Ontem faleceu o ex-piloto de F1 Tony Gaze, primeiro australiano a participar da categoria nos anos 50. Aparentemente sem um grande currículo, Gaze tem uma bela história de vida, inclusive participando com méritos da Segunda Guerra Mundial, além de ter dado uma das primeiras chances para um compatriota seu chamado Jack Brabham no automobilismo internacional, de quem ficou amigo até a morte, acontecida ontem aos 93 anos.
terça-feira, 30 de julho de 2013
segunda-feira, 29 de julho de 2013
Figura(HUN): Lewis Hamilton
Finalmente! O inglês da Mercedes saiu de sua seca particular e conseguiu sua primeira vitória pela Mercedes em sua polêmica troca, quando saiu da McLaren, donde foi criado desde criança para brilhar na F1, para a emergente e endinheirada Mercedes. Hamilton não fazia questão de disfarçar seu incômodo em ver Nico Rosberg já ter duas vitórias este ano, enquanto Lewis ainda procurava vencer em 2013. Mesmo respeitando o amigo e companheiro de equipe do kart, Hamilton sabia que poderia superar Nico quando e como quisesse. Porém, mesmo na frente do parceiro de box no campeonato, a vitória não vinha. E ela começou a vir com uma volta sensacional no sábado, quando todos levavam a crer que Sebastian Vettel, que dominou toda a classificação na Hungria, ficaria com a pole. Porém, com o cronômetro já zerado, Hamilton conseguiu tirar um coelho da cartola e superar de forma até surpreendente Vettel e sair em primeiro no domingo. Mesmo largando muito bem, a prova prometia complicada para Hamilton, pois Vettel e Grosjean eram uma sombra constante a sua Mercedes devoradora de pneus e sem o feeling do teste de novatos no qual a Pirelli inaugurou uma nova gama de pneus, mas a Mercedes ficou de fora. Porém, Hamilton segurou bem a barra e foi agressivo em sua volta à pista quando ultrapassou o antigo companheiro de McLaren Button, enquanto Vettel e Grosjean ficaram várias voltas empacados atrás da McLaren. Enquanto Sebastian e Romain perdiam tempo, Hamilton abria uma vantagem considerável que lhe garantiu a vitória mais tarde. Demonstrando o quanto estava faminto pela vitória, Hamilton ainda teve tempo de executar duas belíssimas ultrapassagens sobre Mark Webber quando retornou à pista, surpreendente o australiano em manobras em locais pouco prováveis. Foi a redenção para esse piloto de um enorme talento, mas com uma cabeça ainda frágil, mesmo já estando em sua oitava temporada de F1.
Figurão(HUN): Comissários de pista
Por longos anos a F1 procurou por algo que a aerodinâmica cada mais refinada dos carros e os freios cada dia mais eficientes podou no começo da década passada: as ultrapassagens. Dez anos atrás ultrapassar se tornou uma arte de paciência, técnica e muitas vezes sem muita eficácia, pois não raro um piloto poderia ficar a corrida inteira atrás do concorrente sem conseguir consumar a ultrapassagem. Os fãs clamavam: Queremos ultrapassagens! Os dirigentes tentaram várias alternativas até conseguirem o DRS e os pneus de isopor da Pirelli. É fato que a F1 está mais emocionante de alguns anos para cá, com as ultrapassagens voltando a fazer parte do menu principal dos Grandes Prêmios. Contudo, em Hungaroring, a F1 pode ter dado um tiro no próprio pé. Romain Grosjean tinha acabado de trocar seus pneus e voava para cima da claudicante Ferrari de Felipe Massa. A diferença entre ambos era gritante, mas Grosjean sofria com a famosa dificuldade de se ultrapassar na Hungria. Era colocar o carro de um lado, de outro, usar o DRS em dois locais diferentes, apertar o botão do KERS até aonde não querer mais e... nada! Então, Grosjean saiu mais forte do que Felipe na saída da curva 3, mas mesmo com um carro mais lento e sendo experiente como é, Massa deu o lado de fora para Grosjean, que não se intimidou com o pouco espaço e foi com tudo, passando o brasileiro por fora da curva 4, colocando seu carro na zebra externa, mas não tirando a beleza da manobra. Foi bonito de se ver. Menos para os comissários. Algumas voltas mais tarde o francês da Lotus seria punido por ter ultrapassado Massa saindo das extremidades da pista. Grosjean, que já foi punido inúmeras vezes em sua carreira, soltou um 'Why?' quando foi informado de sua punição. Era o que muitos também perguntavam: Why? Como uma ultrapassagem daquela poderia ser punida por um Drive-Throgh? A F1 só quer ultrapassagens nas retas, com segurança, usando o DRS e... sem emoção? Até mesmo Felipe Massa achou a punição ao francês exagerada, o que também devem ter achado milhões de fãs sedentos por emoção e ultrapassagens, mas foram podados por comissários de pista coxinhas!
domingo, 28 de julho de 2013
Guarda-costa
Lewis Hamilton teve todo o mérito pela vitória hoje em Hungaroring, que o igualou a Michael Schumacher como o maior vencedor da chata pista húngara, que teremos que aturar até, no mínimo 2021. Porém, se a F1 tivesse a tradição do futebol em distribuir bichos pela vitória, Hamilton teria que dar alguma coisa para Jenson Button por o inglês ter segurado Sebastian Vettel por tantas voltas, enquanto Lewis abria uma diferença crucial para sua primeira vitória em 2013 e pela Mercedes, podendo significar uma virada no campeonato, levando em conta que somente agora passamos da metade do campeonato e com a força da equipe germânica no momento, Hamilton poderá ter chances de conseguir perseguir Vettel até o final do ano, mesmo sua missão sendo muito complicada. Já o alemão teve que lidar com o tráfego tantas vezes que perdeu até mesmo o segundo lugar para Raikkonen, que fez uma estratégia espetacular com a sua pouca faminta por pneus Lotus. Hamilton poderia dar seu fictício bicho para os comissários húngaros ao punirem Romain Grosjean de forma inacreditável hoje, quando o francês também teria boas chances de brigar, no mínimo, pelo pódio.
A corrida em Hungaroring seguiu o script usual de muito calor e trenzinhos de carros, mas até que em 2013 tivemos algumas ultrapassagens espetaculares, incluindo duas de Lewis Hamilton sobre Mark Webber praticamente no mesmo ponto que chamaram a atenção e deixou o australiano surpreso pela audácia das duas manobras por fora. Essas duas ultrapassagens demonstraram bem o quanto Hamilton queria essa vitória, provavelmente muito incomodado em ver seu companheiro de equipe com dois triunfos em 2013 e ele nenhum, além do fato de sua saída da McLaren para a Mercedes ter sido muito criticada por muitos no ano passado ao acusarem o inglês de ter pensado unicamente no dinheiro, ao invés da competitividade. Porém, a Mercedes construiu um carro rápido e se ainda sofre com os pneus, o time tenta consertar esse defeito com muito trabalho ao longo de ano sem perder muita velocidade. Hamilton fez uma ótima largada, mas a corrida parecia que seria muito disputada com Vettel e Grosjean, com o trio andando muito próximos no começo da corrida. Como esperado, Hamilton parou primeiro, mas deu sorte de deixar Button rapidamente para trás, o que não aconteceu com Vettel e Grosjean. Lewis aproveitou para abrir uma diferença considerável e que não seria descontada pelos rivais, garantindo a vitória, por sinal, pouco comemorada. Apesar do anúncio da dor de cotovelo pelo fim do namoro, me passou a impressão que Hamilton trata a Mercedes apenas de forma profissional, sem a passionalidade que tinha nos triunfos da McLaren. Se eclipsou Hamilton em algumas oportunidades, Rosberg fez uma corrida pobre na Hungria, onde não foi capaz de igualar em nenhum momento o ritmo do inglês e mesmo sendo tocado por Massa na primeira volta que o fez perder muito tempo, Nico parecia não ter ritmo para brigar até mesmo pelo pódio e ainda viu seu motor explodir no final da prova. O alemão já está um pouco longe de Hamilton no campeonato e parece viver a síndrome de Mark Webber. Nico Rosberg é capaz de andar muito bem em determinadas provas, mas não consegue manter a consistência dos campeões.
