Ah, a Nascar e seus finais sempre animados... E Martinsville é um local propício a toques e brigas (literais) no final das provas. Neste final de semana, houve mais um desses episódios, mas com um tempero a mais de polêmica. Kevin Harvick, estrela da Sprint Cup, participou da Truck Series por uma equipe própria. Nas voltas finais, Harvick brigava com Ty Dillon quando foi atingido pelo jovem piloto e os dois trocaram 'gentilezas' até chegar no pit-lane, onde Harvick parou no pit de Dillon para provocar e quase recebeu uma martelada na cabeça. Porém, isso poderia dar enormes dores de cabeça para o dono da equipe de Ty Dillon, pois Richard Childress é avô, chefe de equipe de Dillon e... chefe de Harvick na Sprint Cup! Harvick, de saída da equipe, mas ainda na briga pelo título de 2013, saiu cuspindo maribondo, quase que explicando que a atitude de Dillon (de proteção por parte do avô) a sua saída da tradicional equipe de Richard Childress após treze anos. Belo final de trajetória de Harvick da RCR...
quinta-feira, 31 de outubro de 2013
terça-feira, 29 de outubro de 2013
Rumo a última
Se a F1 definiu seu (tetra)campeão nesse final de semana, a MotoGP segue animada com as impecáveis atuações de Jorge Lorenzo em sua Yamaha, claramente inferior às Hondas de Márquez e Pedrosa. Mesmo correndo no quintal da Honda, em Motegi, Lorenzo conseguiu segurar Marc Márquez e levar a decisão do campeonato para a última corrida em Valencia com mais uma vitória, mesmo o piloto da Yamaha ainda tendo que descontar muitos pontos frente ao novato da Honda, enquanto Pedrosa já pensa em 2014. Porém, essa foto demonstra bem o que foi 2013. Lorenzo se segurando como pode dos ataques das Hondas. Belíssimo clique.
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
Figura(IND): Sebastian Vettel
Uma escolha mais do que óbvia. O que Sebastian Vettel vem fazendo não apenas na Índia, mas em toda a temporada 2013 vai o colocando na história da F1 e a sua vitória em Buddh, décima no ano e sexta consecutiva, é apenas um exemplo do que este alemão é capaz de fazer. E também o potencial do que ainda pode fazer nos próximos anos. Com apenas 26 anos, Vettel vai passando da fase de conquistar recordes de precocidade para colocar seu nome no rol dos grandes. Em termos de título, Sebastian está ao lado de Alain Prost e só vê Juan Manuel Fangio e Michael Schumacher à sua frente, mas tendo uma equipe como a Red Bull construída em torno dele, além de ter como projetista o mago Adryan Newey (décimo título na carreira...), a chance de Vettel fazer ainda mais é cada vez mais real, mesmo com os carros mudando radicalmente em 2014. Se Vettel tem o melhor carro do pelotão, é também verdade que ele domina como poucos fizeram, acabando com a teoria de que apenas o carro o faz conquistar vitórias e quebrar recordes. Já dá para dizer que Vettel não está ao lado de lendas (Prost, Fangio e Schumacher). Sebastian Vettel já é uma lenda!
Figurão(IND): Fernando Alonso
O título de Sebastian Vettel foi conquistado com todos os méritos pelo alemão e não havia muito o que Fernando Alonso, único que tinha remotas chances de impedir o tetra de Vettel, pudesse fazer. Porém, o espanhol deu mole em uma corrida terrível em Buddh. Sabedor do quanto seu carro é inferior não apenas a Red Bull, como também a Mercedes e Lotus, Alonso escolheu largar com os pneus duros e assim arriscar um local perigoso no grid: o pelotão intermediário. Largando ali, a chance de ocorrer problemas aumenta exponencialmente e foi o que aconteceu com Alonso, que teve parte da asa dianteira arrancada em um toque com Mark Webber e a partir daí sua corrida estava destruída, pois mesmo com muita luta, Fernando não conseguiu chegar sequer na zona de pontuação. Porém, o que mais deve ter doído em Alonso foi o tetracampeonato mundial de Vettel. O piloto da Ferrari gosta de propagar aos quatro ventos que é o melhor piloto da geração atual da F1 e que apenas o carro lhe atrapalha não adicionar mais títulos aos dois que o espanhol conquistou há longínquos sete anos atrás. Porém, com Vettel já tendo o dobro de títulos do que ele, a afirmação de que Alonso é o melhor piloto da atual geração fica cada vez mais irreal e dentro da cabeça atormentada de Fernando, que vê Vettel cada vez mais longe.
domingo, 27 de outubro de 2013
Dominante
E Sebastian Vettel conseguiu. Como a Red Bull fala pelo rádio após suas vitórias... You did it! O alemão se aproveitou da imensa superioridade da Red Bull para conquistar o tetracampeonato com estilo, só não conquistando o grand-slam por que Raikkonen marcou a melhor volta na última passagem da corrida e também do Grande Prêmio da Índia, que está se despedindo do calendário da F1 em grande estilo, pois se não foi uma grande corrida, ficará marcado como o lugar onde Vettel fez história mais uma vez e o esporte pôde reverenciar um jovem de 26 anos se inserir entre os maiores de todos os tempos.
Com a Red Bull tendo sérios problemas de durabilidade com os pneus moles, Vettel tratou de se livrar dos seus pneus rapidinho e o alemão foi aos boxes logo na segunda volta, caindo para as posições intermediárias. Porém, Seb sempre foi um dos carros mais rápidos e rapidamente estava em segundo, 'brigando' com Webber, que fez uma estratégia diferente ao largar com os pneus duros, ao contrário do companheiro de equipe. Foi uma corrida inteiramente dominada pela Red Bull. E quando Webber colocou os pneus macios e os trocou rapidamente, deixando Vettel com boa folga na ponta, o título estava garantido e a vitória foi consumada com o abandono de Webber com problemas no alternador. Foi uma questão de levar a criança para casa e Vettel o fez com a tranquilidade de sempre, de um piloto maduro aos 26 anos e com essa idade, já tem quatro troféus de campeão mundial de F1 em sua estante. Sua comemoração com zerinhos e a ida ao alambrado à la Castroneves mostrou a felicidade genuína do alemão em sua perseguição não declarada para bater todos os recordes da F1, ajudado pelo carro, devidamente reverenciado, da Red Bull projetado pelo mago Adryan Newey, que foi merecidamente receber o troféu da equipe como vencedora, até por que também na Índia a Red Bull garantiu o tetracampeonato no Mundial de Construtores, selando uma Era nesses tipos de carro que acabarão no final desta temporada.
Mesmo sem conseguir a vitória, Vettel tinha o título nas mãos com a péssima corrida de Alonso. Na mesma estratégia de Webber, Alonso preferiu largar com pneus duros e por isso ficou no pelotão intermediário na largada, local perigoso e onde os toques acontecem. Como virou tradição nos últimos anos, Webber largou mal e acabou ajudando indiretamente Vettel quando tocou a asa dianteira de Alonso, que teve sua corrida prejudicada e o espanhol, mesmo lutando como sempre fez, não teve mais forças para conseguir brigar pelos pontos. E não conseguir. Alonso brigará apenas pelo segundo lugar no campeonato com um carro bem aquém do seu reconhecido talento, mas o que deve doer em Fernando é ver Vettel já ter o dobro de título dele, o atrapalhando na briga para ser considerado o melhor piloto dessa geração. Mesmo a Red Bull tendo o melhor carro dos últimos anos, ninguém mais duvida do enorme talento de Vettel e o conjunto piloto-máquina já entrou para a história, algo que Alonso desejava quando assinou com a Ferrari no final de 2009 e desde então assiste impotente o domínio avassalador de Vettel. Felipe Massa fez uma ótima largada, ultrapassando os dois carros da Mercedes de uma vez só na primeira volta e quando Vettel foi aos boxes no comecinho da corrida, liderou com segurança as sete voltas seguintes. Porém, quando Massa fez sua primeira parada e ficou preso no tráfego, a corrida do brasileiro não evoluiu como o esperado e Felipe mostrou suas dificuldades em manter o mesmo ímpeto a corrida toda. A falta de regularidade não impediu Massa conseguir seu melhor resultado nas últimas corridas, com um bom quarto lugar, mas ter chegado atrás de uma Mercedes fez com que a Ferrari fosse ultrapassada no Mundial de Construtores, mostrando o porquê da dispensa do brasileiro, que não foi regular o suficiente para deixar ao menos a equipe italiana sendo a melhor do resto.
O pulo do gato de Nico Rosberg que lhe garantiu o segundo lugar foi quando antecipou a segunda parada, ao se ver preso atrás de Massa. Com essa manobra, o alemão conseguiu espaço para andar mais rápido do que Massa e garantir o terceiro lugar, mas que se transformou em segundo com o abandono de Webber. Finalmente Ross Brawn, mestre das estratégias no auge da Ferrari, mostrou serviço e colocou seu piloto num ótimo lugar no final da prova e, melhor, com isso assumir o segundo lugar entre os Construtores. Já Lewis Hamilton preferiu ficar vendo a traseira da Ferrari de Massa e quando isso acontece, os pneus se desgastam mais e o inglês ainda perdeu um lugar para Pérez no final, ficando longe do companheiro de equipe. Porém, em termos de recuperação, ninguém superou Romain Grosjean. Se não fosse o fato histórico de Vettel, o francês teria sido o nome da corrida e sua alegria no pódio demonstra bem o feito conseguido com o terceiro lugar após sair de 17º. Grosjean está pilotando cada vez melhor e esta deve ter sido sua melhor corrida na carreira, provavelmente fazendo com que a Lotus preferir o dinheiro de Maldonado no lugar do talento de Hulkenberg para 2014, já que a Lotus já preveja Grosjean como primeiro piloto em 2014, enquanto o atual número um da equipe Raikkonen quase fazia milagre ao levar seu carro para apenas uma parada, mas o desgaste foi demais para o finlandês e Kimi acabou tendo que fazer uma parada no final da corrida, fazendo com que caísse várias posições, mas tirando a melhor volta de Vettel.
