quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

C39

A Alfa Romeo chegou a colocar seu carro para um shakedown na Itália, mas o novo modelo só foi apresentado formalmente nas vésperas do primeiro dia em Barcelona. Depois de tantos anos, ainda é difícil não se confundir com a Sauber e a continuação da saga C no nome do novo modelo é uma indicação que a equipe do velho Peter Sauber ainda está mais presente do que nunca.

Sem os perrengues financeiros dos últimos anos de Sauber e ligada umbilicalmente com a Ferrari, a Alfa Romeo tem mais espaço de melhora e também para imitar sua matriz. Até mesmo os pilotos vem de lá. Kimi Raikkonen e Antonio Giovinazzi são pilotos Ferrari, mas ao contrário da Alpha Turi (quase saiu Toro Rosso...) na relação com a Red Bull, dificilmente os dois ascenderão ao mítico time italiano. Apesar do crescimento no segundo semestre, Giovinazzi se mostrou um piloto limitado e que não chamou a atenção de ninguém. Já o quarentão Kimi Raikkonen vai se mantendo na F1 mesmo sem chances de repetir o sucesso de outros anos, além de garantir a alegria dos fãs com suas patadas via rádio.

A Alfa Romeo será uma espécie de filial da Ferrari, mas sem ser uma cantera como ocorre no programa Red Bull. A briga será no pelotão intermediário.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Susto em Daytona

A abertura da temporada 2020 da Nascar, tradicionalmente com sua corrida mais importante em Daytona, ficou marcada pelo horripilante acidente de Ryan Newman na última volta. O piloto da Roush brigava pela vitória com Ryan Blaney e Denny Hamlin quando foi tocado pelo primeiro e bateu no muro. A pancada em si não foi tão grave, o pior veio depois, quando o carro de Newman alçou voo e foi atingido em cheio por Lajoie. Era a terrível batida em T. O resgate de Newman foi longo e não foi mostrado pela TV, algo que sempre dá calafrios. O site do Grandepremio chegou a 'matar' Newman, mas a Nascar aliviou a todos dizendo que o estado de Ryan Newman é grave, mas sem risco de vida. Além da irresponsabilidade do site, fica sobre esse acidente o quanto o automobilismo, por mais que a segurança tenha evoluído, ainda é um esporte de alto risco.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

RP20

A Racing Point irá para a sua segunda temporada seguida com esse nome já sabendo que novamente será rebatizada. A equipe que já foi Jordan, passou por Midland e Spyker se transformará em Aston Martin em 2021, graças ao dedo de midas de Lawrence Stroll, que comprou a então Force India e depois comprou ações da famosa montadora inglesa. Tudo muito bom para a Racing Point, mas tudo seu ônus.

O interesse de Lawrence Stroll na equipe e na F1 está intimamente ligada ao seu filho Lance, que desde 2017 está na F1 tentando se firmar como mais do que um pay-driver. E o canadense até agora não desmentiu o fato de só estar na F1 por seu filho do homem que paga as contas de sua equipe. Stroll até melhora seus finais de semana medíocres em ritmo de corrida, mas nada que mude a sensação de que Lance tem somente o suporte do pai para estar na F1. Como ocorreu em 2019 a Racing Point dependerá unicamente do bom desempenho de Sergio Pérez, mexicano de reconhecido talento, mas ainda assim sem chances de conseguir um lugar numa equipe grande e brigar realmente por vitórias. Após anos correndo como limites orçamentários, a Racing Point, que está com um carro ainda mais róseo do que nos últimos anos, terá a chance de fazer um ano melhor com mais dinheiro a disposição e é nisso que Pérez aposta para subir no pelotão intermediário, sem contar que 2021 a equipe terá o exclusivo status de fábrica.

O problema do time é que terá apenas um piloto andando bem e marcando pontos, sendo que é praticamente impossível dispensar o segundo piloto. 

FW43

Após vinte e um anos a Williams tem a cor vermelha com destaque em seu desenho no novo FW43. Na época a pintura vermelha da Winfield não trouxe muitas boas lembranças para a Williams. Mal sabiam os dirigentes da Williams que eles sentiriam bastante falta dos resultados de 1998 e 1999...

A outrora gigante Williams viveu seus piores anos nas duas últimas temporadas, onde somou apenas oito pontos em mais de quarenta corridas. Ano passado foi o ponto mais baixo da equipe com o atraso do novo carro, a perca de preciosos dias nos testes de pré-temporada e quando esteve na pista, a Williams estava claramente muito atrás dos seus rivais, com a dupla George Russell e Robert Kubica protagonizando as últimas posições em todo o ano. Foram situações vexatórias, como o abandono voluntário de Kubica na Rússia para... economizar peças! O novo carro não traz muitas novidades, além das novas cores em um 2020 sem grandes novidades no lay-out dos novos carros. Desde 2018 necessitando de pay-drivers, a Williams dispensou Kubica para trazer Nicholas Latifi, piloto oriundo da F2 com um pai bilionário para lhe pagar a conta, situação bem parecida de Lance Stroll e a experiência da Williams não foi das melhores.

