Para quem está começando a assistir a Nascar, fica a dica. Nunca mude de canal após a bandeirada! Você pode perder cenas como essa...
terça-feira, 26 de março de 2013
Hamilton's Fail
Não comentei essa presepada enquanto fazia a crônica da corrida, mas provando que não esqueci, eis Lewis Hamilton visitando sua antiga equipe.
segunda-feira, 25 de março de 2013
Figura(MAL): Ferrari
Ué? Como uma equipe que teve apenas um piloto pontuando e ainda assim em quinto, pode ser considerado o grande vencedor do Grande Prêmio da Malásia. Tendo uma visão sistêmica para o resto da temporada, mesmo cometendo um erro ao deixar Alonso com a asa quebrada até entrar em colapso e destruir a corrida do espanhol, a Ferrari volta do oriente de bem com consigo mesmo e com seus pilotos, ao contrário das suas rivais. Red Bull e Mercedes tem sérios problemas internos para resolver e no caso da principal rival dos últimos tempos, a Red Bull, dificilmente haverá uma harmonia entre os pilotos, que deverão lutar asperamente no resto do ano, mesmo que com um carro que parece ser tão bom quanto os dos últimos anos. Isso não acontece na Ferrari, que tem Alonso claramente como primeiro piloto e Massa tendo ajudar o time a marcar muitos pontos no Mundial de Construtores. Ter dois pilotos brigando entre si já fez com que favoritos perdessem títulos, como ocorreu com a Williams na época de Piquet e Mansell. É o que a Ferrari e Alonso esperam que aconteça com a Red Bull!
Figurão(MAL): Sebastian Vettel
Não irei entrar no mérito se o alemão fez algo certo ou errado em desobedecer sua equipe ontem em Sepang e partir para a vitória. Porém, o vencedor da prova malaia pecou num item ainda maior do que ser o mais veloz na pista: na ética. A ideia de manter as posições após a última rodada de parada estava tão clara para os pilotos da Red Bull que até o código era conhecido por eles: multi 21. E os engenheiros dos respectivos pilotos falaram 'multi 21' tanto para Webber como para Vettel nas voltas finais do Grande Prêmio da Malásia. O australiano estava na frente neste momento e teoricamente partiria para a vitória, mas Vettel jogou às favas o multi 21, 22 ou 23 e ultrapassou Webber, criando uma tremenda saia justa dentro da Red Bull, que amargou sua vitória mais constrangedora. Se algo está combinado antes da corrida, tem que ser homem para cumprir. Mesmo que não esteja de acordo. Se fosse o caso, Vettel poderia gritar ao rádio 'fuck multi 21'. E partir para cima! Webber seria avisado e a corrida seria disputada de forma mais justa pelos dois pilotos da Red Bull, pois Mark, que não é nenhum santo, fez o que a equipe pediu e entrou em fase de 'cruzeiro' nas voltas finais, bem ao contrário de Vettel. A atitude do alemão poderá ter grandes reflexos no resto da temporada da Red Bull, pois a partir de agora, será cada um por si e Deus por todos dentro do time chefiado por Christian Horner, que ficou desmoralizado na frente de milhões que acompanhavam a prova quando Sebastian não obedeceu sua ordem superior. Pela primeira vez um vencedor de corrida entrou neste lado da coluna, mas não por alguma atitude anti-esportiva dentro da pista, mas fora da pista.
Vitória do outsider
Entre os favoritos à vitória em Saint Peterburg, com certeza o nome de James Hinchcliffe aparecia entre os menos cotados. O canadense da Andretti, que substituiu muito bem a ruinzinha Danica Patrick, tinha mostrado velocidade ano passado, mas pilotos como Will Power, Helio Castroneves e Ryan Hunter-Reay andaram muito bem no final de semana da Flórida e eram mais cotados para vencer a primeira prova do ano na Indy.
Porém, Hinchcliffe sempre andou entre os primeiros e na prova, se fez de morto o tempo todo, ganhando posições na medida em que os favoritos iam cometendo erros. O primeiro a fazê-lo foi Power que, após disparar na ponta, perdeu a liderança na relargada da primeira bandeira amarela e a partir daí se perdeu em erros (próprios e dos outros) até abandonar no final da prova. Power tem uma grande desvantagem com relação aos outros pilotos que é a sua notória deficiência em circuitos ovais e por isso, quanto mais pontos o australiano da Penske marcar em circuitos mistos, mais ele tem chances de brigar, de novo, pelo título. Os pontos perdidos ontem poderão fazer falta. Enquanto isso, Hinchcliffe já tinha deixado as surpresas Takuma Sato e Simona de Silvestro para trás e estava em segundo, atrás de Helio Castroneves, vencedor no circuito urbano por três vezes.
Porém, o piloto da Penske, com vários anos correndo na Indy, perdeu o controle do seu carro na freada da primeira curva numa relargada nas voltas finais e entregou de bandeja a liderança para Hinchcliffe. É por essas e outras que Castroneves não sabe o que é ganhar um campeonato em sua já longa carreira...
Porém, Hinchcliffe teria o desafio de segurar um sedento Castroneves nas voltas finais, com a desvantagem de estar correndo com os pneus duros, ao contrário do brasileiro. Helio tentou colocar de lado algumas vezes, mas Jamie não se intimidou e acabou conseguindo sua primeira vitória na Indy, além de assumir a liderança do campeonato pela primeira vez, mesmo que seja na corrida inaugural. Substituto de Danica, Hinchcliffe pode não ter o marketing da pilota americana, mas com certeza contribuiu muito mais tecnicamente com sua equipe do que Patrick. E a Andretti começou o ano forte ao colocar Marco Andretti em terceiro, após o neto de Mario ter ultrapassado Simona de Silvestro das últimas voltas. O teórico primeiro piloto da equipe, o atual campeão Hunter-Reay teve problemas eletrônicos quando fazia uma corrida discreta e abandonou.
A Ganassi também foi bem discreta ontem, com Dario Franchitti provocando a primeira bandeira amarela do dia ao bater sozinho com os pneus frios, enquanto Dixon compensou sua péssima posição de grid com um top-10. Tony Kanaan fez uma corrida de espera, mas não há como negar que ele andou atrás de sua rápida companheira de equipe a prova inteira e só a ultrapassou no final por Simona ter tido alguma problema. A suíça é uma ótima piloto e é a melhor piloto mulher a correr na Indy. Bia Figueiredo se arrastou lamentavelmente a corrida inteira, andando sempre em último, enquanto seu companheiro de equipe, Justin Wilson, brigava constantemente pelo top-10. O fato de ser mulher, como Simona está provando, não significa uma desvantagem nas corridas, mas o problema é que Figueiredo definitivamente não está no mesmo nível da turma.
E a Indy começa forte, com bons nomes se alternando na liderança das corridas e equipes como a Andretti já no mesmo nível das consolidadas Penske e Ganassi, essa, com motor Honda, tendo dificuldades. O jovem James Hinchcliffe pode ser um novo nome em uma categoria que vê os mesmos nomes dominando há no mínimo cinco anos.
domingo, 24 de março de 2013
Tenso!
