a todos para vencer pela primeira vez no ano, finalmente mostrando alegria em 2012. Porém, o problema de Lewis também era extra-pista. Seus problemas com a namorada pussycat doll, além de twitts equivocados fizeram com que ele se queimasse perante a McLaren. Hamilton mostrou seu talento de sempre e não faltou momentos em que ele levou a McLaren nas costas, mas erros como o incidente em Valencia com Maldonado na última volta e azares, com os abandonos enquanto liderava na Cingapura e em Abu Dhabi, fizeram com que Hamilton saísse da disputa do título, onde ele deveria estar. Mas o mais surpreendente foi sua saída da McLaren. Pedindo muito dinheiro num momento de crise econômica mundial, Hamilton teve sérios problemas para renovar com a McLaren e numa decisão polêmica, aceitou um contrato milionário com a Mercedes em 2013 para o lugar de Schumacher. A velocidade de Hamilton é conhecida, mas ele será capaz de liderar a Mercedes a partir da temporada que vem? E sem o talento de Hamilton, como se sairá a McLaren com a pilotagem cartesiana de Button e a jovialidade (e inexperiência) de Pérez? 2013 responderá!
Ainda falando em crise econômica, a Espanha era o principal país afetado a ponto de perder um dos seus Grandes Prêmios para 2013. Porém, Valencia ainda teria sua corrida em 2012, porém a bela cidade ainda não havia visto uma grande corrida até então. Precisou Alonso se sobressair com uma pilotagem sublime, onde largou apenas em 11º e numa largada agressiva, já aparecer entre os seis primeiros e fazer ultrapassagens incríveis e se aproveitar do problema do então líder Vettel, e seu alternador problemático, para vencer em casa depois de seis ano. Após a bandeirada, era impossível não se lembrar de Senna em 1993 em Interlagos. O espanhol não completou a volta de desacelração, parando seu carro na frente da torcida. Curtiu como nunca e chorou muito no pódio, mostrando um lado humano que ninguém conhecia do fechado espanhol. Alonso se credenciava ao tricampeonato com essa vitória, mesmo tendo um carro claramente inferior aos principais rivais. O triunfo na Alemanha deixava Alonso com quarenta pontos de vantagens sobre os rivais e uma pilotagem sem erros até então deixava o piloto da Ferrari com a mão da taça. Porém, ainda estávamos na metade de uma temporada incrível e cheio de história. A McLaren venceu as três corridas seguintes, com Hamilton dando pinta de ser o principal rival de Alonso. Para piorar, em Spa, Alonso foi vítima do, como diria Mark Webber, 'Maníaco da primeira volta'. Romain Grosjean mostrou velocidade desde o início do ano, com um terceiro lugar no grid em Melbourne, mas já na Austrália, mostrou uma incrível predisposição em se envolver em acidentes na primeira volta. Isso aconteceu várias vezes durante ano e em Spa, na apertada La Source, Grosjean provocou um acidente espetacular e perigoso, envolvendo o líder Alonso e o vice Hamilton. O pneu traseiro de Grosjean passou bastante próximo da cabeça de Alonso e após dezoito anos, Grosjean seria o primeiro piloto suspenso de uma corrida por atitude perigosa. O francês se envolveria em outras polêmicas, mas também mostrou velocidade e os três pódios conquistados durante seu primeiro ano completo na F1 mostram que um pouco de juízo bastaria para Grosjean se sobressair. Só não se sabe se a Lotus, mesmo com o chefe de equipe Eric Bouiller protegendo Romain, segurará o francês em 2013, pois até o momento seu contrato ainda não foi renovado.
Quando se encerrou a temporada européia, tudo levava a crer numa disputa entre Ferrari (Alonso) e McLaren (Hamilton), mas o azar de Lewis na Cingapura fez com que Vettel vencesse pela segunda vez no ano no pais asiático. Era o ressurgimento da Red Bull. Adryan Newey foi gênio mais uma vez com uma asa dianteira de borracha, que fazia a frente do carro resistir bem aos testes de impacto da FIA e fletir durante as corridas. Vettel venceria quatro provas seguidas, tirando a liderança de Alonso quando este se envolveu no seu segundo acidente em que não teve culpa, em Suzuka. Já prevendo que Vettel seria seu adversário, Alonso disse que estava lutando não com Vettel, mas com Newey pelo título. No Japão, dois pilotos tiveram resultados parecidos, mas destinos diferentes. Felipe Massa garantiu seu primeiro pódio em quase dois anos. Para um piloto da Ferrari, onde o companheiro de equipe luta pelo título, era muito pouco. As atuações de Massa na primeira metade da temporada eram mesmo abaixo da crítica e a fanática imprensa italiano fazia questão de lembrar isso quase que semanalmente. As boas atuações de Pérez e Nico Hülkenberg faziam destes candidatos naturais ao lugar de Massa. Porém, após até passar pelo divã, Massa fez uma segunda metade de campeonato mais segura, acompanhando muitas vezes Alonso e nas duas últimas corridas, tendo que ceder seu lugar ao espanhol, como na polêmica atitude da Ferrari em Austin, quando provocou uma punição a Felipe somente para beneficiar Alonso. Em Interlagos, sua pista favorita, Massa voltou ao pódio e chorou como nunca havia feito na frente do seu público. Seu contrato para 2013 está assinado, mas a pressão não diminuiu, porém, se manter o nível, Massa poderá ficar mais algum tempo na Ferrari ou em outra equipe grande. Já Kamui Kobayashi, terceiro colocado em Suzuka, viu sua vaga na Sauber ir para o ótimo Nico Hülkenberg e sem dinheiro, corre sério risco de ficar de fora da F1 em 2013. Chamado de mito no Brasil, Kobayashi levou tempo de Pérez na maioria dos treinos, não se aproveitou da estratégia da Sauber como o mexicano e ainda ficou bem atrás do companheiro de equipe na classificação final. Mas sua simpatia faz com que todos na F1 esperem Kobayashi na primeira corrida de 2013, seja em que carro for.
Desde que não seja as nanicas. Da ideia maluca de Max Mosley de reviver uma nova Brawn, três time surgiram em 2010 e até agora não disseram a que vieram. A renomeada Caterham era de onde se esperava algo de melhor, mas Heikki Kovalainen e Vitaly Petrov pouco fizeram a mais do que liderar as três nanicas, que sempre tinha Marussia e HRT na ordem. Porém, num golpe de sorte, a Marussia chegou à frente da Caterham na corrida final em Interlagos e teria direito a ter suas contas de transporta pagas pela FOM em 2013. Porém, numa manobra polêmica, Charles Pic, da Marussia, acabou ultrapassado por Petrov nas voltas finais e com o 11º lugar, a Caterham acabou novamente em décimo no Mundial de Construtores, enquanto a dúvida pairou sobre Pic, que dois dias antes fora anunciado pela Caterham para 2013. Já a HRT iniciou o ano como os outros, ficando de fora do GP da Austrália por falta de rendimento e se segurando como podia ao longo da temporada. Com a crise econômica atingindo em cheio a Espanha, a HRT acabaria seriamente afetada. Seus funcionários não receberam nas corridas finais e a crise chegou ao ápice quando Karthikeyan sofreu uma falha em Abu Dhabi por uma peça que já estava além do limite de tolerância, provocando a capotagem de Rosberg. Pedro de la Rosa e Karthikeyan tiveram que correr em Interlagos com discos de freios traseiros reconhecidamente deficientes, mas completaram o que seria a última corrida da história pouco gloriosa da HRT, que definitivamente não deixará saudades. A Toro Rosso, ainda procurando um novo Vettel, trocou Jaime Alguersuari e Sebastien Buemi por Daniel Ricciardo e Jean-Eric Vergne para 2012. Ricciardo tem uma pilotagem mais regular, enquanto Vergne é mais agressivo. O francês acabou levando vantagem na pontuação, mas nem ele e nem seu companheiro de equipe deram pinta de ser um futuro Vettel. A Force India começou devagar, mas se desenvolveu durante o ano. Por coincidência, quando as coisas não estavam boas, Paul di Resta se sobressaiu frente a Hülkenberg, mas com o desenvolvimento do carro, o alemão sobrepujou o escocês e fez uma belíssima corrida em Interlagos, quando esteve na bica de vencer numa batalha pela primeira posição com as duas McLarens. Ambos tem talento, mas Hulk já está na Sauber e a Force India começa a sofrer de problemas financeiros, vide a falência da empresa aérea de Vijay Mallya.
