Se Marc Márquez não era mais o mesmo, a sua Honda também. Moto complicada e sem o seu feeling para desenvolver tornou a Honda uma máquina improvável para retornar aos tempos vencedores. Marc escaneou o paddock e era óbvio que a Ducati tinha os meios para tirar a dúvida que martelava a cabeça do espanhol: ele ainda era capaz de ser campeão da MotoGP?
No que parecia uma loucura, Marc Márquez quebrou seu milionário contrato com a Honda e foi para a pequena equipe Gresini praticamente de graça, mas o time comandado pela viúva de Fausto Gresini tinha algo que era bastante precioso para Márquez: uma Ducati. Não era a Ducati de fábrica. Nem mesmo a do ano vigente. Mas era uma Ducati, a melhor moto do grid da MotoGP. Márquez poderia se medir com os pilotos que emergiram no vácuo de sua ausência. As vitórias chegaram e era evidente que Márquez poderia fazer algo especial com uma Ducati de fábrica. Num movimento polêmico, a Ducati de fábrica preteriu Jorge Martin, que seria campeão em 2024, pelo veterano Marc Márquez. Era uma aposta arriscada de Davide Tardozzi e Luigi Dall'Igna. Mas que se pagou plenamente!
Logo nos primeiros testes Marc Márquez mostrou sua magia e Pecco Bagnaia, piloto sempre ligado à Ducati, italiano e bicampeão da MotoGP pela montadora foi suplantado frente ao talento de Márquez. O começo da temporada indicava que algo incrível estava para acontecer. Marc Márquez deixava para trás o que acontecera entre 2020 e 2024. Ele retornava aos tempos dominantes com a Honda, quando as vitórias aconteciam naturalmente e os títulos eram mera formalidade. De forma surpreendente, o amado irmão Alex seria o maior 'rival' de Marc. Entre aspas, pois na temporada 2025 Marc Márquez não teve um rival. Foi um massacre. Os demais pilotos pareciam um ou mais degraus abaixo do espanhol de 33 anos. O título, como acontecia nos bons tempos da Honda, era mera formalidade. E o título veio nesse domingo em Motegi. Num raro bom momento de Bagnaia em 2025, o italiano varreu o final de semana. Correndo com o regulamento debaixo do braço e Alex num final de semana ruim, Marc terminou em segundo para comemorar seu sétimo título.
Todos os títulos são especiais, mas esse título de Marc Márquez será para sempre lembrado como o veterano campeão se igualou ao arquirrival Valentino Rossi com sete títulos, além de também se juntar à Michael Schumacher, Lewis Hamilton, A.J. Foyt, Jimmie Johnson, Dale Earnhardt e Richard Petty como os heptacampeões do esporte a motor. Como Márquez provou que pode vencer com uma moto diferente, saindo de sua zona de conforto na Honda. E principalmente, Marc Márquez provou que pode ser o piloto dominante como era antes do seu acidente.

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