E o ano vai terminado. Dizem que 2016 foi um ano ruim, cheio de tragédias e mortes de pessoas icônicas. Não deixa de ser verdade, mas para mim foi um ano marcante por vários motivos e em vários temas. Esse blog começou quando escrevia nos fóruns do GPTotal e hoje sou colunista do conceituado site, o que me enche de orgulho. Por sinal, em 2017 o blog completará dez anos. Num período sem maiores novidades, o blog ficou meio parado, mas no próximo ano ele retornará com a mesma pegada de sempre. Muitas histórias já foram contadas aqui e estão sendo colocadas também na página do Facebook. Por isso, corridas históricas e biografias de grandes personalidades estão pulando, mas podem curtir na esses textos na Fanpage do blog. Vou me despedindo de 2016 desejando um ótimo 2017, de muita paz, prosperidade e saúde. Se 2016 não foi tão bom, a esperança é que 2017 seja melhor em qualquer ângulo de nossas vidas. E se o ano que está prestes a terminar foi bom, que só melhore ano que vem! Tudo de bom à todos!
sexta-feira, 23 de dezembro de 2016
domingo, 11 de dezembro de 2016
Sintomas da crise
Praticamente encerrando a temporada do automobilismo em 2016, Felipe Fraga conquistou seu primeiro título da Stock Car em Interlagos neste domingo. A vantagem do paraense de nascimento e tocantinense de adoção era tamanha no campeonato, que Fraga foi campeão com um décimo lugar, enquanto seu rival pelo título, o experiente Rubens Barrichello, chegou em segundo após rodar ainda no começo da prova. Como normalmente acontece em Interlagos, a chuva deu as caras e bagunçou um pouco o status quo da prova, mas a rodada de Barrichello ajudou Fraga, o líder no momento, a escolher a conservadora situação de colocar pneus de chuva, mesmo a precipitação tenha sido apenas passageira. O título de Fraga não correu muitos riscos ao longo dos quarenta minutos de prova.
Felipe Fraga se tornou o mais jovem piloto a vencer o disputado campeonato da Stock Car, o que é um feito e tanto, mas também demonstra a crise que passa o automobilismo brasileiro, prestes a não ter nenhum brasileiro na F1. A carreira de Fraga resume-se a uma passagem vitoriosa no kart, mas sem opções de se preparar no Brasil, Felipe se mandou prematuramente para a Europa, onde disputou uma temporada na F-Renault, sendo contemporâneo de Daniil Kvyat. Porém, a falta de apoio fez com que com Fraga voltasse ao Brasil e começasse na Stock com apenas 18 anos em 2014, culminando com o título nesse ano.
Por mais que Felipe Fraga elogie a Stock hoje, ele não sonhava em ser campeão pela categoria quando começou no kart. Ele queria a F1. Porém, sem apoio e categorias decentes no Brasil, Fraga tomou a decisão que lhe era mais fácil, que é se 'aposentar' na Stock antes dos 20 anos. E ele não está sozinho. Lucas Foresti, Rafael Suzuki também tiveram boas passagens no kart, mas sem condições de desenvolver suas carreiras, resolveram ficar na Stock, uma categoria conhecida não faz muito tempo por ter 'dinossauros'.
Com a situação precária do automobilismo brasileiro, bons pilotos como Fraga, que venceu merecidamente o campeonato da Stock, preferirão ficar aqui no Brasil do que tentar conquistar seus sonhos na Europa e tentar a F1.
sábado, 10 de dezembro de 2016
Figura(2016): Nico Rosberg
O destaque de 2016 não podia ser outro. Nico Rosberg foi escolhido quatro vezes como o 'Figura' em 2016, menos do que as cinco de Daniel Ricciardo, porém o simpático australiano não teve a temporada de Nico Rosberg. O alemão teve com Lewis Hamilton uma saudável rivalidade no kart, mas quando se encontraram na F1 e, principalmente, passaram a brigar pelas vitórias de forma praticamente exclusiva na Mercedes, a amizade se arruinou. Nico Rosberg sabia dos pontos fortes de Hamilton, assim como os fracos. Provavelmente até mesmo o alemão sabia que é menos piloto do que Hamilton, mas não podia ser subserviente a essa situação. Ele precisava potencializar seus pontos fortes e aproveitar as brechas que Hamilton dava. E Nico aproveitou cada brecha que Hamilton deu em 2016 para se sagrar campeão mundial pela primeira vez. Inicialmente, Nico aproveitou a pouca concentração de Hamilton quando esse conquistou seu terceiro título e Rosberg emplacou quatro vitórias consecutivas, num aproveitamento de 100% no início da temporada. Com o seu enorme talento, Hamilton ressurgiu e virou o campeonato com um número semelhante de vitórias. Rosberg ainda teve que enfrentar momentos difíceis, como o toque que teve com Hamilton em Barcelona, muito por culpa do alemão. Receber da Mercedes a ordem para Hamilton passar na chuvosa corrida em Monte Carlo, pois estava muito lento. E finalmente, o toque na volta final na Áustria. Com Hamilton novamente na ponta do campeonato e favorito ao título, Nico Rosberg permaneceu impávido em sua estratégia. Hamilton bateu na classificação em Baku. Rosberg venceu. Hamilton trocou motores alucinadamente em Spa. Nico foi lá e ganhou. Hamilton largou mal em Monza e Suzuka. Adivinha o resultado? Rosberg recebendo a bandeirada em primeiro. No momento mais tenso da temporada, quando rodou na primeira curva em Sepang, Hamilton quebrou o motor quando liderava tranquilamente, Nico Rosberg estava com o título nas mãos, pois com o carro que tem, chegar em segundo até o final da temporada era até fácil, mas como diria Juan Manuel Fangio, Carreras son carreras. No México, Nico Rosberg teve que lhe dar com um amalucado Max Verstappen, que tentou duas ultrapassagens agressivas, mas o alemão acabou se firmando na frente. Em Interlagos, em outra corrida marcada por um aguaceiro, Nico Rosberg chegou a perder o controle do seu carro e ainda teve a sorte da Red Bull errar na tática de um inspirado Max Verstappen para ficar em segundo. Nico só precisava ser terceiro em Abu Dhabi e novamente Lewis Hamilton colocou uma pressão psicológica imensa, garantindo a pole e diminuindo o seu ritmo para enervar Rosberg e deixar o alemão a mercê dos seus adversários. Mas Nico se manteve firme, ultrapassou Verstappen quando necessário e se defendeu de Vettel nas voltas finais para conseguir o campeonato que tanto perseguiu. E essa perseguição, mais a vontade de ficar com a família e a pressão que é ser parceiro de Hamilton, fez com que Nico Rosberg anunciasse, de forma chocante, a sua aposentadoria aos 31 anos de idade, apenas cinco dias após a sua maior glória esportiva. Criticado até mesmo por Niki Lauda, Nico Rosberg vai ser acusado de falta de ambição e muitas outras coisas, mas é o digno campeão mundial de 2016, além de ter conseguido um ano e tanto!
Figurão(2016): Daniil Kvyat
Escolher a grande decepção de 2016 não foi tão difícil assim. Mesmo tendo menos escolhas do que Hamilton, que vacilou muito no começo da temporada e algumas vezes arrumou fantasminhas para justificar suas derrotas, o derrotado desse ano foi mesmo Daniil Kvyat. Com a difícil missão de substituir o tetracampeão Sebastian Vettel na Red Bull em 2015, o russo fez um bom papel em seu ano de estreia na equipe principal da Red Bull e marcou mais pontos do que seu quase xará, Daniel Ricciardo. Contudo era evidente que Ricciardo tinha mais potencial do que o russo, que mostrava muita velocidade, mas se mostrava frágil mentalmente. Kvyat teve um começo de temporada 2016 forte, mas ainda muito atrapalhado. Após conseguir um pódio na China, o russo teve uma corrida catastrófica bem na frente do seus torcedores, em Sochi. Kvyat não usou o fator casa a seu favor e em menos de duas curvas, conseguiu bater duas vezes. Primeiro encheu a traseira do seu companheiro de equipe Ricciardo, que não marcaria pontos pela única vez em 2016 na Rússia por causa da presepada de Daniil. Metros depois, Kvyat bateu em Vettel, tirando o alemão da corrida e deixado o ex-piloto da Red Bull furioso, fazendo-o reclamar do seu sucessor no pit-wall da Red Bull, que não estava satisfeita com Kvyat também ter estragado a corrida da equipe com os toques que deu. Nos dias seguintes, Kvyat estava em sua casa vendo Games of Throne quando seu celular tocou e do outro lado estava o ranzinza Helmut Marko trazendo a notícia que estava rebaixado para a Toro Rosso já a partir da corrida seguinte, em Barcelona. Para piorar as coisas, seu substituto Max Verstappen vence a corrida espanhola com o seu carro, enquanto um desconcentrado Kvyat ficava no meio do pelotão e perdia terreno frente ao seu novo companheiro de equipe, o veloz Carlos Sainz. O resto da temporada de Kvyat foi um tormento, mesmo marcando alguns poucos pontos até o fim da temporada, também culpa da Toro Rosso, que usava um motor Ferrari 2015 sem nenhum desenvolvimento. Mesmo sendo rebaixado durante o ano e perdendo claramente para o seu novo companheiro de equipe, Kvyat teve o seu contrato renovado com a Toro Rosso em 2017, numa raríssima terceira chance na F1. Na corrida final em Abu Dhabi, a cena do abandono de Kvyat foi emblemática. O russo começou 2016 numa das melhores equipes da F1, conseguiu um pódio e falava em vitória. Acabou rebaixado e a última vez que foi visto na TV foi andando de bicicleta para ir aos boxes após abandonar a corrida.
domingo, 4 de dezembro de 2016
Diferentes histórias
No final de 2015, havia a sensação que a F1 havia chegada a um dos seus pontos mais baixos no quesito popularidade e, principalmente, competitividade. A Mercedes havia destruído a concorrência como poucas vezes haviam sido vistas e com Nico Rosberg sofrendo com a gravidez problemática de sua esposa, Lewis Hamilton nadou de braçada, conquistando o título com três provas de antecedência. Porém 2016 viu uma história bem diferente, mesmo a Mercedes tendo dominado de ainda mais ampla nessa temporada. Logicamente houve um diferente campeão, Nico Rosberg. Porém, houve vários assuntos para fazer de 2016 um ano bem mais animado do que os anteriores.