Normalmente o pódio é o local onde os três primeiros colocados e o representante da equipe vencedora confraternizam-se com muitos sorrisos e um banho de champanhe após os hinos. Isso não aconteceu no 15º Grande Prêmio da Malásia da F1. Não foi uma corrida tão emocionante quanto em Melbourne na semana passada ou da prova malaia do ano anterior, mas houve momentos decisivos que podem até mesmo influenciar toda a temporada de 2013. A Red Bull conseguiu uma dobradinha enfática, mas seus dois pilotos não comemoraram e a celebração da equipe ficou restrita a sorrisos amarelos, o mesmo acontecendo com a Mercedes, segunda força em Sepang. A Formula 1 não vive seus tempos de brigas encarniçadas dentro das equipes como ocorreram nos anos 80. Agora, o que se vê é a frase 'tragam as crianças para a casa', pronunciada pela equipe após o último pit-stop aos seus dois pilotos que poderiam estar brigando por posição. Em Sepang, vimos essa situação ocorrer duas vezes com dois resultados distintos, podendo ocorrer cismas dentro de Red Bull e Mercedes, além de criar rivalidades desnecessárias num campeonato que mal começou.
Como era esperado, a chuva deu às caras em Sepang, como normalmente ocorre todos os dias na cidade colada em Kuala Lumpur, porém a chuva não veio com a força esperada e ainda assim, minutos antes da largada. Como resultado, todos largaram com pneus intermediários e Vettel disparou na frente, além de ver seu maior adversário alijado da disputa ainda na segunda curva. O alemão da Red Bull surpreendeu ao ser o primeiro a parar nos boxes para colocar pneus médios, seguido pelas Mercedes. Mark Webber, que havia pulado para segundo na largada, esperou duas voltas e se deu muito bem, assumindo a ponta da corrida. Vettel chegou a ser ultrapassado por Hamilton nas inúmeras paradas que houve em Sepang, mesmo a pista não estando tão quente como nos outros dias. Porém, o alemão da Red Bull se livrou do inglês da Mercedes e partiu para cima de Webber. No stint final, o tricampeão estava com pneus médios, ao contrário de Webber. Vettel se aproximou e no melhor momento da corrida iniciou uma disputa de tirar o fôlego com o companheiro de equipe. Faces tensas foram mostradas no pit-wall da Red Bull, até Vettel deixar o australiano para trás e ir embora. Dada a bandeirada, Vettel não comemorou de forma efusiva como sempre faz, o mesmo ocorrendo com Webber, 4s mais tarde. Na ante-sala do pódio, Webber estava claramente contrariado, enquanto Adryan Newey parecia prever a tempestade (e essa não vinha do céu...) que se aproximava e Vettel parecia preocupado. Webber chegou a abrir os braços para Vettel. O pódio foi tenso, sem sorrisos. A Red Bull havia pedido a Vettel que não atacasse Webber no stint final, mas o alemão não acatou a ordem da equipe e ultrapassou o australiano. Contrariado ainda dentro da pista, Webber quase que repetiu a manobra de Schumacher em Barrichello em Hungaroring/2010, espremendo ao máximo Vettel no muro dos boxes. A ultrapassagem valeu não apenas a vitória, como também a liderança do campeonato de pilotos. E é Vettel, atual tricampeão e acusado constantemente por Webber de ser protegido da Red Bull, particularmente do consultor Helmut Marko, o novo líder do Mundial de Pilotos de 2013. Vettel e Webber nunca foram amigos e fazem questão que todos saibam disso. Na Turquia em 2010, eles chegaram a bater e o alemão chamou o companheiro de equipe de louco com gestos para as câmeras e para a torcida. O clima parecia ter amainado um pouco, mas a verdade é que nas entrelinhas Webber nunca ficou muito satisfeito com sua situação na equipe, mostrada ao mundo com a famosa frase após a vitória em Silverstone/2010 ("Nada mal para um segundo piloto, hein?"). Sua amizade com Christian Horner, chefe da equipe Red Bull, ainda o mantém na equipe por tantos anos, além de ser inegavelmente rápido, mas não tão constante quanto Vettel. A atitude de Sebastian pode trazer todo o clima de 2010 de volta a equipe, quando, mesmo com o melhor carro, só conseguiu o título na última corrida e de forma sofrida, devido a um erro estratégico da Ferrari. Não devemos esquecer que Vettel, em determinado momento da corrida, pediu que a Red Bull mandasse Webber deixa-lo passar. E a equipe disse não. Com a briga entre seus pilotos mais uma vez escancarada, a Red Bull poderá ter problemas para segurar o ímpeto de Vettel e, principalmente, Webber, este sedento por uma vendetta.
Na Mercedes, algo parecido ocorreu, mas desta vez seus pilotos foram mais obedientes. Lewis Hamilton nunca foi um piloto de fino trato com os pneus e a comparação com Button nos tempos da McLaren deixava isso muito claro. Na Mercedes isso não foi diferente e o inglês enfrentou problemas com sua borracha nas voltas finais da corrida malaia. De tentar o segundo lugar de Vettel, Hamilton viu sua posição ameaçado por Nico Rosberg, companheiro de equipe e amigo de longa data. Mais rápido do que o inglês, Rosberg solicitou à Ross Brawn que ultrapassasse o companheiro e ficasse com o lugar mais baixo do pódio. Brawn disse não. Rosberg quase implorou e Ross falou para trazerem as crianças para casa. Nico estava tão mais rápido do que Hamilton, que parou de usar o DRS nas retas mesmo estando menos de 1s atrás. Foi uma situação complicada, onde Rosberg reclamou ainda pelo rádio que não esqueceria dessa corrida. Nico vive um dilema em sua carreira. Desde que entrou na Mercedes em 2010, chegou na frente do companheiro de equipe, mas o time trazia uma estrela e Rosberg ficava na situação incômoda de segundo piloto. Foi assim com Michael Schumacher, mas o alemão acabou superando o heptacampeão. Quando Michael se aposentou, Rosberg talvez pensou que seria o primeiro piloto, mas Lewis Hamilton chegou à equipe como estrela principal e maior salário da F1. Nico deve estar se sentindo inferiorizado e mordido, querendo a partir de agora partir para cima de Hamilton, um piloto também atirado. Outra situação complicada para que a Mercedes e sua frágil gerência terá que lhe dar a partir de agora.
Com Red Bull e Mercedes mandando na prova, o resto foi exatamente isso. O resto. Felipe Massa ficou com o quinto lugar, bem abaixo da expectativa de quem largava na primeira fila, mas ao contrário de quando larga no meio do pelotão, o brasileiro largou mal e estava em sétimo quando a primeiras paradas começaram. Porém, a Ferrari acertou na estratégia do brasileiro quando o chamou para uma quarta (!) parada e Felipe passou quem viesse pela frente com os pneus médios e voltou ao quinto lugar onde estava. Se a Ferrari acertou com Felipe, errou feio com Alonso. Largando melhor do que o companheiro de equipe, Alonso brigava com Vettel ainda na primeira chicane quando tocou na traseira da Red Bull do alemão. Com a asa dianteira avariada, era lógico fazer a parada rapidamente. Porém, Alonso, mesmo com a asa dianteira raspando no asfalto, não parecia tão lento, além de que as paradas para trocar os pneus intermediários pelos slicks era iminente. Seria melhor trocar o bico quando fosse trocado os pneus, pensaram Alonso e a Ferrari. Porém, na reta dos boxes, a asa entrou em colapso e foi para baixo da Ferrari do espanhol, fazendo Fernando perder o controle e ir reto, acabando com sua corrida. Ano passado, com um carro inferior, Alonso marcou pontos em toda oportunidade dada a ele. Ele praticamente não errou, junto com a Ferrari. Na primeira oportunidade de uma decisão importante, a Ferrari e Alonso erraram feio e perderam pontos importantes, principalmente agora com a Red Bull dividida e Alonso completando 200 Grandes Prêmios.