Apesar de muita gente secar Pérez, o mexicano fez sua melhor corrida do ano e deu a McLaren sua melhor posição (5º) num ano muito ruim para a equipe. Nos bastidores, o grande problema de Pérez é seu comportamento dentro da equipe, mas dentro da pista o mexicano não está tão mal e normalmente anda próximo de Button e hoje provou que pode fazer boas corridas, enquanto Button esteve irreconhecível, principalmente após o toque recebido de Alonso também na primeira volta, onde o inglês fez uma prova do mesmo nível do espanhol. Medíocre. Paul di Resta marcou pontos após longo e tenebroso inverno, mas dizem que o escocês está na bica para sair de sua equipe, que correu em 'casa', mesmo a Force India estar sediada próximo a Silverstone. Adrian Sutil ainda tentou dar o pulo do gato, sendo o piloto que mais esticou o primeiro stint, ficando mais de 40 voltas com os pneus médios, mas o alemão acabou tendo que fazer uma parada extra, pois os pneus macios não aguentaram as quase vinte voltas que Sutil ainda teria que dar, mas Adrian ainda garantiu uns pontinhos para a Force India, enquanto Ricciardo, pressionado por Alonso, marcou o ponto final. A Williams permaneceu próxima dos pontos, mas sem consegui-los, enquanto a Sauber teve sua pior corrida nos últimos tempos, quando Hulkenberg abandonou quando estava nos pontos e Gutierrez sofreu uma punição por ter queimado a largada. Desde o anúncio de Ricciardo pela Red Bull, Vergne nunca mais foi o mesmo e próximo ano terá que superar Kvyat, cuja pronúncia do Galvão ainda não entendi, como obrigação na Toro Rosso. As pequenas apenas bateram ponto, sendo que a Caterham nunca completou com seus dois carros.
Com essa vitória, Vettel chegou a sexta consecutiva, encostando no recorde histórico de Ascari e Schumacher, com sete vitórias consecutivas. Hoje, Vettel não tem apenas recordes de precocidade, mas também recordes em números brutos. Com 36 vitórias, Sebastian está bem perto do número de Senna, que o colocaria como o terceiro da história. Minha mãe chegou no final da corrida e se assustou com a idade de Vettel. Com a mesma idade, o referido Senna tinha apenas quatro vitórias. Vettel tem quatro títulos. Claro que são circunstâncias bem diferentes, mas o alemão vai escrevendo com letras maiúsculas seu nome na história da F1.
sábado, 26 de outubro de 2013
Tira o Vettel, Galvão!
Tomara mesmo que Bernie Ecclestone não esteja ouvindo Galvão Bueno em sua filosofia de retrocesso em voltar ao antigo sistema de classificação de uma hora com voltas limitadas, em que o próprio narrador global vivia criticando, dizendo que era muito chato. O atual sistema de classificação, na minha opinião, é o melhor que eu já acompanhei e ainda pode proporcionar surpresas, como a queda de Grosjean no Q1. Se a pole estava definida com poucos minutos de treinos no Q3, a única coisa que pode ser feita é simples: tirar Sebastian Vettel da disputa!
O alemão não tem culpa de ser excepcional e de ter um carro do mesmo nível. Com isso, Vettel é capaz de colocar 1s em qualquer carro ou piloto com o mesmo tipo de pneu com a facilidade de ir na esquina para comprar pão. Por isso os treinos estão chatos, não o formato dele. Mudar o sistema de classificação é mesmo que dar um remédio para febre para uma pessoa que está com febre, sendo que ele pode estar com uma grave infecção, porém, nesse caso, não há muito o que fazer para dar o remédio certo para a doença (a chatice dos treinos), que é frear o domínio de Vettel, pois além da Red Bull estar bem superior, é escancarado como as demais equipes não estão nem aí para o que acontece nas pistas em 2013. Se pudessem, pediriam para faltar essas últimas provas e se concentrar no difícil carro para 2014.
Observando o quanto Vettel domina e incomoda muita gente, fico imaginando se ele fosse brasileiro. Provavelmente o formato dos treinos seria sensacional! A F1 não estaria chata ou desequilibrada, como Reginaldo Leme deixou a entender. A transmissão do treino de hoje foi tão ruim, que a quase confirmação de Massa na Williams para os próximos anos transformou a Lotus em uma equipe de ponta em quase num time falido, enquanto a Williams se transformou numa equipe estruturada e cheia de potencial, sendo que desde a saída de Montoya (há dez anos atrás....) a Williams não sabe mais o que é brigar pelo título. Nós reclamamos da Globo, mas há coisas muito piores por aí, como os comentários do energúmeno do Eduardo Homem de Mello (um exemplo: o ex-piloto acha que Vettel é apenas um piloto bom e nada mais...), mas hoje o trio Galvão-Reginaldo-Burti não estava num dia muito feliz, com comentários cheio de saudosismo de um tempo em que os brasileiros dominavam, não que a F1 estivesse melhor ou pior do que a atual. Resumindo: o comentário do Galvão para mudar o treino (não nos esqueçamos que o narrador certa vez disse que está tendo mudanças demais na F1...) deverá cair em uma de suas várias abobrinhas.
E a corrida tende a ser muito parecida, com Vettel dominando para confirmar seu tetracampeonato, enquanto os demais pilotos tentam alguma coisa diferente na base da estratégia, pois vários pilotos largarão entre os dez primeiros amanhã com pneus médios, mas não há muitas dúvidas que o resultado será outra vitória de Vettel amanhã, consolidando o tetra. Chato, não? Ver um piloto fazendo história... #sqn
segunda-feira, 21 de outubro de 2013
Mais novidades
De forma inesperada, a Red Bull anunciou quem seria o piloto que estará ao lado de Jean-Eric Vergne em 2014 na Toro Rosso. Uma espécie de celeiro de jovens pilotos preparatória para a matriz Red Bull, era esperado que um novato do programa de jovens pilotos fosse escolhido e o favorito era o português Antonio Felix da Costa. Era. Também de forma inesperada, a Toro Rosso anunciou o russo Daniil Kvyat como novato para o próximo ano.
Muita gente estranhou a escolha do russo de apenas 19 anos de idade. O luso Felix da Costa já vinha mostrando serviço desde 2011 e tinha andado bem nos testes para jovens pilotos, mas a verdade é que o português acabou patinando na World Series deste ano, quando era amplamente favorito e acabou superado pela dupla de protegidos da McLaren, Kevin Magnussen e Stoffel Vandoorne. É conhecido a rigidez da Red Bull com seus jovens pilotos, como ficou claro com Sebastien Buemi e Jaime Alguersuari dois anos atrás. Por mais que Kvyat tivesse mostrado bons serviços nas categorias de base, como ele é russo, se especula que há bastante dinheiro envolvido na ida de Daniil na Toro Rosso, ainda mais com a Rússia entrando no calendário da F1 no ano que vem, mas a Red Bull não chega a ser uma empresa com o pires na mão e não aparenta ter vendido a vaga por um piloto... que ela mesmo apóia!
A verdade é que Kvyat vem de duas temporadas muito fortes nos dois últimos anos, com um título na F-Renault Alps, junto com um vice-campeonato na versão europeia da categoria de base, onde foi derrotado por Vandoorne. Esse ano o russo vem participando com destaque na GP3 e na F3 Europeia, com vitórias e pódios nas duas categorias. Apesar de anteriormente parecer estar ainda na fila para chegar na Toro Rosso, Kvyat surpreendeu a todos e estará no grid da F1 em 2014. Por sinal, algo me chamou a atenção. Kvyat nasceu apenas cinco dias antes da morte de Senna e com certeza será o primeiro piloto dessa geração que não terá o brasileiro como ídolo.
domingo, 20 de outubro de 2013
Coisa doida
O narrador do Sportv do Mundial de Motovelocidade sempre me pareceu ter caído de pára-quedas na transmissão das corrida do mundial, mas ele foi preciso hoje na definição da prova em Philip Island, provavelmente o circuito mais bonito do mundo. Hoje, foi uma coisa doida. Não pela vitória incontestável de Jorge Lorenzo. Ou pela volta ao pódio de Valentino Rossi, em briga encarniçada com Alvaro Bautista e Cal Cruthlow. Mas o que aconteceu hoje na Austrália entrou para a história do Mundial de Motovelocidade.
Nos treinos, os pilotos reclamaram que o novo asfalto de Philip Island tinha trazido uma aderência tamanha, que simplesmente os pneus não resistiriam o total de voltas de corrida. O negócio foi tão sério, que não apenas a Bridgestone, fornecedora única da MotoGP, mas também a Dunlop, fornecedora da Moto2, também sinalizou isso. Assim como ocorreu na F1, os pneus foram o enfoque principal de um final de semana. Em medidas desesperadas, os diretores de prova decidiram encurtar quase que pela metade a prova da Moto2, enquanto que na MotoGP a prova teria um 'pit-stop' obrigatório, onde os pilotos teriam que entrar até a décima volta para trocar de moto por motivo de segurança.