Quando Lewis Hamilton conquistou o tricampeonato em Austin, no ano passado, pipocaram histórias do inglês se excedendo em festas e se envolvendo com os maiores popstars da atualidade. Enquanto comemorava seu momento de júbilo, Nico Rosberg venceu as três últimas provas de 2015, mas isso parecia um evento de menor importância, lembrando o banho que Hamilton havia dado em seu companheiro de equipe. No entanto, a filha de Nico havia finalmente nascido e o alemão poderia voltar totalmente seu foco em sua pilotagem e no sonho de igualar seu pai e vencer o Mundial de Formula 1. O assunto já foi vastamente falado não apenas nesse blog, mas em toda a internet: Lewis Hamilton é mais piloto do que Nico Rosberg. Ponto final. Porém, Nico não poderia ser um novo Rubens Barrichello e sair reclamando que está sendo boicotado pela equipe. O alemão resolveu trabalhar seus pontos fortes em comparação à Hamilton e aproveitar cada brecha que o inglês deixasse. E Hamilton deixou brechas claras nas primeiras corridas do ano. Nico Rosberg não deixou passar. Foram quatro vitórias incontestáveis, abrindo uma diferença considerável para Hamilton, que se via no meio de problemas de confiabilidade e erros que normalmente não comete. Foi atingindo por Bottas na largada no Bahrein (as largadas da Mercedes seriam os pontos fracos da equipe e seus dois pilotos sofreram bastante com isso), além de sucessivas falhas no seu motor.
Porém, havia a sensação de que Lewis Hamilton poderia virar o jogo, por sua habilidade superior. Porém, essa ênfase em melhorar, além do foco total de Nico Rosberg, fez com que ambos tivessem outra polêmica, a primeira de 2016, quando ambos bateram na primeira volta do Grande Prêmio da Espanha, eliminando-se e fazendo com que a Mercedes tivesse muito com o que conversar com seus pilotos. Porém, uma vitória redentora em Mônaco, combinado com um dia péssimo de Rosberg no principado, parecia ser o momento da virada de Hamilton e o inglês, parecendo mais focado em seu sonho do tetra, venceu corridas consecutivas, assumindo a liderança do campeonato e confirmando a virada que todos esperavam. Nico Rosberg corria o risco de ser o primeiro piloto a vencer as quatro primeiras corridas consecutivas de um ano e não se campeão. Houve outra polêmica na Áustria, quando os dois pilotos da Mercedes bateram na última volta, com vantagem para Hamilton. Nico parecia que teria que se conformar mais uma vez com o vice-campeonato, mesmo o alemão voltando a vencer na nova pista de Baku, enquanto Hamilton dava outra brecha, quando bateu na classificação e largou em décimo. A F1 entrou em férias com Hamilton bem na frente no campeonato, mas os motores quebrados no começo do ano iriam cobrar a dívida e Lewis escolheu trocar seus motores em Spa, local onde se é possível ultrapassar. Nico aproveitou para novamente vencer com facilidade e na prova seguinte, Lewis daria outra brecha com uma péssima largada em Monza. Rosberg voltava a ter quatro vitórias consecutivas e virava em cima do seu companheiro de equipe. Então veio Sepang...
A corrida malaia estava na mão de Hamilton, que poderia praticamente garantir o tetra. Rosberg havia largado mal e caído para as últimas posições, enquanto Lewis liderava soberano. O inglês voltaria à ponta do campeonato, mas outro motor quebrado pôs tudo a perder para Hamilton, que entrou em polêmica com a equipe, reclamando que não queriam que ele fosse campeão. Novamente Toto Wolff e Niki Lauda entraram em ação para que a Mercedes não desandasse na reta final do campeonato, mas agora Nico Rosberg não precisava mais vencer para ser campeão. Para Lewis Hamilton, era vencer ou vencer, além de esperar algum problema com Nico. O alemão usou seus pontos fortes, que é o trabalho, o foco e a mentalidade forte. Foram quatro vitórias consecutivas de Hamilton, mas Nico Rosberg fez seu trabalho, mesmo com alguns intempéries. No Brasil, um aguaceiro monumental fez da prova em Interlagos uma corrida lotérica, onde Nico Rosberg chegou a rodar, mas permaneceu com seu carro na pista para ser segundo. Na prova final, em Abu Dhabi, Hamilton utilizou a chamada 'Tática Villeneuve' de segurar seu ritmo, para que Nico Rosberg fosse atacado por outros pilotos. A Mercedes falava no rádio para Hamilton ser mais rápido, pois queria vencer a corrida. Lewis respondia que com o ritmo que tinha, venceria a corrida. Foi um inferno para Rosberg, mas o alemão segurou bem às pontas para realizar seu sonho e igualar ao pai, Keke Rosberg. Tudo isso para cinco dias depois Nico anunciar que, aos 31 anos, está se aposentando da F1 de forma incrível. Correr ao lado de um piloto melhor do que você com o mesmo carro e além disso ser polêmico pareceu ser demais para Nico, que esgotado mentalmente, irá curtir sua família. Para Hamilton, sua boa referência ficará em casa em 2017, mas a derrota nesse ano deverá fazer com que o inglês seja um piloto mais faminto em busca do tetra ano que vem, além de ter que saber lhe dar com um novo companheiro de equipe. A Mercedes terá trabalho para substituir um campeão mundial e escolher alguém que possa se dar bem com o gênio difícil de Hamilton.
Após ameaçar ficar de fora da F1 em 2016, por causa dos problemas com os motores Renault, a Red Bull voltou nesse ano mais forte do que nunca e mesmo vendo o seu motor Renault, renomeado TAG Heuer, menos potente do que os Mercedes, conseguiu as duas únicas vitórias que não levaram o nome da Mercedes em 2016. Mas o principal foi ter revelado ao mundo a sensação Max Verstappen. A chegada do holandês à equipe foi cercada de polêmica, como tudo ao redor de Max. Verstappen começou 2016 na Toro Rosso, enquanto a Red Bull mantinha Daniel Ricciardo e Daniil Kvyat. O russo tinha feito mais pontos do que Ricciardo em 2015 e havia conquistado um pódio na China, quando teve um Grande Prêmio da Rússia, sua terra natal, próximo do ridículo. Primeiro ele tocou em Ricciardo na primeira curva, fazendo com que o australiano não marcasse pontos pela primeira e única vez em 2016. Na curva seguinte, bateu em Vettel, fazendo o alemão abandonar e Seb foi aos boxes de sua antiga equipe reclamar de Kvyat. Na semana seguinte, de forma surpreendente e humilhante para o russo, Verstappen foi alçado à titular da Red Bull, enquanto Kvyat seria rebaixado para a Toro Rosso. Tudo isso às vésperas do Grande Prêmio da Espanha, onde Verstappen não poderia testar seu novo carro. Porém, Max deu mostras de sua genialidade ao se aproveitar do incidente com a dupla da Mercedes para vencer em sua estreia na Red Bull. Vencedor mais precoce da história da F1, Verstappen se tornava uma das estrelas da F1. Para o bem e para o mal. Sua pilotagem espetacular fez com que Max, aos 19 anos, se tornasse o piloto mais temido do grid. Ninguém queria entrar numa briga com o holandês. Suas fechadas de porta causaram muitas polêmicas, principalmente com os pilotos da Ferrari, com quem Verstappen trocou várias farpas. No México, Max sofreu a humilhante sensação de ser retirado da sala pré-pódio, pois havia sido punido. Tudo isso para na corrida seguinte, em Interlagos, entregar uma das pilotagens mais espetaculares dos últimos tempos. Quem sabe da história!
Max Verstappen fez em Interlagos uma corrida que levantou a torcida brasileira, tão acostumada a grandes exibições. Saindo de 16º para 3º em dezessete voltas, Verstappen mostrou do que é feito, mas a maturidade natural que virá com os anos fará do holandês um piloto ainda melhor. Daniel Ricciardo estava numa zona de conforto ao lado de Kvyat, mas a chegada de Verstappen fez com que o australiano crescesse ainda mais. Daniel liderava em Barcelona e tinha tudo para vencer, mas a tática da Red Bull acabou favorecendo Verstappen. Em Mônaco, Daniel conseguiu uma emocionante pole e liderava quando novamente foi atrapalhado pela sua equipe, quando chegou aos boxes e a equipe se embananou toda. Duas vitórias desperdiçadas fez com que Ricciardo perdesse rendimento frente ao furacão Verstappen, mas o australiano deu a volta por cima, sempre se colocando no pódio, sendo o melhor do resto e finalmente conquistando sua merecida vitória em Sepang, numa briga emocionante com Verstappen. Ricciardo conseguiu o terceiro lugar no Mundial de Pilotos com folga, mas correndo ao lado de Max Verstappen uma temporada completada, Ricciardo terá que se reinventar se quiser repetir o status de melhor do resto. Se não conseguir, poderá seguir como o piloto mais simpático. A Toro Rosso sofreu com o motor Ferrari 2015. O início do campeonato foi forte, com Sainz marcando pontos regularmente, mas a falta de desenvolvimento fez com que a STR sofresse no final do ano, culminando com a última fila de Sainz em Abu Dhabi. Porém, o espanhol continua em alta na F1 e teve chance para ir para a Renault, mas ficará um terceiro ano na Toro Rosso, na esperança de se juntar à Max Verstappen, com quem não se dava bem, na Red Bull no futuro.O vexatório rebaixamento fez com que Kvyat sofresse muito e o russo acabou bem atrás de Sainz, mas de forma incrível, Kvyat teve o seu contrato renovado para 2017, enquanto o campeão da GP2 e protegido da Red Bull, Pierre Gasly ficará do lado de fora no próximo ano.
