domingo, 30 de junho de 2024
Nada mal
Dominador
O final de semana neerlandês começou com a bomba da Pramac trocando a Ducati pela Yamaha, muito como consequência das inúmeras movimentações que marcaram os últimos dias da MotoGP. Com Márquez desprezando a Pramac e Martin indo para a Aprilia após ser deixado de lado pela terceira vez pela Ducati, a Pramac preferiu trocar a melhor moto do pelotão para apostar na Yamaha, que no momento não consegue sequer um top-10. Por mais que prometa apoio à Pramac, a Ducati já mostrou que prefere a sua equipe oficial, algo que também incomodou bastante a equipe satélite. Bagnaia fez o que quis na Catedral da Motovelocidade. O italiano marcou a pole, venceu a Sprint e liderou todas as voltas da corrida de domingo, sequer incomodado em nenhum momento. Martin tinha sido punido no sábado e caíra de segundo para quinto no grid, mas mordido rapidamente ocupou sua posição de origem ainda na primeira volta, mas simplesmente não teve fôlego para ir para cima de Bagnaia, que conseguiu todos os pontos possíveis do final de semana e já encosta em Martin.
Com os dois primeiros bem à frente, a luta pela terceira posição foi a mais mostrada pela transmissão. Maverick Viñales ainda tentou brigar com Martin, mas acabou atacado por Marc Márquez, que havia caído em todos os dias do final de semana. Rapidamente eles teriam a companhia de Fabio Di Giannantonio, que está em ascensão no campeonato. De forma intrigante, Márquez praticamente mandou Fabio o ultrapassar, mas a razão só apareceria depois da prova. Mais atrás, Enea Bastianini se recuperava de uma classificação ruim e nas voltas finais subiu para terceiro ultrapassando todo mundo com maestria, enquanto Márquez, Viñales e Giannantonio brigavam pelo quarto lugar, em batalha vencida por Márquez. Porém, o espanhol da Gresini havia percebido que estava com a pressão de pneus fora do regulamento e mandou Giannantonio passar tentar baixar a pressão, mas os comissários viram e puniram Márquez, que perdeu várias posições, enquanto Fabio, que fora ultrapassado por Viñales na última chicane, ganhou mais uma posição, pois o piloto da Aprilia foi punido pelos famigerados track limits.
Não foi uma grande corrida em Assen, mesmo com a ameaça de chuva, mas fica bem claro que Bagnaia partirá muito forte nessa segunda metade de campeonato rumo ao tricampeonato.
sábado, 29 de junho de 2024
Voltando aos bons tempos
A Sprint Race foi mais animada do que o normal, muito pelo ótimo desempenho da McLaren. A dupla Norris e Piastri partiu para cima de Verstappen, que teve bastante trabalho para permanecer na ponta nas primeiras voltas, além de dar outra lição em cima de Lando. O inglês da McLaren chegou a ficar ligeiramente na frente de Max, mas o piloto da Red Bull viu a porta aberta deixado por Norris e se enfiou por dentro. Pego de surpresa, Norris não apenas foi ultrapassado por Verstappen, como também pelo seu companheiro de equipe, que via tudo de perto. Ali foi praticamente o fim da disputa, com Norris ficando preso atrás de Piastri, enquanto Verstappen abria vantagem o suficiente para receber a bandeirada de forma tranquila. Depois da corrida, o próprio Norris admitiu ter 'deixado a porta aberta como um amador'. Mais uma lição aprendida por Lando.