Era algo sem precedentes na história do Mundial. A corrida se deu sem maiores surpresas com a usual briga Lorenzo-Márquez-Pedrosa pela ponta da corrida, quando o momento chave da corrida se aproximava. Nessa ordem, os pilotos completaram a oitava volta com Pedrosa indo aos pits. E começando os problemas, pois o espanhol da Honda cortou a linha branca e teria que ceder uma posição quando a corrida voltasse ao normal. Porém, isso era apenas o começo do calvário da Honda. Com as motos escorregando cada vez mais e o tempo carrancudo denunciando uma possível chuva, Lorenzo e Márquez brigavam intensamente pela ponta. Foi mostrado a Lorenzo que ele pararia na nona volta, mas o piloto da Yamaha resolveu ficar mais uma volta, para parar junto com Márquez. Lorenzo pararia no limite. Com certeza ele esperava que fosse acompanhado por Márquez, mas para surpresa geral, o espanhol da Honda continuou na pista mais volta. Era claramente irregular. Ainda houve um momento de emoção quando Márquez voltou à pista lado a lado com Lorenzo e houve um toque, que fez Márquez perder a segunda posição para Pedrosa.
Porém, essas brigas pouco valeram. Para desespero de Suhei Nakamoto, chefão da Honda, Márquez seria desclassificado da corrida por não ter obedecido as regras de pit da MotoGP. Com cara de ter feito merda, Márquez saiu da moto e vários integrantes da Honda pareciam não acreditar. Para piorar, a temida chuva veio no finalzinho da corrida, mas não impediu a vitória de Lorenzo, que diminuiu para 18 pontos a desvantagem que tem para Márquez, apimentando esta reta final de campeonato. Contudo, tudo isso aconteceu devido ao erro da Bridgestone, que subestimou o asfalto de Philip Island e o que se viu foi um vexame bem parecido com o da Pirelli na F1. Pelo jeito, já não se fazem pneus como antigamente...
Tri merecido
Não vou mentir que não assisti a corrida inteira, devido ao sono que me abateu nas últimas e decisivas cinquenta voltas. Assim sendo, liguei o note ansioso para saber quem havia se sagrado o campeão de 2013 da Indy. Não vou mentir novamente. Torci pelo Dixon. E vibrei com a vitória do neozelandês hoje pela manhã. Como toda decisão de campeonato, foi uma corrida tensa e com dramas, mas a justiça foi feita para o melhor piloto da segunda metade da temporada. Quando o campeonato parecia perdido, Dixon passou a empilhar vitórias e tomando as rédeas da Ganassi, liderou uma reação sensacional que acabou culminando com o seu terceiro título da Indy, o deixando junto a lendas da categoria como Rick Mears e Bobby Rahal.
A corrida estava a mercê da Penske no seu início com o ótimo desempenho dos seus carros em todos os treinos, inclusive o de Sebastian Bourdais, que pilota para a equipe do filho de Roger, Jay Penske. Largando em 12º devido a uma punição programada (a Penske trocou o motor por precaução), Castroneves demonstrou algo que não havia sido nas últimas provas: agressivo. O brasileiro partiu com tudo para cima dos seus adversários e foi passando quem via pela frente, rapidamente assumindo a ponta da prova. Enquanto isso, Dixon sofria com o rendimento sofrível do motor Honda no oval californiano. Logo as previsões mostravam o título indo para Castroneves, pois Dixon parecia não ter forças para chegar no pelotão da frente.
Porém, ontem foi uma corrida de 500 Milhas e de muitas ultrapassagens, além do que, a estratégia é primordial. Muitas vezes, ficar no meio do pelotão é benéfico para economizar combustível e o próprio motor, exigido ao máximo em longos 800 km, valor próximo do seu limite. Sem contar que por ser uma prova longa, muitas vezes passando de três horas, as condições climáticas podem mudar, acontecendo o mesmo com o acerto do carro. E foi justamente isso que aconteceu com Dixon e a Ganassi. Aos poucos, os carros vermelhos de Dixon e do substituto Alexandre Tagliani foram se aproximando do pelotão da frente, dominado pelos carros da Penske e de Bourdais. Um grande acidente envolvendo seis carros provocou uma longa bandeira amarela e causou preocupação com o estado de Justin Wilson, que demorou a ser retirado do seu carro. Nessa altura, os dois carros da Ganassi já brigavam pelas primeiras posições, com Tagliani fazendo o papel de fiel escudeiro e Castroneves já não tinha o mesmo ímpeto de antes.
Enquanto isso Power, que parou várias vezes enquanto Wilson era atendido, ajeitando até mesmo seu capacete, assumia a ponta da corrida, seguido pelos dois carros da Ganassi, enquanto Castroneves brigava no pelotão intermediário. Quando a corrida se aproximou do seu final, problemas começaram a acometer os protagonistas do campeonato, trazendo um certo drama no final. Em um dos seus pit-stops, um aparato aerodinâmico foi retirado do radiador do carro de Dixon, demonstrando que mesmo também tendo trocado o motor antes da prova, o propulsor japonês já não era o mesmo. Porém, tudo veio abaixo para Castroneves quando sua asa dianteira entrou em colapso e mesmo não ocasionando um acidente, Helio teve que trocar o bico do seu carro em bandeira verde, perdendo uma volta. Houve tensão com a saúde do motor de Dixon, mas o neozelandês cuidou do seu carro e conquistou o tricampeonato de forma inapelável.
Numa corrida onde apenas oito carros receberam a bandeirada, Will Power provou seu crescimento em ovais ao vencer a difícil prova de Fontana, se mostrando forte para 2014, já que seu trauma nesse tipo de circuito está terminando. Helio Castroneves acabou a prova ainda em sexto, mas o seu campeonato não foi perdido nessa noite. O brasileiro sentou em sua vantagem conseguida com apenas uma vitória no Texas (por sinal, foi descoberto que o carro estava irregular, mas não gerou perda de pontos...) e várias posições entre o top-5. Helio também contou com a sorte, principalmente na subida de rendimento de Dixon nas últimas provas, onde o piloto da Ganassi enfrentou problemas enquanto liderava. Porém, a sorte que tanto ajudou Helio a conquistar três 500 Milhas de Indianápolis e estar liderando com folga o campeonato deste ano o abandonou de forma miserável em Houston quinze dias atrás, quando viu sua vantagem de 49 pontos se transformar em uma desvantagem de 25 com dois abandonos por problemas mecânicos. Já beirando os 40 anos, Castroneves perdeu uma chance de ouro para conseguir seu primeiro título na carreira e se igualou ao seu companheiro de equipe Power na incômoda marca de tri-vice, enquanto a Penske amargou seu quarto vice-campeonato consecutivo, aumentou para sete anos o jejum de títulos
Já Scott Dixon não tinha do que reclamar. Muitas vezes ficando na sombra do mais badalado Dario Franchitti, o neozelandês sempre fez um trabalho consistente na Indy e muitas vezes brigou pelo título, andando muito bem em qualquer tipo de circuito. Mesmo não tendo o carisma de outros campeões e até mesmo de piloto que não conquistaram títulos, Dixon entrou para a galeria dos imortais da Indy pelo seu trabalho e pilotagem, demonstrada de forma genuína nessa segunda metade de 2013, onde reverteu uma desvantagem enorme com gana e agressividade, onde a vitória era o único resultado que interessava. E hoje foi claro que era a tática certo a escolher.
sábado, 19 de outubro de 2013
Anti-ambientalista
Num momento em que até cachorro é motivo de confusão no Brasil e para os sem-noção dos Black Blocs fazerem arruaça, eis um motivo para Jorge Lorenzo se preocupar quando vir ao Brasil em 2014. Enquanto lutava pela pole, Lorenzo acerto (claro que sem querer) uma gaivota em alta velocidade, matando o pobre pássaro. E para desespero dos ambientalistas, o espanhol ficou com a pole...
terça-feira, 15 de outubro de 2013
Quase tragédia
Sepang ficará marcado para sempre como o circuito onde Marco Simoncelli faleceu tragicamente dois anos atrás. Pois neste final de semana quase que outra tragédia ocorreu com um grupo de cinco motos na prova de Moto2. A cena é horripilante, mas todos saíram praticamente ilesos.
Que pena...