A Ferrari começou o ano falando em brigar com a Mercedes pelo título, mas a realidade foi bem cruel com os italianos. Vettel fez uma temporada abaixo das expectativas, cada vez mais cabisbaixo com a politicagem dentro da Ferrari. Sebastian teve momentos como a quebra do motor Ferrari na volta de apresentação no Bahrein, minando a motivação de Vettel, que terminou 2015 tão bem. Isso fez com que o sempre indiferente Kimi Raikkonen crescesse e andasse finalmente no mesmo ritmo de Vettel, passando a maior parte do campeonato na frente do alemão. Mesmo tendo o melhor ano nessa sua segunda passagem pela Ferrari, poucos entenderam a renovação que Kimi teve para 2017, se tornando o piloto mais velho do grid ano que vem. Junto com Nico Rosberg, outros dois pilotos marcantes se aposentaram em 2016. Jenson Button teve muitas dificuldades em se manter na McLaren, com a sombra de Stoffel Vandoorne à espreita. O belga marcou o primeiro ponto da equipe na única prova em Vandoorne participou, substituindo o lesionado Alonso. Na sua luta com Alonso, Button usou armas parecidas com as de Rosberg, usando seus pontos fortes para superar um piloto tão forte como o espanhol. Porém, com 305 corridas e prestes a completar 37 anos, Button anunciou sua aposentadoria como o último piloto gentleman da F1. Se a despedida de Button foi bonita, mas também bem formal, as cenas vistas em Interlagos para Felipe Massa mostraram o quanto o brasileiro era querido no seio da F1. Massa nunca foi uma estrela do quilate de Alonso, Hamilton, Vettel, Raikkonen, Rosberg e o próprio Button, mas fez um bom trabalho quando esteve no seu auge na Ferrari. Massa tem bons números na F1, mas também fatos não muito abonadores, como nunca ter superado seu companheiro de equipe em sua longa história na F1. Porém, Massa conquistou a admiração de todos e sua despedida em Interlagos mostrou uma F1 mais humana, algo que foi visto em outras ocasiões. Porém, demonstrou o tamanho da crise em que o automobilismo brasileiro está enfiado. Com Massa saindo, sobrou apenas Felipe Nasr como esperança para ter um brasileiro na F1 num futuro à curto prazo. Porém, o brasiliense teve um ano para esquecer na quase falida Sauber, onde Nasr foi superado constantemente por Marcus Ericsson, piloto de talento contestável. Mesmo não gostando da alcunha 'piloto pagante', Nasr só está na F1 por causa do dinheiro do Banco do Brasil e com a saída do banco estatal no final de 2016, a situação de Nasr era bem complicada, até a aposentadoria chocante de Rosberg. De qualquer maneira, não há nenhum piloto brasileiro se destacando nas categorias de base europeias. Sem poder se preparar adequadamente no Brasil, os jovens pilotos brasileiro preferem se aposentar na Stock Car brasileira. Um cenário triste para quem conquistou tantos títulos e revelou grandes nomes para a F1.
Uma briga interessante de 2016 foi pelo quarto lugar no Mundial de Construtores, vencida pela Force India. Mesmo com seu dono, Vijay Mallya, com sérios problemas na justiça, a Force India conseguiu se manter forte para usar o motor Mercedes e ficar com um ótimo quarto lugar, garantindo importante aporte financeiro. Sérgio Pérez foi o grande destaque da equipe, marcando pontos importantes, além de alguns pódios. Porém, quem saiu para uma equipe de fábrica foi Nico Hulkenberg, que irá para a Renault em 2017. A montadora francesa comprou uma equipe (Lotus) em frangalhos e em cima da hora, fazendo com que seus dois pilotos sofressem bastante, mas em outra manobra questionável, ninguém entendeu bem a renovação de contrato com o horroroso Jolyon Palmer. A Williams começou 2016 falando em vitórias e terminou sofrendo para marcar pontos. Com o motor Mercedes não tendo a vantagem que tinha anteriormente, os pontos fracos da Williams ficaram mais expostos e o time ainda viu a Force India se tornar a segunda melhor equipe da Mercedes. Para completar, vê um dos seus pontos fortes, o talento de Valtteri Bottas, se tornar favorito para substituir Rosberg na Mercedes, já que o finlandês é um piloto protegido por Wolff. A Williams trará para o lugar do aposentado Massa, o canadense Lance Stroll, campeão com sobras da F3 Europeia, mas também com fama de piloto pagante. Por sinal, muito pagante. Seu pai é dono de uma das maiores fortunas do mundo e Stroll teve uma preparação impressionante para chegar à F1,com até mesmo testes particulares pagos por seu pai, que assim como fez nas categorias de base, comprou ações da Williams.
A McLaren não passou o papelão que teve em 2015, chegando a brigar diretamente por pontos durante boa parte da temporada. Se isso é um ponto positivo, por outro lado a McLaren ainda está longe dos anos de glória e isso já começa a fazer Alonso perder a paciência, que já é curta com os dez anos do seu último título. A Honda ainda tem o pior motor da F1, mas está cada vez mais evoluída, na medida em que Ron Dennis acabou levando um bilhete azul da equipe que ajudou a construir. A Manor fez uma tática diferente dos outros anos, se tornando uma espécie de Mercedes Jr, acolhendo os jovens pilotos da montadora da sua equipe e se dando bem. Atual campeão do DTM, o jovem Pascal Wehrlein fez mais do que o esperado, conseguindo passar ao Q2 algumas vezes e marcando o único ponto da equipe, mas a Manor acabou ultrapassada pela Sauber na penúltima prova do ano, com os dois pontos de Nasr em Interlagos. Porém, Wehrlein acabou o ano sem entender o porquê da Mercedes ter escolhido Esteban Ocon, que estreou no meio da temporada, como o piloto da Force India em 2017. Isso fez com que os dois jovens pilotos brigassem forte em Abu Dhabi. Porém, coisas do destino, com a aposentadoria de Rosberg, o 2017 de Werhlein tende a ser muito bom. A Haas foi a grande novidade do grid e ao contrários de suas antecessoras, o time americano conseguiu resultados decentes, não ficando eternamente na última fila. O começo da equipe foi surpreendente, com Romain Grosjean quase conquistando um pódio no Bahrein, mas a decisão da equipe em focar no carro de 2017 muito cedo estancou o desenvolvimento da equipe, que passou a lutar por pontos, enquanto sofria com um perigoso problema nos freios, enquanto Esteban Gutierrez mostrou mais uma vez que não tem lugar na F1, mesmo com todo os patrocinadores que trás e foi substituído por Kevin Magnussen.
Como sempre a FIA se meteu em confusões ao longo do ano, com decisão sendo revertidas a todo momento, como a história do rádio e dos limites da pista. A F1 foi comprada nesse ano, mas Bernie Ecclestone permanece a frente de tudo, porém, algumas mudanças tímidas começaram a acontecer, com a estrada (aleluia!) da F1 no Facebook e um canal no youtube mais movimentado. Para 2017, os carros mudarão bastante, com pneus mais largos e um aerodinâmica refinada. Os carros melhorarão seus tempos, mas será que as ultrapassagens serão facilitadas?
A F1 de 2016 termina com muitas histórias contadas ao longo de sua maior temporada em todos os tempos. Mesmo a Mercedes dominando, não faltaram histórias a serem contadas, a última, a chocante aposentadoria de Nico Rosberg, deixando vaga o cobiçado cockpit da Mercedes. Lewis Hamilton, que em 2017 completará dez anos na F1, voltará ainda mais forte e mordido pela derrota para Nico. Porém, há a esperança que a mudança no regulamento faça com que a competitividade entre as equipes aumente. Apesar das reclamações, 2016 teve um novo campeão, disputas fortes, polêmicas e corridas boas (e ruins), como toda boa temporada de F1 tem. Resta-nos aproveitar. Que venha 2017!
sexta-feira, 2 de dezembro de 2016
Diferentes choque
A F1 ficou atordoada com o anúncio dessa manhã e extremamente chocada com a aposentadoria repentina e surpreendente de Nico Rosberg, cinco dias depois do título do alemão.
Após quatro anos ao lado de Lewis Hamilton, sendo três com os dois tendo o melhor carro da F1, Nico Rosberg pareceu se cansar da extrema competitividade do inglês e não quis sacrificar-se novamente para poder derrotar Hamilton, um piloto que vai escrevendo com tintas douradas sua história na F1. Foram onze anos na F1, com 23 vitórias, 30 poles e o título desse ano. O tempo dirá qual será a marca de Nico Rosberg na história da F1, mas sua repentina aposentadoria já o coloca como um dos campeões mais enigmáticos da extensa história da categoria. A falta de carisma do alemão colocam os ótimos números de Nico em segundo plano, além da sua ojeriza à estrelismos e polêmicas. Bem ao contrário de Lewis Hamilton, seu rival desde o kart. Por sinal, a disputa ferrenha com Hamilton marcará para sempre os dois campeões do mundo. Apesar de não ter o mesmo brilho de outras rivalidades, ninguém poderá negar que a disputa 'Hamilton vs Nico Rosberg' entrou para a história da F1 e essa aposentadoria do alemão só alimenta isso. Para derrotar alguém como Hamilton, Nico esgotou-se mentalmente a ponto de fazê-lo sair do automobilismo poucos dias depois de realizar o sonho de todo piloto que começa no kart, que é ser campeão mundial de F1.