Como esperado, a Lotus andou muito bem no forte calor húngaro e Raikkonen aproveitou o bom trato que seu carro tem para com os pneus para garantiu um importante segundo lugar, que lhe garantiu também a mesma posição no campeonato. Porém, o grande nome hoje da equipe aurinegra foi Romain Grosjean. O francês quase ultrapassou Vettel na largada, mas usou um pouco a cabeça e ficou em terceiro, comboiando o alemão e por vezes estando mais em posição de ataque do que de espera. Assim como Vettel, Grosjean ficou empacado atrás de Button, mas quando o alemão fez a ultrapassagem, o francês foi no embalo e acabou tocando na McLaren, causando um furo. Na volta, Grosjean fez a ultrapassagem da corrida sobre Massa, mas os comissários puniram o francês por ele ter colocado os pneus um pouco além da zebra. Apesar de ainda amar a F1, são essas coisas que me fazem gostar mais de futebol, apesar do Ceará me estar fazendo muita raiva esse ano na Série B ultimamente. A F1 sempre procurou as ultrapassagens nos últimos anos. Mudou pneus e inventou a regra da asa móvel. Porém, quando um piloto efetua uma manobra um pouco mais arriscada, mas sem grandes riscos para a integridade física e material, ser punido, é altamente brochante! A FIA só quer seguras ultrapassagens nos finais de reta, sem muita defesa? Isso é matar a F1! O toque em Button e a inacreditável punição estragaram definitivamente a corrida de Grosjean, que poderia fazer uma baita corrida no dia do nascimento do seu primeiro filho. Observando o pouco desgaste dos pneus da Lotus, o francês poderia tentar uma estratégia de duas paradas que elevou Raikkonen para o pódio e, quiçá, brigar lá na frente com Hamilton, ocasionando um final espetacular de corrida. Mas os coxinhas da FIA preferiram outro caminho...
A cara de Vettel e Christian Horner ao final da prova mostraram uma sensação agridoce para o futuro próximo. O terceiro lugar de Sebastian para o campeonato foi muito bom, pois Alonso não fez uma boa corrida e houve uma troca de vice-líder, mesmo que a diferença para Raikkonen tenha diminuído ainda seja confortável. Porém, o crescimento da Mercedes nessa fase do campeonato poderá tirar a tranquilidade de Vettel e cia, já que ainda temos mais nove corridas pela frente e como a própria Red Bull demonstrou ano passado, grandes diferenças podem ser tiradas. Webber fez uma interessante corrida de recuperação, invertendo a estratégia em comparação aos líderes e isso o elevou ao quarto lugar, mas houve desconfiança de que a Red Bull teria dado uma ordem de equipe para que Webber, com pneus macios novos e tanque vazio, não atacasse Vettel, com pneus médios. Será? O certo é que a Ferrari está cada vez mais entrando em suas famosas crises quando ficou claro que hoje o time de Maranello é a quarta força do campeonato. Alonso vê seu sonhado terceiro título cada vez mais longe e de forma impotente. O espanhol largou muito bem, quase pulou para terceiro, mas foi fechado por Grosjean e ficou mesmo em quarto. Porém, Alonso em nenhum momento pôde acompanhar o ritmo dos líderes e um exemplo disso foi quando encostou em Grosjean quando este estava empacado atrás de Button, mas quando o inglês da McLaren fez sua parada, rapidinho o espanhol ficou para trás numa taxa impressionante. Foi desalentador para Alonso o seu quinto lugar, mesma posição em que largou, além do fato de ter perdido o segundo lugar no campeonato e estar vendo Hamilton, vindo muito forte, cada vez mais próximo. Se com Alonso as coisas não foram fáceis, não seria de se estranhar se com Massa fosse diferente. Felipe se envolveu num toque com Rosberg ainda na primeira volta que destruiu a corrida do alemão, além de ter afetado sua asa dianteira. Depois Massa só apareceu levando a grande ultrapassagem de Grosjean e se arrastar até o oitavo lugar. Muito pouco para quem ainda tem sua renovação de contrato pendente.
Jenson Button e a McLaren usou a já tradicional opção de parar menos vezes e com isso subir posições. O inglês ajudou sobremaneira a vitória do seu antigo companheiro de equipe ao segurar por várias voltas Vettel e cia bela enquanto esticava sua primeira parada. Depois, sem a competitividade do mal nascido carro da McLaren, o inglês pouco apareceu, mas ainda teve o mérito de ter ficado confortavelmente à frente de uma Ferrari e marcar pontinhos que poderão ser importantes para o time, pois Sérgio Pérez marcou dois pontos com o nono lugar e a McLaren se aproximou bem da Force India, que andou para trás na Hungria e seus pilotos pouco fizeram nesse final de semana, para brigar pelo quinto lugar no Mundial de Construtores. Muito pouco para a tradição da McLaren, mas é o que se pode fazer no momento atual da equipe. E falando em tradição, a Williams marcou seu primeiro pontinho com o décimo lugar de Pastor Maldonado. O venezuelano caminhava para a terceira 11º posição no ano quando se beneficiou pelo abandono de Rosberg nas voltas finais e finalmente marcou um ponto, mas assim como acontece com a McLaren, comemorar um ponto no campeonato já no meio da temporada é muito pouco para a tradição da Williams. Assim como a Force India, a Toro Rosso deu um passo para trás com os novos pneus e mesmo Daniel Ricciardo largando entre os dez novamente, o time filial da Red Bull esteve completamente fora do ritmo em Hungaroring, o mesmo acontecendo com a Sauber, que faz uma de suas piores temporadas nos últimos tempos, mas ao menos foi salvo pelo dinheiro russo em sua sobrevivência. As pequenas ficam cada vez mais para trás. Se em alguns circuitos a diferença entre elas e as equipes ditas consolidadas é pequena, no curto circuito da Hungria essa diferença subiu a 2s. Muita coisa!
Um pequeno parêntese para a transmissão de hoje. Com a visita do Papa a Globo não passou a corrida, mas ao menos liberou a transmissão da SporTV. Porém, o trio Sérgio Maurício, Lito Cavalcanti e Max Wilson mostrou que, apesar de não ser perfeita, a transmissão da Globo é bem melhor e tem mais qualidade. Talvez sentindo a responsabilidade, Sérgio Maurício, que dava show nas transmissões da MotoGP, foi muito mal, errando um bocado e imitando Murray Walker ao dizer 'Raikkonen saiu dos boxes à frente de Raikkonen'. Lito não tem consistência em suas opiniões, mudando-as com desculpas esfarrapadas, enquanto Max Wilson não acrescentou muita coisa em sua visão de piloto. Menos mal que não usaram Mariana Becker, que participou da transmissão com suas obviedades de sempre. A gente reclama da Globo, mas quando muda, pedimos sua volta!
A corrida de hoje não foi das mais emocionantes, mas houve algumas ultrapassagens e pode ter sido um marco para o resto da temporada. Claro que a vantagem de Vettel e da Red Bull ainda é grande, mas a Mercedes mostrou que seu forte investimento pode estar se pagando aos poucos com um trabalho nos principais defeitos rendendo dividendos, além de Hamilton demonstrar que é mesmo um piloto de altíssimo nível.
sábado, 27 de julho de 2013
Pole?
A surpresa de Lewis Hamilton ao ser informado que era o pole-position para a corrida de amanhã demonstra bem o quão Sebastian Vettel esteve superior neste sábadoem Budapeste. Ainda no Q2 Vettel marcou um tempo que assustou a toda a F1, principalmente por estar usando pneus macios usados, contra os calçados novos da maioria. Além do mais, Hamilton estava intranquilo com o fim do seu relacionamento e pelo fato da punição da Mercedes pelo teste secreto em Barcelona dois meses atrás, ficando o time tedesco sem testar os pneus feitos de emergência pela Pirelli a partir deste momento da temporada.
Porém, a cara de Hamilton ao sair do carro demonstrou uma preocupação com o forte calor esperado sob o circuito de Hungaroring amanhã, quando a temperatura poderá superar os 40 graus, fazendo com que os sensíveis pneus da Pirelli se deteriorem ainda mais do que o já normal absurdo. Mesmo com a força da Lotus e as estocadas da Mercedes, a pole parecia que cairia nas mãos habilidosas de Vettel, que dominou na sexta e no Q2, mas uma volta impressionante de Hamilton deu a pole para o inglês, que parecia assustado com o seu feito. Porém, Lewis sabe das dificuldades amanhã no forte calor húngaro. Grosjean superou mais uma vez Raikkonen, com Alonso colocando a Ferrari entre eles. O espanhol espera apenas sorte para conseguir diminuir a já grande diferença que o separa para Vettel no campeonato, enquanto Massa andou sempre três ou quatro décimos atrás do companheiro. Massa necessita com urgência de um fim de semana mais tranquilo, algo que não é o caso de Webber, que teve problemas em seu carro e não andou no Q3, motivo de sua saída raivosa dos boxes da Red Bull.