Com a Sprint tão animada, era esperada uma classificação mais apertada, mas o que se viu foi Max Verstappen praticamente numa liga própria. O neerlandês ignorou a concorrência e dominou a classificação como bem quis, conquistando sua quadragésima pole na F1, mesmo com seu Jos e Christian Horner trocando farpas via imprensa, aumentando a especulação sobre o destino de Verstappen num futuro próximo. Correndo em casa, a Red Bull não trouxe atualizações, mas a diferença que Pérez tomou de Max é um indicativo de que Max, novamente, fez toda a diferença nesse sábado.
segunda-feira, 24 de junho de 2024
Figura(ESP): Max Verstappen
O Red Bull RB20 claramente não tem mais a dominância que exibia nas primeiras corridas de 2024, mas ainda assim Max Verstappen continua vencendo. A razão disso é que o neerlandês mostra uma superioridade alarmante sobre os demais pilotos, mesmo Lando Norris, hoje o piloto mais próximo dele, fazendo corridas de alto nível, principalmente após sua primeira vitória na F1. No entanto, Max ainda faz muita diferença e em Barcelona, Verstappen controlou a corrida com bastante competência, superando Lando mesmo com a McLaren mais forte. Max foi incisivo na ultrapassagem sobre Russell que fez muita diferença no final da corrida e administrou bem seus pneus, mantendo-se rápido, mas salvando a borracha. A Red Bull não tem mais carro dominante e o projetista de tantos títulos, mas mantém Max Verstappen. E isso está fazendo toda a diferença.
Figurão(ESP): Sergio Pérez
Ao final do GP da Espanha, a Red Bull tinha menos de cem pontos de vantagem sobre a terceira colocada McLaren no Mundial de Construtores, com a Ferrari ainda mais próxima em segundo lugar. Mesmo com a Red Bull tendo vencido 70% das corridas em 2024. A razão disso tudo é que Ferrari e McLaren pontuam com seus dois pilotos, enquanto a Red Bull sobrevive apenas com Max Verstappen. Nesse final de semana Pérez ainda marcou quatro pontos com um sofrido oitavo lugar, tendo ultrapassado a Alpine, que no início do ano mal ia ao Q2, de Pierre Gasly na última volta. Se a Red Bull perder o Mundial de Construtores desse ano, será muito difícil para Christian Horner justificar a renovação de contra de Checo por dois anos.
domingo, 23 de junho de 2024
Vitória de quem mereceu
Largando da pole, Palou foi surpreendido pelo seu companheiro de primeira fila Kyle Kirkwood, que efetuou uma bela manobra na primeira curva, assumindo a ponta, mas sem ritmo, segurando bastante Palou no primeiro stint de corrida. Isso ficou claro quando começou a primeira rodada de paradas e Alexander Rossi, que vinha em quarto e parou antes que os três primeiros, emergindo na ponta quando todo mundo parou. Palou sofreu com os pneus frios quando saiu dos pits e acabou ultrapassado pela dupla da Andretti, Kirkwood e Colton Herta. No entanto, a primeira bandeira amarela mudou o andamento da prova e Palou não parou, ao contrário da maioria dos pilotos de ponta, tentando abrir vantagem com a cara no vento.
Com o carro mais rápido do dia, Palou ganhou bastante terreno e mesmo numa janela diferente de estratégia, era o favorito a vitória, mesmo com uma enorme polêmica. A Penske vinha fazendo uma corrida pobre, mas Josef Newgarden se aproveitou das bandeiras amarelas para entrar no top-10. A turma que parou na primeira amarela tinha economizar combustível, permitindo à Palou assumir a ponta, inclusive com Alex ultrapassando Herta no Saca-Rolha. Nostalgia pura. Num perigoso acidente onde Marcus Armstrong atravessou a pista descontrolado na frente de dois carros, a bandeira amarela era óbvia, mas a direção de prova demorou a mostrar o pano amarelo. Arriscando na estratégia, Newgarden liderava a corrida e com Armstrong perigosamente parado no meio da pista, fez sua parada final e retornou à pista em segundo, que foi quando a bandeira amarela foi finalmente mostrada, para indignação de praticamente todo o grid. Porém, essa manobra, proposital ou não, foi o início do pesadelo da Penske. Primeiro que McLaughin bateu em Power e quebrou a barra de direção do seu carro, além de fazer Power, líder do campeonato, perder posições. Mais tarde, Newgarden sairia da pistas duas vezes e de segundo caiu para décimo nono. Carma?