Isso conta a favor de Hamilton, quando falarmos de sua história no futuro. Para derrotar o inglês, não basta apenas vencê-lo na pista, o que já é muito difícil, vide o talento do inglês. É preciso disputar renhidamente também nos bastidores, nos corredores da fábrica e nas reuniões com engenheiros. Nico Rosberg pareceu cansar disso. E o alemão, antes conhecido apenas como filho de Keke Rosberg, colocou seu nome na categoria também pela coragem de se aposentar com o título no bolso. Nico Rosberg derrotou duas lendas com o mesmo caso, mesmo que no caso de Michael Schumacher, com o heptacampeão longe do seu auge. Mas Nico bateu no melhor Hamilton e os números do inglês não mentem. Ele é um dos grandes da F1. Nico Rosberg sabe que aproveitou a chance que teve, com Hamilton com a guarda abaixada no começo do ano, combinado com Nico mais focado do que nunca, agarrando a menor brecha que o inglês deixou ao longo da temporada 2016.
Com essa repentina aposentadoria, agora a pergunta de um milhão de dólares é: quem ficará com a segunda vaga no cobiçado cockpit da Mercedes? Candidatos, obviamente, não faltam. Fernando Alonso chora por uma vaga numa equipe vencedora faz tempo, mas com o azar do espanhol, não duvido nada ele ir para a Mercedes em 2017, mas com a mudança de regulamento, a equipe perder rendimento... Outro nome forte é o alemão Sebastian Vettel, desiludido com a política da Ferrari e tão germânico quanto a estrela de três pontas. Porém, Alonso e Vettel tem contratos, sem contar os dois jovens da Red Bull, em particular Max Verstappen, no qual Toto Wolff é fã. Porém, Wolff também gosta bastante de Valtteri Bottas, piloto da Williams do que o austríaco colocou na equipe do tio Frank ainda 2013 e que vem fazendo bom papel. Os pilotos juniores da Mercedes, Esteban Ocon e Pascal Wehrlein são alternativas baratas e viáveis, dando credibilidade ao programa de jovens pilotos da montadora tedesca.
Wehrlein, por sinal, está sem contrato e meio que sem entender o porquê Ocon ter ido para a Force India e não ele, criando até uma briga forte entre eles na última corrida em Abu Dhabi, pela Manor. Pascal fez uma ótima temporada pela Manor e é o favorito a ficar com a vaga do recém-aposentado Nico Rosberg, enquanto Felipe Nasr, vendo sua vaga na F1 indo pro vinagre, perdendo lugar justamente para o jovem alemão, pode ver renascer suas chances na Sauber.
A história de Nico Rosberg, um piloto sem a espetacularidade e habilidade de Hamilton ou Verstappen, surpreendeu a todos com o seu fim nessa quinta-feira. O alemão teve muitas portas abertas por ser filho do grande Keke Rosberg, mas seu início foi lento na F1. Nico conseguia mostrar seu talento e trabalho, mas como não há milagre na F1, Rosberg só se tornou uma verdadeira estrela quando a Mercedes passou a dominar a F1. Estrela, à seu modo. Sem holofotes. Nico tinha como companheiro de equipe um piloto totalmente diferente dele, mas que eram amigos desde o kart, porém, a competitividade de uma disputa de título na F1 minou essa amizade, talvez para sempre. Nico Rosberg lutou com todas as suas armas para derrotar Hamilton e quando o fez, pareceu não querer se sacrificar de novo. Muitos o acusarão de falta de ambição. Ambição das grandes lendas da F1. Nico Rosberg não é uma grande lenda da F1, mas soube derrotar duas com o mesmo carro.
terça-feira, 29 de novembro de 2016
Dá-lhe Chape!
Ontem usei a palavra 'desastrosa' para o final de semana da Toro Rosso em Abu Dhabi. No dicionário, a palavra desastre significa 'evento que causa sofrimento e grande prejuízo' ou 'fracasso completo'. Para o que aconteceu com a Toro Rosso, foi um 'fracasso completo'. Já o que aconteceu hoje nas primeiras horas da manhã foi um evento de muito sofrimento.
A Chapecoense havia conquistado o Brasil com seu carisma de time pequeno e audacioso, sem medo de cara feia. Ao invés dos torcedores rivais terem raiva, passaram a admirar o alviverde catarinense. E a Chapecoense foi passando por cima dos obstáculos de forma guerreira, fascinando a todos pela forma como um time de uma cidade pequena do interior estava há três anos na Série A e, façanha das façanhas, estava na final da Copa Sul-Americana.
Em busca desse sonho, a Chapecoense encontrou seu destino num trágico acidente de avião na Colômbia. Das 77 pessoas à bordo, apenas seis sobreviveram, incluindo três jogadores. A delegação catarinense foi dizimada, além de convidados e jornalistas. Do Fox Sports, faleceram o grande narrador Deva Pascovich, o comentarista Paulo Julio Clement, o repórter Vitorino Chermont e o ex-jogador Mario Sérgio. Desde pequeno acompanho futebol, junto com as corridas, e vi Mario Sergio ainda com a barba negra comentando futebol na TV Bandeirantes. Lembro dele estreando no Corinthians em 1993 como técnico e até o meu Ceará em 2010, numa passagem que não deixou saudades. Basta ler revistas antigas que se tratava de um grande jogador.
Como torcedor, alguns desses jogadores vi in loco e outros acompanhei atentamente, como foi o caso do William Thiego, quando esse vestiu a camisa do Ceará em 2012 como titular. Devo ter assistido umas 20 partidas dele naquele ano e chamava atenção como era um bom jogador. Do Kempes não lembro muito, fora os gols perdidos. Sonhava que o Ceará contratasse Bruno Rangel, além do veterano Cléber Santana no meio campo. Em 2014, assisti um emocionante Ceará x Chapecoense aqui no PV pela Copa do Brasil, num 1x1 suado. Se não me engano, com gol do Bruno Rangel. Passei o dia triste. Quando meu primo postou um link no grupo da família do whatts, custei a acreditar, mas as notícias, infelizmente eram reais.
Um choque para todos que gostam do esporte. Como li num dos vários textos colocados ao longo do dia, quando um avião cai, todos caem um pouco. Sonhos se acabam. O sonho da Chapecoense acabou, mas acabou o sonho do jogador de futebol, do jornalista, do empresário, do piloto de avião, do comissário de bordo. Acabou o sonho de muitas famílias.
O elenco atual da Chapecoense acabou, mas a Chapecoense se tornou um gigante. O mundo do futebol passou a conhecer a pequena cidade do interior de Santa Catarina que acolheu um clube que conquistou o Brasil não com conquistas, mas com simpatia e uma boa audácia. O mundo passou a conhecer o grito de 'Dá-lhe Chape!'
segunda-feira, 28 de novembro de 2016
Figura(ABU): Nico Rosberg
Subestimado por muitos pela falta de carisma e não ser um piloto superdotado, Nico Rosberg provou nesse domingo que o trabalho também garante títulos. O alemão da Mercedes sofreu um duro golpe quando Lewis Hamilton nadou de braçada em 2015, sendo que Nico sofria um problema pessoal por causa das complicações da gravidez de sua esposa. Rosberg veio para 2016 mais focado do que nunca, enquanto Hamilton ainda parecia estar comemorando o tricampeonato e quanto o inglês acordou, Nico havia aproveitado todas as chances que apareceram e tinha quatro vitórias consecutivas. A Mercedes dominaria novamente e por isso, 2016 seria outra luta particular entre Nico e Lewis. Completamente inverso do seu companheiro de equipe, Hamilton conseguiu uma grande recuperação, novamente testando o foco, trabalho e a mentalidade de Nico Rosberg. O alemão deu a resposta conseguindo outra sequência de vitórias, deixando Hamilton numa situação complicada, onde não dependeria mais de si para ser tetracampeão. Foi nesse momento em que as maiores virtudes de Nico Rosberg apareceram. O alemão teve auto-controle em ver Hamilton vencer e cortar sua boa vantagem nas corridas finais, para manter o controle do campeonato nas suas mãos. Nico só precisava de um terceiro lugar para ser campeão em Abu Dhabi e fazer isso com uma Mercedes parecia ser uma brincadeira de criança. Porém, as circunstâncias da prova de ontem fizeram com que Nico Rosberg sofresse um pouco mais do que o devido para conseguir o primeiro título. Hamilton, sem sair um milímetro sequer do que fala o regulamento, imprimiu um ritmo lento de corrida para que os demais pilotos alcançassem Rosberg, mas o alemão se manteve focado. Quando precisou enfrentar o temido Max Verstappen, mesmo com um carro superior, Rosberg foi lá e conseguiu uma bela ultrapassagem. Apesar do massacre psicológico imposto por Hamilton, Nico Rosberg sobreviveu e se tornou o segundo filho de campeão mundial a repetir o feito do pai. Como dito mais cedo, Nico não é nenhum extra-classe, como é Hamilton, Vettel ou Alonso, mas usou as armas que tinha para derrotar o inglês com o mesmo carro. Ele tem menos vitórias do que Hamilton? É menos piloto do que Hamilton? Não importa. Na pontuação final do campeonato, Nico Rosberg tem cinco pontos a mais e é o merecido campeão de 2016.