Se há algo que possa atrapalhar um pouco a vida de Vettel amanhã é justamente um velho clichê do circuito de Hungaroring: largar na fila par. Como o circuito magiar é pouco utilizado, os pilotos que largam na fila par tem enormes dificuldades de tração e perder posições é quase normal. Ponto para Hamilton, que tenta sua primeira vitória pela Mercedes e aplacar um pouco sua tristeza.
segunda-feira, 22 de julho de 2013
domingo, 21 de julho de 2013
Provando do próprio veneno
Cinco anos atrás, Valentino Rossi executou uma das ultrapassagens mais espetaculares da história em uma disputa não menos espetacular com Casey Stoner na exuberante curva Saca-Rolha em Laguna Seca. Imitando seu compatriota Zanardi anos antes na Indy, Rossi passou Stoner na freada da curva e sem tomada, foi para fora da pista, se equilibrou sabe-se lá como e completou a ultrapassagem. Essa tarde, Rossi provou do próprio veneno. Ainda no início da corrida, Rossi tentava conter o ímpeto de Marc Márquez, que vinha voando após uma má largada. O italiano deixou sua Yamaha espalhar na freada do Saca-Rolha. Como Stoner fez. Mas Márquez não se fez de rogado e mesmo sem espaço, completou a ultrapassagem fora da pista, teve tempo de desviar de um bueiro, antes de completar a ultrapassagem. Como Rossi!
E o parâmetro de Marc Márquez realmente é Valentino Rossi no começo da carreira. O jovem de 20 anos da Repsol Honda vem quebrando tabus na MotoGP e contra todos os prognósticos, lidera o campeonato na saída das férias com 16 pontos de vantagem sobre seu companheiro de equipe, Dani Pedrosa, além de ter poucos erros, normal em novatos, para contar até agora. Se aproveitando dos problemas médicos de Pedrosa e Lorenzo, Márquez vem dominando essa parte do campeonato e com uma pilotagem no limite o tempo todo, vem elevando cada vez mais o nível de pilotagem da MotoGP, já bastante alto com os espanhóis Lorenzo e Pedrosa. Assim como Márquez vem fazendo história no motociclismo mundial, Stefan Bradl vem fazendo o mesmo para o seu país, com a segunda posição conquistada hoje sendo o primeiro pódio da Alemanha na classe rainha do Mundial. Bradl pilotou muito bem hoje. Ele largou muito bem vindo da pole e liderou a prova até ser atropelado por Márquez na última curva de Laguna Seca, se mantendo na mesma posição até a bandeirada com relativa tranquilidade.
O melhor momento de Rossi foi quando brincou com Márquez após a prova, quando parecia tentar esganar o espanhol pela manobra do jovem no começo da prova. Valentino Rossi levou na esportiva o passão que tomou, mas está na cara que o grande momento de Rossi já está passando e vem sucumbindo não apenas por Pedrosa e Lorenzo, mas principalmente por causa de Márquez, 14 anos mais novo. Rossi não teve ritmo para fazer mais do que foi visto e ainda levou um calor de Alvaro Bautista no final da corrida na briga pelo último lugar do pódio.
Na batalha dos empenados, Daniel Pedrosa levou a melhor em comparação a Jorge Lorenzo, mas só ganhou um ponto em relação ao rival espanhol, enquanto perdeu mais 14 pontos frente a Márquez, o novo queridinho da Repsol Honda. Mais experientes, Pedrosa e Lorenzo teriam chances de andar no mesmo ritmo e até mesmo passar por Márquez, mas suas contusões estão custando o campeonato desse ano, além da popularidade na Espanha, já que Marc parece ter o carisma que falta a ambos espanhóis.
Uma nova Era pode estar se aproximando na MotoGP. Voltando seis anos no tempo, quando Lewis Hamilton chegou chegando na F1, Márquez parece ter o mesmo arrojo do inglês, mas com mais humildade e cabeça, algo que sempre faltou (e ainda falta...) a Hamilton. Em seu primeiro ano de MotoGP, Márquez já vem fazendo história não apenas pela precocidade, mas pelo temperamento e exuberância técnica.
O que está acontecendo?
O esporte a motor está passando por uma fase negra, com seguidas mortes ao longo dos últimos meses. Quando acontece num campeonato de maior prestígio, chama mais atenção ainda, como é o caso de Andrea Antonelli hoje no Mundial de Supersport. Claro que a segurança hoje em dia, seja em carros ou motos, é cada vez maior e abrangente, mas o que está se passando hoje está passando por cima de todos os mecanismos de segurança.
sábado, 20 de julho de 2013
Cobertura
Ontem foi um dia especial para o automobilismo brasileiro e, por que não, mundial. Porém, o que às vezes é bastante estranho é a diferença entre a cobertura dos dois eventos. Separados por cinco anos, Nelson Piquet (1978) e Ayrton Senna (1983) deram suas primeiras voltas num F1 após uma prodigiosa carreira nas categorias de base na Inglaterra e ontem, dia 19 de julho, completaram datas fechadas para o evento.
Contudo, enquanto várias reportagens especiais foram feitas por TV e Internet para relembrar Senna andando com o Williams em Donington Park e dizer 'É hoje!' para as câmeras, não foi dito praticamente nada sobre Piquet. Acho extremamente injusto essa diferença entre os dois tricampeões mundiais e, na minha humilde opinião, do mesmo nível em termos de pilotagem. Claro que Senna teve todo o carisma e idolatria, mas o feito de Piquet também foi importante e praticamente nada foi falado.
Muita gente confundia as críticas de Nelson Piquet à Ayrton Senna como inveja na década de 80, mas percebo em todas as declarações de Nelson que ele nunca se referia a pilotagem exuberante de Ayrton, mas sua indústria de marketing em cima do nome dele. Um exemplo cabal é justamente a cobertura da época. Enquanto as primeiras voltas de Senna tinha cobertura da Globo e entrevista com Reginaldo Leme, de Piquet tem apenas essa foto e uma reportagem de uma página na Quatro Rodas. O detalhe é que em ambos os testes Nelson e Ayrton deslumbraram quem esteve presente em Donington e Silverstone. Para mim fica claro a diferença e se não concordo com algumas coisas ditas por Nelsão para provocar Senna, hoje percebo que o carioca tem um pouco de razão em suas críticas, pois trinta anos depois, a diferença de cobertura continua a mesma...
quarta-feira, 17 de julho de 2013
Setembro, venha logo...
Além do Fifa 2014 (com o Vozão) e o F1-2013 (com carros dos anos 80 e 90), esse filme Rush está me deixando bem ansioso.
terça-feira, 16 de julho de 2013
Que pena!
Hoje pela manhã foi anunciado a morte de Marcus Zamponi, um dos jornalistas referência do automobilismo brasileiro. Em tempo que Internet era coisa de rico, a única forma de saber sobre corridas era a Revista Racing, pois na época a Quatro Rodas, do qual era assinante, tinha cortado sua melhor parte, que era a cobertura do automobilismo, particularmente a F1. Isso não era década de 70 ou 80, tô falando de 1999!
E foi aí que conheci Zamponi e sua deliciosa coluna na página final da revista. Eram histórias recheadas de humor e uma que faltei chorar de rir era 'O dia em que jogaram merda na Matra'. Vou procurar essa revista qualquer dia desse e reproduzir o texto aqui no blog. Com a chegada da Internet e a escassez de tempo, deixei de comprar a Racing, mas ficaram vivas para mim a última página da revista e a coluna de Marcos Zamponi.
segunda-feira, 15 de julho de 2013
domingo, 14 de julho de 2013
Number 3
Quando Scott Dixon cruzou a linha de chegada, a TV americana mostrou a bela esposa do neozelandês que imediatamente levantou três dedos, mostrando a quantidade de vitórias consecutivas do maridão que o fez entrar definitivamente na luta pelo título. Em uma prova dominante, Dixon mostrou a recuperação da Ganassi em 2013 e venceu de forma tranquila, não dando chances ao segundo colocado e líder do campeonato Helio Castroneves, que ainda se beneficiou de outro enrosco de Ryan Hunter-Reay na última volta, mas vê a aproximação cada vez mais perigosa de Dixon.