De vitoriosa em Melbourne, a Lotus se tornou um simples coadjuvante com Raikkonen superado, inclusive, por Grosjean. O francês andou muito forte e, vejam só, não se envolveu em nenhum acidente até agora. Raikkonen parecia desconfortável na pista, saindo dela algumas vezes. A Lotus terá que mostrar que se o que vimos em Melbourne foi ocasional ou apenas um erro no longo caminho que é esse campeonato. A McLaren continua sua temporada de horrores e se não bastasse o carro ruim, azares acometeram o time hoje. Levando-se em conta que o carro é ruim, Button vinha fazendo uma boa corrida e estava levando-se seu sofrível MP4/28 a um bom quinto lugar até a equipe errar num pit-stop e não apertar corretamente o pneu dianteira direito. Jenson teve sua corrida atrasada definitivamente, enquanto Sérgio Pérez fazia uma corrida interessante após largar numa posição intermediária. Porém, o mexicano teve algum problema nas voltas finais e teve que fazer uma parada não-programada, fazendo que caísse para o nono lugar. No momento, a McLaren é a última equipe que marcou pontos no Mundial de Construtores.
Depois de um final de semana de sonhos, a Force India fez uma prova de pesadelo em Sepang, onde um problema na rosca do pneu dos seus pilotos fez com que o time hindu parasse seus dois carros por segurança. A Sauber finalmente mostrou seu verdadeiro ritmo com Nico Hulkenberg. Como ótimo piloto de chuva, Hulk esteve entre os mais rápidos quando a pista ainda estava úmida, mas a Sauber, que não fez um carro tão bom como no ano passado, perdeu rendimento na parte 'seca' da corrida e foi perdendo rendimento, porém, o alemão foi capaz de marcar pontos facilmente, andando no mesmo ritmo de Lotus e Ferrari. Já Estebán Gutierrez parece não ser do mesmo nível do seu compatriota Sérgio Pérez. Mesmo em sua segunda corrida, Gutierrez já está devendo em comparação a estreia de Pérez, três anos atrás. A Williams continua em seu calvário com um carro ruim e seus pilotos mal podem aparecer. Só quando saem da pista, como fez Maldonado. A Toro Rosso viu seus dois pilotos tendo corridas bem diferente, com Jean-Eric Vergne tendo problemas nas primeiras voltas e conseguindo se recuperar e marcar um pontinho, enquanto Daniel Ricciardo abandonou, mas estava atrás de Vergne. Que Daniel preste atenção, pois a Toro Rosso é conhecida por não ser muito paciente com seus jovens pilotos... E falando em jovens pilotos, Bianchi já impressiona ao conseguir o melhor resultado da Marussia em três anos. Isso, em duas corridas! Para chamar a atenção em equipes como Marussia e Caterham, é necessário fazer diferente do que simplesmente ser o melhor entre as equipes. E Bianchi está fazendo isso!
Teoricamente, a Red Bull seria a grande vitoriosa após a bandeirada em Sepang, porém, com seus dois pilotos em beligerância, isso pode definir o campeonato a favor de um terceiro piloto que venha por fora. No caso, seria Alonso, mesmo ele tendo ficado de fora da prova de hoje. Na Mercedes, o clima também não está muito aprazível. Hoje, o que faltou em emoção, sobrou em tensão!
sábado, 23 de março de 2013
Viúva casando...
Quando criança, quando se via, ao mesmo tempo, sol e chuva, se dizia, aos gritos, que a viúva está casando! Esse foi o clima do Q3 em Sepang e por isso a comemorada pole de Sebastian Vettel não teve uma importância que seria dada se ocorresse com tempo seco. Uma boa característica do alemão que muitos esquecem é que ele anda muito bem em piso molhado, vide sua primeira vitória quatros anos e meio atrás em Monza pela Toro Rosso. Se Vettel anda muito bem em pista molhada, surpreendeu o bom desempenho de Massa, historicamente ruim na chuva. O brasileiro continuou sua ótima fase ao cravar Alonso mais uma vez, deixando o espanhol com cara que chupou limão enquanto iam para a agora tradicional foto dos três primeiros do grid.
O treino em Sepang começou com sol forte, mas as nuvens escuras nas adjacências do circuito indicavam chuva para qualquer momento. Antes disso, Jules Bianchi mostra que é possível se sobressair nas equipes ditas nanicas. Muitos falavam que Lucas di Grassi e Bruno Senna faziam um ótimo trabalho quando ambos corriam por essas equipes, mas faltou a eles o que Bianchi já mostrou em duas corridas: sair do lugar do comum, fazer o diferente. Bianchi não apenas foi o mais rápido dos quatro pilotos que tem em mãos as cadeiras elétricas Marussia e Caterham, como ficou apenas dois décimos atrás da decadente Williams de Bottas. A diferença para o companheiro de equipe Chilton foi superior a 1s. Jules Bianchi veio para ficar!
A Williams continua sua via-crucis e Maldonado mal andou no Q2, que terminou debaixo de chuva e atrapalhou Paul di Resta, que ficou nos boxes na hora errada, assim como Romain Grosjean. Mesmo com apenas duas corridas, esses dois jovens pilotos são dos mais pressionados na F1, pois estão muito atrás do seus respectivos companheiros de equipe. No caso do piloto da Force India, a coisa piora, pois Adrian Sutil passou um ano parado e em sua volta, Di Resta está levando um banho! Com a pista molhada, mas fazendo sol, todos foram para o Q3 tentando se equilibrar numa pista escorregadia. E foi Vettel que se sobressaiu, deixando as duas Ferraris logo atrás, com Massa voltando à primeira fila após três anos. Um momento significativo para Felipe, vide que um ano atrás todos imaginavam ele fora não apenas da Ferrari, como da F1!
São duas classificações marcadas pela chuva e o status quo da F1 ainda não está claro. Antes de fazer a pole, Vettel esteve longe de brilhar no Q1 e no Q2, fora que o ritmo da Red Bull na corrida australiana foi bem inferior a velocidade na classificação. A Ferrari, com Felipe à frente, se mostrou ao inverso, andando muito forte na corrida e com seus dois pilotos na ponta, isso poderá ser um ponto a favor dos vermelhos. A não ser que Massa e Alonso briguem. Raikkonen não largará tão bem, mas assim aconteceu em Melbourne e todos sabemos do resultado. E ainda tem a chuva, fiel companheira do Grande Prêmio da Malásia. Ou seja, não faltará motivos para acordar de madrugada neste domingo de seca braba!
quarta-feira, 20 de março de 2013
Em busca da popularidade perdida
Uma semana após o início da temporada da F1, a Indy começa 2013 no já tradicional palco de Saint Petersburg. Ano passado foi de transição para a categoria, que passa a impressão de só ter destaque nos Estados Unidos e no mundo durante as 500 Milhas de Indianápolis, enquanto o resto do campeonato fica escondido perante a popularidade da F1 (no mundo) e da Nascar (nos Estados Unidos). Além disso houve a trágica perda de Dan Wheldon na corrida final de 2011 e a mudança de chassi e motores para fazer de 2012 um ano ainda mais atípico do que os demais.