A F1 chegava as corridas finais com o campeonato claramente polarizado entre Vettel e Alonso. Em Abu Dhabi, Vettel parou seu carro após a Classificação, enquanto Alonso amargava uma sétima posição no grid. Porém, no final do dia, quem comemorava era o espanhol, com a confirmação da punição a Vettel por um erro de cálculo da Red Bull que deixou o alemão sem o combustível necessário para a inspeção técnica da FIA. Vettel largaria em último. Era a chance que Alonso tinha para diminuir sua desvantagem e ele até conseguiu, mas Fernando nunca poderia esperar subir ao pódio ao lado de Vettel, que finalmente mostrou que era capaz de fazer corridas de recuperação, com o detalhe de ter feito duas corridas de recuperação, por um toque que quebrou o bico do seu carro que o jogou novamente no fim do pelotão. Sebastian mostrava que estava no mesmo nível de Alonso e se mantinha na ponta do campeonato, numa corrida ganha pelo enigmático Kimi Raikkonen. Quando abandonou a F1 no final de 2009 com o saco cheio, ninguém esperava Kimi voltar à F1, principalmente com as atuações ruins de Schumacher após sua saída da aposentadoria. A Lotus, antiga Renault, teve um final de 2011 claudicante e Raikkonen teria não apenas que se readaptar a F1 após dois anos conturbados no WRC, como liderar a equipe, tarefa difícil para uma pessoa calada como é caso do finlandês. Mas Raikkonen surpreendeu positivamente neste ano. Sua velocidade permaneceu intacta e sua pilotagem agressiva também. Nem parecia que ele estava aposentado e numa constância incrível, com vários pódios conquistados, Raikkonen estava entre os primeiros do campeonato durante o ano todo. Mas como o próprio Kimi falava, faltava a vitória. E ela veio em Abu Dhabi numa corrida onde teve que segurar Alonso e dar patadas homéricas em seu engenheiro via rádio. Sua frases (deixe-me sozinho, eu sei o que estou fazendo!) entrou para o folclore da F1. Mais do que o folclore, a temporada de Kimi Raikkonen, onde levou a Lotus ao terceiro lugar no campeonato de pilotos, mostrou bem que Kimi ainda pode fazer num bom carro.
No mais novo circuito do calendário, a F1 se apaixonou por Austin e sua pista sensacional e o que foi melhor para os planos de Bernie Ecclestone, parece que Austin acolheu a F1. O sucesso de público e crítica dão a sensação de que finalmente os Estados Unidos achou sua casa na F1 e Hamilton saía da McLaren com mais uma vitória, a quarta do ano, mas suficiente apenas para ser quarto no campeonato. A disputa final ficaria para Interlagos e seu clima inclemente. Mesmo tendo treze pontos de vantagem sobre Alonso, Vettel temia a chuva, que era prevista para a corrida. E ela veio em diferentes formas e horas para transformar o Grande Prêmio do Brasil de 2012 em uma das obras-primas da F1. Button venceu, mas as atuações de Alonso, Hamilton, Hülkenberg, Massa e, principalmente, o novo tricampeão Sebastian Vettel fez desta corrida um resumo perfeito de 2012. Um ano cheio de imprevisibilidade e emoção. Um ano em que vários pilotos e equipe venceram. Um ano que promoveu dois pilotos ao nível de lendas vivas. E desculpem os puritanos, este foi o melhor ano da F1 que já presenciei e mesmo que alguns possam ficar escandalizados, 2012 já está no nível de 1986, 1983, 1981, 1974 e 1968 como uma temporada mítica da F1. Simplesmente inesquecível!
domingo, 2 de dezembro de 2012
Fechando as portas
Recordo-me que a equipe mais simpática da F1 alguns anos atrás era a Minardi. Ok, o time italiano era sempre último, mas a equipe comandada por Giancarlo Minardi tinha um charme que fazia com que todos no paddock da F1 torcessem para que algum milagre acontecesse e um piloto da Minardi marcasse algum ponto. Esse não foi o caso da HRT. O time espanhol começou todo errado e desde o começo ficou a sensação de que a HRT não era um monte de abnegado e guerreiros, como era na Minardi, que lutavam contra as grandes equipes e seus milhões de dólares e sim, oportunistas que se colocavam na vitrine da F1 para conseguir o melhor negócio ao vender a equipe no final da temporada.
E foi assim nas últimas três temporadas. O time era para ter se chamado Campos, mas o antigo piloto da própria Minardi não conseguiu levar o projeto adiante e vendeu a equipe para um investidor espanhol antes da esquadra estrear e mudou de nome para Hispania. Adrian Campos era um promissor chefe de equipe nas categorias inferiores e tinha um perfil de Giancarlo Minardi, mas ao vender o time para Ramon Carabante, a equipe ficou com a pecha de time de oportunista logo de cara, pois se chamar Hispania não tinha nada a ver com alguma referência à Espanha e sim, a um dos negócios de Carabante. Foi um caos desde o início. O carro era tão lento que a regra dos 107% voltou. Houve tentativas e até pilotos razoáveis, mas o time não abandonava a última fila (fora algumas punições) e não atrai simpatia de ninguém. Só de outros aproveitadores.
A Thesan, que comprou o time de Carabante, não conseguiu vender o time até sexta-feira, que era seu objetivo desde o início, ainda mais com a crise espanhola, e a HRT, nome do time após a compra da Thesan, não estava na lista da FIA para a temporada 2013. E se não aparecer, não deixará saudades!
sábado, 1 de dezembro de 2012
Uma semana depois...
e a prova em Interlagos ainda não sai da cabeça de quem ama F1. Estamos vivendo um momento mágico da categoria e ao invés de ficar suspirando o passado, devemos curtir o ótimo presente que temos!
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
Figura(BRA): Sebastian Vettel
Largar mal. Ser tocado por trás por um piloto destrambelhado algumas curvas mais tarde. Cair para último. Ter o carro danificado. Chuva. Para de chover. O rádio quebra. O kers para de funcionar. A chuva volta. A equipe não o espera para um necessário pit-stop. Tudo isso aconteceu em menos de uma hora com Sebastian Vettel na corrida mais importante de sua carreira e mesmo assim, o alemão da Red Bull não se acanhou e nunca desistiu de procurar seu objetivo quando chegou à São Paulo: ser tricampeão. Vettel teve todos os azares possíveis e imagináveis que um piloto que disputa o título em uma última corrida poderia ter, mas mostrando que é mesmo feito de estirpe diferente, Sebastian conseguiu superar tudo isso para se entrar de uma vez por todas na história da F1. E em 2013, o tetra não está fora de cogitação...