De um jeito ou de outro, Alex Palou se manteve impávido na ponta, mesmo com uma sequência quase interminável de bandeiras amarelas nas voltas finais, causando tensão pelas relargadas, com Colton Herta sempre à espreita. No fim, Palou manteve a ponta até a bandeirada, conseguindo sua vitória de número onze na Indy, a segunda valendo pontos em 2024 e rumando para o tricampeonato.
Administração
Porém, George ofereceu bastante resistência ao compatriota, no melhor momento da corrida, quando Russell e Norris percorreram metade de volta trocando posições, até Lando se impor e imediatamente abrir a segura vantagem de 1s para não ser mais atacado por George. Nesse momento, a vantagem de Max era de 9s, a maior que o neerlandês obteve. Mais uma vez Norris mostrou o crescimento da McLaren, tirando a vantagem de Verstappen de forma contínua. Na segunda rodada de paradas, Norris ficou duas voltas a mais do que Max, no que pôde ter sido decisivo no final, pois com pneus macios novos, Max abriu novamente 8s quando Lando parou, desta vez com o inglês em segundo, saindo dos boxes milimetricamente na frente de Russell. As últimas voltas viram uma briga de alto nível, com Norris tirando tudo do seu carro e dos seus pneus, enquanto Max Verstappen administrava sua vantagem com uma pilotagem cerebral, onde não destruiu os pneus e se mantendo rápido. No fim, Max recebeu a bandeirada com pouco mais de 2s de vantagem sobre Lando Norris, numa briga que deverá se repetir outras vezes. Para a nossa alegria. As duas voltas a mais na pista fizeram a diferença a favor de Max? Se Lando tivesse mantido a ponta na largada, a vitória seria sua? Demonstrando o nível que está no momento, Norris saiu do carro chateado, pois ele sabe que poderia ter marcado mais uma vitória, mas o inglês já está num merecido segundo lugar no Mundial de Pilotos.
sábado, 22 de junho de 2024
Sinais
A classificação ocorreu sem maiores surpresas, ao contrário das últimas corridas. A Williams vinha com atualizações que deixou o carro mais 'magro', mas a perda de peso deixou seus dois pilotos na última fila, com Sargeant muito atrás de Albon. A Racing Bulls também veio com algumas novidades, mas o time acabou de fora do Q2 com seus dois carros, demonstrando que as novidades não foram tão boas assim. E falando em novidades, a Alpine foi ao Q3 com seus dois carros no final de semana em que anunciou a volta de Flavio Briatore ao time. Levando-se em conta os antepassados da Alpine, seria uma terceira volta de Briatore à estrutura e não devemos esquecer que, não importando a forma, o italiano conquistou dois títulos em cada uma de suas passagens no time baseado em Enstone, totalizando quatro títulos de pilotos. Será o suficiente para a Alpine parar de passar vergonha?
O Q3 mostrou um Max Verstappen muito forte, parecendo imbatível, mas atrás dele vinha McLaren, Ferrari e Mercedes muito forte. Pérez fez uma classificação opaca, talvez com o mexicano mais preocupado em preparar o carro para corrida, sabendo ele de sua punição de três posições no grid por causa do seu retorno à pista em Montreal. Piastri errou quando fazia um ótimo tempo, mas Norris compensou com uma volta espetacular, tirando o doce da boca de Max com o cronômetro zerado. A pole de Lando, mais a proximidade das demais equipes emitiu sinais claros. A Red Bull tem como grande diferencial no momento o talento de Max Verstappen, que enfiou três décimos para as duplas de Mercedes e Ferrari, que ficaram muito próximas na classificação, enquanto Lando, cada vez mais confiante, fez o suficiente para tirar a pole de Max. O neerlandês ainda é o piloto mais forte e com um ritmo de corrida fortíssimo, poderá muito bem vencer amanhã em Barcelona, mas numa pista que tem como característica ver os carros projetados por Adrian Newey muito fortes, há sinais claros que a dominância da Red Bull pode estar perto do fim.
domingo, 16 de junho de 2024
Bi da Ferrari
segunda-feira, 10 de junho de 2024
Figura(CAN): Max Verstappen
Mais uma vez Max Verstappen não teve o melhor carro destacado. E mais uma vez ele fez a diferença! O neerlandês tirou leite de pedra para marcar o mesmo tempo de George Russell na classificação, marcando um raro empate na pole-position, mesmo que Max tivesse que sair em segundo. Na corrida, com uma clima inconstante, Verstappen soube controlar a força da McLaren de Lando Norris e praticamente não errou para conseguir mais uma vitória na base do seu talento, chegando à sexagésima vitória na carreira.