Porém, 2012 foi igual em alguns aspectos com relação aos outros. Will Power dominou nos mistos, pecou nos ovais e perdeu o título da corrida final, conseguindo um tri-vicecampeonato de fazer inveja ao Vasco da Gama. Melhor piloto disparado nos mistos, o australiano da Penske ainda não tem a mesma consistência nos ovais e Power vacilou em momentos cruciais das provas finais, mesmo ela nos mistos. Só que ao invés de entregar, de mão beijada, o título à Dario Franchitti, ano passado quem levou a melhor foi Ryan Hunter-Reay. O americano da
equipe Andretti quase ficou de fora da Indy algumas vezes por falta de apoio, mas achou em Michael Andretti quem acreditasse nele e Hunter-Reay justificou a aposta com um surpreendente título, pois Ryan não estava entre os favoritos do ano passado, mas com três vitórias consecutivas, entrou na briga com Power e tirou o sonhado título do australiano em uma prova dramática no oval de Fontana.
As equipes começam 2013 com as mesmas caras de sempre a ponto dos maiores favoritos para este ano serem pilotos muito experientes, a maioria tendo passado da casa dos 30 anos. A Penske dispensou Ryan Briscoe (para alegria do Luciano do Valle e o famoso ‘Brian Riscoe’) e manteve Power e Helio Castroneves, este, pela 14º temporada consecutiva. De Power todos sabem o que esperar nos mistos e para tentar o título, somente uma evolução nos ovais, mesmo sendo minoria no campeonato. Já Castroneves tentará conquistar seu primeiro título no automobilismo. Isso mesmo, o brasileiro já venceu três vezes em Indianápolis, mas não sabe o gostinho de um título. Mesmo quando era jovem Hélio sempre foi um piloto muito inconsistente, com altos (como nas vitórias em Indianápolis) e baixos. Depois de velho, os baixos vêm se sobressaindo cada vez mais e só a popularidade em concursos de dança e suas vitórias nas 500 Milhas para deixá-lo na poderosa Penske.
A Ganassi permanece com a experiente dupla Dario Franchitti e Scott Dixon que já lhe garantiu cinco títulos na Indy. Franchitti não fez uma boa temporada em 2012, mas como venceu as 500 Milhas, não dá para dizer que foi um ano perdido para o escocês. Mais acostumado com o novo carro e pilotando como vinho (quanto mais velho, melhor), Franchitti pode voltar à briga este ano. Já Dixon é um piloto pouco carismático, mas muito bom em todos os tipos de circuito, apesar de passar a impressão de que seu melhor momento na carreira já passou. Com a má fase de Franchitti, Dixon tomou as rédeas da Ganassi e brigou pelo título até próximo do final. Ryan Hunter-Reay terá uma maior visibilidade com o título conquistado em 2012 e liderará a Andretti rumo ao bicampeonato e rumar aos bons tempos de Wheldon e Kanaan na metade da década passada. Forte em todo tipo de circuito, Hunter-Reay não terá tanto trabalho em sobressair-se dentro da equipe, já que Marco Andretti só está no time por ser filho do dono, enquanto o venezuelano Ernesto Viso, ao mesmo tempo rápido e maluquinho, só está na equipe devido ao patrocínio estatal que carrega. Por enquanto. Hinchcliffe mostrou ser um bom piloto, além de ser muito simpático, mas teve muito azar e se superar isso, poderá andar mais constantemente entre os ponteiros. Agora, um detalhe pouco percebido: repararam que a Andretti só fez crescer desde a saída de Danica Patrick? Sinceramente, não acho isso coincidência...
Fora as chamadas equipes grandes, o melhor é mesmo Tony Kanaan, que ano passado levou a sua equipe KV nas costas, tendo Viso e Rubens Barrichello como peso morto no time. Com Barrichello indo para a Stock e tendo a talentosa Simona de Silvestro como companheira de equipe no lugar de Viso, Kanaan poderá ter melhores referências e brigar na ponta em certos momentos quando o carro assim permitir. Bia Figueiredo correrá em algumas provas, começando por St. Pet., mas acho que a brasileira, conhecida nos EUA como Ana Beatriz, uma Danica tupiniquim. Só está lá por ser mulher e bonita. Outros que podem aparecer bem são Sebastien Bourdain, Tristan Gommendy e Josef Newgarden, pilotos que sobressaíram em suas equipes pequenas no ano passado. No caso de Bourdais, ainda não entendi como o ótimo piloto francês ainda não está numa equipe grande!
E com essa perspectiva a Indy 2013 buscando a popularidade perdida desde a fatídica cisão de 1996 e permanecendo na emoção, que sempre marcou a categoria.
segunda-feira, 18 de março de 2013
Jeff Gordon e o gordinho
Uma coisa legal da Nascar é que seus pilotos não se abstém de participar de comerciais e quando o pessoal do marketing está inspirado, podem sair coisas hilárias. A Pepsi trouxe seu piloto principal, o tetracampeão Jeff Gordon, para fazer parte de uma pegadinha. Para quem não entende inglês, Gordon se disfarçou em um pacato cidadão procurando um carro usado, no caso, um potente Camaro 2009. O vendedor ofereceu um test-drive para convencer a 'Mike' a comprar o carrão. O resultado é esse...
Figura(AUS): Adrian Sutil
Três semanas atrás a Force India ainda procurava um piloto para ocupar o segundo cockpit da equipe ao lado de Paul di Resta e tinha um favorito claro: o jovem e promissor francês Jules Bianchi. Porém, o time hindu tinha dúvidas em entregar seu carro a um piloto inexperiente num ano crucial para a equipe, vide os problemas financeiros do seu dono, Vijay Mallya. Por isso, a Force India preferiu trazer de volta à sua equipe o alemão Adrian Sutil, na estrutura do time desde que ainda se chamava Spyker. Sutil tinha feito uma ótima temporada em 2011, mas fora das pistas se envolveu numa pendenga judicial graças a uma briga com o dirigente Eric Lux em Xangai, um dos manda-chuvas da Genii. Com todos esses problemas, Sutil acabou de fora da temporada subsequente ao seu melhor ano e sua carreira na F1 parecia acabada. Mas Mallya e a Force India confiavam no alemão e ele não decepcionou em sua primeira corrida no seu retorno. Sutil andou sempre próximo do badalado Di Resta, mas acabou ficando no Q2, enquanto o escocês passou ao Q3. Como podia escolher que pneus largar no domingo, Adrian escolheu os médios, ao contrário de 95% do grid, que preferiu os supermacios. Sutil largou sem problemas, vide que passou um ano sem largar, e fez uma corrida maiúscula. Pensando numa estratégia de duas paradas, Sutil esticou ao máximo seus stints e ainda nas primeiras voltas se viu brigando no pelotão da frente com Vettel, Alonso e Massa. E de igual para igual! Mesmo contando com uma Force India e sem correr a mais de um ano, Sutil não se intimidou e andou no mesmo ritmo dos ponteiros da prova, chegando a liderar a corrida por onze voltas. Quando colocou os pneus supermacios na parte final da corrida, Sutil perdeu rendimento com o desgaste acentuado com pneu de banda vermelha e perdeu duas posições no final para Hamilton e Webber, mas mesmo com o sétimo lugar, Adrian Sutil provou que se não fosse seus problemas extra-pista, ele poderia hoje estar militando numa equipe bem melhor do que a atual.