Figurão(BRA): Bruno Senna
Por muito pouco Bruno Senna entrou na história da F1 pelas portas dos fundos, quase influenciando de forma decisiva a épica luta pelo título de 2012 entre Fernando Alonso e Sebastian Vettel. Largando na frente de sua torcida, que tanto idolatrou seu tio, Bruno largou, como sempre, no meio do pelotão e após uma primeira curva sem grandes sustos, se viu numa disputa ferrenha contra a Force India de Paul di Resta. Com freios frios, tanque cheio e uma pista levemente escorregadia, Bruno freou o mais tarde possível por dentro do escocês. E bateu em cheio na lateral da Red Bull de Sebastian Vettel! Mesmo com sérios danos em seu carro, Vettel conseguiu retornar à pista e após uma recuperação dramática, conseguiu seu terceiro título mundial seguido. Enquanto isso, Bruno e Sérgio Pérez, que pegou a sobra do incidente, voltava aos boxes cabisbaixo e deve ter torcido como nunca para que sua besteira não influenciasse decisivamente a briga pelo título. Este incidente piorou um pouco mais sua já delicada situação na F1 para 2013. O fato de estar no meio do pelotão indica um fato que marcou toda a temporada de Bruno Senna: más classificações. O piloto da Williams foi goleado por Pastor Maldonado e largando no meio do bolo, a chance de se enroscar com alguém é enorme e isso aconteceu várias, fazendo com que a Williams, que fez um bom carro após anos, perdesse vários pontos. Bruno teve a incrível marca de três chances na F1 e não se sobressaiu em nenhuma delas, conseguindo alguns brilharecos e várias desculpas para seus resultados apenas medianos. Com Vettel, campeão, Bruno escapou de ser o vilão do dia em Interlagos.
domingo, 25 de novembro de 2012
Palco perfeito
Bernie Ecclestone é um homem de negócios as vezes não muito claros e lógicos à primeira vista, mas o inglês deveria, não importando com os possíveis prejuízos e o desconforto, deixar Interlagos para sempre como a corrida final da temporada da F1, pois dificilmente uma pista e um local proporcionará finais de campeonato tão arrepiantes quanto o velho Autódromo José Carlos Pace. Nelson Piquet, em 35 anos de F1, disse que hoje foi a corrida mais 'excitante' que ele já viu e não duvido muito da escolha do tricampeão. Hoje teve de tudo. Se em 2008 o final de campeonato teve emoção no início e no final da prova (com as pancadas de chuva que se abateram em Interlagos quatro anos atrás), hoje houve tensão, emoção e dramaticidade em todas as 71 voltas da corrida de hoje, outra que entrou na história não apenas desta histórica temporada de 2012, como também da F1.
Ver Sebastian Vettel se sagrar tricampeão mundial ao final das quase duas horas de corrida era um resultado altamente esperado para quem chegou à São Paulo com treze pontos de vantagem sobre Alonso e com a Ferrari do espanhol claramente inferior a Red Bull de Vettel. Porém, por tudo o que aconteceu hoje, Sebastian não esquecerá esse título e a forma como ele conquistou. Na curva quatro da primeira volta, tudo parecia acabado para Vettel. Um toque de um destrambelhado Bruno Senna fez que o Red Bull de Vettel ficasse avariado e caísse para último. Além dos rombos na carenagem, estava claro o amassado no escapamento do carro de Vettel. Será que ele se recuperaria? Será que ele chegava? Vettel respondeu a essa pergunta com uma corrida magnífica em que apareceu na sexta posição em pouquíssimas voltas. A chuva, que sempre se fez presente em diferentes intensidades, fez da corrida um drama sem fim para os envolvidos no título. Vettel e Alonso escorregaram, saíram da pista e passaram por todos os apuros imaginados para quem lutava pelo título na última corrida. Para terminar, a Red Bull inexplicavelmente chamou Vettel para um segundo pit-stop. Nesse momento, todos corriam com pneus slicks, mas a garoa tradicional paulistana aumentava. E se transformou em chuva, fazendo com que Vettel, que fazia uma corrida tranquila, voltar aos boxes e passou a atacar. Naquele momento, o campeonato caía no colo de Alonso. Mas Vettel ultrapassou Kobayashi de forma agressiva e depois passou Schumacher quando o heptacampeão sofria com seu péssimo Mercedes. Foi o suficiente. Mesmo com pedaços do seu carro voando ainda pelo incidente na primeira volta, Vettel era o mais rápido nas últimas voltas. Os que clamavam por chuva para ajudar Alonso devem ter se esquecido o quão bom Vettel é na chuva, vide sua primeira vitória numa encharcada Monza cinco anos atrás com um modesto Toro Rosso. Sebastian se igualou a Michael Schumacher e Juan Manuel Fangio ao ser tricampeão seguido. Ele tem o melhor carro? Ninguém tem duvida disso, mas fica a pergunta: se você fosse chefe de equipe tivesse o melhor carro possível, você não gostaria de ter o melhor piloto possível? Assim é a Red Bull, que tem em Sebastian Vettel a certeza de que as criações espetaculares de Adryan Newey brigarão sempre na frente. E normalmente consegue a vitória.
A faixa da Ferrari "FER, você é o nosso número 1" mostra o quanto a equipe italiana sabe do gênio que tem em mãos. O fato de Alonso conseguir levar o título até a corrida final e perder por apenas três pontos, num sistema de pontuação em que os dez primeiros marcam e o vencedor ganha 25 pontos, demonstra bem que esse espanhol fez em 2012. Sendo bastante polêmico, mesmo sem o título, acho, sim, que Alonso fez mais esse ano do que Senna fez em 1993. A Ferrari não tinha condições de brigar pelo título e isso estava claro desde o início do ano, mas Alonso teimava em fazer corridas espetaculares ao longo desta temporada. Vencia quando ninguém esperava e sempre agarrava todas as oportunidades que surgiam. E assim levou a decisão do campeonato até o final, quase conseguindo o sonhado tricampeonato. Assim como em todas as corridas deste ano, Alonso teve que andar mais do que o carro e fazer das tripas, coração, para permanecer vivo na briga. Não deu. O segundo lugar, depois de largar em sétimo, era o máximo possível hoje para o espanhol, que sai cada vez mais forte, mesmo acumulando fracassos desde seu último título em 2006. E quem saiu forte também foi Felipe Massa. O brasileiro utilizou muito bem seu belo retrospecto em Interlagos para superar Alonso em todo o final de semana e mesmo parando na hora errada, conseguiu um emocionante pódio onde chorou copiosamente, repetindo o gesto de 2008. Esse pode ser um recomeço para Massa e 2013 inteiro tenha mais a cara da segunda metade de 2012, onde Felipe foi um piloto forte o tempo todo.