A segunda corrida em Toronto foi marcada pela largada parada, a primeira da história da Indy (descontando a Champ Car em seu último ano, que utilizou deste artifício) e logo de cara Dixon disparou na frente, seguido por Castroneves, que largou bem e não teve o carro afetado por um toque recebido na traseira de Franchitti, que destruiu sua corrida e só tentou amenizar o prejuízo. A partir de então, o que se viu foi um domínio avassalador de Scott Dixon, que só perdeu a liderança em determinados momentos em que alguém esticava sua parada. O piloto da Ganassi aproveitou o bom acerto conseguido e o fato da primeira metade da corrida ter sido bem bandeira amarela para colocar 9s em cima de Castroneves, que em troca tinha 12s de vantagem sobre o trio Power, Hunter-Reay e Bourdais. Se ontem Kanaan teve uma corrida forte, hoje ele não tinha um bom carro e acabou batendo na entrada da reta dos boxes, mas sem proporcionar bandeira amarela.
Com duas corridas de 85 voltas em dois dias em um circuito de rua apertado e sinuoso, o cansaço poderia ser um fator na segunda prova e nas últimas voltas as bandeiras amarelas finalmente apareceram, primeiro com Jakes e depois com Carpenter. No caso de Jakes, ficou claro o lapso de concentração, enquanto Carlos Muñoz, que substituiu de última hora o machucado Ryan Briscoe, sentia a falta de experiência em corridas mais longas em circuitos de rua e praticamente deixava todo mundo passar. Mesmo com que tenho duas relargadas para se preocupar, Dixon não teve problemas em se defender dos ataques de Castroneves e com 29 pontos de deficit, mas em viés de alta no campeonato, o piloto da Ganassi se tornou a maior ameaça ao brasileiro da Penske na sua corrida rumo ao seu primeiro título na Indy (e na carreira também). Se antes parecia não ter carro para disputar vitórias, agora Dixon e a Ganassi parecem ter achado uma fórmula que o fez vencer três corridas consecutivas em dois tipos de pista totalmente diferente e agora ruma para um final de campeonato forte antes a regularidade irritante de Castroneves, que só venceu uma vez, mas vem fazendo Top-10 de forma constante e amealhando pontos importantes. O problema dessa tática é que dificilmente um piloto passa o ano incólume a erros e azares.
E pelo o que se viu hoje, a disputa será apenas entre os dois, pois novamente na relargada Power acabou se envolvendo num acidente, desta vez causado por Hunter-Reay, que pode ter se despedido da chance de conseguir o bicampeonato. Se no começo do ano a equipe Andretti parecia a mais forte no campeonato, os problemas de Ryan e também de Hinchcliffe (hoje o canadense largou com duas voltas de atraso) deve ter estragado as chances da equipe. Ou alguém ainda confia em Marco Andretti? Sebastien Bourdais confirmou sua boa fase em Toronto ao conquistar outro pódio, voltando aos bons tempos.
Após corridas sucessivas, o campeonato da Indy terá corridas de forma mais espaçadas e até mesmo humanas para pilotos e equipes, que se viram numa maratona de corridas digna da Nascar, onde se corre todo final de semana. O fim dessa sequencia insana de corridas mostrou uma recuperação incrível da Ganassi e de Dixon, mas com Castroneves ainda na liderança. Voltando ao ano passado, Ryan Hunter-Reay praticamente garantiu o titulo com três vitórias consecutivas no meio da temporada, frente a um piloto da Penske, no caso, Will Power. Será que 2013 imitará 2012?
Desfalques
Uma vitória é sempre uma vitória, não importando se os principais pilotos estavam de fora da corrida por motivos de contusão. Marc Márquez não tinha nada com os problemas dos seus dois compatriotas e dominou o Grande Prêmio da Alemanha em Sachsenring para vencer pela segunda vez na temporada, além de reassumir a ponta do campeonato graças aos infortúnios de Jorge Lorenzo e Daniel Pedrosa, ambos com sérios problemas na clavícula e fora da prova. E com esses dois desfalques, o pódio foi completado de forma usual pelos dois pilotos que vem seguindo de perto os espanhóis, Cal Cruthlow, este também machucado, e Valentino Rossi, longe de repetir o desempenho que lhe conferiu a vitória em Assen.
A prova de hoje foi morna, principalmente quando Márquez assumiu a ponta da corrida após uma má largada. Para delírio do público local foi Stefan Bradl que liderou as primeiras voltas, mas o alemão da Honda não se segurou por muito tempo e caiu para o quarto lugar que lhe cabia, atrás de Márquez, Rossi e Cruthlow. Com uma Honda similar a da equipe oficial, não é por outro motivo que Bradl já corre risco atrás do guidão da LCR, pois o seu primeiro pódio já está demorando. No momento em que Márquez assumiu a ponta, o espanhol partiu impávido rumo a vitória que lhe deu a liderança do campeonato por apenas dois pontos e como Pedrosa não estará nas melhores condições semana que vem (isso se correr em Laguna Seca...), Márquez pode aumentar a diferença e iniciar as férias de verão com uma boa vantagem no campeonato, algo inimaginável mesmo para ele, mesmo Marc sendo considerado um fenômeno desde as categorias menores.
Após outro acidente na sexta-feira Lorenzo empenou sua clavícula mais uma vez e preferiu ficar de fora desta e da próxima corrida, mas sua vida não está tão ruim na procura do tricampeonato. No dia seguinte foi a vez de Pedrosa quebrar a clavícula e ficar de fora da corrida de hoje. Aqui vale um parentese. Claro que cada indivíduo tem suas peculiaridades, mas vendo o que Lorenzo fez em Assen, bem que Pedrosa poderia tentar um sacrifício hoje e tentar marcar alguns pontos como fez seu compatriota na Holanda, mas Pedrosa, mesmo numa fratura mais simples, preferiu ficar de fora e com isso viu Márquez lhe tirar a liderança do campeonato, fazendo com que a briga na Honda ficasse ainda mais quente. É fácil dizer de fora para um piloto ir correr com a clavícula quebrada, mas é esse algo mais que Lorenzo tem e que falta a Pedrosa. Com isso, a diferença entre os dois espanhóis ficou a mesma e tendo agora Márquez como um fator complicador e mais à frente. Mesmo com a clavícula ainda em recuperação, Lorenzo havia sido o mais rápido no primeiro treino livre e quando voltar, terá todas as condições de recuperar o tempo e os pontos perdidos, até por que Pedrosa, que demonstrou hoje ter menos garra, também estará sem poder usar 100% de sua capacidade, enquanto Márquez ainda é uma incógnita numa decisão da MotoGP.
Após seu triunfo em Assen, todos esperavam bem mais de Rossi, mas o italiano não deixou de decepcionar com a terceira posição, longe da briga pela vitória no momento em que Márquez assumiu o primeiro lugar. Para piorar, o italiano foi superado pelo ótimo Cal Cruthlow, mas o inglês vinha de duas quedas no final de semana e com uma moto igual a sua, mas seu apoio oficial da Yamaha. Por isso que Cruthlow dificilmente ficará aonde está em 2014, pois suas performances é mais para um piloto de fábrica, o mesmo ocorrendo com Aleix Espargaró, espanhol que anda com uma CRT e largou em quinto, mas ocupando a terceira posição no final da primeira volta após uma largada sensacional. A limitação de sua moto o fez perder posições durante a corrida, mas Espargaró já merece estar melhor equipado ano que vem.
Com os dois principais pilotos de fora, o campeonato deu uma embaralhada e Marc Márquez capitalizou em 100% os problemas de Lorenzo e Pedrosa para entrar na briga pelo título e dar um nó na cabeça da Honda, que não sabe se pode confiar inteiramente em Pedrosa, algo que não ocorre com a Yamaha com relação a Lorenzo. Semana que vem, com o Saca-rolha em mente, será difícil um bom desempenho de quem está empenado. Sorte para Márquez.
sábado, 13 de julho de 2013
Ponto de virada
Duas semanas atrás a equipe Ganassi era a grande decepção da temporada e os motores Honda estava a léguas de distância dos motores Chevrolet. Seus pilotos não pareciam ter chances no campeonato, que estava nas mãos dos pilotos da Penske e Andretti. Porém, os carros vermelhos acordaram do preocupante marasmo e hoje Scott Dixon, após duas convincentes vitórias, já aparece em terceiro no campeonato e se aproxima dos líderes do campeonato, enquanto a Ganassi coloca seus dois pilotos no pódio e amanhã, na segunda bateria de Toronto, terá a primeira fila nas mãos.