Figurão(AUS): Mark Webber
Passa ano, passa carro e Mark Webber não consegue duas coisas em sua temporada, nem em suas melhores: um bom resultado em casa e largar bem. Em Melbourne neste domingo, Webber repetiu sua sina de forma clara em ambas as questões. Após uma classificação onde acompanhou, como normalmente faz, seu já lendário companheiro de equipe Sebastian Vettel, Webber tinha boas perspectivas para conseguir seu primeiro pódio em sua corrida caseira ao largar na primeira fila. Esse tabu lembra muito o que ocorria com Rubens Barrichello e Jacques Villeneuve quando estes chegavam em suas respectivas etapas caseiras cheios de expectativa e acabavam sucumbindo durante as corridas. Pois Webber acabou sucumbindo por outra de sua característica que se manifestou mais fortemente desde que passou a ter em mãos um carro competitivo: as más largadas. Sem nenhuma razão aparente, Webber caiu de segundo para sétimo ainda na primeira volta, prejudicando sobremaneira sua corrida na frente dos seus torcedores. Correndo no meio do tráfego, Webber desgastou mais do que o planejado seus pneus e era sempre quem abria as rodadas de pit-stops. Mesmo tendo um carro muito rápido em mãos, Webber teve que se contentar com um sexto lugar, já iniciando 2013 bem atrás do seu companheiro de equipe. Lembrando-se que este é seu único ano de contrato com a Red Bull e que Mark vive às turras com o consultor da Red Bull, Helmut Marko, início pior do que este para Webber é praticamente impossível.
domingo, 17 de março de 2013
Zebra!
Para quem assistiu aos treinos, poucos acreditariam num resultado diferente da vitória de Sebastian Vettel na corrida realizada mais cedo em Melbourne. Já quem assistia a corrida até por volta da 20º passagem, poucos duvidariam de um triunfo de Fernando Alonso na abertura do campeonato de 2013. Porém, ninguém se apercebeu de um Kimi Raikkonen sendo tão sólido como em 2012, mas adquirindo outro diferencial, que foi cuidar dos pneus e com uma estratégia diferente, venceu em Melbourne como fizera seis anos atrás e acabou com o título. Kimi brigará pelo título? Ainda é muito cedo para dizer algo desse tipo, até por causa do final de semana atípico na Austrália, mas o piloto da Lotus mostrou que será, novamente, um dos protagonistas desta temporada, juntamente com quem o acompanhava no pódio australiano: Alonso e Vettel.
A corrida em Melbourne foi muito interessante e cheio de alternativas, até por que ainda havia a expectativa da chuva retornar para a corrida, como havia aparecido, com força, nos treinos. Porém, a chuva veio apenas com esparsas gotas e não atrapalhou o andamento da prova. Quando Vettel assumiu a ponta após a primeira curva e com as duas Ferraris brigando forte durante toda a primeira volta, o alemão da Red Bull já tinha uma vantagem de 2s, a vitória de Vettel parecia líquida e certa. Suas vitórias se caracterizam em sua maioria assim. Porém, a Ferrari, liderada por um combativo Massa, não deixou Sebastian escapar. Ao contrário. Massa e Alonso estavam colados na Red Bull quando Vettel visitou os boxes pela primeira vez, ainda antes da volta 10, com os pneus supermacios em frangalhos. Os pneus supermacios duraram muito pouco e vários pilotos pararam cedo. Mas nem todos. A dupla da Mercedes e Adrian Sutil permaneceram mais tempo na pista, indicando uma estratégia diferente. Raikkonen tinha um ritmo sólido e seus pneus pareciam durar mais, pois o finlandês sempre se aproximava das Ferraris quando estes se aproximavam de suas paradas. Por isso, Raikkonen não seguiu Alonso e Cia na segunda rodada de paradas. Kimi esticou ao máximo seu segundo stint. Enquanto todos prestavam atenção em Alonso e na forma como ele voava para se livrar de Vettel, Kimi fazia voltas muito rápidas mesmo com pneus com muito mais voltas que o espanhol. Quando fez sua segunda parada e Alonso a terceira, Raikkonen tinha 5s de vantagem sobre a Ferrari e parecia que seria insuficiente para segurar Alonso, mas Kimi, incrivelmente, tinha tempos muito parecidos com o de Fernando e chegou a aumentar a vantagem para o espanhol no final. A vitória de Raikkonen deu mais um tempero a um campeonato que se mostra excelente. Se a Lotus pareceu ter construído um carro que não maltrata os pneus e Raikkonen manter sua solidez, o finlandês poderá brigar por mais vitórias neste ano. Título? A Lotus não tem uma estrutura como a de suas rivais e por isso ritmo de desenvolvimento não é tão intenso como o de Ferrari e McLaren, por exemplo. Porém, Kimi, líder do campeonato pela primeira vez desde que foi campeão, irá dar muito trabalho. Pena que Romain Grosjean não aproveitou o acerto da Lotus e fez uma corrida discreta e só marcou pontos por causa de uma ultrapassagem nas voltas finais sobre Pérez. Se serve de consolo, ao menos Grosjean não bateu!
A Ferrari não deverá reclamar muito da prova em Melbourne, mesmo tendo a vitória nas mãos em vários momentos. Alonso começou o ano se sobressaindo sobre os seus adversários mais diretos, superando Vettel e Massa na base da estratégia e mesmo derrotado por Raikkonen, Fernando começou 2013 bem melhor do que 2012, onde lutou com Vettel em condições bastante desiguais com relação a carro. Neste ano, a Ferrari parece não ter um carro tão bom quanto a Red Bull em ritmo de treinos, mas a situação se inverte em ritmo de corrida, onde os pontos são conquistados. Por isso, Alonso estava bem feliz no pódio. Mesmo sabendo do perigo que representa Raikkonen, Fernando sabe que seu grande adversário, ainda mais com a fraqueza da McLaren e de Hamilton nesse seu início na Mercedes, é mesmo Vettel. E Alonso o bateu de forma inapelável. Massa fez uma ótima corrida, ganhando duas posições na largada e segurando o rojão de um forte Alonso, que o pressionou muito na primeira volta. Aqui vale um detalhe. Se a Ferrari tivesse mesmo favorecendo Alonso, era mais fácil pedir a Massa deixar o espanhol passar naquele momento. Massa liderou o duo da Ferrari em seu enfrentamento contra a Red Bull de Vettel e foi o primeiro a fazer seu pit-stop, algo que tradicionalmente a Ferrari faz quando um dos seus pilotos está na frente. O problema foi que Rob Smedley demorou demais para perceber a mudança de estratégia Alonso, que antecipou sua parada para ganhar as posições de quem estava à sua frente. Massa parou três voltas depois do espanhol que, com pneus mais novos e do mesmo tipo, deixou o brasileiro para trás, numa manobra astuta do espanhol. Não da Ferrari, como reagiu a Globo, principalmente com Reginaldo Leme. As pessoas precisam parar de achar que o brasileiro é sempre o coitadinho na Ferrari!