Porém, os protagonistas na disputa pelo título de 2012 estiveram longe da luta pela vitória em Interlagos e como sempre acontece quando uma corrida fica difícil e cheia de alternativas, Jenson Button se mostrou forte e venceu mais uma vez em 2012, tendo a honra de ter vencido a primeira e a última prova deste ano. O inglês andou próximo de Hamilton nas primeiras voltas e ultrapassou seu companheiro de equipe quando teve oportunidade. Button chegou a cair para terceiro, mas se beneficiou do toque entre Hamilton e um espetacular Nico Hülkenberg para então administrar a corrida até o fim. Mesmo não sendo tão espetacular quanto Hamilton, Jenson Button é extremamente eficiente e isso fica provado na pontuação, onde chegou apenas quatro pontos atrás de Hamilton. Porém, Lewis merecia uma despedida melhor na McLaren. O inglês lutou a prova toda pela vitória, mas acabou vítima involuntária de uma escorregada de Hulkenberg quando era ultrapassado pelo alemão e terminou a corrida numa situação que lhe foi bastante familiar este ano, com o carro arrebentado. Algumas corridas atrás Galvão Bueno disse que Hulkenberg era um piloto apenas 'comum' e que não tinha condições de substituir Massa na Ferrari. Muito provavelmente Nico não sabe dessa história, mas se soubesse deve ter dado uma resposta ao narrador global com uma atuação magnifica em Interlagos, uma pista em que o alemão parece se dar maravilhosamente bem. Com pista úmida, Hulkenberg foi sensacional e após ultrapassar Alonso, partiu para cima das duas McLarens, assumindo a primeira posição quando deixou Button para trás quando os dois se mantiveram corajosamente na pista com pneus slicks, mesmo com uma neblina persistente. Quando o safety-car foi a pista devido aos vários detritos na pista, Hülkenberg viu sua vantagem sobre o terceiro colocado se evaporar, mas nem assim o alemão se sentiu pressionado pelas duas McLarens. Seu erro quando ultrapassava Hamilton de volta na briga pela primeira posição se deu unicamente pela pista que ficava cada vez mais molhada e a punição foi altamente questionada, mas Hulkenberg, com pleno apoio de sua equipe, no qual se despediu hoje, ainda conseguiu um bom quinto lugar. Mas pelo o que fez hoje, Hulkenberg merecia, no mínimo, um pódio.
Com tantas intempéries, muita gente se sobressaiu e outros deixaram a desejar. Mark Webber chegou à frente de Vettel, mas nem de longe teve uma atuação digna de nota e por isso deverá ser, novamente, segundo piloto da Red Bull em 2013. Michael Schumacher se despediu dignamente em um carro terrível e foi o primeiro a cumprimentar Vettel quando saíram dos carros. Schummy deve saber que o cetro do automobilismo alemão está em ótimas mãos e que pode curtir a família tranquilamente. Kobayashi, outro que pode estar se despedindo da F1, fez uma corrida muito boa, onde correu próximo de Alonso e Vettel sem fazer nenhuma loucura, mas sua rodada nas voltas finais mostram bem o porquê Pérez, um piloto mais consistente, ter sido contratado pela McLaren e, mesmo com seu estilo espetacular, Koba está praticamente fora da F1. Os pilotos da Toro Rosso chegaram a andar nos pontos, mas apanas Ricciardo pontuou. Williams e Lotus tiveram corridas para esquecer, com Bruno Senna quase definindo o Mundial na primeira volta ao bater em Vettel e levar Sérgio Pérez no processo. Maldonado abandonou em um acidente na Curva do Sol que a TV não mostrou, enquanto Grosjean foi a primeira vítima da pista molhada. Raikkonen foi protagonista da cena mais curiosa dos últimos tempos da F1. Após sair da pista, Kimi tentou um atalho e acabou entrando numa zona sem saída! Di Resta causou o acidente que trouxe o safety-car que definiu o tricampeonato para Vettel e mesmo estando nos pontos, o escocês esteve longe de brilhar quanto seu companheiro de equipe na Force India. Nico Rosberg teve um pneu furado e por isso fez com que o safety-car entrasse pela primeira vez por causa dos detritos, mas o alemão teve outra corrida para esquecer. Mais atrás, de forma discreta, mas altamente dramática, Caterham e Marussia brigavam para saber quem era a melhor das nanicas. A Caterham necessitava quase de um milagre para superar a Marussia na luta pela décima posição no Mundial de Construtores, pois ela teria que chegar em 12º. Porém, numa corrida maluca, Vitaly Petrov fez ainda mais mais e conseguiu um 11º lugar, com Charles Pic, da Marussia, apenas 3s atrás! Foi de perder o fôlego e a Caterham conseguiu alguns milhões de dólares por muito pouco, enquanto a Marussia perdeu por apenas 3s...
E assim terminou uma das melhores temporadas da história da F1. Muita gente não consegue curtir a história passar pelos seus olhos e fica apenas lembrando de outras temporadas, particularmente nos anos 70 e 80, e só enxergam os pontos negativos de 2012, como se naquela época também não tivesse aberrações de regulamento ou carros e/ou pilotos ruins. Digo sem medo de ser feliz que 2012 foi a melhor temporada que já assisti e uma das melhores da história. Foram oito pilotos diferentes ganhando, corridas inesquecíveis (incluindo, logicamente, a de hoje), exibições de gala de pilotos consagrados como Lewis Hamilton, Jenson Button e Kimi Raikkonen, jovens pilotos se sobressaindo como Sérgio Pérez, Romain Grosjean (apesar dos pesares...) e Nico Hülkenberg, outros pilotos dando a volta por cima (Felipe Massa), a despedida definitiva de Michael Schumacher e várias equipes vencendo Que vimos também dois monstros se digladiarem até o último momento. Sebastian Vettel e Fernando Alonso mereciam ganhar, mas no esporte, só um vence. E venceu Vettel. Parabéns a ele, pois!
sábado, 24 de novembro de 2012
Sentimentos misturados
Quarto e oitavo lugar. Com certeza essas posições não estavam previstas para Vettel (4º) e Alonso (8º) para o grid de amanhã, na etapa decisiva do ano. A cara de preocupação de ambos demonstraram que os dois candidatos ao tricampeonato esperavam mais do seu próprio desempenho. Vettel esperava largar na pole ou na primeira fila, posição dominada pela McLaren, com o agravante de Webber ter resolvido andar e ficar em terceiro. Já Alonso esperava ficar logo atrás de McLaren e Red Bull, equipes que vem dominando nos últimos tempos, mas assim como Vettel, o espanhol viu o companheiro de equipe ficar com o lugar desejado e ainda ficou mais atrás.
O começo do treino deu uma amostra do que pode ser dramático a corrida de amanhã. Uma chuva molhou algumas partes de Interlagos, particularmente na curva do Largo e no Café, mas os pilotos andaram o tempo todo com pneus slicks, mesmo com algumas escapadelas e um ritmo lento que foi melhorando na medida em que a pista secava. Grosjean ficou pelo caminho no Q1 graças a mais uma presepada sua. É impressionante o quanto o piloto da Lotus se mete em problemas! Enquanto Schumacher acabava seu último classificatório num decepcionante Q2, as equipes se preparavam para o Q3 já com sol forte. E a McLaren dominou como havia feito na sexta-feria, com Hamilton se tornando o piloto com o maior número de poles em 2012 e tendo uma boa despedida da McLaren, enquanto Button ficou milésimos de segundo atrás. O desempenho da McLaren mostra bem que, se não fosse a inconstância da equipe durante a temporada, Hamilton estaria na briga pelo título. Na segunda fila, tudo Red Bull, mas com Webber á frente de Vettel. Surpresa. Mais atrás, Alonso sofria com sua Ferrari e Massa fazia uma ótima classificação, mais uma vez à frente do espanhol. Porém, vamos relevar o exagero do Galvão quando ele disse que Massa foi mais rápido do que Alonso em TODO O SEGUNDO SEMESTRE. Menos Galvão, muito menos...