Hoje foi marcado por outra notícia ruim no automobilismo mundial com a morte de Sean Edwards, filho do ex-piloto de F1 Guy Edwards. O inglês de 27 anos liderava com folga o conceituado Porsche Supercup, que faz as preliminares da F1 há muitos anos, e infelizmente deverá receber seu título de forma póstuma. Seu acidente aconteceu na Austrália, onde ensinava um jovem piloto a correr num Porsche. O jovem está em estado grave, enquanto Sean morreu na hora. Outra notícia ruim para as corridas.
segunda-feira, 14 de outubro de 2013
Figura(JAP): Romain Grosjean
Um ano atrás, Romain Grosjean se envolveu em um incidente com Mark Webber na primeira curva do Grande Prêmio do Japão, estragando a corrida ambos. Extremamente irritado após a corrida, Webber definiu bem Grosjean naquela fase do ano: Maníaco da primeira volta. Envolvido em vários incidentes no começo da corrida, a velocidade de Grosjean ficava em segundo plano e quase lhe custou o emprego na Lotus. Em 2013 o francês teve outra chance e começou devagar, mas sua evolução nessa segunda fase do campeonato é evidente e a prova em Suzuka, exatamente um ano depois do toque com Webber, demonstrou isso de forma genuína. Constantemente largando à frente de Raikkonen, Romain fez uma das grandes largadas do ano ao sair de quarto para primeiro ainda antes da primeira curva, tracionando seu Lotus de forma perfeita. Porém, em nenhum momento os carros da Red Bull demonstraram dar alguma chances a algum rival e a ultrapassagem sobre Grosjean era uma questão de tempo. Será? Com um rimo forte a maior parte do tempo, Grosjean liderou a metade da prova com imensa maturidade, andando forte com os pneus médios até a sua primeira parada, quando os engenheiros da Red Bull perceberam que apenas forçando o ritmo poderiam suplantar Grosjean, já tendo mais dificuldades em administrar seus pneus duros. Mesmo assim, Romain não se intimidou com os dois carros mais rápido e vendeu caro sua posição para Vettel e para Webber. Mesmo sendo o seu quarto terceiro lugar em 2013, esse pódio em Suzuka de Romain Grosjean teve um sabor especial e mostrou que o francês está preparado para assumir o lugar de primeiro piloto na Lotus com a saída de Kimi em 2014.
Figurão(JAP): Mercedes
Quando uma equipe tem um objetivo a conquistar no final do ano, a concentração e o foco em conseguir esse intuito aumentam e com isso incrementar as suas chances. Com o domínio absoluto da Red Bull nesse ano, o objetivo da Mercedes passou a ser o segundo lugar no Mundial de Construtores. Tendo o melhor carro do 'resto', a tarefa da Mercedes não parecia muito complicada vide o momento descendente da Ferrari e as dificuldades da Lotus com o desenvolvimento do seu carro. Porém, desde que o segundo lugar no Mundial de Construtores passou a ser objetivo da Mercedes, o time comandado por Ross Brawn e cia passou a cometer erros em cima de erros nas corridas que os fizeram perder pontos preciosos. Se o incidente de Hamilton na primeira curva pode ser classificado como um simples toque de corrida, o que aconteceu com Nico Rosberg demonstrou o bem os vários deslizes dos tedescos nessa fase do campeonato. Andando solidamente à frente das duas Ferraris, o alemão foi para seu pit-stop. O piloto não tem visão alguma enquanto sua equipe trabalha em seu carro e quando Rosberg viu que estava liberado, apenas acelerou. E quase bateu em Sérgio Pérez! O mexicano da McLaren teve seu pit-stop prejudicado e a punição a Rosberg era apenas questão de tempo. Com isso, restou a Rosberg tentar uma corrida desesperada de recuperação, onde apenas quatro pontos do oitavo lugar foi o possível. Mesmo tendo um carro superior, a Mercedes viu a Ferrari abrir dez pontos de vantagem na luta pelo segundo lugar e com a Lotus fazendo uma boa corrida com seus dois pilotos, os aurinegros acabaram encostando no terceiro colocado. Com um dos maiores investimentos da F1, a Mercedes continua vacilando em mostrar o retorno do muito dinheiro investido.
domingo, 13 de outubro de 2013
Saindo do script
A quinta vitória consecutiva e nona em 2013 de Sebastian Vettel não foi como as demais. O alemão da Red Bull largou mal, quase estragou sua corrida num toque com Lewis Hamilton ainda na primeira curva e teve que jogar com a estratégia para conseguir o mesmo resultado que se tornou tão comum nos últimos meses: a vitória. O tetra não veio em Suzuka, a pista favorita de Sebastian, mas ninguém duvida de que daqui a duas semanas o título será consolidado, provavelmente com outra vitória deste alemão tão rápido, como eficiente. Destaque para Romain Grosjean, que dificultou bastante as coisas para a Red Bull conseguir a dobradinha no Japão e fez sua melhor corrida na temporada.
A corrida em Suzuka foi bem melhor do que na Coreia, mas a força dos carros da Red Bull sobressaiu mais uma vez. Mesmo dominando a primeira fila, ambos, Webber (típico...) e Vettel, largaram muito mal e o estrago só não foi maior por que o toque entre Vettel e Hamilton só acabou com a prova do inglês, com um pneu furado e nenhum problema para o carro do alemão, apesar dos temores de Seb. Grosjean assumiu a ponta e dominou a primeira metade da corrida, mas quando os engenheiros de Webber e Vettel deram a ordem, os dois aumentaram o ritmo e partiram para cima de Romain. Porém, a Red Bull preferiu a cautela e estipulou duas estratégias diferentes para seus pilotos, sabendo que a Lotus trata muito bem os pneus e poderia, como acabou acontecendo, parando uma vez menos. Webber, que normalmente desgasta mais os pneus, faria uma estratégia de três paradas, enquanto Vettel pararia duas vezes. Ambos deixaram o representante da Lotus para trás, mas havia expectativa se pudesse haver uma briga entre os dois representantes da Red Bull quando Webber fizesse sua parada final. O australiano visitou os boxes pela terceira vez quando faltavam onze voltas e saiu à caça dos dois líderes vindo muito mais rápido. Nesse momento, Vettel já tinha ultrapassado Grosjean na reta dos boxes, utilizando o DRS, e tinha pouco mais de 3s sobre o francês. Se Webber quisesse a vitória, a primeira em 2013, ele teria que ultrapassar Grosjean rapidamente. Porém, Romain foi corajoso e mesmo 2s mais lento que o australiano, segurou Mark até a penúltima volta, praticamente entregando a vitória para Vettel, que comemorou sua 35º vitória na F1, ficando apenas seis atrás de Senna. Essa dobradinha da Red Bull demonstra a incrível superioridade do carro de Adryan Newey sobre os demais. Quando os pilotos da RB tiveram suas amarras soltas, foi incrível como foram para cima de Grosjean e mesmo o francês se segurando como podia, pouca coisa pôde fazer. O título está, definitivamente, em boas mãos.
Com Vettel ganhando corridas em sequencia, outros pilotos que se destacam passam a ser o nome da prova e o de hoje foi Grosjean. Exatamente um ano atrás Grosjean se envolveu num acidente com Webber onde foi chamado de 'Maníaco da primeira curva' pelo australiano. Hoje, mais maduro e concentrado, mas mantendo a velocidade, Grosjean fez a sua melhor corrida na F1 e com uma largada perfeita, pulou de quarto para primeiro apenas no pulo após o apagar das cinco luzes. Mesmo tendo um carro nitidamente inferior ao da Red Bull, Romain liderou a primeira metade da corrida com grande maturidade, não errando e andando no limite do seu carro. Quando Vettel e Webber vieram para cima com sua superioridade, Grosjean não se abateu e se defendeu como podia, mas acabou repetindo o terceiro lugar como melhor resultado do ano. Está claro o crescimento de Grosjean e a saída de Raikkonen pode defini-lo como primeiro piloto da equipe em 2014. O finlandês, normalmente a estrela da Lotus numa luta inglória contra a Red Bull, desta vez foi eclipsado pelo companheiro de equipe e se conformou com a quinta posição, porém, Kimi não deixou de fazer das suas ao ultrapassar, por fora, Hulkenberg nas voltas finais para ficar com seu posto final. Fernando Alonso vê, impotente, Vettel conseguir seu quarto título na carreira, o que o coloca com o dobro de conquistas do espanhol, que vem fazendo o seu melhor, mas sua Ferrari o limita a posições como o quarto lugar de hoje. Felipe Massa fez outra corrida normal dos seus últimos tempos. Uma boa largada, boas primeiras voltas, mas quando lhe acontece algo, seu psicológico parece lhe pregar uma peça e seu ritmo cai assustadoramente. Hoje, foi uma bela ultrapassagem sofrida por Alonso, onde aparentemente o espanhol não precisou de ajuda radiofônica. Depois disso, Massa, que vinha pressionando Hulkenberg, perdeu posições e até errou ao exceder o limite de velocidade nos boxes. Uma ultrapassagem para Button na última volta reforçou a impressão de que Massa já não é mais o piloto sólido de 2008 e se conseguir um lugar numa boa equipe no próximo ano, será mais por ter se tornado um pay-driver.