Com a primeira fila na mão, não deixou de ficar um gosto amargo na boca da Red Bull. Vettel liderava com facilidade ao final da primeira da volta e parecia emular suas vitórias de 2011 e no final de 2012. Porém, os carros projetados por Adryan Newey parecem, nesse primeiro momento, desgastar mais os pneus a ponto de Webber ter sido o primeiro a parar nos boxes. Vettel veio logo em seguida e ficou numa situação frágil frente as Ferraris no resto da corrida, mas o alemão ainda teve o talento de ficar à frente de Massa, se mantendo no pódio com um terceiro lugar. Um bom resultado para quem não lutou pela vitória, bem ao contrário de Webber. Passa o ano e o carro, e Webber continua largando muito mal, desta vez caindo de segundo para sétimo ainda na primeira volta e sua corrida foi totalmente comprometida, ficando sempre no meio do pelotão e destruindo seus pneus mais cedo que o normal. Terminando a prova em sexto, em sua corrida caseira, Webber já inicia 2013 em desvantagem frente ao seu companheiro de equipe. Um dos destaques da prova foi Adrian Sutil. O alemão largou atrás do seu companheiro de equipe e com uma estratégia diferente, Sutil largou com os pneus médios, esticando ao máximo suas primeiras paradas, além de ter optado por parar duas vezes. Com os pneus médios, Sutil andava no mesmo ritmo das Ferraris e de Vettel a ponto do alemão, desde 2006 na F1, ter liderado pela primeira vez uma corrida de F1. O problema foi quando Sutil colocou os pneus supermacios e Adrian passou a ter dificuldades com o desgaste e foi perdendo rendimento até cair para o sétimo lugar, logo à frente de Paul di Resta. Porém, após um ano de fora das corridas, Sutil provou que está tão bom como terminou em 2011 e a Force India continuou seu bom momento do final de 2012, quando liderou em Interlagos com Hulkenberg.
Quando Hamilton e Rosberg ficaram na pista com pneus supermacios por mais tempo que os demais, indicando que parariam duas vezes nos pits, todos apontaram os carros prateados e com capacetes amarelos como um dos favoritos à vitória. Porém, ao contrário do que ocorreu com Sutil, os pilotos da Mercedes não se deram muito bem com os pneus médios a ponto de Hamilton ter ido ao plano B, o que significava uma terceira parada. Isso deixou Lewis em quinto e longe da briga pela vitória, enquanto Rosberg foi um dos poucos a abandonar. A Mercedes evoluiu em relação ao final do ano passado, mas precisa de mais para conseguir por vitória, pois a velocidade de Hamilton fez bem ao time em ritmo de treino. A McLaren foi a grande decepção deste início de ano. Button parecia muito feliz por ter passado ao Q3 e hoje foi mostrado o porquê. O time não se encontrou em nenhum momento e nem Pérez, que sempre se destacou com corridas estratégicas graças ao seu trato com os pneus, e muito menos Button se destacaram. O inglês conseguiu um insosso nono lugar, enquanto Pérez foi ultrapassado por Grosjean nas voltas finais e saiu da zona de pontuação. A McLaren já teve inícios de ano ruins outras vezes e acabou dando a volta por cima e 2013 será outro ano assim, com a desvantagem de Button e Pérez não serem pilotos empolgantes quanto Raikkonen e Hamilton foram, principalmente em ritmo de classificação. Iremos ver como será o desenvolvimento da equipe ao longo da temporada, mas a McLaren parece estar atrás demais das rivais para brigar pelo título este ano.
As demais equipes fizeram corridas invisíveis, pouco aparecendo. A Sauber já começou desfalcada com o abandono de Nico Hülkenberg com um problema na bomba do combustível antes mesma da largada e Gutiérrez não foi sombra do seu compatriota Pérez em sua estréia em Melbourne. A Toro Rosso viu Vergne superar com facilidade Ricciardo, este correndo em casa e sendo um dos poucos a abandonar. Levando-se em conta a competitividade que existe dentro da equipe de Faenza, o australiano já está pressionado. A Williams, como falou bem Maldonado após ter caído no Q1 ontem, voltou a estaca de 2011 e terá que remar muito para conseguir os bons pontos que marcou ano passado. Maldonado rodou sozinho e Bottas ficou só à frente das nanicas. Muito pouco para um time que tem poucos patrocinadores. A Marussia teve em Jules Bianchi um trunfo que deverá levar para o resto da temporada. O francês superou os rivais da Caterham e seu companheiro de equipe com facilidade, mostrando um diferencial com o péssimo carro que tem em mãos.
2013 começou com uma surpresa auri-negra chamada Kimi Raikkonen e sua Lotus. Ninguém esperava sua vitória até a metade da corrida, mas o finlandês chegou ao seu 20º triunfo na F1 com categoria e a frieza habitual, que mostrou no pódio. No pódio também ficou claro a alegria de Alonso e a cara de preocupação de Vettel. São os dois que dão pinta que irão brigar pelo título e neste momento, Alonso ficou em vantagem não apenas em pontos, como também psicologicamente com uma Ferrari bem mais forte do que ano passado. E todos sabem do que o espanhol é capaz. Porém, para que briguem pelo título, Alonso e Vettel terão que espantar outras zebras, como a de Raikkonen hoje!
sábado, 16 de março de 2013
2011 Revival?
Poucos devem se lembrar, mas nove anos atrás havia uma perspectiva muito boa para a temporada que se iniciava em março de 2004 e todos apostavam que o título seria decidido entre Williams-BMW e McLaren-Mercedes, até Michael Schumacher colocar 2.5s no primeiro carro não-Ferrari no primeiro treino livre em Melbourne e o que se viu depois foi um banho do alemão que o levou ao seu sétimo e último título. Hoje não foi uma diferença tão abissal como em 2004, porém Sebastian Vettel provocou em todos a mesma sensação de 2011, quando dominou como quis a temporada rumo ao seu segundo título. Mesmo num treino confuso, a Red Bull reinou absoluta em Melbourne e com pneus supermacios, colocou mais de meio segundo no primeiro carro não-roxo, no caso, o branco da Mercedes de Lewis Hamilton.
O treino classificatório em Melbourne foi o terceiro na história da F1 em que a chuva no sábado atrapalhou a tal ponto de impedir a realização da sessão e esta ser realizada no domingo pela manhã. Ontem, ao menos o Q1 foi realizado e após muita chuva e rodadas, percebeu-se que McLaren e Williams caíram do seu status em relação a 2012, principalmente o time do Tio Frank, que viu Pastor Maldonado ficar pelo caminho no Q3, algo frequente em 2011, mas raro ano passado. Vale destacar que o novato Valtteri Bottas superou o mais experimentado venezuelano. Entre as nanicas houve uma inversão com a Marussia superando a Caterham, liderada por Julien Bianchi, talvez o mais destacado novato deste ano. O francês conseguiu um tempo apenas 0.4s mais lento do que Esteban Gutierréz, outro novato, mas que bateu com sua Sauber e ficou pelo caminho.
Mesmo com a pista úmida hoje, os treinos ocorreram normalmente, com o único sobressalto com a clara secagem da pista e alguns pilotos errando na hora de colocar o pneu certo na hora certa. O mais destacado caso foi Sérgio Pérez, que estreou com o pé esquerdo na McLaren ao optar com os pneus supermacios quando o lógico eram ainda os intermediários. Com isso o mexicano largará apenas em 15º mais tarde. Porém, quando iniciou-se o Q3, estava claro que os pneus supermacios eram os ideais, mas ainda assim Vettel já era mais rápido com larga vantagem e quando todos tinham os pneus com banda vermelha, o alemão da Red Bull estraçalhou a concorrência, com tempos de volta mais de 1s mais rápido do que o resto. A Mercedes, sempre forte com Rosberg, viu Hamilton ser o melhor do resto, enquanto a Ferrari ficou exatos 1s atrás da Red Bull, com Massa superando Alonso por três milésimos. Preocupante, mas ainda pior está a McLaren, pois Button conseguiu levar 1s da Force India de Paul di Resta, sendo o último do Q3.