E amanhã há expectativa de chuva. Interlagos não tem uma pista larga e a reta dos boxes é cercada de muros. Com chuva, a chance de uma largada confusa é enorme, fora alguns detalhes que podem passar, mas que podem decidir se acontecer. Massa largará logo atrás de Vettel e como vimos em Austin, a Ferrari está tentando qualquer tipo de coisa para dar o título a Alonso. Um acidente premeditado? Isso se Webber não deixar Vettel passar logo no começo da prova... Uma corrida cheio de alternativas e com possibilidade de chuva para amanhã, algo que Alonso torce, pois sua Ferrari não é páreo à Red Bull de Vettel. Amanhã, mais um recorde de Ayrton Senna cai (tricampeão mais jovem da história da F1). Só nos resta saber quem o quebrará!
terça-feira, 20 de novembro de 2012
Well done, Brad
A Nascar Sprint Cup vinha de um domínio nos últimos anos de pilotos da Chevrolet. Mais especificamente, de Tony Stewart e Jimme Johnson, vencedores de todos os títulos desde 2005. Porém, justo no seu ano de despedida da Nascar, a Dodge mudou esse quadro graças ao talento de Brad Keselowski e da gestão de Roger Penske, multi-campeão na Indy, mas tendo conquistado seu primeiro título na Nascar em 2012.
Brad já não é nenhum garotinho e seu talento demorou um pouco a desabrochar, talvez por não vir de uma família rica, que optou por ele ao invés do seu irmão Brian Keselowski por questões unicamente monetárias. Brad começou a aparecer forte no mundo da Nascar em 2008, quando começou a se sobressair em equipes menores da Nationwide Series (espécie de 2º divisão da Nascar) e chamou a atenção de Rick Hendrick, dono da equipe mais vitoriosa da Nascar nos últimos anos. Porém, quando o carro de número 5 ficou vago na Hendrick na categoria principal, de forma inexplicável o veteraníssimo Mark Martin foi contratado em 2010, quando a lógico indicava Keselowski, um dos melhores da Nationwide Series e pronto para subir com força na Sprint Cup. Magoado, Keselowski foi para a Penske, uma das equipes mais tradicionais do mundo, mas sem tanta força na Nascar. Porém, o casamento entre Brad e Penske foi perfeito a ponto do piloto ter superado em seu primeiro ano completo na Nascar Sprint Cup seu companheiro de equipe, o campeão na Sprint de 2004 Kurt Bush.
As primeiras vitórias não tardaram a aparecer e este ano Brad Keselowski, juntamente com seu chefe de mecânicos Paul Wolfe, foram consistentes em todas as 36 etapas do campeonato. Carismático fora das pistas, a dupla do carro azul da Penske se caracterizaram por estratégias ousadas durante as provas e não raro Keselowski venceu poupando combustível. Brad raramente largava nas primeiras posições, escolhendo acertar seu Dodge para as corridas. Mesmo a Penske sendo uma potência na Indy, o time ainda não havia brigado pelo título na Nascar e muitos acreditavam que Brad e o time sucumbiriam frente a força e a experiência de Jimmie Johnson, que corria atrás do seu sexto título, e da Hendrick, com mais de dez títulos conquistados na Nascar. Porém, quem sucumbiu à pressão foi justamente Johnson. Em Phoenix, penúltima etapa do ano, um problema nas voltas finais fez com que Johnson perdesse a liderança e chegasse a última prova em Homestead com 20 pontos de desvantagem. Usando algumas de suas estratégias arriscadas, Keselowski chegou a ter seu título ameaçado ao andar no pelotão intermediário após largar na pole, mas no último pit-stop, o então líder Johnson viu sua equipe errar ao não apertar todas as porcas. Punido, Johnson corria para o tudo ou nada, mas nem deu para ver no que daria, com a quebra do câmbio do seu Chevrolet Impala poucas voltas depois.
Brad Keselowski correu tranquilo nas últimas voltas a ponto de terminar num obscuro 15º lugar. Mas era mais do que o suficiente para conquistar o título. Com 28 anos de idade, Brad Keselowski entrou para o olimpo da Nascar mais cedo do que rivais mais badalados de sua geração, como Kyle Bush, Denny Hamlin ou Joey Logano, mas pode estar iniciando uma nova era da Nascar, onde os garotos podem estar derrotando os velhos lobos.
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
Figura(EUA): Red Bull
Quando a Red Bull surgiu das cinzas da antiga equipe Jaguar, em 2005, parecia ser mais uma excentricidade do dono da marca de energéticos, o austríaco Dietrich Mateschitz. Afinal, por que a Red Bull queria ter uma equipe de F1? Ainda mais com a categoria dominada pelas montadoras. O começo, como não poderia deixar de ser, foi lento, com a Red Bull frequentando as mesmas posições de sua antecessora, mas a contratação de Adryan Newey no final de 2006 mostrava que a Red Bull era mais do que uma empresa que trazia a F1 o divertido 'Red Bulletin' e modelos bonitas ao paddock. Com a F1 consolidada e com poucas mudanças de regras, Newey esperou a FIA mudar o regulamento da água para o vinho no final de 2008 para construir seu primeiro 'RB' vencedor em 2009. Com um enorme celeiro de talentosos jovens pilotos a sua disposição, a Red Bull trouxe o alemão Sebastian Vettel para sua equipe em 2009 e os resultados não tardaram a aparecer. O furacão Brawn não fez a equipe ganhar nenhum mundial naquele ano, mas Vettel venceu várias corridas a ponto de ficar com o vice-campeonato. 'Fogo de palha', pensaram muitos. 'Foi um ano atípico', disseram outros. Se a Brawn foi mesmo um golpe de sorte, a Red Bull provou ao longo dos anos que entrou para fincar suas raízes na F1. Com a junção da genialidade de Newey e Vettel, mais a gestão inteligente de Christian Horner, tendo por trás Mateschitz e o consultor Helmut Marko, a Red Bull entrou num período de glórias poucas vistas na história da F1, com o tricampeonato no Mundial de Construtores conquistado de forma enfática neste domingo em Austin e um encaminhado tricampeonato de pilotos com Sebastian Vettel. Oito anos depois de ter comprado a falida Jaguar, hoje a Red Bull está em quinto lugar no ranking histórico das equipes da F1 e com uma dinastia digna das grandes equipes. Algo que a Red Bull orgulhosamente é hoje em dia!