A prova de hoje em Toronto foi bastante interessante e cheia de alternativas, com a famosa longa reta oposta proporcionando várias ultrapassagens em todo o pelotão, assim como também não faltou acidentes nas apertadas curvas e cotovelos no circuito de rua canadense. Porém, o mico do final de semana aconteceu no que seria um momento histórico da Indy. Hoje estava programado a primeira largada parada da história da categoria, porém, com todos os carros alinhados no grid, uma bandeira amarela apareceu sem nenhuma explicação e todo o clímax de se ver um momento para entrar para a história se foi por culpa dos comissários, que não se entenderam e a largada foi na tradicional forma da categoria americana: lançada. E o começo da prova foi dominada por dois veteranos campeões da década passada: Dario Franchitti e Sebastien Bourdais. Ambos dominaram a segunda metade da primeira década do século 21 nas duas categorias de monopostos americanas, mas vinham em baixa nos últimos tempos, principalmente Franchitti, já que Bourdais nunca teve um equipamento decente nas mãos desde que a Indy se reunificou.
E o francês mostrou suas garras quando efetuou uma ultrapassagem audaciosa sobre o escocês num ponto tão incomum de ultrapassagem, que Franchitti acabou ultrapassado também por Scott Dixon e Will Power. Após um começo de corrida empolgante e recheado de ultrapassagens, Dixon encostou no trio que liderava a corrida e ficou claro que, não ocorrendo uma bandeira amarela que embaralhasse as coisas, o vitorioso sairia destes quatro. Bourdais liderou até a primeira rodada de paradas, mas acabou ultrapassado logo após seu pit por Will Power, que parecia ter voltado aos bons tempos. Porém, o piloto da Penske era acossado por Dixon, que havia ultrapassado Bourdais. Quando a segunda rodada de paradas aconteceu, nova reviravolta e quem liderava era Dixon, com Bourdais em segundo, seguido por Franchitti e Power. Quando a bandeira amarela foi acenada faltando pouquíssimas voltas, a prova seria decidida na última relargada e foi aí que Power mostrou o porquê de não estar brigando pelo título esse ano. Numa tentativa de amalucada de ultrapassagem na reta oposta, o australiano acabou passando reto e estragando seu final de semana. Incrivelmente, os melhores resultados de Power em 2013 foram em ovais, em total contraste de quando dominava nos mistos e sofria nos ovais.
Com a segunda vitória consecutiva, Dixon assumiu a terceira posição no campeonato e um tricampeonato para o neozelandês já não parece tão impossível assim, principalmente pelo ritmo imposto pelo piloto da Ganassi e por ele estar largando na pole amanhã. Numa campeonato praticamente sem intervalos como está sendo este da Indy, é incrível como a Ganassi se recuperou e conseguiu dominar em circuitos tão diferentes como em Pocono, na semana passada onde conseguiu um trifeta, e agora no circuito de rua de Toronto. A celebração de Bourdais após a prova quando deu vários zerinhos mostra o alívio que o talentoso francês estava sentindo. Achei bastante esquisito Sebastien ter se dado tão mal na F1 e acho mais estranho ainda ele não estar numa equipe de ponta da Indy, mesmo seu time, a Dragon, ter um certo apoio da Penske. Por sinal, o dono da equipe Jay Penske tinha um comportamento totalmente oposto ao do seu pai, Roger. Enquanto o 'Capitão' passa a corrida impassível no pit-wall, Jay vibrava a cada momento bom de Bourdais. Em decadência na carreira, Franchitti está longe da briga pelo título e parece ser agora apenas um escudeiro de Dixon nas corridas que faltam para o campeonato.
Na briga pelo título, Helio Castroneves teve novamente a sorte como aliada após um final de semana opaco. Primeiro, viu o vice-líder Ryan Hunter-Reay ter constantes problemas na saída dos boxes até o americano errar e passar reto na freada da reta oposta e perder uma volta. Depois, sempre no pelotão intermediário, ganhou uma posição na última com a manobra tresloucada de Power e ainda salvou um bom sexto lugar e como Hunter-Reay ficou para trás, viu sua vantagem na liderança crescer, porém, com Scott Dixon em boa fase e com a Ganassi novamente bem, está na hora de Helio ficar de olho.
quinta-feira, 11 de julho de 2013
Coitado do Satoru
Essa semana foram divulgados os contratos de Ayrton Senna (1987) e Nelson Piquet (1988) com a Lotus e algumas coisas chamaram a minha atenção nas cláusulas que, por sinal, aparecem para ambos os brasileiros. Sem contar o fato de ambos terem empresas em paraísos fiscais, está escrito em máquina de datilografar que tanto Senna como Piquet eram considerados pilotos número um da equipe e em algumas ocasiões o segundo piloto teria que dar passagem aos brasileiros. Por contrato.
Isso me chama a atenção pelo fato de Michael Schumacher e, em menor escala, Fernando Alonso terem sido criticados por terem vencido corridas após ordens de equipe da Ferrari. Como os 'prejudicados' da história foram Rubens Barrichello e Felipe Massa respectivamente, muita gente abriu a boca para dizer: o Senna nunca precisou que deixassem ele vencer. Abrindo isso também para Piquet, a divulgação destes contratos mostra que não foi bem assim, apesar de que ambos tivessem talento o suficiente para superar quem quer que fosse que estivesse como companheiro de equipe na Lotus naquele final da década de 80, porém, se isso acontecesse, estava escrito no contrato que a ordem de equipe poderia vir a qualquer momento e os favorecidos seriam os brasileiros 'contra esse mundão todo'.
Outro fator é que muitos imaginam que a 'ordem de equipe' surgiu apenas na Era Schumacher na Ferrari. Pura balela. Vinte e seis anos antes a puritana Lotus fazia isso por contrato. E se fossem publicados contratos mais antigos de outras equipes, algo parecido iria aparecer. E por último, me lembrei da famosa entrevista de Piquet à Playboy no início de 1988 onde o brasileiro dizia que Senna ganhava bem menos do que ele dizia na Lotus. Na época, muitos discordaram de Nelson Piquet, dizendo que o carioca tinha inveja de Senna. Contratos revelados, Nelson ganhava 4,5 milhões de dólares por ano ante a 1,5 milhão de Senna. Nelsão não estava com inveja...
Para terminar, fico imaginando se a torcida japonesa fosse tão passional quanto a brasileira, pois na ocasião desses dois contratos, o segundo piloto da Lotus fora o mesmo, Satoru Nakajima, imposto pela Honda, mas sem regalias, sem peças novas e, se caso acontecesse, tendo que ceder sua posição ao primeiro piloto da equipe.
segunda-feira, 8 de julho de 2013
Figura(ALE): Sebastian Vettel
Para um piloto de F1, correr e vencer em seu Grande Prêmio local é a glória de uma carreira que normalmente se inicia cedo e que requer muito investimento e abnegação por parte do pretendente a piloto. Sebastian Vettel está na F1 desde 2007 e sempre recebeu a bandeirada no seu Grande Prêmio caseiro nos pontos. Nunca em primeiro. Para quem já é tricampeão do mundo e se aproximando do tetracampeonato, esse tabu não deixava de ser incomodo. Pois como vem fazendo desde que chegou à F1, Vettel quebrou outro tabu ao vencer em Nürburgring, aumentando seu cartel para trinta vitórias e colecionando outro triunfo, agora em casa. Porém, Vettel teve que lutar com uma Lotus inspirada para se sobressair em casa e levar o troféu para sua estante, alguns quilômetros de Nürburgring.