Mesmo com o tempo muito nublado, a previsão indica pista seca para a corrida, o que indicaria uma amplo favoritismo da Red Bull e, particularmente, de Sebastian Vettel, pois mesmo Webber levou quase 0.5s do companheiro de equipe. Após um ano sensacional em 2012, 2013 começou com cara de 2011.
sexta-feira, 15 de março de 2013
Rumo à Melbourne (Equipes)
Inconclusivos. Esse foi o principal adjetivo ao final dos testes da pré-temporada 2013 da F1. Apesar de nunca esses testes realizados durante o inverno europeu dissessem muita coisa sobre o restante da temporada, o deste ano foi ainda mais complicado para dar algum diagnóstico sobre o que ocorrerá a partir deste domingo. Além dos já tradicionais ‘esconde-esconde’ das equipes e ‘cavalos-paraguaios’ de alguém querendo aparecer, esse ano ainda tem a incógnita dos sempre novos pneus Pirelli. Os italianos entraram na F1 dispostos a complicar a vida de engenheiros e pilotos sempre com novidades e pneus de difícil compreensão a cada nova temporada e 2013 não foi diferente.
Todo mundo reclamou do desgaste dos pneus, mas outros fatores fizeram com que a avaliação dos pneus fosse ainda mais complicada, como a frieza (óbvio, já que na Espanha está fazendo frio devido ao inverno e seria muito mais lógico um teste desses nesse lado do hemisfério...) do asfalto e a característica de Jerez de La Frontera, lugar onde os motores roncaram pela primeira em 2013, mas há dezesseis anos fora do calendário da F1. Nesse caso, o ótimo desempenho da Mercedes na última bateria de testes em Barcelona após uma semana complicada em Jerez pode não dizer muita coisa, assim como o desempenho sempre mediano da tricampeã Red Bull. A Ferrari andou forte em todas as três baterias e seus pilotos declararam que o início de 2013 é bem superior ao de 2012. A McLaren, que terminou 2012 muito forte, talvez não inicie tão forte pelas declarações pessimistas dos seus dois pilotos, mas nunca é bom subestimar um time da grandeza e tradição da McLaren.
Mantendo a mesma base que surpreendeu em 2012, a Lotus andou bem nos teste, mas a confiabilidade deixou um pouco a desejar. A Sauber mudou o lay-out do carro, mas não seu lugar no pelotão intermediário sempre querendo beliscar um pódio se os times ditos grandes derem brecha. A Williams modificou bastante seu carro e foi a última a mostrar seu novo bólido em 2013, mas andou forte com o carro novo. Já a Force India não atrasou o debut do seu carro, mas demorou a indicar seus pilotos. A Toro Rosso se mantém como filial da Red Bull com a finalidade única e exclusiva de fornecer jovens pilotos para a Red Bull avaliar e ver se fica ou dispensa. Com a saída da HRT, somente Caterham e Marussia ficaram como nanicas e parece ter havido uma diminuição de distância entre elas, com a Caterham estacionando e a Marussia se aproximando.
Com a mudança radical dos carros em 2014, iniciar bem em 2013 será fundamental para as equipes. O desenvolvimento não deverá acontecer da forma alucinante dos outros anos e quem ficar para trás em 2013, automaticamente pensará em 2014 mais cedo do que o usual. O regulamento não mudou muito, apenas os pneus. Se haverá um ano espetacular como 2012? Melbourne nos responderá!
Rumo à Melbourne (Pilotos)
Muita gente tem calafrios em ouvir isso, mas a atual geração de pilotos da F1 é uma das melhores de todos os tempos. Minha teoria para essa ojeriza é que não há nenhum brasileiro como protagonista, ao contrário da geração de ouro anterior, quando havia dois. A grande crítica para o atual plantel de pilotos dirigiu-se para o grande número de pilotos-pagantes, inclusive quatro dos cinco estreantes. A crise está braba, mas sempre houve pay-drivers na história da F1, sendo que alguns com algum sucesso, como Niki Lauda, por exemplo.
Como nos fala a maioria das bolsas de apostas, os principais pilotos das cinco principais equipes são os grandes favoritos ao título de 2013. Sebastian Vettel (Red Bull), Fernando Alonso (Ferrari), Jenson Button (McLaren), Kimi Raikkonen (Lotus) e Lewis Hamilton (Mercedes) deverão brigar pelas vitórias em grande parte das corridas e pelo título no final. Vettel tentará um incrível tetracampeonato consecutivo que o deixaria ainda mais consolidado entre os grandes na história da F1 e para isso, terá a mesma força da Red Bull por trás, escudado por Mark Webber, cada vez mais longe do piloto que quase foi o número um da equipe em 2010 e mais próximo da aposentadoria. Na verdade, Webber só não foi mandado embora pelo consultor Helmut Marko, com quem não se dá bem, pela amizade com Christian Horner, chefe da equipe austríaca. Porém, Marko e Horner concordam em afagar Vettel e farão de tudo para levar seu talento a outro momento história na F1.
Mesmo tendo menos títulos do que Vettel, Fernando Alonso passa a impressão de ser o melhor piloto da atualidade e eu (muita gente vai ter faniquito com essa minha afirmação) acho que o espanhol fez mais em 2012 com sua Ferrari capenga do que Senna em 1993 com sua subestimada McLaren. Se serve de consolo ao espanhol, a Ferrari parece estar melhor esse ano e isso poderá ajudar bastante Felipe Massa, que já está na prorrogação na Ferrari e terá que manter o alto nível da segunda metade de 2012 para se manter numa equipe forte em 2014. Ou ir para uma equipe competitiva. A Ferrari terá sentimentos bem diferentes com Sérgio Pérez em 2013, mesmo o mexicano estando na arqui-rival McLaren. Se Pérez fracassar, a Ferrari sentirá que acertou em não trazer o protegido de Carlos Slim para a equipe. Mas se o mexicano brilhar...
A McLaren terá uma sensação estranha em 2013, pois pela primeira vez em muitos anos não terá a agressividade de Lewis Hamilton como ponto de referência, mas sim a delicadeza e a eficácia de Jenson Button, um piloto muito querido na equipe, mas que não tem aquele diferencial em uma volta rápida. Button é experiente e astuto. Como primeiro piloto pode surpreender e chegar nas cabeças. Hamilton decidiu sair da sua zona de conforto e partir para o desafio (claro, com a ‘ajuda’ de milhões de dólares) de alavancar a Mercedes, time que investe muito, mas de resultados fracos. Ninguém duvida do talento de Lewis, mas será interessante ver o inglês liderando um projeto de médio prazo ao lado do amigo e sempre subestimado Nico Rosberg. O alemão sempre andou forte na equipe da estrela de três pontas, mas parece lhe faltar o carisma de campeão que faria a Mercedes apostar nele como o piloto a ser campeão. Rosberg sempre teve companheiros de equipe mais afamados ao seu lado no time alemão. Raikkonen será a referência na Lotus, time com recursos limitados, mas muito organizada. Se deixaram o finlandês trabalhar e a equipe der um carro competitivo, Kimi poderá ser o mesmo piloto que surpreendeu a todos com uma pilotagem segura em 2012, bem ao contrário do rápido e desastrado Romain Grosjean. O francês é rápido, mas seus acidentes quase colocaram seu lugar a perigo mesmo com três pódio em sua primeira temporada completa.