Figurão(ABU): Toro Rosso
A segunda equipe da Red Bull teve uma jornada em Abu Dhabi próxima da desastrosa. No meio da briga entre Red Bull e Renault no ano passado, a Toro Rosso acabou pagando o pato ao ter que usar um motor Ferrari 2015 sem nenhuma atualização durante 2016. Se o motor era bom e casava bem com o ótimo chassi da equipe italiana no começo da temporada, ao longo do ano o propulsor da Ferrari do ano passado foi ficando cada vez mais para trás e Carlos Sainz, principal piloto da equipe, junto com o despejado Daniil Kvyat foram perdendo rendimento a ponto de ficarem longe dos pontos na maioria das provas, quando, principalmente o espanhol, sempre brigavam pelos últimos pontos do pelotão.. Nessa última corrida do ano, a Toro Rosso teve inúmeros problemas com seus dois carros a ponto da equipe ficar de fora do Q2, com o reconhecidamente talentoso Sainz saindo da última fila. A corrida foi tão medíocre quanto os treinos. Kvyat abandonou com problemas mecânicos e voltou para os boxes de bicicleta, numa cena enigmática para um russo que começou o ano na Red Bull e chegou a subir no pódio, mas acabou o ano de forma melancólica. No meio do pelotão, Sainz acabou vítima do péssimo Jolyon Palmer e abandonou a corrida quando foi abalroado pelo inglês. A experiência de usar um motor antiquado se mostrou uma péssima ideia e a Toro Rosso só pedirá uma coisa para a matriz em 2017: um motor de nova geração.
domingo, 27 de novembro de 2016
Na dose certa
Nico Rosberg não é um extra-classe ou um piloto dotado de uma habilidade fora do comum. Porém, passados quase nove meses desde a primeira corrida da temporada 2016, ninguém há de dizer que Nico não mereceu o título desse ano na F1. Numa das decisões mais dramáticas dos últimos tempos, Rosberg se tornou o segundo piloto a repetir o feito do pai e se sagrar campeão, se valendo de uma frieza fora do comum quando se viu em meio à armadilha posta por Lewis Hamilton, mas como sempre acontece nesses momentos, mostrando porquê merece ser campeão ao ultrapassar o temido Max Verstappen quando foi necessário.
A corrida em Abu Dhabi, muito pela característica da pista, não foi um primor de emoção, como aconteceu em Interlagos, mas como toda decisão que se preze, a prova de hoje foi marcada pela tensão e uma dramaticidade incrível nas voltas finais, muito por causa da atitude de Lewis Hamilton. Já aparecem alguns queixas do comportamento do inglês, mas Lewis não saiu em nenhum momento da linha do regulamento e usou as únicas armas que tinha para tentar conquistar o título. Na decisão da MotoGP em 2013, Jorge Lorenzo tentou fazer o mesmo com Marc Márquez na última corrida, diminuindo seu ritmo para que Márquez, com boa vantagem na ocasião, perdesse posições e o campeonato, mas logo o espanhol da Yamaha desistiu dessa tática e partiu para uma vitória incontestável, enquanto Márquez conseguia seu primeiro título na MotoGP. Hamilton foi mais tenaz do que Lorenzo e manteve sua tática 'Operação Tartaruga' até a última volta, tornando o final da corrida uma das mais dramáticas decisões dos últimos tempos. Hamilton tinha ritmo para andar até 1s mais rápido do que vinha imprimindo, mas o inglês fez de tudo para enervar o seu rival pelo título, mas Nico Rosberg mostrou sua maior virtude, além de vantagem mais destacada frente à Hamilton: a mentalidade forte. Apesar da tática imposta por Hamilton, em nenhum momento Nico Rosberg esteve numa posição em que seu título estaria em voga. A combinação das 55 voltas sempre mostravam Rosberg com o título. No único momento em que Nico teve que mostrar serviço, foi quando Max Verstappen mudou de estratégia e ficou entre as duas Mercedes, com Rosberg em terceiro, enquanto Raikkonen vinha perigosamente em quarto. Com Hamilton mais lento, Nico sentiu que poderia ser superado pelo piloto da Ferrari e perder o controle da corrida e do título. Nesse pouco tempo de F1, Max Verstappen já é um dos pilotos mais temidos da F1, principalmente no embate 'corpo a corpo', mas com o holandês já perdendo rendimento por causa dos pneus, Rosberg usou o potencial do seu carro e meteu a faca entre os dentes, partindo para cima do moleque holandês e efetuando a ultrapassagem que o deixou definitivamente atrás de Hamilton até o final da corrida. Era uma marcação homem a homem, como imaginado, mas Rosberg acabou caindo na armadilha de Hamilton, ficando atrás do companheiro de equipe, não querendo arriscar, mas vendo crescer em seus retrovisores outros pilotos, como Vettel e o próprio Verstappen.
Nico não esmoreceu. Ficou firme atrás de Hamilton, não tentando uma ultrapassagem que poderia resultar num toque, no que poderia ser o que Lewis queria, e soube se defender dos ataques de Vettel, que foi quem mais ameaçou a Mercedes com seus pneus mais macios e novos no final da prova. Nico se tornou o 33º piloto a vencer um campeonato na F1 e deu à Alemanha o 12º título nos últimos 23 anos, uma hegemonia parecida que o Brasil exerceu na F1 nos 1980. Porém, se em 2017 provavelmente não haverá nenhum brasileiro na F1, a Alemanha tem vários pilotos chegando forte nas categorias de base e na própria F1, como Pascal Wehrlein. Desde 2014, a Mercedes venceu todos os títulos possíveis na F1, mas Toto Wolff e Niki Lauda tiveram bastante trabalho com as desventuras de Rosberg e Hamilton. Depois da corrida era nítido o desconforto entre os dois. O cumprimento de Hamilton com Nico foi um dos mais protocolares da história, enquanto na sala pré-pódio, os dois não se olhavam e na foto em que os três pilotos do pódio tiraram com Bernie Ecclestone, Hamilton botou as mãos para trás para não abraçar Rosberg. Lembrando o domínio da Ferrari no começo da década passada, havia um grande desnível entre os pilotos, fazendo com que Michael Schumacher nadasse de braçada. Hoje, mesmo com Lewis Hamilton sendo nitidamente mais rápido do que Nico Rosberg, o alemão soube usar suas armas para derrotar o seu rival e hoje desafeto. E o melhor de tudo é que os dois ainda tem contrato por dois anos com a Mercedes.
Quem se aproveitou da tática de Hamilton foi Sebastian Vettel, que fez uma ótima corrida para voltar ao pódio (desta vez valendo!) e quase decidir o campeonato. Com os dois carros da Mercedes num ritmo tão lento, Vettel aproveitou para mudar a estratégia, colocando pneus supermacios no fim da prova e partir para cima de todos, ultrapassando Raikkonen e os dois carros da Red Bull para tentar a vitória, algo que Nico Rosberg, primeiro obstáculo de Vettel, conseguiu evitar. A Ferrari acaba 2016 sem nenhuma vitória, quando se esperava brigar pelo título, e atrás da Red Bull. Raikkonen conseguiu uma ótima largada e fez o primeiro stint em terceiro, mas acabou perdendo rendimento para terminar num solitário sexto lugar. Max Verstappen fez outra corrida de recuperação após rodar na primeira volta após toque com Hulkenberg, mas logo o holandês estava na briga pelo pódio e pela vitória, sendo o único piloto do pelotão da frente a tentar a estratégia de uma parada. Mesmo com pneus mais gastos, o holandês chegou em quarto, colado nos três primeiros e sua agressividade foi sempre um fator na briga pelo campeonato. Hoje, é uma temeridade para os outros pilotos entrar numa briga com Verstappen. Apesar de toda a simpatia (o vídeo em que 'aprende' dança do ventre é impagável), Daniel Ricciardo está um nível abaixo de Verstappen e tendo uma temporada inteira ao lado do holandês, o australiano tende a ser engolido por Max em 2017. Numa corrida apática, após o bom terceiro lugar no grid, Ricciardo não conseguiu usar seus pneus mais novos para atacar Verstappen. Na verdade, mesmo com pneus mais gastos, foi o holandês que estava brigando com Mercedes e Vettel, enquanto Ricciardo se conformava com uma quinta posição abaixo das expectativas.
A Force India confirmou a ótima quarta posição no Mundial de Construtores colocado seus dois carros em sétimo e oitavo, refletindo o potencial da equipe hindu hoje. Felipe Massa terminou sua carreira fazendo o possível com que tem em mãos e recebeu sua última bandeirada da F1 em nono. Uma despedida menos emocionante do que as cenas vistas em Interlagos, mas Felipe saiu da F1 pela porta da frente e de cabeça erguida, o mesmo acontecendo com Jenson Button. Do jeito que a F1 tem cada vez menos 'playboys', há cada vez menos 'gentlemans' e Jenson Button talvez seja um dos últimos dessa estirpe de piloto. Piloto extremamente técnico e suave na pilotagem, a atitude de Button fora das pista garantiu ao inglês admiração de todos. Sua 305º corrida terminou mais cedo por causa de um raro erro de Jenson, mas o piloto da McLaren também teve uma despedida digna e com aplausos de pé. Se Massa teve a sorte de uma safety-car fazer com que todos se concentrassem na sua despedida, Button o fez com a corrida rolando e por isso, não teve uma despedida parecida, algo que nas circunstâncias que aconteceram com Massa em Interlagos, certamente aconteceria com Button em Abu Dhabi. Hoje, apenas Kimi Raikkonen e Fernando Alonso da geração que surgiu no começo do século 21 ainda está na F1. Alonso marcou o último ponto do ano, sendo que o espanhol cada vez mais dá pistas que 2017 poderá ser seu último ano na F1.