Figurão(ALE): Felipe Massa
A rodada de Felipe Massa ainda na quinta volta do Grande Prêmio da Alemanha foi tão incomum e inesperada que muitos apostaram em uma quebra da Ferrari do brasileiro. As fisionomias de Felipe e seu engenheiro Rob Smedley deixaram claro uma chateação enorme por parte de ambos por causa do abandono. Porém, a corrida passou e nada da Ferrari se pronunciar sobre o 'problema' que causou o abandono prematuro de Massa da prova em Nürburgring, mas após a corrida ficou-se sabendo que o 'problema' estava entre o banco e o volante da F158, causando um enorme mal-estar entre Felipe Massa e a Ferrari. Se errar é humano, errar quatro vezes consecutivas é muito preocupante para um piloto cujos melhores resultados ocorreram há cinco anos e parece sem força para fazer frente a um gênio como Fernando Alonso. Felipe Massa já tem, contando algumas temporadas na Sauber, onze anos de Ferrari e é chover no molhado dizer que o brasileiro é bastante querido por parte dos italianos, mas a grande realidade é que desde o acidente sofrido em 2009 Felipe Massa não é mais o piloto de antes e a paciência, que normalmente é curta, da Ferrari estar se esvaindo a cada erro e pontos perdidos por parte de Massa.
domingo, 7 de julho de 2013
Reviravolta
Com dois terços da corrida de retorno de Pocono à F-Indy completada, a vitória tinha nome e sobrenome: Marco Andretti. Muito mais rápido desde os treinos de reconhecimento na quinta-feira, o representante da equipe Andretti fez uma pole dominadora e da mesma forma dominava a corrida a seu bel prazer. Quando por estratégia perdia a ponta da corrida, rapidamente a retomava. Era um passeio de Marco, da equipe Andretti e dos motores Chevrolet. Então veio a última rodada de paradas e tudo mudou.
Primeiro, Marco diminuiu o ritmo para poder parar ainda dentro da janela em que não seria necessário mais nenhuma parada adicional nas últimas voltas. Com isso, quem assumiu a ponta foi Scott Dixon da Chip Ganassi, equipe que vem fazendo um 2013 esquecível e com os motores Honda tendo seríssimos problemas de desempenho, principalmente em circuitos ovais. Quando todos os pilotos fizeram suas paradas finais, a surpresa. Os quatro primeiros colocados usavam motores Honda e os três primeiros eram empregados de Chip Ganassi, com Dixon à frente, seguido por Charlie Kimball e (bom resultado à parte) o decadente Dario Franchitti, com o francês Simon Pagenaud completando o quarteto da Honda. Antes conhecido pela sua pouca habilidade em ovais, Will Power era o melhor Chevrolet, enquanto o dominante Marco Andretti vinha logo atrás do piloto da Penske, porém, o piloto da Andretti foi perdendo rendimento enquanto precisava, aparentemente, economizar combustível e caiu para décimo, num dia em que a Andretti, que dominou a primeira fila, com três carros, mas teve três abandonos e Marco fazendo as 'honras' da casa.
Dixon venceu num momento difícil da Ganassi, onde a equipe não se encontrou ainda e os motores vem se mostrando inferiores aos Chevrolet, mesmo que claramente também mais econômicos. Com Franchitti sem mostrar a força de antes e Kimball ainda muito inexperiente e irregular, Dixon tomou as rédeas da equipe e mesmo com todos os problemas, ainda aparece em quarto no campeonato, que caminha para as mãos de Helio Castroneves. O piloto nem foi o melhor piloto da Penske num território onde normalmente fica à frente de Power, mas Helio viu seus adversários, um a um, eliminados na prova. Hinchcliffe bateu ainda na primeira volta, enquanto Ryan Hunter-Reay, vice-líder e em ascensão, foi vítima de um dos maiores desatinos dos últimos tempos quando foi atropelado por Takuma Sato, outro postulante ao título, quando ambos se aproximavam da entrada dos pits. Pelo jeito aguerrido de pilotar, se tornou moda aqui no Brasil chamar os japoneses de mitos ou algo assim. Contudo, mesmo com toda a velocidade e evolução, os pilotos nipônicos se mostram ainda muito inconfiáveis e capazes de momentos bestiais ou... bestas!
Mesmo com a vitória de Dixon, agora em quarto no campeonato, Helio Castroneves não deve reclamar de sua situação atual no campeonato, pois agora teve sua vantagem no campeonato aumentada e contando com a sorte (que sempre caracterizou sua carreira) como aliada. Uma sorte de campeão.
De outra maneira
Ao longo dos anos Sebastian Vettel vem escrevendo uma marca registrada em suas vitórias e quando o alemão da Red Bull assumiu a ponta da corrida ainda na largada, parecia que Vettel venceria como na maioria dos seus triunfos, mas o desempenho fortíssimo da Lotus fez com que o primeiro triunfo de Vettel em casa fosse, nas próprias palavras de Sebastian após a corrida, uma das mais difíceis. Ao contrário do final de semana apagado de sete dias atrás, a Lotus mostrou que o seu pacote aerodinâmico melhorou seu desempenho e conservou o principal trunfo do carro aurinegro, que é boa forma como trata os pneus, fazendo com que Grosjean e Raikkonen acossassem Vettel a corrida inteira, mas o alemão reagiu bem à pressão e começa a se distanciar no campeonato, rumo ao tetra.
A corrida de hoje foi estranha e cheio fatos bizarros e perigosos. Red Bull errou feio na parada de Mark Webber e quando o australiano acelerou de volta à pista, sua roda traseira direita saiu voando e após passar perto de atropelas os mecânicos da Lotus, atingiu com muita força as costas de um cinegrafista da FOM, machucando-o, até o momento, sem notícias de uma gravidade maior. Mais tarde, o motor de Jules Bianchi estourou e o francês encostou o carro na grama ao lado da pista, como é normal. O anormal foi o seu carro sair sozinho em 'marcha ré' e atravessar a pista perigosamente. Sorte que foi num lugar com boa visão e Vettel ter tido tempo para passar sem maiores problemas pelo carro errante. Sebastian assumiu a ponta com uma largada fantástica. Por sinal, esse é outro ponto forte do alemão. Porém, as coisas não foram tão simples assim e Sebastian sempre teve seus retrovisores pintados de preto e amarelo, primeiro com Grosjean e depois, e mais perigosamente, de Raikkonen. Porém, Vettel andou muito forte e não deu muitas chances a Kimi em sua tentativa de ataque e venceu com apenas 1s de vantagem sobre o finlandês e vai se consolidando como líder e principal favorito ao tetra, colocando seu nome na história da F1, agora com trinta vitórias na carreira.
A Lotus mostrou sua força com uma corrida bastante sólida tanto de Raikkonen, como de Grosjean. O francês conseguiu a proeza de esticar por doze voltas (muitos pararam com até cinco voltas) seu stint com os pneus macios e se posicionar muito bem na corrida, ficando a maior parte da corrida logo atrás de Vettel. Se no começo Romain cobrou a Lotus que estava mais rápido do que Raikkonen, no final recebeu a mensagem exatamente o contrário, tendo que deixar Kimi, melhor calçado, passar. Quando não bate, Grosjean é um ótimo piloto, mas seus arroubos aloprados que o derrubam, tanto que a sua própria equipe não confia nele plenamente e o deixou com um sorriso amarelo no pódio. Raikkonen foi brilhante como sempre, usando a freada para a chicane como ponto de ultrapassagem, sendo por fora ou por dentro. Kimi esticou ao máximo sua terceira parada para colocar os pneus macios, mesmo velhos, nas voltas finais e voar para tentar alcançar Vettel, mas acabou por utilizar a asa móvel apenas uma vez, na última volta, e tendo que se conformar com a segunda posição na corrida. A tática da Ferrari teria dado mais certo se Alonso tivesse ultrapassado Grosjean nas últimas voltas e ter conseguido mais um pódio, mas Fernando não tem do que reclamar, pois saiu da oitava posição em que estava na primeira volta para quarto, mesmo tendo que mudar um pouco sua estratégia ao parar pela primeira vez um pouco mais cedo do que o imaginado. Porém, o espanhol, ainda na vice-liderança do campeonato, já vê Vettel cada vez mais longe. A corrida de Massa se resumiu a outra excelente largada e uma rodada estranha, aparentemente por problemas no carro, mas que a Ferrari preferiu deixar no ar.