Figurão(EUA): Mercedes
Vendo o que Lewis Hamilton fez em Austin e a situação atual de sua futura equipe, chega a dar dó do inglês como perspectiva para 2013. Mesmo com uma proposta milionária, dificilmente Hamilton aceitaria ir para uma equipe que não marca ponto há vários meses e que coloca dois pilotos de reconhecido talento em situações complicadas, como Nico Rosberg quase ficando pelo caminho logo no Q1. Michael Schumacher ainda fez um brilhareco, talvez seu último na F1, ao colocar seu carro no Q3, mas quando as cinco luzes vermelhas apagaram-se, todos puderam ver o verdadeiro desempenho da Mercedes, com o heptacampeão caindo de posição volta a volta de forma até vexatória. Com um carro que não faz mais diferença com seu motor potente e com apetite voraz por pneus (numa temporada em que a gestão dos pneus foi crucial), a Mercedes terá que repensar tudo para 2013, pois com Lewis Hamilton no seu plantel, ninguém poderá culpar os pilotos se a Mercedes fracassar novamente!
domingo, 18 de novembro de 2012
Para americano ver
Foram cinco anos, após passagem ligeira pelo templo de Indianápolis, longe da América. Mais do que a tradição automobilística americana, foi o potencial mercadológico dos Estados Unidos que fizeram com que a F1 fizesse um esforço descomunal para retornar para o norte do lado de cá do Atlântico num circuito novo em uma cidade com menos de um milhão de habitantes. Porém, Austin viu não apenas o público lotar por inteiro as arquibancadas, ao contrário do que ocorre na Coréia do Sul e China, por exemplo, e viu uma bela corrida hoje, mesmo que no Brasil tivemos que nos contentar com a narração down de Sérgio Maurício (que errou pacas) e Lito Cavalcanti. Contudo, Austin não viu em sua primeira corrida o campeonato ser decidido.
A preocupação com a temida primeira curva foi tal que não houve um incidente qualquer, afora alguns pilotos saindo da pista na espetacular sequencia de esses. Porém, como esperado, quem largou nas posições ímpares levaram vantagem e Hamilton caiu de segundo para terceiro, com Webber fazendo uma dobradinha da Red Bull e um possível domínio de Vettel, que estava em primeiro. Era o seu script. Porém, Hamilton queria deixar a McLaren ao final deste ano com pelo menos mais uma vitória e partiu para cima de Webber, o ultrapassando pouco tempo antes do australiano abandonar. Lewis se aproximou de Vettel e iniciou assim uma luta de gato e rato que caracterizou toda a corrida em Austin, com pegas de tirar o fôlego nas posições intermediárias. A diferença entre Vettel e Hamilton nunca foi superior a 1.5s e mesmo quando o inglês voltou à pista em posição difícil após sua parada, Lewis rapidamente encostou em Vettel. Era uma briga de altíssimo nível, com os dois campeões andando no limite e com dois carros diferentes, andando um ou dois décimos mais do que o outro. Estava na cara que a definição de alguma se daria na zona de acionamento da asa e no momento que Hamilton estivesse muito próximo, a ultrapassagem viria. E ela veio já no final da prova, quando Vettel perdeu marginalmente tempo para um retardatário e ficou a mercê de Hamilton, que ainda levou um susto quando o alemão da Red Bull fez uma manobra brusca e ambos quase tocaram rodas. Hamilton foi até o final da prova com Vettel igualmente 1.5s atrás, mostrando o equilíbrio desta disputa. O abraço afetuoso em Martin Whitmarsh significou o fim da parceria de treze anos de Hamilton e a McLaren e tende a ser danoso a ambos em 2013. O principal piloto da McLaren no próximo ano, Jenson Button, ficou quase um minuto atrás de Hamilton, enquanto Pérez não fez outra corrida boa como no meio da temporada. E olha que Button fez uma bela corrida, saindo de 12º para quinto numa corrida agressiva e usando muito bem os pneus, sua marca registrada. Já Hamilton enxerga uma Mercedes em declínio técnico acentuado. Provavelmente não apreciamos outro feito de Michael Schumacher em suas últimas largadas quando o alemão colocou seu carro em quinto no grid. A forma como a Mercedes perdeu rendimento a partir daí foi impressionante, com Schumacher finalizando em 15º, enquanto Nico Rosberg, que largou apenas em 17º, recebeu a bandeirada duas posições à frente do heptacampeão. Será triste ver o talento de Hamilton perdido na mediocridade atual da Mercedes em 2013.
Enquanto falava com sua equipe, após receber a bandeirada, Vettel disse que tinha feito o que pôde. E ele não mentiu. A McLaren parecia mais no chão do que a Red Bull e o alemão se esforçava para se manter à frente e, após ultrapassado, logo atrás de Hamilton. O campeonato não foi decidido em Austin, mas os treze pontos que Vettel carrega para Interlagos para a próxima semana tende a ser suficientes para que o alemão conquiste o título em uma corrida normal, vide o desempenho apagado da Ferrari, 40s atrás de McLaren e Red Bull. Alonso conseguiu uma largada espetacular ao pular de sétimo para quarto na freada da primeira curva e após o abandono de Webber, ficou com o lugar mais baixo do pódio. Chega a dar pena ver um Alonso impotente frente ao poderio de Vettel e a Red Bull, mas muita gente ficará com o espírito de 'bem-feito' para cima do espanhol e a Ferrari. Em outra manobra polêmica, a Ferrari deliberadamente arrancou o lacre do câmbio de Felipe Massa, que largava à frente de Alonso, para que o brasileiro perdesse cinco posições e Fernando ganhasse uma posição, com o bônus de largar do lado limpo da pista. Muita reclamação antes da corrida, principalmente nas redes sociais, mas muita gente não lembra de um pequeno detalhe: foi o mau desempenho de Massa ao longo da temporada que o colocou nessa situação incômoda. E como Alonso é melhor mesmo do que Massa, isso tende a se repetir outras vezes em 2013...
O começo da corrida foi de espetacular com várias brigas no pelotão intermediário. A Lotus ficou novamente à frente deste pelotão com Raikkonen e Grosjean ficando logo atrás de Red Bull, McLaren e Ferrari. Destaque para a boa corrida de recuperação de Grosjean, que rodou sozinho no início da prova, estragou seus pneus e foi o primeiro a fazer sua única parada. Mesmo com pneus mais gastos do que a maioria, se manteve como um dos mais rápidos a ponto de chegar bastante próximo de Raikkonen, que fez e levou bonitas ultrapassagens durante a corrida. A Force India começou muito bem com Nico Hülkenberg, mas o alemão foi perdendo rendimento na medida que seus pneus perdiam performance e o alemão caiu do ótimo quinto lugar para as últimas posições das zona de pontuação. No final da prova, porém, Hulkenberg teve que aguentar atrás de si as duas Williams, que vinham mais rápidas do que ele e o alemão da Force India segurou com garra o oitavo lugar. Bruno Senna passou a corrida inteira à frente de Maldonado e pressionava Hülkenberg, mas não foi eficaz o suficiente para tomar a posição do alemão e acabou tomando uma ultrapassagem agressiva de Maldonado no final. Isso prova bem por que Maldonado tende a ficar na Williams em 2013 e Bruno, não. Ricciardo esticou o máximo sua parada e chegou a ficar entre os seis primeiros, mas o australiano desapareceu quando fez seu pit-stop, enquanto Vergne foi o outro abandono com a suspensão quebrada após briga com as duas Mercedes. Se houve toque, a TV não mostrou. As pequenas fizeram o seu papel de sempre, sendo que a Marussia ficou à frente da Caterham em alguns momentos e deverá ficar com o sonhado décimo lugar no Mundial de Construtores.