A Hass, que começou tão bem o ano, ficou perto de pontuar com Grosjean. A escolha da Renault em renovar com Jolyon Palmer ficou extremamente questionável pelo acidente ridículo em que o inglês se meteu quando acertou a traseira da Carlos Sainz de forma infantil, apesar de achar que o espanhol freou mais cedo do que o normal na ocasião. A Sauber deve levantar as mãos para os céus com a chuva em Interlagos, pois em Abu Dhabi a equipe ficou atrás da Manor e se não fosse a punição de Palmer, seria a última a receber a bandeirada. Apesar de todo o looby em cima de Nasr, mais uma vez o brasileiro ficou atrás de Ericsson, piloto de técnica questionável. Mesmo conseguindo os dois pontos da Sauber que fez a equipe ficar em décimo no Mundial de Construtores, Nasr só ficará na F1 em 2017 se Ecclestone forçar muito que a Sauber fique com o piloto, pois o Banco do Brasil anunciou que não patrocinará mais Nasr na F1. Com Wehrlein incomodado pela Mercedes ter preferido Ocon, o colocando na cobiçada vaga da Force India, o alemão brigou forte com o companheiro de equipe, fazendo a Manor chegar na frente da Sauber na corrida. A Toro Rosso teve um final de semana terrível, onde sempre andou nas últimas posições e abandonou com seus dois pilotos.
E já no final de novembro (antigamente era em outubro...), a F1 se despede de 2016 sagrando um campeão diferente. Nico Rosberg não tem o carisma dos grandes campeões, mas seus números são inegáveis: ele é digno detentor de um título. Essa derrota pode ser boa para Hamilton, pois mesmo com três títulos mundias, havia o porém de nunca ter derrotado um campeão mundial. Agora não tem mais. A corrida em Abu Dhabi também marcou o fim dessa Era na F1, onde é mais importante ser eficiente do que ser rápido, no que desagradou muita gente, forçando a F1 rever alguns conceitos e mudar radicalmente os carros para 2017. Porém, com o potencial que tem, a Mercedes é a favorita a reagir mais rapidamente à essas mudanças e tentar manter seu domínio. E com Hamilton mordido e Rosberg motivado, podemos ver outro round dessa disputa que vai se tornando interessante nos livros de história da F1.
sábado, 26 de novembro de 2016
Primeiro round na normalidade
Como esperado, Lewis Hamilton fez o que dele se esperava: pole absoluta em Abu Dhabi. Numa situação delicada com relação ao campeonato, o inglês da Mercedes está fazendo direitinho o que dele espera, preparando-se para vencer nos Emirados Árabes e esperar qual será o destino de Nico Rosberg, que está com a faca e o queijo na mão para garantir o primeiro título da carreira. Assim como o companheiro de equipe, Rosberg está fazendo o que dele se espera, se esgueirando para manter a posição normal da Mercedes, que é dominar a primeira fila e mantendo-se assim, sem muitas lorotas, o alemão é campeão.
O treino foi tão sem sal como a pista de Abu Dhabi. Os resultados foram todos normais nas 22 posições do grid, talvez com a exceção da Toro Rosso, que teve problemas nos treinos livres e pouco ficou na pista, resultando em seus pilotos ficando no Q1, incluindo Carlos Sainz amargando a última fila. A opção de usar o motor Ferrari 2015 cobrou seu preço e a Toro Rosso não pôde utilizar o bom chassi e os bons pilotos que tem na segunda metade da temporada. Alerta para a Sauber, que em 2017 usará motores Ferrari 2016. Com o futuro cada vez mais nebuloso na F1, Felipe Nasr superou o já garantido Ericsson no grid, mas onde estará em 2017 é um grande incógnita, o mesmo acontecendo com o automobilismo brasileiro. Massa e Button foram bastante focalizados durante a transmissão, no que foi a última classificação de ambos. Massa superou Bottas e foi ao Q3, enquanto Button ficou atrás de Alonso. Ambos marcaram positivamente a F1 nos seus longos anos de F1.
A disputa particular entre os pilotos da Mercedes não foi das mais emocionantes, pois Lewis Hamilton era sempre bem mais rápido do que Nico Rosberg, chegando a 1s no Q1. Hamilton conseguiu a pole com uma certa facilidade, sendo o único a alcançar a casa de 1:38. A corrida de amanhã terá dois pontos cruciais. O primeiro será a largada, pois a posição de pista dos pilotos da Mercedes após a primeira curva será decisivo de como cada um deles enfrentará a corrida, além do que, ficando atrás de uma Red Bull ou Ferrari, muito equilibradas nesse final de semana, pode significar a fuga do outro piloto rumo à vitória. Outro ponto será como Hamilton se comportará se manter a primeira posição. O inglês já tem a vitória praticamente assegurada, mas isso não basta para o tetra. Lewis diminuirá seu ritmo para deixar Nico à mercê dos pilotos de Red Bull e Ferrari? Será que um safety-car mudará o status quo da situação, como aconteceu em 2010? Toda a tensão dissipará amanhã e o campeão de 2016 será conhecido.
domingo, 20 de novembro de 2016
Igualando lendas
Apesar das inúmeras vitórias e os seis títulos conquistados até ontem, Jimmie Johnson tinha um papel controverso na história da Nascar. Seu estilo de pilotagem suave e sem maiores 'sujeiras', além de sua falta de carisma fora das pistas, fazia de Johnson um 'patinho feio' dentro das grandes lendas da Nascar. Até a corrida de Homestead, Johnson tinha apenas as duas lendas Richard Petty e Dale Earnhardt como os únicos com mais títulos do que ele. Petty e Earnhardt tinham carisma de sobra e no caso do Intimidador, um estilo de pilotagem selvagem que lhe garantiu milhares de fãs. Além do mais, dizia-se que Jimmie Johnson usava a genialidade do seu chefe de mecânicos Chad Knaus e todo o potencial da polêmica equipe Hendrick para enfileirar títulos e vitórias. Assim, qualquer um é campeão da Nascar, certo? Errado!
Mesmo não sendo dos pilotos mais carismáticos e tendo uma pilotagem pragmática, Jimmie Johnson tem seu lugar reservado dentre as lendas da Nascar e hoje deu um show para conquistar seu sétimo título, se igualando às lendas Petty e Earnhardt. No tenebroso sistema do Chase, Johnson tinha como adversários o atual campeão Kyle Busch, o já veterano Carl Edwards e o talentoso Joe Logano, os dois últimos ainda em busca do primeiro título. E a corrida não começou nada animadora para Johnson, quando seu carro não passou na última inspeção da Nascar e de forma inesperada, o então hexacampeão teria que largar em 40º e último lugar. O piloto da Hendrick imprimiu um ritmo alucinante nas primeiras voltas, chegando a ganhar dez posições somente na primeira volta!
A corrida se arrastava no ritmo da Nascar, com os pilotos se revezando na liderança de acordo com o acerto dos carros em longas ou curtas sessões em bandeira verde, além das amarelas. Quando Johnson chegou ao top-10, seus rivais já se encontravam lá. Edwards era o piloto com o mesmo retrospecto no oval próximo de Miami, mas os quatro rivais teimavam a andar próximos. Mesmo conseguindo uma incrível recuperação, Johnson parecia o que tinha menos carro dos quatro. Somente o imponderável poderia dar o hepta para Johnson. E ele veio nas dez últimas voltas.
Uma bandeira amarela forçou uma relargada, com Edwards largando em segundo, com o outsider Kyle Larson na frente. Já contando com 37 anos e dois vice-campeonatos nas costas, Edwards relargou mal e possibilitou à Logano ir por dentro, algo que o experiente Edwards se desesperou quando viu um dos seus rivais lhe tomar o título tão perto do final e fechou Logano. O resultado foi Edwards batendo forte e causando um 'Big One' que resultou numa bandeira vermelha. Logano escapou com danos menores, mas parecia ser o favorecido, quando colocou pneus novos para a nova relargada e estava logo atrás de Busch e Johnson. Realmente Logano ganhou várias posições na relargada, mas o último lance de sorte (de campeão) de Johnson foi a péssima relargada de Kyle Busch, que fez Johnson assumir a segunda posição e quando já via Logano no retrovisor a bandeira amarela deu as caras novamente.
Na bandeira verde final, Johnson largou tão bem que ultrapassou o dominante Larson e venceu a prova que lhe garantiu a entrada no quesito Lenda Viva do esporte. Largando em último e sem ter o melhor carro do pelotão, Jimme Johnson conseguiu um feito histórico hoje. Mesmo sem ter o carisma de Tony Stewart, que se aposentou hoje numa corrida discretíssima, Johnson mostrou que merece estar no meio das lendas da Nascar.
quarta-feira, 16 de novembro de 2016
The end
Trinta e seis anos depois de realizar o seu sonho de ter uma equipe na F1, Ron Dennis encerrou seu vínculo com a McLaren ontem, numa decisão já esperada por todos. Quando chegou à F1 em 1980 como dono de equipe, o jovem Dennis, de 33 anos, era conhecido por seu vanguardismo e sua gestão com mão de ferro na McLaren. Não demorou muito para que a McLaren, que apenas claudicava desde o título de James Hunt em 1976, se tornasse uma potência em toda a década de 1980, com cinco títulos de pilotos, além de viver de perto a intensa rivalidade entre Senna e Prost. Quando chegou a década de 1990 e a McLaren perdeu o seu reinado para a Williams, Dennis foi esperto o suficiente para assinar um contrato excepcional com a Mercedes e garantir outro período de domínio na virada do século, até Schumacher e a Ferrari massacrar todo mundo. Por ironia do destino, o vanguardista Dennis parecia perder seu toque de Midas na medida em que as equipes de F1 deixaram de ser oficinas hi-tech para se tornarem grandes corporações, onde milhões de euros jorram todo ano na equipe, se quiser ser competitiva. Prestes a completar 70 anos, Ron Dennis se tornava obsoleto. A McLaren viu a Mercedes comprar uma equipe para si. Conseguir uma parceria superdimensionada com a Honda e até o momento fracassada. Perder patrocinadores. A ainda gigante McLaren percebeu que o seu grande arquiteto precisava sair de cena para poder continuar grande. E Ron Dennis, com sua arrogância e antipatia, saiu pela porta de trás da equipe que ajudou a se tornar a gigante que é hoje.