Quem luta com Massa por um lugar atrativo em 2014, a Lotus, conseguiu outro bom resultado. Nico Hulkenberg vem se aproveitando do bom momento da Sauber com os novos pneus e quase repetiu o quarto lugar da Coreia, mas o alemão não suportou a pressão de Alonso e Raikkonen, terminando num bom sexto lugar, enquanto Esteban Gutierrez comemorou muito seus primeiros pontos na F1 ao terminar num ótima sétimo lugar, brigando com McLarens e Toro Rossos para conseguir tal feito e ficar apenas uma posição atrás do seu conceituado companheiro de equipe. Num momento de decisão de quem fica com quem em 2014, Gutierrez, mais seus patrocinadores, pôde ter se garantido na Sauber. Em contrapartida, a Force India perdeu o rumo e novamente ficou sem marcar pontos, vendo a McLaren cada vez mais longe na briga pelo quinto lugar do Mundial de Construtores. A equipe inglesa viu seus dois pilotos tendo corridas distintas, com Sergio Perez se envolvendo em dois incidentes com Nico Rosberg que o fez perder muito tempo, enquanto Jenson Button fez sua corrida regular e terminou em nono, mas com uma parada a mais, além de uma ultrapassagem sobre Massa na volta final. A Mercedes terá duas semanas para esquecer as duas últimas provas, quando tinha tranquilamente o segundo melhor carro do pelotão, mas terminou longe do pódio e mesmo tendo um carro bem melhor que o da Ferrari, viu os italianos abrir distância na briga pelo vice-campeonato de Construtores. Com apenas Rosberg na pista após o abandono prematuro de Hamilton, a equipe liberou o alemão de forma perigosa, quase ocasionando um acidente com Pérez, e Nico acabou punido, terminando atrás das Ferraris. Outra chance desperdiçada para conseguir ultrapassar os italianos. Daniel Ricciardo foi o único a largar com pneus duros e tinha tudo para pontuar se não saísse da pista na 130R enquanto ultrapassava Di Resta. A Williams continua com a não muito elogiosa situação de pior das equipes médias, enquanto as nanicas se viram sem dois dos seus quatro carros logo na primeira curva, enquanto que acontecem de tudo com elas. Charles Pic foi o primeiro piloto da história da F1 a largar sabendo que teria que cumprir um drive-though ainda nas primeiras voltas por ter fechado um piloto nos treinos...
Mesmo tendo problema no Kers no sábado, ter largado mal, ter tocado um piloto na primeira curva e ficar até a metade da prova em terceiro, Sebastian Vettel foi capaz de levantar seu dedo indicador mais uma vez e vencer em Suzuka, sua pista favorita e colocar as mãos no tetracampeonato, saindo do seu script usual de corridas ganhas com tranquilidade. Com a dobradinha, a Red Bull mostrou a todos quem manda na F1 atual. Se 2012 foi uma das melhores temporadas da história com uma briga épica até as últimas voltas da última corrida, 2013 mostra um supercampeão ganhando de todas as formas em um supercarro.
sábado, 12 de outubro de 2013
Salvando a honra
Desde que Mark Webber anunciou sua aposentadoria no meio do ano, o australiano baixou claramente sua guarda frente a Vettel, ainda se lembrando do 'Multi 21' na Malásia, e já nessa reta final de campeonato, Webber era o único piloto do grid que ainda não havia derrotado seu companheiro de equipe em classificações. Porém, Webber aproveitou o problema de Vettel com o Kers, algo que o australiano experimentos algumas vezes nesse ano, para superar o alemão e conseguir sua primeira pole em quase um ano de tentativas, podendo fechar sua temporada de despedida com uma vitória.
Com o clima ainda pesado pelo anúncio da morte de Villota e muito vento, os treinos em Suzuka não foram muito tranquilos, com dois incêndios durante o Q1. O mais perigoso foi de Esteban Gutierrez, pois apesar do fogo do mexicano tenha sido bem menor do que o de Jean-Eric Vergne na pista, os boxes de uma equipe de F1 é cheio de líquidos inflamáveis e uma tragédia poderia ter acontecido dentro do pit da Sauber. Desde os treinos livre que Vettel estava lidando com problemas no kers e com a Red Bull imparável nos últimos tempos, Webber viu sua grande chance surgir. Na briga particular entre os dois carros azuis, Vettel ainda fez mágica ao ficar um décimo atrás do australiano mesmo com seu carro não estando 100%, mas Webber finalmente superou o alemão para ficar com a pole. Na briga do 'resto', mais uma vez Hamilton ficou com o terceiro lugar superando por muito pouco Romain Grosjean, em grande fase nesse final de campeonato. Destaque positivo para Felipe Massa, que vinha fazendo um treino discreto, sempre escapando da degola na última volta, ao conseguir um quinto tempo colocando três décimos em cima de Alonso, que largará três posições abaixo. Não me lembro de uma diferença tão grande a favor de Massa, que necessita urgentemente de bons resultados para conseguir um bom lugar em 2014. O problema é que seu adversário na vaga mais atraente para o ano que vem, a Lotus, também foi muito bem, com Nico Hulkenberg fazendo um algo mais com a limitada Sauber. Pelas informações vindas do oriente, se depender unicamente do talento, a Lotus escolherá Hulkenberg. Hoje, pode-se dizer que Massa é visto como 'Pay-Driver'.
Amanhã Webber terá a chance de conseguir sua primeira vitória no ano, mas para isso terá que fazer algo que ainda não o fez em 2013: largar bem. Se conseguir completar a primeira curva na frente de Vettel, com ar limpo na frente, Webber terá boas chances de terminar sua carreira com uma vitória final.
sexta-feira, 11 de outubro de 2013
Perdendo a invencibilidade
A F1 viveu seus anos mais seguros em sua história desde a morte de Ayrton Senna há quase vinte anos atrás, mas a morte, antiga parceira da categoria, reapareceu após longa ausência e mesmo não tendo morrido numa pista, mas num quarto de hotel, Maria de Villota se tornou mais uma vítima fatal da F1.
O gravíssimo acidente de Villota no ano passado tinha lhe custado um olho e várias limitações, mas em nenhum momento a espanhol esmoreceu, mostrando a todos a sua vontade de viver e se recuperar, mesmo que parcialmente. Vindo de uma família tradicional em corridas, Maria se tornou a primeira vítima feminina da F1.
Uma pena, algo que deixou até mesmo o Grande Prêmio do Japão em segundo plano. Não foi algo que assistimos ao vivo, como normalmente acontecia com os pilotos pré-1994, mas a tragédia da morte de Maria de Villota afetou a todos. Ao invés de colocar uma foto pós-acidente, melhor lembrar de Villota sorrindo e ainda sonhando em se tornar uma piloto de F1.
Fon
Se até a década de 70 era comum pilotos disputarem várias categorias, Alfonso de Portago foi além. Sem contar sua velocidade atrás de um volante e sua fama com as mulheres, o milionário nobre espanhol foi um dos mais diversos e excelentes desportistas já vistos, pois além de piloto, Fon, como era conhecido, foi campeão espanhol de mergulho, campeão francês de saltos e participou das olimpíadas de inverno. Tudo isso não apenas por ser um atleta, mas principalmente para se divertir e se auto-promover. A carreira de Portago nas corridas foi curta e marcante, ainda mais por que sua trágica morte marcou todo o automobilismo mundial. Se estivesse vivo, Alfonso de Portago estaria completando 85 anos e por isso vamos ver um pouco mais da carreira do espanhol, que estabeleceu recordes que só seriam quebradas por Fernando Alonso muitos anos depois.
Alfonso Antonio Vicente Eduardo Angel Blas Francisco de Borja Cabeza de Vaca y Leighton nasceu no dia 11 de outubro de 1928 em Londres, mais conhecido como o 17º Marquês de Portago e ficaria mais conhecido pelo seu título do que pelos seus vários sobrenomes. Alfonso fazia parte de uma linhagem da nobreza espanhola e seu padrinho era simplesmente o rei da Espanha Alfonso XIII. De família milionária, Alfonso teve sua infância passada em uma propriedade da família em Biarritz, na Costa Oeste francesa e sua educação foi refinada, onde ele estudou música, literatura e aprendeu quatro línguas. Aos 15 anos, Alfonso botou na cabeça que seria famoso e escolheu o esporte para conseguir seu objetivo. A primeira paixão do espanhol foi os cavalos e se tornou campeão de saltos, além de jogar pólo, mesmo que seu porte físico avantajado (1,83m e 78kg), não o ajudasse muito nesse tipo de esporte. Aos 17 anos Alfonso tirou brevê de piloto que logo foi caçado por causa de uma aposta: De Portago teria dito um amigo que seria capaz de passar debaixo de uma ponte com um avião... e conseguiu! Mas quando foi descoberto pelas autoridades, ele não pôde mais pilotar.
Assim era a vida de Alfonso de Portago. Cheia de aventuras que todo milionário poderia comprar, isso sem contar a boêmia, quando morou em Paris e Nova Iorque, onde chegou a se casar. Em 1955, Alfonso criou a equipe espanhola de bobsleigh e no ano seguinte participou das Olimpíadas de inverno em Cortina d'Ampezzo, na Itália, e de forma surpreendente o time espanhol ficou em quarto lugar, a menos de dois décimos da medalha olímpica! Após tantos relatos, alguém deve estar perguntando: quando De Portago começou a correr? Em sua temporada americana, Alfonso conheceu Edmund Nelson, que o levou a uma corrida e De Portago conheceu o afamado Luigi Chinetti, representante da Ferrari nos Estados Unidos. Imediatamente Alfonso se apaixona pela aventura que era as corridas na época e logo de cara compra uma Ferrari 250MM de Chinetti para participar da famosa Corrida Panamericana, onde juntamente com Nelson fez sua estreia nas corridas em novembro de 1953, que terminou em um abandono com motor quebrado. Alfonso já era conhecido por ser insano atrás de um volante, mas ele provou que poderia levar sua loucura para as pistas, mas já em sua primeira apresentação, Portago impressionou tanto que Nelson teria dito que se Alfonso pilotasse daquele jeito, não sobreviveria até os 30 anos. Seria uma triste premonição.
