A Indy ainda tentava achar respostas para o vexaminoso cancelamento da corrida no Texas na semana anterior quando chegou à Nazareth, a tradicional casa da família Andretti para uma de suas corridas mais tradicionais. Porém, muito se falava que a pista de uma milha seria limada de um campeonato que começava a entrar numa séria crise que acabaria levando ao seu surpreendente fim ao término daquele ano de 2001.
Com a saída de Mark Blundell no final de 2000, a equipe PacWest investiu num neozelandês que acabara de conquistar a Indy Lights e se mostrava extremamente talentoso e promissor. Com apenas 20 anos, Scott Dixon estreava na principal categoria de monopostos dos Estados Unidos após uma curta e vitoriosa carreira nas categorias de base americanas. Mesmo a PacWest não ter o peso de uma Penske ou Ganassi, a competitiva Indy de vinte anos atrás era capaz de boas surpresas, principalmente por causa das estratégias.
A PacWest correria a corrida em Nazareth desfalcada do experiente Maurício Gugelmin, uma das vítimas da perigosa pista do Texas e ainda tendo que enfrentar a dor da morte do seu filho de seis anos. Dixon correria sem companheiro de equipe e talvez pela falta da referência de Maurício, conseguiu apenas a 23º posição no grid. Aquele 6 de maio de 2001 não parecia muito promissor ao neozelandês, mas como Dixon mostraria em sua carreira, ele não desistiria fácil, além de se tornar um ótimo piloto tático, principalmente no quesito economia de combustível.
Outro novato largava na pole naquele dia: o brasileiro Bruno Junqueira. Porém, o piloto da Ganassi não resistiria aos ataques de Kenny Brack, que assumiu a primeira posição e liderou boa parte da corrida. O sueco vivia uma excelente fase naquele começo de campeonato. Porém, a primeira metade da prova foi cheia de bandeiras amarelas e isso fez com que a PacWest mudasse a estratégia de Dixon, que arriscou no final numa tática de economia de combustível para subir ao pelotão dianteiro logo depois da metade da corrida. Scott ultrapassou Paul Tracy e com os principais pilotos parando, assumiu a ponta nas voltas finais, mas tendo que economizar muito combustível.
Uma última bandeira amarela faltando dez voltas seria decisiva. Enquanto Dixon ganhava uma boa chance de economizar combustível, o segundo colocado Kenny Brack colaria no novato para uma relargada de tirar o fôlego. Ainda em sua terceira corrida na Indy, Dixon segurou magistralmente um claramente mais rápido Brack para vencer pela primeira vez na carreira na Indy. Com 20 anos, 9 meses e 14 dias de idade Scott Dixon se tornava o piloto mais jovem a vencer uma corrida na Indy até então. Ele se tornaria o Rookie of the year, mas a CART praticamente terminaria naquele ano de 2001, mas não a carreira de Scott Dixon. O neozelandês ficaria com a PacWest no ano seguinte, mas o time encerraria suas atividades no começo de 2002, contudo, um piloto tão talentoso não ficaria à pé por pouco tempo e nos meses seguintes Dixon seria contratado pela equipe Ganassi. O resto é uma história que tornaria Scott Dixon num dos pilotos mais laureados da história do automobilismo e tudo começou naquele começo de maio de 2001 em Nazareth.
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