Mostrando bem o valor dos Estados Unidos para a F1, a Pirelli preparou um chapéu texano no lugar dos tradicionais bonés no pódio. Vettel tinha um sorriso amarelo, pois ele deveria estar contando com o título no Texas, com Alonso apenas em sétimo no grid, mas o espanhol teima em se manter na briga pelo campeonato, mesmo com a Ferrari não o ajudando muito e o tricampeonato cada vez mais nas mãos de Vettel. A Red Bull não queria uma disputa pelo título em Interlagos pela aura da pista paulistana de corridas complicadas e clima inconstante. Alonso sabe disso e conta com uma corrida louca para ter chances de tirar a já considerável desvantagem que tem para Vettel semana que vem, pois sua Ferrari, hoje, não é páreo a Red Bull. A F1 está no Texas, mas para este campeonato imprevisível e espetacular (repito, o melhor que eu já vi!) dá para usar uma velha frase de Nevada: Façam suas apostas!
sábado, 17 de novembro de 2012
A um passo do paraíso
Em sua centésima corrida na F1, Sebastian Vettel tem chances de conquistar seu tricampeonato e se não o fizer em Austin, deverá deixar tudo bem encaminhado para sacramentar seu nome de vez na história da F1 em Interlagos. O alemão da Red Bull vem dominando com ampla vantagem até este momento o final de semana norte-americano e sua pole, mesmo com uma margem pequena em cima de Hamilton, deverá fazer com que Vettel faça sua corrida com marca registrada. Boa largada, voltas voadoras e administração rumo a bandeirada. Enquanto para Alonso, só resta uma sorte absurda amanhã.
A classificação mostrou algumas coisas interessantes no grid. Primeiro, Sebastian Vettel não tem apenas o melhor carro como único triunfo a seu favor. Mesmo a Red Bull tenho o melhor carro do grid, o alemão sofreu para ficar com a pole, enquanto seu companheiro de equipe ficou em terceiro, mas tomando meio segundo de Vettel. Sebastian é superior a Webber e isso ninguém duvida, mas creditar os triunfos de Vettel apenas ao carro projetado magistralmente por Adryan Newey é simplório demais. Outro fator interessante será ver o comportamento de Hamilton e a McLaren em 2013. O inglês é tão ou mais rápido do que Vettel (não significando melhor...) e ficou apenas um décimo atrás de Vettel, mas Hamilton está de malas prontas para a Mercedes, que quase viu Rosberg ficar pelo caminho no Q1. Já a McLaren viu Button ficar mais uma vez pelo Q2, enquanto Pérez segue sem brilhar pela Sauber desde que assinou com a McLaren. Essa separação Hamilton-McLaren deverá ser bastante danosa a ambos. Fernando Alonso está numa sinuca de bico incrível. Seu carro não rende e ponto de levar 1.6s de Vattel e o espanhol ainda ficou atrás de Massa, algo muito raro nos últimos tempos. Alonso deverá esperar unicamente pela sorte amanhã!
Um fato levantado por muita gente será a primeira curva amanhã. Numa subida íngreme e com formato estranho (muito largo no início, estreito no meio e extra-largo na saída), a primeira curva é bastante temida na primeira volta amanhã, ainda mais com Grosjean no meio do grid. Talvez com muito cuidado, nada aconteça amanhã. Mas Alonso esperar exatamente que algo aconteça para ter alguma chance de diminuir o prejuízo amanhã, pois Vettel está bastante próximo de conseguir seu terceiro título.
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
Bruxa solta
Vinte e quatro horas depois do acidente de um motociclista português, Macau fez Phillip Yau Wing-Choi como mais uma vítima do seu famoso circuito de rua. Correr de moto em circuito de rua é loucura para mim, ainda mais em mais em Macau e seu setores de altíssima velocidade. Para mim, bastava-se proibir corridas de moto lá, mas o acidente do piloto de Hong Kong foi algo a se pensar. Ao contrário do que ouvi por aí, Yau estava num Chevrolet Cruze, aparentemente o mesmo carro no qual a marca domina o WTCC há dois anos. Ou seja, não era um carrinho inseguro qualquer. A batida foi em alta velocidade, seca, de frente e bem no lado do motorista. Aparentemente não houve problemas de óleo na pista ou afins. Resumindo, para evitar acidentes parecidos com o de hoje, ou se muda a pista, ou não se corre de carros de turismo lá. Simples assim.
quinta-feira, 15 de novembro de 2012
Corrida de malucos
No motociclismo mundial, ainda existem duas corridas que nos remetem a correr a Targa Florio ou a Corrida Panamericana, inclusive com seus riscos e perigos: a Ilha de Man e o circuito de rua em Macau. É uma verdadeira loucura se correr em motos possantes nessas duas pistas, particularmente a primeira, que é de alta velocidades. Hoje, Macau e seus muros fez como vítima o português Luís Filipe de Sousa Carreira.
terça-feira, 13 de novembro de 2012
A despedida
Schumacher bem que poderia ter acabado sua carreira no já longuínquo final de temporada de 2006, quando fez uma corrida épica em Interlagos. Neste ano, provavelmente terminará sua gloriosa carreira andando no pelotão intermediário no mesmo Interlagos.
Sebastien Loeb foi mais prático. Com uma temporada arrasadora, como a maioria em que conquistou seus nove títulos, o francês anunciou sua aposentadoria para o final desta temporada e neste domingo, Loeb se despediu do WRC com mais uma vitória.
Uma lenda do esporte a motor!
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
E vamos quebrar tudo, vaaaamos, vaaaamos...
A musiquinha que tocava no Programa do Ratinho na famosa hora do DNA entrou para a história. Assim como entrou para a história ontem da Nascar o que Jeff Gordon e Clint Bowyer, com suas respectivas trupes, fizeram nos boxes de Phoenix. Para quem não sabe, a Nascar ficou muito popular no final da década de 70 quando uma briga entre dois pilotos ao final das 500 Milhas de Daytona foi passada para milhões de pessoas em suas casas, que se abrigavam em toda a costa leste por causa de um furacão. O furacão já passou, a popularidade já está consolidada, mas Gordon e Bowyer já entraram para a história da Nascar.
domingo, 11 de novembro de 2012
Final louco e normal
Daniel Pedrosa vencer, pela sétima vez neste ano, não é surpresa alguma. Resultado normal de um piloto que foi mais rápido em pista seca, nas poucas vezes em que a pista ficou assim no final de semana valenciano. Porém, a corrida em Valencia foi tudo, menos normal. As condições variáveis de clima fez da escolha de pneus uma loteria e permitiu a pilotos que normalmente lutam em posições intermediárias, ficassem na ponta da corrida, como a CRT de Aleix Espargaró.
Porém, após a corrida se assentar, Jorge Lorenzo e Daniel Pedrosa lideravam a corrida e querendo coroar seu bicampeonato, Lorenzo parecia que venceria, ainda mais após o erro de Pedrosa. Contudo, logo depois Lorenzo deu de cara com a lenta moto CRT de James Allison e acabou por perder o controle de sua Yamaha de forma espetacular, sofrendo um acidente forte, mas sem ferimentos a Lorenzo. Com isso, Pedrosa ficou sem rivais e colocou volta no sétimo colocado e superou o surpreendente Nakagami, substituto do machucado Ben Spies da Yamaha, por quase 40s, provavelmente a maior diferença em anos.
Pedrosa mostrou força em sua melhor temporada. Dani largou dos boxes após a indefinição de qual pneu largar e o espanhol rapidamente estava colado no líder Lorenzo, que largou com pneus slicks, mas no grid. A corrida foi recheada de acontecimentos, como a melancólica despedida de Valentino Rossi da Ducati e a melhor posição de uma motor CRT com o quinto lugar de Michele Pirro. Só que Casey Stoner roubou as atenções com um terceiro lugar depois de cair para 14º pela estratégia de sua equipe. O australiano fez uma prova agressiva e subiu ao pódio em sua última corrida pela MotoGP. Casey Stoner é rápido e tem um estilo bonito de se ver, mas não restam dúvidas que o agora ex-piloto da Honda é um chato de galocha, que passou o ano reclamando de tudo e de todos, criando um clima tão chato como ele na MotoGP. Dentro das pistas, Stoner fará falta. Já fora das pistas... vá pescar, como sua equipe mostrou a ele.