Ainda em 1954 Alfonso é convencido pelo piloto americano Harry Schell a fazer parte de corridas de Endurance e logo em sua segunda corrida, ainda com sua Ferrari, De Portago conseguiu um bom segundo lugar nos 1000 km de Buenos Aires. No meio do ano Alfonso foi a Europa participar das 24 Horas de Le Mans e com seu dinheiro consegue comprar um lugar na equipe oficial da Maserati, mas acaba abandonando. De novo com sua Ferrari particular, Alfonso vence sua primeira corrida na Corrida Internacional de Velocidade em Nassau. Com muito dinheiro e também pretensão, Alfonso esperava um lugar na equipe oficial da Ferrari, mas o máximo que consegue é que os italianos o vendam um lugar na equipe, algo que Portago aceita e se arrependeria duplamente. Primeiro, por que desde a década de 50 os chamados 'pilotos pagantes' não eram bem vistos na F1 e era isso que todos imaginavam De Portago ser. Segundo por que em sua primeira corrida de F1, numa corrida extra-oficial em Silverstone, Alfonso sofre um sério acidente que o faz quebrar a perna em vários lugares e isso faz com que ele passe a maior parte de 1955 de molho, mas quando se recupera, ele seria piloto titular da Ferrari para 1956.
Primeiramente Alfonso ficaria mais focado nas corridas de Endurance, até por causa de sua pouca experiência frente a pilotos como Juan Manuel Fangio, Peter Collins, Luigi Musso e Eugenio Castellotti. Porém, De Portago acabaria fazendo algumas corridas de F1 e em Silverstone, local do seu grave acidente no ano anterior, Alfonso faz sua melhor corrida na categoria e após largar em 12º, ele estava em terceiro quando foi chamado pela equipe para entregar seu carro à Peter Collins (isso era coisa-comum na F1 em seus primórdios) e com o inglês ao volante, De Portago chegou em segundo, se tornando o primeiro espanhol a subir no pódio até o surgimento de Fernando Alonso nos anos 2000. Em cinco corridas que fez na F1 em 1956, De Portago abandonou quatro com problemas mecânicos quando estava bem colocado, sem contar a ótima posição na Inglaterra. Isso afastava de Fon sua fama de Pay-Driver. Ambicioso, Alfonso de Portago sonhava ganhar cada vez mais experiência e com o tempo conseguir ser campeão mundial, algo que o espanhol imaginava conseguir antes dos 35 anos de idade.
Porém, Alfonso de Portago foi chamado por Enzo Ferrari a participar da Mille Miglia de 1957 com uma Ferrari 355S no dia 12 de maio. Como era uma corrida de longa duração que mais parecia um rally dos dias atuais, Alfonso chama seu velho amigo Ed Nelson para ser seu navegador. No último checkway, os mecânicos da Ferrari pedem para trocar os pneus dianteiros desgastados, em especial o direito. Em segundo lugar e sabendo que uma troca o faria perder muito tempo, Alfonso se recusa a troca e parte para o que seria seus últimos quilômetros de vida. Quando se aproximava de Guidizollo, aproximadamente a 250 km/h, restando apenas 50 km para o fim da corrida, o pneu dianteiro direito explodiu, fazendo Alfonso perder o controle do seu carro. A Ferrari bateu num poste telefônico, atingiu alguns espectadores, voltou para a pista, acertou mais algumas pessoas no outro lado até cair num riacho de cabeça para baixo. O que se via era uma cena de terror! Dez espectadores, contando cinco criança, morreram na hora, assim como Nelson e Portago, que tiveram seus corpos desfigurados. Essa tragédia definiu o fim da Mille Miglia e as tradicionais corridas de estrada na Europa. Enzo Ferrari e a fabricante de pneus Englebert tiveram que passar por um duro julgamento onde foram inocentados, apesar de que a fama de Enzo ficasse muito arranhada na Itália, principalmente por causa das crianças. A carreira de Alfonso de Portago foi curta, tendo apenas 36 corridas, a maioria delas em corridas de longa duração, mas o aproveitamento do espanhol era incrível, com 18 pódios em 28 bandeiradas. Foram sete vitórias. Seu fraco conhecimento técnico era compensando por uma coragem que beirava a insanidade. Foram apenas 29 anos. Mas muito bem vividos por Alfonso de Portago.
quarta-feira, 9 de outubro de 2013
segunda-feira, 7 de outubro de 2013
Figura(CRS): Nico Hulkenberg
Em um momento que o seu futuro na F1 está em jogo em complexas negociações, Nico Hulkenberg necessitava de um bom resultado, combinado com uma ótima exibição para chamar a atenção dos chefes de equipe, que ainda pensam em quem chamar para 2014, olhando não apenas o custo benefício, mas o talento puro e simples do piloto. E Nico conseguiu isso de forma sublime na Coreia do Sul. Se no começo do ano o piloto alemão sofria com a pouca competitividade do seu pouco financiado Sauber, as mudanças de pneus feita pela Pirelli mudou a situação e Hulkenberg pôde mostrar o talento que todo mundo conhece e conferiu com uma corrida soberba do alemão. Com uma boa posição no grid, Hulkenberg conseguiu a quinta posição, à frente de Fernando Alonso, após a diarreia mental do protagonista do post abaixo. Era esperado que Alonso atropelasse Hulk, mas o piloto da Sauber aproveitou o bom desempenho do seu carro na reta oposta e segurou a Ferrari de Alonso. Se o carro do espanhol não é reconhecidamente bom, após o segundo pit-stop Hulk teria que segurar a Mercedes de Lewis Hamilton. O inglês tentou, pressionou, até chegou a ultrapassagem, mas Nico fez uma defesa sublime e conseguiu seu melhor desempenho do ano. Claro que uma única corrida não define a contratação ou não de um piloto, mas pelo o que fez ontem, Nico Hulkenberg teria todas as chances numa equipe boa em 2014.
Figurão(CRS): Felipe Massa
Em um momento que o seu futuro na F1 está em jogo em complexas negociações, Felipe Massa necessitava de um bom resultado, combinado com uma ótima exibição para chamar a atenção dos chefes de equipe, que ainda pensam em quem chamar para 2014, olhando não apenas o custo benefício, mas o talento puro e simples do piloto. Pois Massa falhou redondamente. O fato de ter ficado atrás de Fernando Alonso não é desabonador a nenhum piloto, ainda mais para Felipe, pois isso é algo comum a ele, mas sua largada no Grande Prêmio da Coreia do Sul beirou o disparate. Sempre se mostrando a quem tem ainda uma vaga no ano que vem sua experiência, Massa mais pareceu um novato quando tentou uma manobra destrambelhada na curva 3 da corrida, onde por muito pouco não acertou Fernando Alonso, mas sua rodada estragou sua corrida e o fez cair para último, subindo para nono no final, salvando alguns pontinho do que parecia um final de semana terrível para as pretensões do brasileiro em 2014. Claro que uma única corrida não define a contratação ou não de um piloto, mas pelo o que fez ontem, Felipe Massa não teria muitas chances numa equipe boa em 2014.
domingo, 6 de outubro de 2013
Virada e susto
Apesar de achar Eduardo Homem de Mello o pior comentarista de automobilismo do Brasil e ter que assisti-lo normalmente é um martírio, hoje o ex-piloto foi bem preciso em muitas de suas análises. Sobre a pista, é vergonhoso que a Indy tenha que correr numa pista que, se comparado com o futebol, seria o mesmo que jogar numa várzea um clássico local. E para corroborar com isso, a perca da liderança de Helio Castroneves quando o brasileiro atingiu em cheio uma ondulação mais forte e teve seu câmbio destruído ilustra muito bem essa condição vexatória do Reliant Park, em Houston. A coisa era tão ridícula, que os pilotos tinham que praticamente desviar de um quebra mola em plena reta dos boxes. Helio, que liderava a prova no momento, não desviou e bateu forte na lombada, destruindo sua corrida e vendo uma vantagem de 49 pontos no campeonato se transformar numa desvantagem de 25 em apenas duas provas.
A outra colocação de Homem de Mello foi sobre a atitude de Helio Castroneves nas últimas provas. Se o brasileiro ganhar o título, o que será bem difícil vide as circunstâncias atuais, será muito na base da sorte ou com um problema de Dixon, o dono absoluto do campeonato nas últimas provas. Helio sentou-se em sua vantagem e não fez mais nenhuma corrida decente nos últimos dois meses, se esmerando apenas na estratégia de sua equipe ou nos azares de Dixon, como ocorreu em Baltimore ou Mid-Ohio. Mesmo com os dois problemas no câmbio em Houston, o ritmo de Castroneves era ridículo para quem luta pelo título e seu 21º lugar no grid de sábado, única sessão que valeu nos treinos, demonstra bem o quão Castroneves não soube administrar um campeonato que estava praticamente ganho.
Dixon partiu para cima desde que venceu duas provas em Toronto e a partir de então lutou sempre pelas primeiras posições nos treinos e na corrida. Ontem ele venceu numa luta com Power e hoje perdeu, ficando em um segundo lugar muito importante no campeonato, mas o piloto da Ganassi em nenhum momento desistiu de atacar Power e caminha, merecidamente, para o seu terceiro título na carreira.