Após a boa vitória de Rosberg em Silverstone, era esperado que a Mercedes finalmente tivesse deixado para trás os problemas de pneus que tanto atormentou a equipe alemã no começo da temporada, mas as mudanças nos pneus promovidas pela Pirelli em prol da segurança fez com que os tedescos voltassem a sofrer. Hamilton não largou bem e foi engolido pelos dois carros da Mercedes, mas a partir daí apenas sofreu com os pneus do seu carro, chegando a fazer um pit-stop por conta própria, não respeitando os desejos da equipe. Hamilton ainda conseguiu salvar um quinto lugar graças a uma ultrapassagem sobre Button no final e teve uma briga sensacional com Alonso, mas novamente largando na pole, Lewis ficou longe do pódio. Graças a uma estratégia equivocada da Mercedes no sábado, Rosberg largou no meio do bolo e por lá ficou, também sofrendo com os pneus. Quando tinha uma parceria mais sólida com a Mercedes, a Alemanha era a segunda corrida em casa da McLaren e talvez inspirada nisso, o time comandado por Martin Whitmarsh fez a melhor corrida do ano com seus dois pilotos pontuando em sexto e sétimo com Button e Pérez respectivamente. Claro que isso é bem abaixo do potencial da McLaren, mas vendo o que o time vem fazendo esse ano, foi bom demais, principalmente com Button usando a sua tradicional característica de tratar muito bem os seus pneus. Das equipes médias, a Sauber marcou pontos com Hulkenberg, sem salário há dois meses, sendo crucial à Sauber resultados pontuáveis, vide o anunciado problema financeiro que assola o time helvético. A Williams teve até boas chances de marcar pontos na sua corrida 600, mas o pneu dianteiro direito teimava em causar problemas na hora de troca-lo, tanto como Bottas, como para Maldonado, para desespero do mecânico responsável, cuja linguagem corporal indicava uma pinta de desespero...
Mesmo não tendo visto os pneus explodindo como semana passada, a F1 viu cenas desagradáveis hoje e tomara que o cinegrafista esteja bem. O erro da organização em deixar o carro de Bianchi sair sozinho foi imperdoável. Porém, correndo em casa e na frente de uma torcida que preparou uma enorme faixa em sua homenagem, Sebastian Vettel quebrou dois tabus, com a primeira vitória na Alemanha e a sua primeira na Europa após quase dois anos. São pequenos tabus que Sebastian, tão acostumado a vencer, vai quebrando sem muita cerimônia.
sábado, 6 de julho de 2013
Disputa equilibrada
Após o terceiro treino livre, poucos poderiam imaginar um resultado na Classificação diferente de uma pole para Sebastian Vettel após o alemão demolir os adversários com uma diferença de quase sete décimos para o carro mais próximo, no caso, o de Rosberg. Porém, a Mercedes parece ter escondido um pouco o leite e lutou de igual para igual com a Red Bull nos treinos classificatórios e Lewis Hamilton conseguiu uma muito comemorada pole, mostrando a força do time prateado aos sábados, porém, Ferrari e Lotus se mostraram próximas à Mercedes e Red Bull em ritmo de classificação.
Como era esperado, Red Bull e Mercedes lutaram pela pole no Q3, mas o time tedesco teve o desfalque de Nico Rosberg, muito provavelmente por causa se soberba da equipe, que achou que o tempo do alemão seria suficiente para colocá-lo no Q3, mas o que se viu foi uma enorme decepção de Nico, último vencedor e que tinha altas expectativas para vencer em casa e até mesmo entrar na briga pelo título. Contudo, o Q2 mostrou uma disputa equilibrada, com Felipe Massa sendo o mais rápido, com a Lotus também se metendo entre os primeiros. Porém, para o Q3, ambas sabiam que a disputa seria entre Red Bull e Mercedes, Vettel e Hamilton em particular. E assim foi, com o inglês conseguindo superar em um décimo Vettel na última volta e comemorando bastante a conquista, pois Lewis e todos na F1 sabem da evolução contínua da Mercedes em ritmo de corrida, vide a vitória de Rosberg em Silverstone na semana passada. Raikkonen, levou tempo o final de semana inteiro de Grosjean, mas no pega pra capar, superou o francês e fechará a segunda fila, ao lado de Webber. A Ferrari optou por uma estratégia diferente e largará em sétimo e oitavo, com Massa superando Alonso mais uma vez. Em sua corrida de número 600, a Williams se vê num buraco cada vez mais maior com seus pilotos ficando no Q1 mais uma vez, enquanto outro time tradicional, a McLaren, deu Graças a Deus por Button, apenas o inglês, ter ido ao Q3 na bacia das almas.
Se no sábado, onde Mercedes e Red Bull normalmente dominam, o domingo deve mostrar um equilíbrio maior, ainda mais com a Ferrari tentando uma estratégia diferente, largando com os pneus médios. Hamilton fará de tudo para vencer pela primeira vez pela Mercedes e dar o troco em Rosberg, que venceu na casa do inglês.
quarta-feira, 3 de julho de 2013
Surpresa
Há exatos 25 anos atrás, o Grande Prêmio da França era realizado em Paul Ricard com a já manjada briga particular entre Ayrton Senna e Alain Prost pela vitória. Senna não largou na pole nessa prova, o que já foi uma grande novidade na época, mas o brasileiro assumiu a ponta da prova quando o pit-stop de Prost foi um pouco mais demorado. Prost não se deu por vencido e correndo em casa, partiu para cima de Senna, que sofria com problemas de câmbio. Ainda estava na memória de todos a ultrapassagem que Senna efetuou em cima de Prost em Montreal e o francês não queria deixar por menos. Acusado várias vezes de ser pouco agressivo, Alain Prost efetuou uma manobra surpreendente em cima de Senna enquanto o brasileiro era atrapalhado por retardatários. Foi uma manobra com pitadas de risco e genialidade, que deve ter deixado Senna surpreso. Lembrando do 'Quarteto Fantástico' da F1 na década de 80, Senna levou grandes ultrapassagens de Piquet (Hungria/86), Mansell (Hungria/89) e essa de Prost em Paul Ricard/88.
Minha Copa das Confederações
Desde pequeno fui a estádios de futebol, mas desde 2001 me tornei um frequentador mais assíduo para acompanhar meu Ceará, tanto que hoje sou sócio-torcedor. Pela proximidade, tanto de casa, como do campo, meu estádio preferido é o aconchegante Presidente Vargas, mas conhecido como PV. Nunca fui muito fã do Castelão por acha-lo meio longe de tudo, de difícil acesso e como ficamos longe do campo, dá a sensação que o fator casa não influi muito, mesmo o Ceará tendo subido para a Série A em 2009 utilizando somente o Castelão.
Quando foi decidido que Fortaleza seria uma cidade-sede da Copa do Mundo e da Copa das Confederações, logo me interessei em estar presente no estádio. Afinal, uma coisa é ver os jogadores locais, outro seria vir jogadores lendários. Comprei os ingressos logo na primeira leva de ingressos, mas apenas para dois jogos, sendo que dificilmente seria um jogo do Brasil.
Foi uma sensação grandiosa ver com nossos próprios olhos caras que só vemos pela TV. Até mesmo o resgate dos ingressos, mesmo pegando uma fila chata, trouxe uma expectativa legal. O clima de um jogo deste porte é bem diferente de um jogo normal do Campeonato Cearense ou Brasileiro. Começando pelos preços do que você para consumir alguma coisa dentro do estádio, mas para quem gosta de futebol como eu, vale muito a pena.
Assisti a dois jogos da Espanha, onde me impressionei com a movimentação incrível dos jogadores. Pensava eu: pela TV não se percebe, mas no campo deverá ser possível enxergar os caras se desmarcando e recebendo bolas livres de marcação. Ledo engano. A visão de jogo, a qualidade e o raciocínio rápido dos espanhóis impressiona. Por isso, méritos enormes ao Brasil por não ter deixado a Espanha jogar domingo último na final.
Não vou mentir que foi salgado, mas ter visto Casillas, Sergio Ramos, Xavi, Iniesta, Fabregas, Buffon, De Rossi e Pirlo (ah, ele no meio campo do Ceará....) ao vivo e a cores foi marcante em minha vida.
terça-feira, 2 de julho de 2013
História: 35 anos do Grande Prêmio da França de 1978
Após o assombro que foi o Grande Prêmio da Suécia de 1978, a F1 se perguntou que, após se refazer do susto do carro-asa da Lotus, agora teria que lhe dar com o carro-ventilador da Brabham. Após a vitória dominante em Anderstorp, onde Bernie Ecclestone chegou a pedir para Niki Lauda maneirar para que a surra fosse menor, as equipes protestaram contra a nova cria de Gordon Murray e o CSI, órgão regulamentador da época, proibiu o modelo BT46B a partir do Grande Prêmio da França, mas manteve a vitória da Brabham na Suécia. Conta a lenda que nesse reunião também ficou acordado que as equipes não investiriam em novas tecnologias para não aumentar os custos que só subiam naquele momento e por isso, não se aliariam a nenhuma grande montadora, principalmente para desenvolver o dispendioso motor turbo. Ecclestone foi o principal incentivador de tal manobra... porque já tinha um contrato com a BMW para desenvolver um motor turbo dali a três anos.