Figurão(CAN): Ferrari
Esse lugar poderia ser de Sérgio Pérez, mas para não ser repetitivo, iremos colocar um outro personagem, que assim como o mexicano da Red Bull, mereceu demais estar nessa parte da coluna. Duas semanas depois de vencer em Monte Carlo e dar uma vitória emocional ao piloto local Charles Leclerc, todos apontavam a Ferrari como favorita em Montreal, pelas características do circuito canadense, mesmo que o clima fosse um fator preponderante em todo o final de semana. Apesar da chuva forte, a Ferrari andou bem na sexta-feira, num dia em que pouco poderia saber de como seria o restante do final de semana. O que ninguém poderia imaginar foi que a Ferrari tivesse uma classificação pífia, onde Leclerc e Sainz brigaram pela última posição para ir ao Q3 e acabaram sendo eliminados por Albon. Parecia um acidente de percurso e era esperado uma corrida de recuperação... que nunca veio. Leclerc teve um estranho problema de motor logo no início da corrida, enquanto Sainz nem isso tinha como desculpa por permanecer empacado no pelotão intermediário. Mesmo com problemas, diga-se de passagem, Charles ficou a maior parte do tempo na frente de Sainz e somente quando a pista secou mais, potencializando os problemas de motor de Leclerc, foi que o monegasco foi perdendo mais e mais rendimento, acabando por abandonar. Sainz permaneceu na corrida, mas cometeu um erro nas voltas finais quando a pista secava, levando consigo Albon, destruindo a ótima corrida do piloto da Williams. Um zero ponto inesperado e merecedor para a Ferrari em Montreal.
domingo, 9 de junho de 2024
Caos canadense
sábado, 8 de junho de 2024
Empate!
Os treinos de sexta-feira foram bastante prejudicados pela chuva e ninguém sabia ao certo quem estava bem para o resto do final de semana, mas com o tempo ligeiramente mais firme no sábado, logo se percebeu que a ótima fase da Ferrari nas últimas corridas não se repetiria no circuito Gilles Villeneuve, com ambos os carros fora do Q3, para profundo desgosto de Charles Leclerc. Pior foi Sergio Pérez. De contrato renovado, o mexicano ficou no Q1 pela segunda corrida consecutiva, aumentando ainda mais a pressão do verdadeiro motivo da Red Bull ter renovado com o mexicano, o mesmo fazendo com Tsunoda, que momentos antes da classificação teve sua permanência na Racing Bulls confirmada para 2025. Porém, Yuki já tem mais participações no Q3 do que Checo em 2024. Já nos treinos livres estava clara as dificuldades da Red Bull, mas com o braço de Verstappen melhorando a situação, mas a equipe mais rápida era a... Mercedes!
O time comandado por Toto Wolff está em sérias dificuldades desde o advento dos novos regulamentos com o efeito-solo e mesmo com melhorias aqui e ali, via-se um carro bastante abaixo do potencial de uma equipe que dominou a F1 a poucos anos. No entanto, sem maiores novidades anunciadas, a Mercedes veio forte no Canadá, sendo o mais rápido com Russell no TL3 e se desenvolvendo bem durante a classificação. A McLaren também veio forte com a sua dupla ficando com a segunda fila, mas foi Max quem mais ameaçou o time prateado, com o neerlandês simplesmente empatando o tempo de Russell, lhe garantindo um lugar na primeira fila, mas já olhando pro campeonato, bem na frente de Leclerc, apenas 11º no grid de amanhã. Para esse domingo é esperado mais chuva, porém, não se pode negar que as atividades de pista no sábado não foram afetadas pela chuva. A Mercedes terá ritmo de corrida para segurar Verstappen? Amanhã saberemos!
quarta-feira, 5 de junho de 2024
Mercado quente
Tanto na F1, como na MotoGP essa semana foi recheada de novidades. Ou não. Mesmo continuando a fazer um trabalho abaixo do esperado, Sergio Pérez teve seu contrato renovado por dois anos com a Red Bull, mesmo que houvessem indícios de que a equipe só quisesse um ano e foi o mexicano que forçou para serem dois. Imaginem se Checo estivesse fazendo um ótimo trabalho...