Porém, tudo isso foi ofuscado por um grave acidente na última volta em Houston. Dario Franchitti vinha brigando com Takuma Sato quando foi espremido pelo japonês no muro, fazendo seu carro ir para o alambrado num acidente que lembrou muito alguns toques que ocorrer nos ovais-Nascar, como chamo aquelas pistas onde se anda com o pé no fundo e lado a lado, onde um acidente grave é iminente. Franchitti destruiu todo a sessão de alambrado, o que lançou vários fragmentos nas arquibancadas e feriu várias pessoas. Todos estavam assustados, mas Franchitti estava consciente enquanto se encaminhava para o hospital. Aqui no Brasil criou-se uma moda de chamar tudo quanto é piloto japonês de mito, primeiro com Sato e agora com Kobayashi. Pilotos rápidos e agressivos, os pilotos nipônicos tem outro ponto em comum: a inconstância e a propensão em fazer besteiras que resultam em acidentes. Assim é com todos eles e Sato provou isso mais uma vez ao espremer Franchitti no muro numa manobra, com o perdão do trocadilho, kamikaze. Por isso que até hoje nunca chamei Sato ou Kobayashi de mitos. Mito é Vettel, Alonso, Hamilton ou Button para ficar na F1, ou Power e Dixon, para ficar na Indy. São pilotos confiáveis e que um chefe de equipe o contrata sem pestanejar. Eu, como chefe de equipe, nunca contrataria um piloto capaz de um resultado brilhante, uma carrada de besteiras e carros destruídos a rodo.
Como não choveu...
A única esperança para os demais pilotos em derrotar Sebastian Vettel na Coreia do Sul era que o alegado tufão trouxesse uma tempestade para a pista de Yeogam e a intempérie atrapalhasse o alemão que, por sinal, anda muito bem na chuva. Só que o tufão deve ter corrigido sua rota e mesmo nublado, a corrida se deu toda com pista seca e sem perspectivas de chuva. Como resultado, Vettel teve outro 'sunday drive', onde só faltou colocar o braço para fora do cockpit e se deliciar em sua oitava vitória em 2013, terceira seguida na Coreia, e poder confirmar seu tetracampeonato já na próxima semana em Suzuka, mesmo que isso seja bem complicado, mas a F1 dificilmente chegará às Américas sem ter confirmado o campeão de 2013. Ao contrário do imaginado, não foi as Mercedes que acompanharam Vettel no pódio, mas sim as Lotus, em outra boa exibição de Raikkonen, que saiu de nono no grid para segundo, enquanto Grosjean teve que se conformar em ficar atrás de Kimi e ainda sorrir no pódio.
A primeira parte do Grande Prêmio da Coreia do Sul foi enfadonho, com Vettel disparando na frente e após obter uma vantagem confortável, administrar até o final. A diferença entre Coreia e Cingapura foi que Vettel não precisou forçar o seu ritmo para vencer hoje, administrando o desgaste dos pneus, que foi um fator preocupante neste domingo, além de fazer duas boas relargadas para se manter na ponta e quebrar um tabu da pequena história das corridas coreanas, onde o pole-position nunca havia vencido. Vettel liderou 94,5% do total de voltas dos quatro Grandes Prêmios coreanos, mas sua média deve ficar por aí, pois dificilmente Yeogam permanecerá no calendário da F1 pela falta de grana, público e organização. Mark Webber vinha fazendo uma boa corrida de recuperação até a entrada do safety-car, que mais uma vez deu uma mexida no status quo da prova. O australiano vinha brigando com Hamilton quando aparentemente teve um pneu furado após o espetacular dechapamento do pneu dianteiro de Pérez e com isso, teve que fazer uma parada emergencial. Para piorar as perspectivas de Webber, a Red Bull não tinha outros pneus médios apropriados e Mark teria que fazer vinte voltas com pneus supermacios, algo que seria bastante complicado, mas Webber não teve que passar por esse expediente quando foi atingido na relargada por Adrian Sutil, que estranhamente perdeu o controle do seu carro e atingiu a lateral de Webber, quebrando radiador e Kers, provocando um grande incêndio, o maior dos últimos tempos na F1. Foi aí que entrou a péssima organização da corrida coreana, quando os bombeiros no local demoraram a chegar e um carro de serviço entrou na frente de Vettel para apagar o incêndio de um já bem danificado carro de Webber, enquanto Christian Horner via abatido seu carro totalmente queimado.
Mais uma vez Grosjean demonstrou que quem nasceu lagartixa nunca será jacaré. O francês largou muito bem e ultrapassou Hamilton para ficar em segundo lugar. Romain segurou o ímpeto de Hamilton tanto na primeira volta como na saída da primeira rodada de paradas e com isso, partia para um bom segundo lugar. Porém, o francês não contava com a ótima reação de Kimi Raikkonen. Diga-se de passagem, mais uma. O finlandês vinha tendo uma final de semana apagado, onde sofreu um forte acidente na sexta e foi bem mais lento do que Grosjean na classificação. Quando houve o melé na primeira volta, Raikkonen escapou bem e ficou na briga pela quinta posição que tinha Alonso e Hulkenberg. Kimi antecipou sua parada e deixou ambos para trás, com isso, estava em quinto quando as duas Mercedes tiverem seus problemas e Raikkonen estava logo atrás do companheiro de equipe numa relargada. Grosjean tinha pneus mais novos, mas Raikkonen não quis saber e efetuou uma bela ultrapassagem no francês na freada da curva um. Grosjean forçou a barra, tentou se aproximar, mas apesar de estar de saída da Lotus, Raikkonen mostrou que ainda tem moral quando a equipe proibiu o francês de se aproximar e ainda pediu a ele para sorrir no pódio, evitando os constrangimentos da Malásia com a Red Bull. Apesar do infortúnio, foi Grosjean que não se ligou na aproximação de Kimi e foi ultrapassado belamente pelo finlandês, que completou outra bela corrida na Coreia. A Mercedes perdeu outra chance de conquistar um pódio por causa de erros próprios. Hamilton vinha num sólido terceiro lugar quando seus pneus dianteiros perderam rendimento. Ross Brawn poderia ter trazido o inglês rapidamente para que ele não perdesse tanto tempo, mas preferiu deixar Lewis muito mais lento na pista para seguir o plano estabelecido antes da prova. Como resultado, um irritado Hamilton se viu ultrapassado por Rosberg quando um fato bizarro ocorreu. Quando colocou de lado, a asa dianteira de Rosberg entrou em colapso de forma estranha, fazendo o alemão ir aos boxes na frente de Hamilton, para desespero do inglês, que chegou a xingar via rádio o enorme tempo perdido, que o fez perder o terceiro lugar para Raikkonen e de badeja, o quarto para Hulkenberg, o nome da prova.
Nesse momento difícil do mercado de pilotos, se Nico Hulkenberg não conseguir um bom lugar na F1 em 2014 será uma enorme pena e até mesmo uma perda para a F1. O alemão vem guiando o fino e com seu limitado Sauber, fez a melhor exibição individual do dia. Hulk vem conseguindo colocar seu carro em ótimas posições de grid e na Coreia fez uma ótima largada, onde brigava com as Ferraris e até foi ajudado pela diarreia mental de Massa na primeira curva. Sempre à frente de Alonso, Hulkenberg se aproveitava do ótimo rendimento do seu Sauber no retão de Yengam para segurar Alonso com categoria. Após as relargadas, Hulkenberg teria agora a forte Mercedes do agressivo Hamilton no seu encalço. O desafio seria mais difícil pela força da Mercedes em detrimento a ruindade da Ferrari, mas Hulk não esmoreceu em nenhum momento e segurou a posição com categoria, mostrando que merece, sim, um lugar numa equipe forte. Já Felipe Massa foi o destaque negativo em uma manobra atabalhoada na primeira volta em que estragou sua própria corrida e de Button, que ainda se recuperou, além de Gutierrez, que largou até melhor do que Hulkenberg. Se Massa usou sua experiência na briga contra Gutierrez-Maldonado-Pérez no final da prova para poder minimizar o erro e marcar pontos, Massa se portou como um novato em sua primeira corridas ao fazer uma linha de quatro na curva três e ainda quase tirar Alonso da prova. Se colocar na balança quem merece o bom lugar da Lotus em 2014 pela corrida de hoje, Hulkenberg leva vantagem sobre Massa. E muita!
A Ferrari teve outro dia para esquecer com Alonso tendo que se conformar com uma pálida sexta posição, mas que era o que dava para fazer, mostrando o quão mal a Ferrari está nessa reta final de campeonato. Mesmo com o mesmo motor da Sauber, Alonso não conseguiu ultrapassar Hulkenberg na reta oposta de Yeongam, tendo que se conformar com a segunda posição no campeonato como único consolo da ótima temporada que vem fazendo. Button teve que mudar sua estratégia pela besteira de Massa, mas o inglês usou sua famosa pilotagem clássica para fazer apenas dois pit-stops e conseguir marcar pontinhos pela McLaren, algo que a tradicional equipe pode contar no momento. Sergio Pérez foi protagonista do primeiro safety-car quando seu pneu dianteiro direito dechapou no retão de Yeongam, mas o mexicano estava no limite de sua borracha e momentos antes tinha fritado com força o dito pneu. Mesmo com Pérez levando o pneu ao limite, outra vez a Pirelli se vê com problemas com seus pneus, com alguns pilotos chiando forte novamente. Maldonado se aproveitou dos problemas alheios para quase marcar pontos. Primeiro subiu de 18º para 9º na confusão da primeira volta e depois para a mesma posição na relargada, mas o venezuelano mostrou seu lado insano quando se envolveu numa briga quádrupla com a dupla mexicana e Massa, acabando por seu o maior prejudicado, ficando atrás até mesmo do seu companheiro de equipe Bottas. A Williams só não foi pior do que a Force India, em franca decadência nessa parte final do campeonato e que viu seus dois pilotos saírem da corrida por acidentes. As nanicas bateram o ponto.
