A edição 2024 das 500 Milhas sofreu um gigantesco atraso de quatro horas que quase colocou a corrida numa segunda-feira, deixando o convidado Kyle Larson numa sinuca de bico. Tentando o 'Double Duty', o piloto da Nascar ficou impossibilitado de completar as 1.100 milhas e surpreendentemente escolheu a Indy. As primeiras voltas foram surpreendentemente acidentadas e com muitos problemas mecânicos. Logo na primeira volta o novato Tom Blomqvist cometeu um erro inacreditável e levou consigo Marcus Ericsson e Pietro Fittipaldi. Se haviam dúvidas quanto à durabilidade dos motores Chevrolet, que deu vários problemas nos treinos, mesmo mostrando superioridade frente a Honda, foram justamente os propulsores nipônicos que abriram o bico com Katherine Legge, Marcus Armstrong e Felix Rosenqvist. A corrida começou a pegar no breu pela volta trinta, com os pilotos sendo bem agressivos nas relargadas, sabendo das dificuldades de ultrapassagem.
O trio da Penske, que varreu a primeira fila, ficaram muito tempo na frente, liderado pelo pole Scott McLaughlin e seu mítico carro amarelo Pennzoil, mas não demorou para que a estratégia entrasse em cena. Um pouco como aconteceu em Mônaco pela manhã, os pilotos diminuíram drasticamente o ritmo, andando até dez milhas por hora a menos do que no primeiro stint. As bandeiras amarelas seguidas fizeram com que táticas diferentes surgissem, embaralhando a briga pela primeira posição. A McLaren de Alexander Rossi, o primeiro não-Penske no grid, apareceu forte junto com Colton Herta e Santino Ferrucci. Contudo, a velha maldição Andretti quando Colton rodou sozinho na saída da curva um, enquanto Helio Castroneves entrou no top-10 e por várias voltas era o segundo piloto com motor Honda, só atrás de Alex Palou na imensidão de pilotos da Chevrolet.
A confiabilidade dos Chevrolet foi ótima, assim como Pato O'Ward, que deu uma salvada cinematográfica, enquanto Larson andou o tempo inteiro entre os dez, mas na primeira parada em bandeira verde, acabou excedendo o limite de velocidade nos pits, acabando sua bela estreia na Indy, mas pelo o que mostrou no mês de maio, tomara que Kyle retorne. Na marca da volta 140, a corrida entrou em seu momento decisivo e os pilotos soltaram a cavalaria, com Newgarden, McLaughlin e Rossi muito fortes na frente. O'Ward e Dixon faziam corridas discretas, inclusive com o neozelandês se envolvendo num acidente perigoso com Ryan Hunter-Reay, que saiu do carro pistola por ter sua corrida destruída e Dixon ter escapado ileso. Mas na estratégia, ambos entraram na briga pela vitória, enquanto Power batia forte após não acompanhar seus companheiros de equipe.
Após a última parada, Newgarden, O'Ward, Rossi e Dixon apareciam muito fortes, enquanto Palou e McLaughlin foram atrapalhados pela retardatário Agustin Canapino, que fora punido, mas tinha um carro rápido. Nas voltas finais, O'Ward aumentou o ritmo, passando a correr no fio da navalha, inclusive ultrapassando de forma arriscada Rossi, deixando o companheiro de equipe para trás. As últimas voltas se tornou uma luta direta entre Pato e Newgarden. Mesmo estrangeiro, parecia que Pato era o favorito do público, mas Newgarden fez as vezes da casa, mostrando a superioridade do conjunto da Penske. Na abertura da última volta, Rossi se colocou na frente, mas como visto nos últimos anos, abrir a última volta não é muito aconselhável e Newgarden deu um passão por fora na curva 3 daquelas que entrarão nos futuros clipes de Indianápolis.
Foi a redenção de Josef, que após 22 anos se tornou o primeiro bicampeão seguido em Indiana. Pato saiu do carro desolado, chorando bastante pela chance perdida. Não faltarão oportunidades ao jovem mexicano. Já Newgarden, com essa vitória impressionante, começa a fazer o que era esperado dele, se tornando um dos rostos conhecidos em Indianápolis.
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