Meio que querendo mostrar que a sua vitória na Suécia não foi em vão, os pilotos da Brabham estavam muito rápidos com o modelo BT46 convencional. Watson marcou o tempo mais rápido logo no começo da sessão, superando Andretti por cinco centésimos. Quando o americano voltou à pista para tentar bater o tempo do irlandês, acabou rodando e abandonando a Classificação, mas permanecendo na primeira fila. James Hunt surpreendeu ao se meter na briga particular entre Brabham e Lotus em Paul Ricard colocando seu problemático McLaren M26 na segunda fila, à frente de Peterson. Os pneus Michelin pareciam não ter se adaptado ao circuito de Le Castellet e as Ferraris não estavam na briga pela ponta, enquanto também correndo em casa a Renault estava fora do top-10.
Grid:
1) Watson (Brabham) - 1:44.41
2) Andretti (Lotus) - 1:44.46
3) Lauda (Brabham) - 1:44.71
4) Hunt (McLaren) - 1:44.92
5) Peterson (Lotus) - 1:44.98
6) Tambay (McLaren) - 1:45.07
7) Scheckter (Wolf) - 1:45.20
8) Reutemann (Ferrari) - 1:45.35
9) Villeneuve (Ferrari) - 1:45.55
10) Laffite (Ligier) - 1:45.68
O dia 2 de julho de 1978 estava quente e ensolarado em Paul Ricard, também conhecido como Le Castellet, com o clima de verão que sempre caracteriza os Grandes Prêmios da França. Uma novidade no pelotão era um segundo carro da Renault e um capacete bem familiar. Largando na última posição, Jackie Stewart largou com um Renault para fazer filmagens para a BBC. Com certeza muita gente ficou emocionado com a cena, esperando mais do 'Vesgo', mas o escocês só participou da volta de apresentação, enquanto os demais pilotos participavam normalmente da largada, com Watson ficando tranquilamente à frente de Andretti, enquanto Patrick Tambay, andando muito forte através dos seus conhecimentos da pista, pula de sétimo para terceiro, à frente de Lauda.
Ainda durante a primeira volta, Mario Andretti encosta na Brabham de Watson na longa reta Mistral, pega o vácuo e numa ultrapassagem clássica, assume a liderança da corrida. Mesmo tendo andado muito forte nos treinos, Watson parecia não ter ritmo para acompanhar Andretti e rapidamente seria atacado por Lauda e Peterson, após esses terem ultrapassado Tambay, também na reta Mistral. Na oitava volta Watson deixa o companheiro de equipe Lauda passar, mas endurece o jogo para Peterson, mas o sueco não demora mais do que algumas curvas para ficar em terceiro, no encalço de Lauda, mas com ambos já um pouco longe de Andretti, líder isolado da corrida. Porém, a vida da equipe Lotus fica ainda mais tranquila quando Lauda abandona ainda na décima volta com problemas elétricos, quase ao mesmo instante em que a Michelin tinha o pesadelo de ver seus dois principais carros, da Ferrari, irem aos boxes trocarem os pneus devido ao alto desgaste. Pensam que só a Pirelli sofre com isso?
A dupla da Lotus lidera tranquilo na frente, com Andretti 4s à frente de Peterson. Falou-se muito que Peterson tinha totais condições de se aproximar e ultrapassar o americano, mas por força de contrato, Peterson preferiu se manter em segundo, resguardando o seu lugar de segundo piloto da Lotus. Enquanto isso, 10s após o sueco, Watson era atacado por Hunt, demonstrando a falta de ritmo da Brabham. O inglês assumiria o terceiro lugar ainda no terço inicial da corrida, o que era um bom resultado para Hunt e McLaren, que vinham em má fase em 1978.
E a corrida praticamente terminou aí. Os dois carros da Lotus disparam na frente com Andretti mantendo uma distância regulamentar para Peterson, que nada pode fazer até mesmo por força de contrato. Hunt se mantém calmamente em terceiro, sabendo que pouco pode fazer para enfrentar o poderio dos carros-asa da Lotus, enquanto o pole Watson tem que se conformar com um distante quarto lugar. Alan Jones, que havia largado muito bem e feito uma prova sólida, terminou em quinto com seu Williams, enquanto Scheckter e Laffite foram os únicos a brigarem por alguma coisa no final, com vantagem para o sul-africano, que acabou por marcar um ponto. A Ferrari sofreu com os pneus Michelin, mas com borracha nova no final da corrida, Carlos Reutemann ainda teve tempo de bater o recorde do circuito de Paul Ricard, mas o argentino estava cinco voltas atrasado... Com essa vitória, o título de Andretti estava muito encaminhado, até por que mesmo tendo Peterson apenas nove pontos atrás, o americano sabia que não seria atacado pelo companheiro de equipe.
Chegada:
1) Andretti
2) Peterson
3) Hunt
4) Watson
5) Jones
6) Scheckter
segunda-feira, 1 de julho de 2013
Figura(ING): Nico Rosberg
Além de ser filho de Keke Rosberg e ter uma aparência frágil, Nico Rosberg tem como característica a forma como muita gente o subestima, começando pelos empregadores atuais. Quando foi contratado pela então Brawn, que depois viraria Mercedes, no final de 2009, Nico foi surpreendido pela notícia do retorno de Michael Schumacher a F1. Com Ross Brawn à frente, toda a equipe foi formada em torno do heptacampeão, enquanto a Nico cabia o papel de segundo piloto discreto e longe de incomodar. Mas eis que Rosberg começa a colocar tempo no compatriota de forma sistemática, não importando o quanto a equipe modificava o carro à favor de Schumacher. Michael se aposenta novamente no final de 2012, mas quando Nico se preparava para assumir a liderança da equipe, é anunciado a contratação à peso de ouro do seu amigo e antigo companheiro de equipe no kart Lewis Hamilton. Piloto extremamente rápido, Hamilton sempre dominou aonde passou, derrotando todos os seus companheiros de equipe, particularmente na F1. Novamente Nico Rosberg caberia o papel de obediente segundo piloto, porém o alemão está dando mostras novamente que seu talento não pode ser tão menosprezado assim. Sem o carisma de Hamilton ou as outras estrelar atuais da F1, Nico vem mostrando um ótimo trabalho até aqui e se em nenhum momento parecia capaz de acompanhar Hamilton ou Vettel, manteve um ritmo sólido o bastante para capitalizar os problemas de ambos, mesmo quando se aproximava perigosamente de Vettel nas voltas derradeiras quando estava para abandonar. Esta foi a segunda vitória de Nico Rosberg em 2013, enquanto Hamilton, bem mais badalado, não tem nenhuma. Não restam dúvidas de que a Mercedes não tem apenas um segundo piloto discreto e obediente. Tem em Nico Rosberg um piloto extremamente rápido e confiante, que anda no ritmo de qualquer estrela da F1.
Figurão(ING): Pirelli
Muito provavelmente os dirigentes da Pirelli raciocinavam o seguinte em meados de 2010, quando decidiu-se que a fábrica italiana ingressaria na F1 no ano seguinte: vamos mostrar ao mundo a nossa tecnologia e em um palco global como a F1, iremos fazer uma publicidade enorme com o misto de durabilidade e competitividade. Três anos depois, esses mesmos dirigentes italianos devem estar se perguntando se está valendo a pena expor a tradicional marca Pirelli em tamanhos descalabros, com o vexame em Silverstone sendo o ponto mais baixo de seguidos problemas da marca italiana com equipes, pilotos, dirigentes, jornalistas especializados e fãs em todo o mundo. Se antes a durabilidade era o principal foco de críticas a borracha italiana, no tradicional palco inglês a Pirelli correu um sério risco de ser responsabilizada por um acidente grave ou, Deus nos livre, até mesmo de uma morte. Os vários pneus dechapados ao longo da corrida em Silverstone quase causa um momento bizarro, parecido com o que houve em Indianápolis/2005: a suspensão da corrida devido aos estouros dos pneus de Hamilton, Massa e Vergne. A situação de equipes e pilotos foi tão tensa, que os engenheiros clamavam que os pilotos fossem 'conservadores' em determinados locais da pista, enquanto tentavam calibrar os pneus de forma aleatória para que não houvessem mais estouros em qualquer lugar da pista, não importa o carro ou até mesmo se o pneus era médio ou duro. Este domingo foi um exemplo extremo de quanto os pneus da Pirelli estão estragando a temporada de 2013 e como Felipe Massa falou após a prova, só não houve algo de mais grave ontem pelas 'mãos de Deus'.