Vettel se prepara para o seu quarto título mundial de forma brilhante, onde as dúvidas sobre o seu talento vão se dissipando na medida em que vai dando várias exibições de talento. Sebastian tem o melhor carro? Não existem dúvidas sobre isso. Mas de nada adianta ter o melhor carro se o piloto erra ou fica se metendo em encrencas a cada final de semana. Pois Vettel faz o contrário. Ele parece infalível, como era Schumacher no seu auge na Ferrari, além de se garantir com poles consecutivas ficar sempre à frente do pelotão para evitar potenciais problemas para quem larga em posições intermediárias. Vettel vai quebrar outro recorde de precocidade ao conquistar seu quarto título aos 26 anos, mas os recordes de Vettel, hoje, não são mais apenas de precocidade, mas também de números brutos, que vão levando-o ao olimpo do esporte.
sábado, 5 de outubro de 2013
Match Point salvo
No tênis ou no vôlei, salvar um match point pode significar a moral necessária para uma virada espetacular. Helio Castroneves tinha três match points a seu favor, mas desperdiçou horrivelmente o primeiro hoje em Houston e viu Scott Dixon encostar de vez no campeonato, ganhando um fôlego extra para o que pode ser uma virada sensacional.
Demonstrando sua fragilidade atual, a Indy foi correr novamente num circuito de rua chinfrim em Houston, onde os problemas começaram logo antes do primeiro treino livre, quando o asfalto da curva um começou a se desfazer, atrasando o treino em quase uma hora. Quando os pilotos foram à pista, descobriram um asfalto super-ondulado e um verdadeiro quebra-mola na dita curva um. Somado ao enorme calor em Houston, o que vimos hoje foi outro show de horrores, onde as melhores equipes e pilotos de monopostos dos Estados Unidos tiveram que correr novamente numa várzea. Para completar, ainda foi marcado uma rodada dupla!
Talvez pensando nisso, além de tentarem não repetir as lamentáveis últimas corridas, onde as provas da Indy foram verdadeiros Demolition Derbys, os pilotos foram menos agressivos hoje e não houve a carnificina de Baltimore, por exemplo. Outro ponto ruim na organização atual da Indy é desvincular uma tradição das corridas americanas que é as largadas lançadas e hoje houve duas tentativas de largadas paradas e ambas com problemas. Quem não tinha nada com isso eram os dois pilotos que dominaram a maior parte da corrida, Will Power e Scott Dixon. Com o pole Takuma Sato tendo problemas cedo com um pneu furado, os dois pilotos da Penske e da Ganassi sempre lideraram a corrida. Enquanto isso, largando em 20º após outra classificação ruim, Castroneves já tentava mudar a estratégia e aparentemente dava certo, com o brasileiro antecipando sua parada e com pista livre, ganhando as posições de quem parada mais tarde. Porém, para desespero de Castroneves, logo após seu primeiro pit-stop, o câmbio do seu Penske deu problema. Foi claro Helio enxugando o que poderia ser lágrimas. Numa temporada marcada por uma incrível sorte, o azar não poderia vir em pior hora. Com nove voltas de atraso, Helio voltou à pista na tentativa de marcar alguns pontos a mais.
Mas o drama de Castroneves não acabaria. Dixon fez sua parada e na tentativa de marcar o neozelandês, a Penske trouxe Power, que liderava a prova, na volta seguinte. Porém, a parada do australiano foi para lá de atrapalhada e Power voltou em segundo, enquanto Dixon, com pista livre, abria. Algumas bandeiras amarelas apareceram no final e numa delas, a estratégia de Power foi severamente prejudicada e o piloto da Penske perdeu várias posições, em outra amostra de uma temporada extremamente azarada do atual tri-vice da Indy.
Com isso, Dixon recebeu a bandeirada com muita tranquilidade, após um acidente de Mike Conway faltando duas voltas ter trazido a bandeira amarela nos giros finais. Compartilhando o pódio com Dixon, duas surpresas: Simona de Silvestro e Justin Wilson. Simona não tem a beleza de Danica, mas tem o talento que a americana acha que tem, mas a suíça não o mesmo marketing de Patrick e por isso nunca andou em bons carros (ao contrário de Danica), só que em Houston ela se superou e conseguiu seu melhor resultado na Indy. Com a vitória, a quarta na temporada, Dixon baixou de 49 para 8 pontos a desvantagem para Castroneves, que há tempos não faz uma corrida decente, se esmerando apenas na sorte e na estratégia armada pelo Capitão Roger Penske. Apesar de que quem acompanha o blog saber que Helio não é meu piloto favorito, pelo o que vem fazendo nas últimas provas, Scott Dixon merece mais o título, mesmo com o pessoal do Bandsports se descabelando na secura contra o neozelandês. Amanhã será outro dia de pista ruim, muito calor e outra tentativa de consolidar o título, por parte de Castroneves, ou uma virada incrível, por parte de Dixon.
Mais do mesmo
O domínio não foi tão avassalador como duas semanas atrás na Cingapura, mas o resultado foi o mesmo. O dedo indicador levantado do alemão Sebastian Vettel levantado pela 42º vez na carreira, mostrando quem manda na F1 atual. O alemão da Red Bull não abriu um boqueirão ou liderou todos os treinos como na quinzena anterior, mas garantiu a pole usando também apenas uma volta no Q3, enquanto os seus adversários se esgoelavam para um lugar na primeira fila, no caso, ficando com um ameaçador Lewis Hamilton.
O treino na Coreia do Sul teve tempo bom e foi tranquilo de uma ponta a outra, sem grandes surpresas na ponta, no meio e no final do grid. As posições foram basicamente as mesmas dos últimos treinos, dando um recado claro que vendo o domínio do duo Vettel-Red Bull, as demais equipes já estão em ritmo de Jingle-Bell e estão mais interessados nos carros de 2014, além de escolherem seus pilotos nas vagas que restam. A Red Bull teve uma resistência com a Mercedes de Hamilton, mas nada que assustasse em demasia outra pole de Vettel, mesmo que por apenas dois décimos. Como Webber perderá dez posições amanhã por causa do terceiro 'cartão amarelo', Grosjean assume o terceiro lugar, com Rosberg logo atrás. O francês vem andando bem mais do que Raikkonen, que bateu forte ontem e ainda sente dores nas costas. A Ferrari também ficou na posição de sempre (terceira fila), com Alonso voltando a botar ordem na cada ao colocar Massa mais uma vez no bolso, enquanto o ótimo Nico Hulkenberg vem mostrando serviço para sair da Sauber, que vem evoluindo a ponto de colocar Gutierrez no Q3 pela terceira corrida seguida. A McLaren segue uma draga e Sergio Perez vê sua vaga cada vez mais ameaçada. Não vou mentir que me enganei com o mexicano. Suas exibições no ano passado pela Sauber pareciam lhe garantir um lugar como futura estrela na F1, mas sua arrogância e preguiça parece estragar seu talento, a ponto da McLaren, mesmo necessitando do dinheiro da Telmex, negociar abertamente seu segundo cockpit com alguns pilotos no mercado. Acho que Hulkenberg não sofreria do mesmo mal, pois o alemão parece bem trabalhador e, mais importante, é muito rápido e talentoso.
Porém, amanhã é previsto chuva forte, com a proximidade de um tufão na península coreana. Só isso mesmo para atrapalhar o script de um 'sunday drive' de Vettel.
sexta-feira, 4 de outubro de 2013
De Sebastien para Sebastien
Durante as nove temporadas anteriores, o WRC teve apenas um nome e sobrenome como campeão: Sebastian Loeb. Pois em 2013 se mudou o sobrenome, ficou o nome. O francês Sebastien Ogier faturou o seu primeiro título no Mundial de Rally antes mesmo do primeiro dia de competições da etapa francesa do WRC, que com o triunfo de Ogier, a França conquista seu décimo título consecutivo e décimo primeiro na história.
Sebastien Ogier surgiu como o sucessor do seu xará Loeb na Citröen, mas o grande problema foi que os dois franceses não tiveram uma convivência pacífica em seus anos juntos no time gaulês e isso acabou resultando na saída de Ogier para o projeto da VW na época, pois dois anos atrás, a marca alemã ainda engatinhava seu projeto Polo para 2013. Enquanto desenvolvia o novo carro da VW, Ogier via Loeb garantir seu nono título e anunciar sua aposentadoria no final de 2012. Era a porta que Ogier necessitava.
Mesmo com um carro novo, Ogier aproveitou a força e organização da VW, que não nos esqueçamos, dominou o Rally Cross-Country por anos a fio antes de investir no WRC, e o momento de fragilidade da Citröen, carente de Loeb, além da saída da Ford como equipe oficial. Foi uma temporada dominante de Ogier, vencendo seis provas em dez, parecendo muito o que fazia Loeb nos seus anos de domínio. Ogier estaria a emular seu compatriota e iniciar uma nova era? 2013 provou que Sebastien poderá representar muito bem o nome de uma lenda do WRC nos próximos anos.
quinta-feira, 3 de outubro de 2013
Adieu!
Esse final de semana pode marcar o último rali da lenda Sebastian Loeb e por isso o WRC preparou uma singela homenagem a carreira do francês, mas o que impressiona é o quanto os piloto atuais cultuam a Loeb.