quinta-feira, 15 de maio de 2008

História: 20 anos do Grande Prêmio de Mônaco de 1988


Após duas etapas, estava claro para todos que o Mundial de Pilotos de 1988 seria decido entre Senna e Prost. E pela dominação exercecida pelos carros vermelhos e brancos, o Mundial de Construtores já estava no papo! Por sinal, uma temporada invicta da McLaren não era impossível, já que tanto Senna, como Prost, mostravam que estavam um nível acima dos demais pilotos naquele momento, com um carro vários níveis acima dos demais.

Durante os treinos para a etapa monegasca, houve a famosa história em que Senna estava andando tão rápido, que sentiu como se estivesse num túnel onde só acelerava e marcava voltas totalmente impossíveis de serem batidos. Ayrton teria ficado tão assustado com o grau de concentração que atingira, que resolveu não entrar mais na pista. Acho que vou matar muita gente de raiva, mas sempre achei essa história uma baita de uma conversa fiada, mas vamos aos fatos. E contra fatos, não há o que dizer. O piloto da McLaren tinha colocado 1.5s em cima de Prost e quase 3s de vantagem sobre o primeiro carro não-McLaren. E nessa história eu acredito!

Grid:
1) Senna (McLaren) - 1:23.998
2) Prost (McLaren) - 1:25.425
3) Berger (Ferrari) - 1:26.685
4) Alboreto (Ferrari) - 1:27.297
5) Mansell (Williams) - 1:27.665
6) Nannini (Benetton) - 1:27.869
7) Warwick (Arrows) - 1:27.872
8) Patrese (Williams) - 1:28.016
9) Cheever (Arrows) - 1:28.227
10) Palmer (Tyrrell) - 1:28.358

O dia 15 de maio de 1988 amanheceu carrancudo no luxuoso cais de porto de Monte Carlo. Na sexta-feira havia chovido forte, mas no domingo, para sorte dos pilotos, a corrida seria em piso seco. Senna larga forte e tudo parecia mais fácil pelo o que acontecia ao seu lado. Além de não ter largado como seu companheiro de equipe, Prost ainda erra uma marcha e é ultrapassado por Berger antes da St. Devote. Era tudo o que Senna queria!

Com um carro infinitamente superior aos demais, Senna podia repetir o que tinha acontecido em Ímola, quando disparou na frente, enquanto Prost largava mal e teve que fazer várias ultrapassagens. Quando o francês alcançou a segunda posição, Senna já estava disparado na frente e Prost não teve o que fazer a não ser se conformar com a segunda posição. Em Mônaco, uma pista já muito difícil de se ultrapassar, Senna imprimi um ritmo muito forte tentando desaparecer, enquanto Prost ficava preso atrás de Berger. A Ferrari podia ser o segundo melhor carro do pelotão, mas estava longe do ritmo das McLarens. Mais atrás, Nelson Piquet continuava sua temporada de pesadelo. Se não bastasse ter largado em décimo primeiro, o atual campeão se envolveu num acidente na primeira volta e abandonou nos boxes, com o bico quebrado. Como Satoru Nakajima não tinha conseguido Classificação para o grid, a Lotus, que tinha o mesmo motor Honda da McLaren, estava fora do Grande Prêmio de Mônaco.

A corrida passou a ser ditada pelo ritmo alucinante de Senna, a pressão de Prost em cima de Berger e algumas brigas no pelotão intermediário. Na volta 32, Alboreto, que perdera a quarta posição ainda na largada para Mansell, pressionava o piloto da Williams e tenta uma ultrapassagem para lá de otimista nos esses da Piscina. Mansell, como de costume, não alivia e o toque é inevitável. Mesmo tocando o seu adversário, Alboreto segue serelepe na frente, enquanto Mansell ficava no muro e abandonava pela terceira prova consecutiva. E as coisas ainda piorariam para a Williams quando Riccardo Patrese se envolve num acidente com o retardatário Philippe Alliot na curva Mirabeau e perde muito tempo. As coisas não estavam boas para a equipe campeã do mundo.

Na volta 54, Prost decide partir para cima com tudo e ultrapassa Berger na entrada da St. Devote. Foi uma bela ultrapassagem, sem dúvida, mas quando o francês percebeu o quanto estava atrás de Senna deve ter pensado que atacou o piloto da Ferrari um pouco tarde demais. A diferença chegava a absurdos 50s. E aumentando! Mesmo com a corrida nas mãos, Senna nunca aliviava e mantinha seu ritmo forte de corrida. Na volta 66, apenas doze para o final, a TV mostra uma McLaren afundada no guard-rail da curva Portier. Era Senna! O brasileiro estava claramente irritado com o seu erro e chegou a se irritar com um fiscal que teimava em puxa-lo. Quando ele tira o capacete e balaclava, se percebia toda a sua irritação. Nos boxes da McLaren, o clima era tenso, mesmo com Prost assumindo a liderança. Claro que Dennis preferiria uma dobradinha e por isso esperava Senna para explicações. A corrida chegava ao fim e nada do brasileiro aparecer. Apenas duas horas depois da vitória de Prost foi que o brasileiro deu notícia a sua equipe. Como sua casa ficava a duzentos metros do incidente, Senna simplesmente caminhou para sua casa. "Obviamente assisti o resto da corrida pela TV. Eu tomei um banho e então fui dormir, pois a corrida tinha sido muito cansativa e estava morto. Não vi muita razão para alvoroço", diria Senna mais tarde.

Com a vitória, Prost tinha duas vitórias e um segundo lugar no campeonato, enquanto Senna tinha apenas um triunfo em mãos. O bicampeão mostrava que além de talento, tinha uma sorte de assustar, pois a vitória já tinha nome e sobrenome, mas caiu no colo de Prost bem no final. O campeonato ainda estava no começo, mas estava na hora do brasileiro se recuperar. E logo! O mundo não podia esperar!

Chegada:
1) Prost
2) Berger
3) Alboreto
4) Warwick
5) Palmer
6) Patrese

4 comentários:

  1. Outro bom artigo, como é habitual. Como tu chamaste à atenção sobre certos erros, agora é va minha vez: o sexto não foi Nannini (acabou na volta 36 com a caixa de velocidades partida), mas sim Riccardo Patrese, que passou Yannick Dalmas na última volta.


    Um abraço!

    Speeder

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  2. devo confessar que ri muito vendo esse GP.

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  3. Foi uma barberagem digna de um Nakajima (filho ou pai) esta do Senna.
    é por estas e outras que não reputo ninguém como super isto ou aquilo, todos eram genias e capazes de c..das deste porte.

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