Que pena...
Foi anunciado ontem o falecimento de Paul Rosche, engenheiro alemão totalmente ligado à BMW, que ajudou a construir motores famosos usando toques de sua genialidade, garantindo à marca bávara várias vitórias em inúmeras competições nos últimos 40 anos. O motor BMW turbo usado pela Brabham de Nelson Piquet na década de 1980 foi um dos mais icônicos dessa inesquecível Era da F1 e teve o toque de Rosche. Chefe do departamento de competições da BMW por vários anos, o último trabalho de Rosche foi a construção do motor BMW quando a marca voltou à F1 na virada do século. Paul Rosche morreu aos 82 anos na Alemanha.
terça-feira, 15 de novembro de 2016
Figura(BRA): Max Verstappen
Quando Ayrton Senna chegou na F1, principalmente quando estreou na Lotus e passou a estar mais de perto pela vitória, havia um incômodo geral por parte dos outros pilotos com o jovem paulistano por causa de sua impetuosidade, além de uma forma questionável (na época) de defender posições. Porém, ninguém podia negar a velocidade de Senna e antes de passar a ser admirado pelos seus pares quando veio os três títulos em quatro anos, Senna causava um sentimento de 'ame ou odeie' dentro do paddock da F1. Passados mais de trinta anos, Max Verstappen vem causando um rebuliço parecido dentro da F1 e quinze dias depois das pataquadas no México, o holandês fez uma corrida simplesmente histórica em Interlagos, debaixo de uma chuva forte e contínua. O piloto da Red Bull parecia ter apenas Lewis Hamilton como adversário para vencer a corrida em Interlagos, pois Max deixou Raikkonen e Rosberg para trás de forma constrangedora para os dois trintões. Porém, querendo dar o pulo do gato, a Red Bull chamou o holandês para os boxes e colocar pneus intermediários bem no momento em que a chuva aumentou. Um novo pit-stop foi necessário para colocar os pneus certo. E iniciar uma das pilotagens mais impressionantes dos últimos tempos. Largando atrás do safety-car em 16º, Max Verstappen começou uma recuperação nas dezesseis voltas seguintes que ficará para sempre na memória de quem assistiu o Grande Prêmio do Brasil do último domingo. Verstappen passava os demais pilotos, os melhores do mundo, numa pista encharcada e desconhecida para o holandês, como se os outros fossem amadores, enquanto o piloto da Red Bull parecia ter um novo tipo de pneu de chuva, que lhe fazia andar até 2s mais rápidos do que seus pares. Para sorte de Nico Rosberg no quesito campeonato, a corrida acabou e Verstappen terminou em terceiro lugar. Ninguém sabe o futuro, mas Max Verstappen vem se mostrando não apenas um futuro campeão e demolidor de recordes de precocidade, mas uma estrela gigante na história da F1.
Figurão(BRA): Williams
Na bonita despedida de Felipe Massa frente ao seu público, bem que a Williams poderia ter colaborado um pouco com o seu piloto e ter dado um carro melhor para o brasileiro ter se apresentado melhor em Interlagos. A quarta posição no segundo treino livre foi apenas uma ilusão, apenas para Massa aparecer bem nos jornais de sábado, mas já na classificação a triste realidade veio à tona com os dois pilotos da Williams, incluindo um dos protagonistas do final de semana, ficando de fora do Q3. Após a classificação, Massa falou bastante em chuva poder ajuda-lo na corrida, mas o brasileiro pareceu esquecer de dois pequenos detalhes. Um é que o próprio Massa nunca foi um virtuose na chuva. Outro é que a Williams, mesmo nos bons tempos, nunca teve um carro bom o suficiente em pista molhada. Imagina agora, em má fase. A chuva veio forte em Interlagos e a Williams, atrapalhada e tentando dar uma boa despedida para Massa no Brasil, colocou pneus intermediários nos carros dos seus dois pilotos, com resultados muito ruins para ambos. Pelo menos o acidente de Massa, claramente indesejado, propiciou a bela cena vista em Interlagos, com o piloto brasileiro sendo aclamado pelo público e pelas equipes. Porém, em resultados práticos, com Bottas fora dos pontos, a Williams se complicou de vez na luta com a Force India no Mundial de Construtores, já que Pérez perdeu o pódio por muito pouco e Hulkenberg pontuou bem. Num final de semana emocional por Felipe Massa, a Williams teve outro Grande Prêmio para esquecer e ficando cada vez mais para trás em relação à Force India, o time de Grove terá que se conformar com um quinto lugar no Mundial de Construtores, depois de dois terceiros lugares nas duas últimas temporadas e ter começado 2016 falando em brigar por vitórias. Porém, o final de ano se mostra o inverso para a Williams e se a equipe quiser tirar o quarto lugar da Force India no Mundial de Construtores em Abu Dhabi, corrida final de 2016, precisaria chover no deserto!
domingo, 13 de novembro de 2016
Respeito
Muitas pessoas, em variadas funções e áreas, conseguem sucesso, ganham dinheiro e podem até se tornar ricas ao longo de suas carreiras. Porém, suas atitudes podem fazer esse sucesso estéril, pois para algumas dessas pessoas lhe faltem algo que muitas pessoas que não conseguiram um terço do seu sucesso tem: respeito.
No esporte, não faltam supercampeões que são vaiados, enquanto atletas menos vitoriosos são aplaudidos por ontem passam. Felipe Massa vinha fazendo uma corrida ruim em sua despedida em Interlagos como piloto de F1. Felipe nunca foi um bom piloto na chuva e como a Williams também não é muito fã de corridas embaixo d'água, Massa estava fora da zona de pontuação, se arriscando com pneus intermediários numa pista muito molhada, até ser uma vítimas da Subida do Café e bater forte, acabando sua corrida.
Massa saiu do carro e na frente da torcida, começou uma das cenas mais emocionantes dos últimos tempos na F1. Mesmo tendo batido, Massa era ovacionado pela torcida, enquanto chorava e carregava a bandeira brasileira. Em sua volta aos boxes, enquanto a corrida estava novamente com o safety-car na pista por causa do seu acidente, Massa era recebido nos boxes sob aplausos de pé pela equipe Mercedes, Ferrari (onde correu vários anos) e por fim, pela Williams. Se cruzasse na frente do box de outras equipes, certamente Massa teria o mesmo tratamento.
Felipe Massa não foi Campeão Mundial, mas talvez conseguiu algo mais importante do que mais um troféu em sua estante: o respeito da F1.
Demorou, mas entregou
Nós, brasileiros, não temos muita noção do quão importante é Interlagos para o automobilismo mundial, do tamanho palco que a pista paulistana é. Mais uma vez, Interlagos foi palco de cenas emocionantes, uma grande corrida e muita confusão. E quase tudo isso não acontecia, por causa da chuva que caiu (e caiu forte) em São Paulo hoje, causando vários atrasos, mas quem ficou até o final, não deve ter se arrependido. As cenas de Felipe Massa quando este abandonou entrou para a história da F1, gostem ou não dele. A dobradinha da Mercedes foi eclipsada pelo impactante desempenho de Max Verstappen nas últimas voltas, quando saiu de 16º para 3º numa das performances mais emocionantes dos últimos tempos na F1. Não faltaram histórias para a edição 2016 do Grande Prêmio Barsil.
Após alguns anos de ausência, a chuva foi parte importante do Grande Prêmio do Brasil, mas como fala a triste música 'Suplica Cearense', podia ter chovido, mas chovido de mansinho, pois o aguaceiro quase cancelou a prova, além de ter proporcionado várias cenas perigosas. A situação estava claramente complicada quando Romain Grosjean, que é um bom piloto, bateu seu carro quando se encaminhava para o grid. A corrida começou atrás do safety-car, causando revolta nas Redes Sociais. 'Pilotos frouxos', 'Acabaram com a F1' e coisas desse tipo foram vistas aos montes para quem acompanhava o Facebook enquanto a corrida era paralisada seguidamente. Provavelmente essas mesmas pessoas criticaram a mesma FIA que promoveu esse pára-corre-pára, quando a entidade deixou a corrida rolar em Suzuka/2014, tendo como resultado o trágico acidente de Jules Bianchi. Muitas vezes se traduzem insegurança como coisa de 'cabra macho'. Que as atitudes precipitadas e perigosas de outros tempos como 'bons tempos'. O acidente de Raikkonen, quando este rodou no meio da reta dos boxes, numa relargada estando em terceiro poderia ser trágico, tanto para o finlandês, como para quem poderia ter o azar de atingi-lo em cheio. Todo mundo quer corrida e emoção, mas não à custa da segurança dos pilotos e até mesmo das pessoas envolvidas na prova.
