A F1 permanecia nos Estados Unidos e Nelson Piquet parecia iniciar mais uma recuperação rumo ao bicampeonato, apesar de Prost estar muito à frente no campeonato. Pela primeira vez na história a F1 iria para Dallas para fazer uma corrida num circuito de rua interessante, promovido por Chris Pook, que havia sido o cicerone do Grande Prêmio de Long Beach por muitos anos e que havia saído do calendário em 1983. Porém, o problema do autódromo improvisado não era meramente a pista, mas a incrível temperatura que se fazia no Texas naquele final de semana. Na sexta-feira, com temperaturas beirando os 35ºC, a dupla da Lotus fez o melhor tempo, com Nigel Mansell novamente à frente do seu companheiro de equipe Elio de Angelis. Martin Brundle, correndo sob liminar pela Tyrrell, sofreu um sério acidente nos treinos, quebrando os tornozelos e tendo que abandonar a temporada para tratar dos seus ferimentos. Conseguindo apenas o 12º tempo, Nelson Piquet queria saber se pista, os pilotos ou os carros quebrariam primeiro por causa do fortíssimo calor.
Por incrível que pareça, o calor aumentou no sábado e a Goodyear registrou a temperatura ambiente mais alta para uma corrida: 42ºC. Como dificilmente alguém melhoraria seus tempos de sexta-feira, a maioria dos pilotos preferiram ficar dentro dos seus motor homes, se refrescando no ar-condicionado. Derek Warwick, que teve problemas na sexta-feira, mostrou que tinha um ótimo acerto com o seu Renault e conseguiu o milagre de marcar o terceiro melhor tempo, enquanto Mansell garantia sua primeira pole na F1.
Grid:
1) Mansell (Lotus) – 1:37.031
2) De Angelis (Lotus) – 1:37.635
3) Warwick (Renault) – 1:37.708
4) Arnoux (Ferrari) – 1:37.785
5) Lauda (McLaren) – 1:37.987
6) Senna (Toleman) – 1:38.256
7) Prost (McLaren) – 1:38.544
8) Rosberg (Williams) – 1:38.767
9) Alboreto (Ferrari) – 1:38.793
10) Tambay (Renault) – 1:38.907
Como não poderia deixar de ser, o dia 8 de julho de 2009 estava muito quente em Dallas e isso causou problemas adicionais. A corrida foi remarcada para largar às 11:00, três horas mais cedo do que o normal por causa do calor, e o warm-up foi programado para as 7:30, fazendo com que Jacques Laffite chegasse aos boxes de pijama. Porém, o aquecimento foi cancelado por causa de uma corrida de Can-Am, que destruiu o asfalto ainda mais, fazendo com que Lauda e Prost tentassem um boicote à corrida. Consertos de emergência foram feitos até meia hora antes da corrida e a largada aconteceria normalmente. Menos para Arnoux, que teve problemas na volta de apresentação e largaria em último.
Após tanta confusão, a corrida foi iniciada com Mansell ficando em primeiro, à frente de De Angelis e Warwick. Senna fazia uma ótima largada, se aproveitando da vaga aberta por Arnoux e pula para quarto, mas ainda na segunda volta o brasileiro rodou numa parte da pista ainda danificada por causa do calor e caí para último. O motor Renault de Elio de Angelis começou a apresentar problemas e Warwick ultrapassou o italiano, partindo para cima de Mansell, enquanto Lauda ultrapassava a segunda Lotus e partia para cima de Warwick, que não conseguia ultrapassar Mansell. Nigel usava sua tradicional garra para se manter à frente do compatriota e por causa disso segurava todo mundo, fazendo com que vários carros andassem juntos no começo da corrida. Warwick tenta ultrapassar Mansell numa pequena reta, mas fica por fora na freada e na tentativa de ficar à frente, acaba errando e batendo no muro de pneus. Lauda também tem problemas em seu motor e De Angelis assumia novamente a 2ª posição. Por causa do calor extremo, os pilotos estavam ficando cansados rapidamente e cometiam erros.
Vários pilotos já tinham batido nos muros de Dallas! Os cinco primeiros colocados (Mansell, De Angelis, Lauda, Rosberg e Prost) estavam andando colados e na volta 14 Rosberg ultrapassou Lauda e partiu para cima das duas Lotus. Enquanto Prost ultrapassava seu companheiro de equipe, Rosberg deixava De Angelis para trás e partia para cima de Mansell. Com dois pilotos tão agressivos disputando a primeira posição, não poderia ocorrer outra coisa do que uma disputa quente, para delírio dos mais dos mais 90.000 expectadores que foram ao autódromo naquele dia. Na trigésima volta Prost ultrapassou De Angelis e também partiu para cima de Rosberg, com Mansell fazendo das tripas coração para permanecer na ponta, enquanto o inglês raspava no muro várias vezes, numa tentativa desesperada de segurar a liderança. Rosberg tenta ultrapassar Mansell no mesmo lugar de Warwick e acaba fechado pelo inglês, algo que o finlandês reclamaria bastante após a corrida. Prost aproveita o momento de hesitação de Rosberg e assume a segunda posição, também indo para cima de Mansell. O francês se tornava o quinto piloto a assumir a 2ª posição e pressionar o piloto da Lotus. Contudo, Rosberg não se dá por vencido e ultrapassa Prost e algumas voltas depois ele finalmente deixou Mansell para trás, com o inglês já completamente sem pneus e tendo que ir aos boxes para troca-los. Mesmo com problemas no motor, Lauda e De Angelis permaneciam em 3º e 4º, enquanto a briga pela liderança se resumia a Prost e Rosberg. Arnoux fazia uma corrida notável e parecia ser o único imune ao calor e já aparecia em quarto após ultrapassar De Angelis!
Na volta 49, Prost assume a liderança da corrida e rapidamente abre 7.5s de vantagem sobre Rosberg, mas passada uma hora e meia de corrida, o cansaço dos pilotos era enorme e os abandonos eram inevitáveis. Alboreto inaugurou uma espécie de ferro-velho de F1 ao bater no muro. Numa sequencia impressionante, Surer, Boutsen, Prost e Lauda batem no mesmo muro de Alboreto e cinco carros ficam enfileirados ao lado do muro, com todos os pilotos tentando se refrescar debaixo do sol forte texano. Apenas oito carros permaneciam na pista e Mansell, após liderar boa parte da prova, era quinto e na última curva, ele bate no muro e quebra o semi-eixo. Desesperado em marcar pontos, Mansell sai do carro e começa a empurrar seu carro rumo a quadriculada, para delírio do público, mas o calor e o cansaço foi mais forte e Mansell acabou desmaiando sobre o pneu dianteiro direito. Keke Rosberg vencia pela primeira vez no ano e trazia consigo um ás na manga para tentar aguentar o calor. O motor Honda da Williams tinha dado tanta dor de cabeça que o finlandês resolveu testar um novo capacete, que tinha um cooler que levava água gelada para dentro do capacete, deixando a cabeça de Rosberg fria, mesmo com o calor. Tão fria, que Rosberg nem parecia sair de uma das corridas mais quentes e dramáticas de 1984.
Chegada:
1) Rosberg
2) Arnoux
3) De Angelis
4) Laffite
5) Ghinzani
6) Mansell
Rosberg vencendo uma corrida de resistência... E estamos falando de um piloto que comemorou seu campeonato mundial fumando um maço de cigarros no pódio!
ResponderExcluiramigo ! td bem !´Fernando da De Gennaro Motors.
ResponderExcluirparabens pelo blog
abraço ! Fernando