A renovação de Checo mostra que a Red Bull tem ao mesmo tempo um assento valioso e amedrontador pelo contexto de uma equipe que funciona em torno de Max Verstappen, que vai se tornando um piloto dos gigantes da história da F1, iniciando um círculo virtuoso para o neerlandês, mas vicioso para quem quer que esteja ao seu lado. Não custa lembrar à Red Bull que os times, aos poucos, se aproximam dos austríacos e a Ferrari, com uma dupla equilibrada, só está 24 pontos atrás da Red Bull no Mundial de Construtores, com Checo apenas em quinto lugar no Mundial de Pilotos. Mesmo que o piloto campeão chame atenção, é no certame de construtores que as equipes ganham dinheiro.
Já na MotoGP a movimentação foi mais intensa. Antes do final de semana de Mugello, falava-se claramente que Jorge Martin seria companheiro de equipe de Bagnaia em 2025 na equipe oficial da Ducati, numa transação esperada, ainda mais com Martin liderando o campeonato, mesmo com toda a sua banca. O que a Ducati não esperava era que Marc Márquez recusasse a vaga de Martin na Pramac, deixando os dirigentes italianos em pânico, com a possibilidade real de perder Márquez. Então a Ducati mudou de ideia e contratou Marc, deixando Martin no vácuo pela terceira vez e irritado, o espanhol se mandou para a Aprilia, com a aposentadoria de Aleix Espargaró.
Com Jorge Martin liderando o campeonato numa equipe satélite, será que a Ducati irá apoiar de forma irrestrita o espanhol? Fala-se muito que a Pramac, cujo contrato com a Ducati termina no final desse ano, não ficou nada feliz com a movimentação feita pelos italianos e teria na mesa uma fortuna para se juntar à Yamaha. E como será a relação entre Bagnaia e Márquez, dois galos no mesmo galinheiro?
Muitas perguntas para uma semana quente no mercado da F1 e da MotoGP.
terça-feira, 4 de junho de 2024
Que pena...
domingo, 2 de junho de 2024
Dixon atravessa Destroit
Narrar a corrida em Detroit em poucos parágrafos chega a ser um desafio, pois de tudo aconteceu, mas Colton Herta liderou com facilidade as primeiras voltas, mesmo que os pneus macios tenham tido um desgaste gigantesco, fazendo pilotos como Alex Palou tivesse problemas no primeiro stint. Nuvens ameaçadoras estavam ao largo de Detroit, inclusive com pingos sendo vistos nas câmeras de TV e quando o segundo colocado Scott McLaughlin bateu no muro, estava claro que a pista estava cada vez mais molhada. Ao contrário da F1, a Indy não tem os chamados pneus intermediários, fazendo com que os pilotos tivessem um desafio e tanto numa pista estreita e escorregadia. A maioria do grid optou por colocar os pneus para chuva, o que alguns, como Dixon, preferiam ficar na pista com pneus slicks. A chuva foi tão rápida, que a sucessão de bandeiras amarelas fez com que a pista secasse e os pilotos que trocaram pneus retornassem aos pits para colocar pneus slicks novamente sem perder tanto terreno.