A Sauber trocou de mexicano e trouxe o novato e também queridinho da Telmex Esteban Gutierrez. Claro que o dinheiro de Slim ajudou, mas Gutierrez, assim como Pérez, tem um bom cartel nas categorias de base rumo à F1. Mas Nico Hülkenberg talvez seja o melhor piloto das equipes médias e grande (literalmente, pois é o piloto mais alto da atualidade a ponto de quase não caber no carro...) candidato a conseguir um algo mais no pelotão intermediário. Pastor Maldonado vive um dilema parecido com o de Grosjean: manter a velocidade e não se meter em encrencas. O venezuelano ainda vive a indecisão com a morte de Hugo Chávez, grande mecenas de sua carreira. Pastor terá que fazer algo mais, pois os dólares ditatoriais-bolivarianos podem desaparecer, assim como sua vaga na F1. Para complicar, ele terá ao seu lado o novato Valteri Bottas, provavelmente o melhor novato em 2013. Tratado com muito carinho pela Williams (via Toto Wolff) desde a GP3, o finlandês parece ser outro nórdico voador, do estilo de Hakkinen e Raikkonen. A Force India apresentou seus velhos-novos pilotos com a esperança de sair da crise que se avizinha ao time hindu. A equipe manteve Paul di Resta, louco para conseguir um lugar numa equipe grande, mas que mais reclamou do que fez na pista, além de ter trazido de volta o bom (e briguento fora das pistas) Adrian Sutil. O alemão será uma incógnita, pois um ano fora de ritmo poderá fazer diferença e ele não é mais um garoto começando no automobilismo. A Toro Rosso manteve seus dois garotos Vergne e Ricciardo e provando que o clima, muito competitivo, dentro da equipe deve ser pesado, os dois já declararam várias vezes que não são amigos. E eles sabem que a Red Bull não perdoa se os resultados não vierem! As nanicas vieram com novos pilotos e muitas dificuldades financeiras, a ponto da Marussia ter trocado Luiz Razia por Julien Bianchi faltando poucos dias para o início do campeonato. Bianchi, protegido pela Ferrari e por Nicolas Todt, parece ser o mais promissor, ao contrário de Charles Pic, Giedo van der Garde e Max Chilton.
E a F1 começa com seus grandes pilotos querendo mais um lugar ao sol e tomara que nós vejamos outro campeonato tão espetacular quanto o ano passado.
quarta-feira, 13 de março de 2013
segunda-feira, 11 de março de 2013
Nas ondas do rádio
Só o áudio, mas imaginando como era em 1972 acompanhar a F1. Na voz de Wilson Fittipaldi...
Que pena...
E bote pena nisso! O amor pelo esporte a motor de Wilson 'Barão' Fittipaldi fez com que não apenas o automobilismo brasileiro, como também o automobilismo mundial tivesse sua face mudada a partir da década de 1970. Esse jornalista, visionário e apaixonado pelas corridas ajudou a popularizar o esporte no Brasil, promovendo a tradicional Mil Milhas Brasileiras, fundando a CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo), além de ter feito Getúlio Vargas comprar uma Ferrari para Chico Landi e ter trazido pilotos do quilate de Juan Manuel Fangio para o seu amado 'quintal' Interlagos, onde quase perdeu a vida quando resolveu disputar uma corrida de moto narrando para a rádio Jovem Pan e sofreu uma queda que o deixou no hospital por vários dias.
Wilson, ou Barão, por causa de sua voz empostada e seu vasto bigode, sempre levava consigo seus dois filhos para as corridas, incutindo neles o amor pelo automobilismo. Primeiro seria o primogênito Wilson. Depois viria Emerson, o caçula e que teria mais sucesso. Desbravador como o pai, Emerson se mandou para a Europa em 1969 e três anos depois conquistava o título da F1, com uma narração emocionada do Barão. A saga Fittipaldi incluiu um novo título de Emerson e o começo da equipe Copersucar, depois Fittipaldi, comandada por Wilsinho. Isso inspirou dezenas de pilotos brasileiros a seguir os passos dos irmãos Fittipaldi e daí surgiram Nelson Piquet e Ayrton Senna, fazendo com que o Brasil se tornasse um celeiro de talentos no automobilismo. Hoje o Brasil é um dos países mais tradicionais do automobilismo mundial.
Tudo isso graças ao amor de Wilson Fittipaldi pelo automobilismo. Com uma vida longeva, o velho Barão narrou corridas por muitos anos ainda, viu o apogeu e a queda de Emerson na F1, além do mesmo destino da equipe Copersucar. Emerson foi para os Estados Unidos e também obteve sucesso, incentivando o neto Christian, além de bisavô Pietro, seguir com o nome Fittipaldi no automobilismo mundial. Depois de quinze dias internado no Rio de Janeiro, aos 92 anos Wilson Fittipaldi deixou a vida para a eternidade com a certeza de ter plantado nos brasileiro o amor pelo automobilismo e ter transformado o Brasil, via seus amados filhos, numa potência do esporte à motor no mundo.
quarta-feira, 6 de março de 2013
Futuro de Maldonado
Não vou entrar no mérito do que fez ou deixou de fazer Hugo Chávez. Nem vou 'comemorar' ou 'chorar' a sua morte, até por que não é do meu feitio, apesar de achar Chávez um ditador populista como os piores que já passaram pelo mundo, inclusive a Militar aqui no Brasil.
Como o blog fala de automobilismo, fica como incógnita a situação de Pastor Maldonado. Como acontecia na Alemanha Oriental, Chávez usava o esporte como propaganda política de sua pseudo-democracia e patrocinava muito forte vários atletas, sendo que no automobilismo a Venezuela cresceu de forma exponencial com o dinheiro bolivariano-ditatorial da PDVSA, estatal do petróleo da Venezuela. Para quem não sabe, o país sul-americano tem uma das maiores reservas de petróleo do mundo, a ponto de exportar para... os Estados Unidos! Pastor Maldonado é rápido e um bom piloto, mas há vários como ele nas categorias de base e o diferencial do venezuelano sempre foi o patrocínio da PDVSA, assim como para Ernesto Viso, Roldolfo González e outros menos conhecidos.
Maldonado só está na F1 e na Williams por causa da PDVSA. Chávez em pessoa apoiava Maldonado. Houve certa turbulência ano passado quando a sufocada oposição venezuelana pediu para ver mais de perto para onde o dinheiro do povo, via PDVSA, estava indo. O lugar de Maldonado imediatamente ficou à perigo. O engodo foi resolvido, mas o futuro político da Venezuela agora é uma verdadeira incógnita. E se a oposição subir ao poder e cortar esse apoio praticamente sem restrições da PDVSA aos seus pilotos ao redor do mundo? Maldonado terá que cortar um dobrado este ano, pois se parte (ou ele todo) do seu patrocínio for embora, seu lugar na Williams ficará bastante ameaçado. E até mesmo na F1!