Quando a corrida começou de verdade, Hamilton dominou a prova numa vitória de ponta a ponta, fazendo com que o inglês assumisse isoladamente o segundo lugar do ranking histórico de pilotos com mais vitórias na F1, superando Alain Prost. Além disso, Lewis finalmente venceu em Interlagos e como o inglês adora Senna, viu a torcida gritar o nome do seu ídolo no pódio. Apesar da clara felicidade, Hamilton sabe que agora o título saiu ainda mais de suas mãos. Mesmo em condições traiçoeiras, onde quase perdeu o controle do carro na Subida do Café, Rosberg fez a corrida com o regulamento debaixo do braço e agora pode ser terceiro colocado em Abu Dhabi para ser campeão, sendo que o carro que tem em mãos acabou de conquistar a quarta dobradinha consecutiva, demonstrando que a Mercedes simplesmente não teve rivais em 2016, principalmente nessa reta final de temporada. Hamilton agora depende do imponderável para ser tetracampeão, enquanto Nico Rosberg, numa corrida onde tudo podia dar errado, fez o que estava no seu script.
Se a Mercedes conseguiu mais uma dobradinha deve-se a um erro tático da Red Bull, que trouxe Max Verstappen na hora errada para os boxes, fazendo-o usar pneus intermediários, bem no momento em que a chuva aumentou. O holandês, que andou boa parte da corrida em segundo, caiu de 3º para 16º faltando poucas voltas para o fim e com a pista mais molhada do que algumas passagens antes. Algumas exibições são tão empolgantes, que acabam entrando na história e só o futuro dirá, mas podemos ter presenciado em Interlagos um verdadeiro marco na F1 para os próximos anos. A forma como Max Verstappen pilotou debaixo de chuva beirou o impossível, de tão genial que foi. O holandês passou quem via pela frente com uma facilidade que parecia que Max havia colocado pneus especiais, com uma aderência superior aos demais competidores. Verstappen deixou seu companheiro de equipe para trás de forma constrangedora para Ricciardo. Sendo que o australiano tinha trocado também seus pneus algumas voltas antes. Numa tática arriscada, Verstappen fazia uma trajetória por fora nas curvas rápidas, ganhando mais velocidade, mas havia um pequeno detalhe: esses locais onde Max estavam muito mais molhados que a linha de dentro. Porém, o holandês não se fez de rogado e passou por esses locais encharcados com a maestria de um piloto com o dobro de sua idade, passando Alonso e Vettel como se essas lendas fossem apenas aprendizes. Verstappen vibrou com o terceiro lugar, assim como a Red Bull, a torcida brasileira e toda a F1. Podemos ter visto que o atrevido holandês é verdadeiramente um gênio, que pode dominar a F1 nos anos vindouros.
Sérgio Pérez foi a última vítima de Verstappen e perdeu o lugar no pódio, que foi seu por boa parte da corrida. Vettel saiu da pista na Subida do Café, teve sorte em não bater, caiu para as últimas posições e ganhou vários lugares durante a corrida, mas empacou por várias voltas em Carlos Sainz, impedindo uma melhor posição para o piloto da Ferrari, mesmo que fosse difícil segurar Max nas voltas finais. A Subida do Café viu momentos tensos com Rosberg, Verstappen, Alonso e Vettel, além dos acidentes de Massa e Ericsson, mas também viu o momento pastelão da corrida, quando Jolyon Palmer bateu em Kvyat quando a corrida estava atrás do safety-car. A reação do russo no rádio chegou a ser hilária, com ele não sabendo por onde e por que tinha sido atingido! Hulkenberg foi outro que fez uma corrida de recuperação, mas acabou ficando atrás de Sainz, que fez uma bela corrida de oportunidade, voltando a marcar bons pontos após muito tempo. Falando em pontos, Felipe Nasr fez sua melhor corrida na F1 no momento mais oportuno possível, quando a sua situação na categoria para 2017 parece piorar a cada dia. Superado constantemente por Ericsson, o brasiliense esperou por uma corrida confusa como a de hoje para fazer um algo a mais, levando a sua limitada Sauber aos pontos, tirando a equipe do zero em 2016. Numa corrida corajosa, Nasr andou parte da corrida em sexto, mas quando a prova teve uma maior continuidade, o piloto da Sauber foi sendo alcançado por pilotos com carros melhores do que o dele, porém, Nasr ainda se manteve na zona de pontuação, ficando à frente de Esteban Ocon, da Manor, garantindo uma posição melhor para a Sauber no Mundial de Construtores, demonstrando a todos que merece a vaga na equipe em 2017. Ocon foi outro que provou que merece ser contratado pela Force India, perdendo a chance de marcar seu primeiro ponto na F1 quando foi ultrapassado nas voltas finais por Fernando Alonso.
A corrida propriamente dita demorou muito a acontecer, mas dificilmente alguém esquecerá dela tão cedo. Seja pela despedida de Massa (próximo post), pela dobradinha da Mercedes, pela exibição de Verstappen ou pela forte chuva. Muitos consideraram Rosberg sortudo pelo pit-stop do holandês, mas era bem capaz de Verstappen também ter ido para cima de Hamilton e numa briga entre dois pilotos agressivos, tudo poderia acontecer. Até mesmo a corrida sobrando para Rosberg ou até mesmo Lewis ter ficado em segundo e descontado menos pontos para Rosberg. A chuva atrasou e os torcedores até vaiaram, mas Interlagos mais uma vez foi palco de uma corrida para ficar na memória.
Despedida digna
Apesar de não ser dos pilotos mais populares do mundo, ninguém pode negar o talento de Jorge Lorenzo. O espanhol que se despede da Yamaha fez uma corrida sublime na última etapa de 2016 da MotoGP em Valencia, acabando com sua seca pessoal, além da própria Yamaha, que mesmo vencendo o Mundial de Construtores, já não vencia há muito tempo na MotoGP.
A corrida foi inteiramente dominada por Lorenzo, da primeira a última volta, numa rara vitória de ponta a ponta em 2016. Em condições normais de temperatura e pressão, Lorenzo é um piloto fortíssimo e numa corrida sem maiores intempéries como a de hoje, o espanhol dominou como normalmente faz: largando muito bem, imprimindo um ritmo alucinante nas primeiras voltas e administrando até a bandeirada. Saindo da Yamaha após nove temporadas, Lorenzo terá um grande desafio, que será domar a Ducati, algo que apenas Casey Stoner conseguiu, que mais uma vez mostrou uma potência absurda, que fez Iannone engolir seus adversários na reta dos boxes várias vezes, mas com uma velocidade de curva mais baixa do que as rivais japonesas, devido ao peso da moto e a pouco maneabilidade do chassi. Juntando a retomada brutal do motor italiano, Lorenzo terá muito trabalho em 2017, além de ter que aperfeiçoar sua pilotagem em condições fora do normal, pois durante uma temporada inteira, não haverá dias como o de hoje toda etapa do Mundial.
Se Lorenzo dominou sozinho e soberano lá na frente, sobrou emoção na disputa pela segunda posição, tendo como protagonistas Márquez, Iannone e Rossi, enquanto Maverick Viñales assistia tudo de perto, mas sem poder se meter muito na briga, pela falta de potência de sua Suzuki. Pulando de sétimo para segundo na largada, Iannone mostrava um ritmo agressivo para se manter na frente das mais equilibradas Yamaha e Honda de Rossi e Márquez, respectivamente. Para isso, Iannone usava a prodigiosa potência da Ducati na reta dos boxes, suficiente para ultrapassar quem estivesse na sua frente na saída da curva 14. Rossi lutou muito com o compatriota, mas foi Márquez, vindo de duas corridas erráticas após ter garantido o título no Japão, quem conseguiu superar Iannone e até mesmo ensaiar uma perseguição à Lorenzo, mas o espanhol da Yamaha já tinha aberto uma diferença boa o suficiente para não precisar se preocupar com Márquez. Com três títulos na MotoGP e tendo uma montadora como a Honda por trás, Márquez já parte como favorito para 2017, que praticamente se inicia nessa terça-feira, com o primeiro teste das motos de 2017 em Valencia mesmo. Após mudar sua mentalidade de 'tudo ou nada' em 2016, Márquez usou seu talento para garantir o espetáculo com várias vitórias durante o ano, com uma pilotagem mais cerebral, onde os pontos eram mais importantes do que tentar a vitória e no final amargar uma queda.
Mesmo com sua imensa velocidade, Iannone acabou preterido na Ducati pelo mais confiável Doviziozo, que fez uma corrida apagada após vencer na Malásia. Se repetisse corridas como a de hoje, certamente Iannone seria companheiro de equipe de Lorenzo na Ducati em 2017, mas suas quedas em profusão fizeram com que a Ducati preferisse a experiência e a confiabilidade de Doviziozo. De malas prontas para a Suzuki, que tem menos potência, mas é mais equilibrada, Iannone terá a difícil missão de substituir Maverick Viñales, que também não terá vida fácil em 2017, pois terá que substituir Lorenzo na Yamaha, e seus três títulos e 44 vitórias. Se Iannone botar na cabeça que terminar as corridas é importante e Viñales continuar seu desenvolvimento, ambos tem boas chances de cumprir um bom papel em suas novas equipes a partir do ano que vem. Rossi ficou com o segundo vice-campeonato seguido amargando um quarto lugar. A décima fica cada vez mais distante do mito italiano.
A MotoGP fecha as cortinas para uma temporada espetacular, mas 2017 também promete com as várias novidades que vem por aí, incluindo aí a chegada de vários novos talentos da Moto2, como o bicampeão Johann Zarco, o promissor Alex Rins, o espetacular Sam Lowes, além do questionável Jonas Folger. As mudanças nas equipes principais também dará um tempero todo especial para o próximo ano. Valencia viu uma corrida cheia de despedidas, mas longe de ser triste. Houve festa para todos os pilotos e equipes. Que venha 2017, pois 2016 deixou muitas saudades!