Há uma frase nas categorias americanas de que 'bandeira amarela chama bandeira amarela'. E assim foi, com uma incontável sequência de bandeiras amarelas e vários pilotos se envolvendo em toques, particularmente no hairpin ao final da reta oposta. Pilotos como Christian Lundgaard se jogavam na freada e esperavam se segurar... batendo nos outros carros! Foi uma sessão de derby de destruição, transformando o GP de Detroit em 'Destroit'. Colton Herta, piloto dominador na primeira parte, teve uma pane mental e saiu reto numa curva, totalmente sem tomada, fazendo-o lembrar o motivo das equipes de F1 terem perdido interesse nele. Will Power se envolveu em vários toques, chegou a cair para as últimas posições após ser punido e ainda assim chegou no top-10. Vencedor da 500 Milhas semana passada, Josef Newgarden teve uma corrida para esquecer, ao ser protagonista numa das várias bandeiras amarelas, envolvendo o ex-líder do campeonato Alex Palou, errar um pit-stop e machucar um mecânico da Rahal e finalmente bater seu Penske no muro, quebrando a suspensão traseira esquerda.
Enquanto a loucura se dava na pista de Michigan, Scott Dixon fazia o que ele faz de melhor: achar uma estratégia para poupar combustível rumo a vitória. O neozelandês transformou um stint máximo de trinta e três voltas em mais de quarenta voltas, economizando combustível nas amarelas e até mesmo correndo na verde. Tendo como escudeiro o companheiro de equipe e compatriota Marcus Armstrong, manteve um ritmo decente para terminar em primeiro, com Marcus Ericsson, que ultrapassou Armstrong na penúltima volta, em segundo. Com a mesma estratégia de Dixon, mas sem a mesma manha, Armstrong recebeu a bandeirada e logo depois parou sem combustível. Com esse resultado, Dixon reassume a liderança do campeonato e se torna o único piloto até o momento com duas vitórias em corridas oficiais da Indy em 2024. Estão deixando Scott sonhar!
Auto controle
Se fora da pista a temperatura estava alta, dentro não foi tão assim. O traçado cheio de 'esses' de Mugello e a alta velocidade da pista da Ferrari não nos deu uma corrida de alta tração, como é comum na MotoGP. Talvez sabedor dessa situação, Bagnaia efetuou uma belíssima largada, após ser punido por bloquear Alex Márquez nos treinos, caindo de segundo para quinto no grid. Pecco saiu forte e se colocou por fora na temida freada da San Donato. Mais embalado, deixou Viñales para trás e já se encontrava ao lado dos líderes Martin e Bastianini. Numa manobra forte, na segunda grande freada Bagnaia se pôs por dentro e assumiu a liderança. Para não mais perdê-la. A diferença para Martin não superou 1s em nenhum momento, mas não se pode dizer que Bagnaia era ameaçado pelo espanhol, com Pecco tendo auto controle de apenas administrar a sua vantagem até a bandeirada.
Atrás de Pecco, havia uma briga interessante, mas sem maiores faíscas pela segunda posição. Pressionado e com sua vaga em xeque na equipe oficial Ducati, Bastianini deu uma bela resposta para os seus críticos, derrotando justamente quem o ameaça. Inicialmente Enea travou uma batalha a corrida inteira com Marc Márquez, que sofria de falta de potência da Ducati 2023, mas conseguiu uma agressiva manobra na San Donato, se colocando em terceiro a maior parte da corrida. Bastianini pressionou o tempo inteiro, mas se todos esperavam um ataque na enorme reta dos boxes, Enea respondeu com um ataque não menos agressivo no miolo da pista, local onde Márquez dominava. De forma inesperada, Bastianini tirou toda a diferença para Martin e na última volta, tomou a segunda posição do espanhol na última curva, com Jorge Martin claramente não querendo muita briga. Uma bela exibição de Enea Bastianini, mas que pode ter sido tarde demais, pois o anúncio da Ducati para 2025 é iminente e segundo consta, Jorge Martin irá substitui-lo.
Lá na frente Bagnaia pôde comemorar uma vitória relativamente tranquila, onde controlou bem a prova rumo a quarta vitória em 2024, recortando pela metade a desvantagem que ainda tem para Jorge Martin. Se hoje Pecco tem em Bastianini um ótimo coadjuvante e que hoje lhe ajudou bastante, para 2025 a história tende a ser bem diferente e Bagnaia tem que aproveitar o máximo o momento atual.