E 2013? Pedrosa e Lorenzo tendem a continuar a dominação exercida pelos espanhóis na segunda metade da temporada, principalmente com Honda e Yamaha andando tão forte como agora. Rossi terá que se reinventar para andar no ritmo de Lorenzo, enquanto Pedrosa terá que lhe dar com o monstro que é Marc Márquez, que hoje fez outra corrida épica na Moto2 ao sair do último lugar rumo a primeira posição. Só na primeira volta, foram 22 posições ganhas! Só espero que as corridas melhores, que hajam mais brigas e disputas por vitórias, algo que faltou e muito em 2012. Que venha 2013!
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
História: 20 anos do Grande Prêmio da Austrália de 1992
Até aquele momento, a F1 jamais havia visto uma combinação carro-piloto (Williams-Mansell) dominar de forma até mesmo obscena a categoria. O inglês já havia mostrado força na segunda metade de 1991 e mostrava que seria o favorito em 1992. E Mansell o fez de forma incontestável. Foram nove vitórias e doze poles no carro de outro planeta, apelido dado ao Williams FW14B por Ayrton Senna. Mansell era campeão desde agosto, mas quando soube que a Williams, influenciada pela Renault, iria trazer Alain Prost de volta para a F1 em 1993, resolveu picar a mula em direção a F-Indy. Impotente frente ao domínio da Williams, Senna chegou a se oferecer de graça para correr na equipe no qual testou pela primeira vez na F1 e vendo seu maior rival e inimigo fidagal indo para seu cockpit desejado ardorosamente, Senna pensou em abandonar a F1 naquele final de 1992. Em sua coluna à Revista Quatro Rodas, Ayrton disse que pensou em anunciar sua aposentadoria precoce em Adelaide, mas desistiu na última hora.
Se servia de consolo, a McLaren tirou um pouco da diferença enorme que a separava da Williams no final da temporada a ponto de Senna ter ficado ao lado de Mansell, que conquistou sua 13º pole, na primeira fila do GP da Austrália. Patrese, que havia vencido duas semanas antes em Suzuka, teve que se conformar com a terceira posição, ao lado de Berger, de passagem marcada de volta para a Ferrari na temporada seguinte. Schumacher fazia de sua primeira temporada completa um verdadeiro cartão de visitas, com o alemão da Benetton sendo regular o bastante de ficar à frente até mesmo de Senna no campeonato e ainda tendo conseguido sua primeira vitória na F1.
Grid:
1) Mansell(Williams) - 1:13.732
2) Senna(McLaren) - 1:14.202
3) Patrese(Williams) - 1:14.370
4) Berger(McLaren) - 1:15.114
5) Schumacher(Benetton) - 1:15.210
6) Alesi(Ferrari) - 1:16.091
7) De Cesaris(Tyrrell) - 1:16.440
8) Brundle(Benetton) - 1:16.562
9) Comas(Ligier) - 1:16.727
10) Hakkinen(Lotus) - 1:16.863
O dia 8 de novembro de 1992 estava nublado em Adelaide, mas não havia chances de ocorrer o dilúvio que interrompeu a corrida do ano anterior e fez do Grande Prêmio da Austrália de 1991 como a corrida mais curta da história da F1. Mesmo com a McLaren ligeiramente mais próximo da Williams, Senna sabia que a largada seria essencial para tentar roubar mais uma vitória de Mansell. O brasileiro tentou forçar a barra em cima de Mansell, sabedor da cabeça quente do inglês em casos de pressão extrema, mas Nigel conseguiu se manter na ponta. Senna ainda tentou a ultrapassagem sobre o inglês na freada no final da reta Brabham, mas o inglês se manteve na ponta, com Senna logo atrás. Mais atrás Pierluigi Martini, Olivier Grouillard e Michele Alboreto se envolveram num acidente na largada e acabaram fora da prova.
Ao contrário do que aconteceu ao longo de 1992, Mansell não disparou na frente, com Senna absolutamente no limite na perseguição a Williams. Patrese se mantinha em terceiro, mostrando o porquê foi deixado de lado pela Williams e estava de malas prontas para a Benetton em 1993. Schumacher havia largado melhor do que Berger e ficou à frente do austríaco, mas o piloto da McLaren daria o troco logo na terceira volta. Essa ultrapassagem seria decisiva mais tarde. Na sétima volta, Maurício Gugelmin sofria um forte acidente após perder os freios. O brasileiro da Jordan havia se envolvido na carambola da primeira volta em que Martini, Grouillard e Alboreto foram extirpados da corrida. À primeira vista, Gugelmin havia sofrido apenas um toque, mas o catarinense teve um cabo de freio cortado, que acabaria deixando-o sem freios justamente no final da reta Brabham. Este acidente marcou a despedida da F1 de Gugelmin na F1, ele que seguiria Mansell e se transferiria para a Indy em 1993.
Mansell era o líder da prova, com Senna surpreendentemente logo atrás. Senna mostrava sua habitual agressividade no trato com os retardatários, enquanto Mansell se mostrava mais relaxado e deixava perder um outro décimo para o rival. Então, quando os dois se aproximavam da última curva da volta 19, Mansell freou alguns metros mais cedo do que o normal. Aquilo deixou Senna sem ter muito o que fazer, apesar de que em todo acidente de transito, quem bate atrás tem culpa, tanto que o Esporte Espetacular fez uma montagem muito engraçada na época, mostrando uma imagem on-board do carro de Senna e na traseira do carro de Mansell, mostrava a velha placa 'Mantenha a Distância' dos caminhões. Quem não achou muita graça foi Mansell, que gesticulou bastante e saiu bastante chateado com Senna.
Como havia acontecido em Montreal, a corrida seria decidida pelos coadjuvantes das principais equipes de 1992, McLaren e Williams. Patrese assumiu a ponta da prova, com Berger e Schumacher logo atrás. O italiano era conhecido por estratégias agressivas de pits, onde tentava ao máximo parar menos do que os rivais. Mesmo tendo um Williams nas mãos, Patrese resolveu arriscar e tentar fazer a prova sem trocar pneus. Berger parou para fazer seu pit-stop único na volta 34, sendo seguido por Schumacher na volta seguinte. A diferença para Patrese ainda era confortável quando o motor Renault do italiano quebrou na volta 51. Parecia que Berger venceria fácil, mas Schumacher ainda tentou uma aproximação nas voltas finais e o alemão completou a corrida embutido na traseira da McLaren de Berger, que vencia pela primeira vez no ano em sua despedida da McLaren. Demonstrando o quanto Schumacher fazia com aquela Benetton em 1992, Brundle terminou a corrida no pódio. 54s atrás do alemão! Foi um final surpreendente de campeonato onde a equipe dominadora não viu a bandeirada e as principais estrelas de então ficaram de fora após um acidente bizonho. Porém, 1993 entraria para a história como uma das melhores temporadas já vistas...
Chegada:
1) Berger
2) Schumacher
3) Brundle
4) Alesi
5) Boutsen
6) Modena