quarta-feira, 15 de julho de 2009

História: 30 anos do Grande Prêmio da Inglaterra de 1979


Quinze dias após a incrível disputa protagonizada entre Gilles Villeneuve e René Arnoux, os dois traquinas foram chamados pelos líderes da GPDA, Niki Lauda e James Hunt, para uma conversa sobre o que tinham feito na estreita pista de Dijon. Os dois experientes pilotos deram uma verdadeiro sermão para nos dois novatos, dizendo que a batalha que fizeram na França deporia contra a segurança dos pilotos perante ao público. Com uma personalidade desconcertante, Arnoux olhou para as duas estrelas e disse que eles não poderiam fazer o mesmo, "pois vocês já teriam tirado o pé". René saiu da sala, enquanto Villeneuve apenas ria. Foi apenas a continuação de um momento histórico da F1.

Com a corrida inglesa em Silverstone, a F1 respirava história e até mesmo a mudança dela. Com a Renault conquistando sua primeira vitória na F1 com Jean-Pierre Jabouille, os motores turbo venciam pela primeira vez. Além disso, a então emergente Williams crescia a olhos vistos, liderada pelo australiano Alan Jones. A equipe tinha sido a mais rápida em testes antes do final de semana e Jones, mesmo com a rapidíssima pista de Silverstone favorecendo os motores turbo, ficou com a pole, mais de meio segundo mais rápido do que Jabouille. Nelson Piquet surpreendia não apenas por superar Lauda, como ter colocado seu problemático Brabham em 3º.

Grid:
1) Jones (Williams) - 1:11.88
2) Jabouille (Renault) - 1:12.48
3) Piquet (Brabham) - 1:12.65
4) Regazzoni (Williams) - 1:13.11
5) Arnoux (Renault) - 1:13.29
6) Lauda (Brabham) - 1:13.44
7) Watson (McLaren) - 1:13.57
8) Reutemann (Lotus) - 1:13.87
9) Andretti (Lotus) - 1:14.20
10) Laffite (Ligier) - 1:14.37

O dia 14 de Julho de 1979 estava ensolarado, ao contrário do que normalmente ocorre na Inglaterra, e o tempo estava perfeito para uma corrida de F1. Ao contrário do que vinha acontecendo, os pilotos de Ferrari e Ligier não estariam dominando o início da prova e duas equipes novas e sem tradição (Williams e Renault) largariam na frente. A Williams permanece na ponta na largada, mas foi Regazzoni quem pulou à frente, com Jones colado na segunda posição. Os motores turbo ainda tinha o famoso retardo no turbo em baixa rotação e os dois franceses caem posições, mas isso logo cessaria. Quando os três primeiros colocados chegaram na reta Hangar, Regazzoni ficou no centro da pista, enquanto Jones ficou pela direita e Regazzoni à esquerda. Numa manobra bonita, os três disputaram a freada, com Jones ficando por dentro, seguido por Jabouille e Regazzoni.

Nelson Piquet ainda chegou a pressionar Regazzoni, mas a falta de experiência do brasileiro fez com que ele rodasse ainda no início da segunda volta, abandonando uma corrida promissora. Isso deixava os três primeiros bem destacados à frente, com Lauda liderando o segundo pelotão, mas logo o austríaco seria superado por Arnoux e Villeneve, mas ambos não estavam batalhando pela posição. Para o pesar dos ingleses. Laffite liderava um animado pelotão que tinha ainda Lauda, Scheckter e Reutemann, mas logo Lauda entraria nos boxes para abandonar. Mesmo já contando com uma vitória, Jones não era presença constante nas primeiras posições e a Williams muito menos, mas o australiano em seu carro branco lideravam a prova como experientes campeões. Jabouille tentava se aproximar de Jones, mas seus pneus Michelin sucumbiram e o francês foi aos boxes na volta 17 para trocar seus pneus, praticamente abandonando suas chances de vitória.

Com isso, a Williams não apenas liderava a corrida, como também fazia uma incrível dobradinha! Jabouille tem problemas no amador pit-stop da Renault e o francês tem que voltar aos boxes logo depois, superaquecendo seu motor, abandonando a corrida. Jones liderava a corrida com tranquilidade, mas na volta 39 o motor Ford Cosworth do australiano superaqueceu e Jones abandona a prova, mas ainda existia a esperança da primeira vitória da Williams, pois Regazzoni assumia a liderança. Arnoux assumia a segunda posição, com as duas Ferraris mais atrás, com Scheckter à frente de Villeneuve. No entanto, as Ferraris começam a perder rendimento no final da prova e quando Villeneuve abandona, Scheckter diminui ainda mais seu ritmo e é ultrapassado pela Tyrrell de Jarier e a McLaren de John Watson, no seu novo modelo M29.

Experiente e acostumado com as vitórias, Regazzoni apenas levou seu Williams para uma tranquila vitória, para alegria de Frank Williams, que finalmente vencia pela primeira vez na F1. Foram anos de espera para Frank e finalmente ele tinha chegado ao topo da F1. Regazzoni parecia aposentado quando saiu da Ferrari, mas o suíço deu a volta por cima e teve a primazia de ter dado a primeira vitória a Williams, apesar de algumas desavenças. Anos depois, Rega acusou a Williams de privilegiar Jones dentro da equipe. No entanto, o crescimento da Williams e da Renault era claro e evidente, assustando as tradicionais Ferrari, Lotus e Ligier. Era o início de uma mudança de forças na F1, que duraria por toda a década de 80.

Chegada:
1) Regazzoni
2) Arnoux
3) Jarier
4) Watson
5) Scheckter
6) Ickx

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