George Russell será a reserva técnica da Williams e o inglês terá que mostrar bastante serviço se quiser se lembrado pela Mercedes quando o contrato de Bottas acabar. Porém, com uma equipe em decadência, sem grandes ambições e sem comando firme, o jovem Russell terá muito trabalho para aparecer em 2020. 

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

AT01

Dos lançamentos dessa semana, com certeza quem criou mais impacto foi da 'novata' Alpha Turi. Sim, a antiga Toro Rosso mudou de nome para o braço de moda da Red Bull, mas os objetivos da equipe continuam os mesmos: abastecer a Red Bull com seus jovens pilotos.

Porém, o antes pomposo programa de jovens pilotos da Red Bull está sofrendo uma bela entressafra e o resultado disso é que a dupla da Alpha Turi são dois pilotos que já estiveram na equipe principal da Red Bull. O caso de Daniil Kvyat é o mais estranho de todos. O russo ascendeu de forma rápida dentro do programa da Red Bull até chegar ao time principal, mas uma série de erros fez Kvyat regredir ao ponto de ser dispensado, mas Daniil acabou voltando à equipe quando ninguém mais esperava e quando poderia até mesmo voltar ao time principal, Kvyat permaneceu na equipe B. Está mais do que claro que Kvyat será dispensado assim que surgir um piloto decente do programa da Red Bull, mas até lá Kvyat vai enrolando no time. Gasly teve um script bem parecido com seu companheiro de equipe, incluindo uma troca nada agradável no meio da temporada, mas ao contrário de Kvyat, Gasly conseguiu evoluir na sua fossa pessoal e conseguiu um incrível pódio em Interlagos.

O primeiro carro da Alpha Turi tem muitos itens do carro da Red Bull, garantindo qualidade para seus dois pilotos no sempre equilibrado meio do pelotão, além de uma pintura que chamou atenção pela beleza. Resta saber se Kvyat e Gasly também chamarão atenção dentro da pista.

W11

Em time que está ganhando não se mexe? O velho bordão do futebol se aplica à Mercedes depois de seis anos vencendo de forma contínua na F1 e apesar de Toto Wolff insistir com as mesma palavras dos outros anos dizendo que foi feito muito trabalho no novo carro, é claro para quem vê o novo carro da Mercedes que as diferenças são mínimas em comparação ao ano passado, seguindo a receita que vem se tornando vencedora desde 2014.

A Mercedes conseguiu construir uma base sólida dentro e fora das pistas. Toto Wolff comanda um time que parece à prova de erros, que consegue sempre ter as melhores ideias na primeira dificuldade de qualquer natureza que apareça em um final de semana de Grande Prêmio. Com as pessoas certas construindo um conjunto carro-motor imbatível, a Mercedes não precisaria de muito para se garantir como favorita, mas os sempre eficientes alemães não dão muitas alternativas e tem o melhor piloto dessa geração. Falar de Lewis Hamilton é cair no trivial. O inglês já está na história do automobilismo e corre apenas para quebrar os antes inquebráveis recordes de Michael Schumacher. Hamilton tem um talento e velocidade natural assombrosos e a maturidade veio com a derrota para Nico Rosberg em 2016. Para manter a ordem dentro do time, Wolff não arriscou muito e deixou o insosso Valtteri Bottas ao lado de Hamilton. 

Olhando para o que acontece na Ferrari, a escolha de Wolff pode ser impopular, mas é bastante lógica. Bottas não importuna Hamilton e ainda consegue pontos importantes no Mundial de Construtores. O nórdico foi vice-campeão em 2019 e amealhou quatro vitórias sem incomodar muito o caminhar de Hamilton rumo ao hexacampeonato. Colocar um jovem piloto junto a Hamilton poderia tirar o inglês de sua zona de conforto e fazer a Mercedes perder alguns pontos. Numa organização criada de forma metódica e sem brechas para problemas, manter uma dupla harmoniosa também está no script para outro ano dominante. Red Bull virá forte com Verstappen? Sim. A Ferrari virá rápida e com dois pilotos motivados? Sim. Mas ninguém duvida que a Mercedes é a grande favorita para 2020.  

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

MCL35

Dizem que quando Romário saía de um clube, imediatamente o ambiente do time melhorava e por consequência, os resultados também melhoravam. Ninguém em sã consciência poderia abdicar do faro de gols do maior atacante que eu particularmente vi, mas as regalias que Romário tinha poderia incomodar muita gente, além do baixinho ser o dono do time. Também talentoso e de personalidade forte, Fernando Alonso deixou marcas profundas na McLaren, que saiu de uma equipe de ponta para um time de fundo do pelotão enquanto o espanhol por lá esteve, mesmo que a queda de performance da equipe não tenha sido culpa de Alonso. Tentando agradar sua estrela, a McLaren fez de tudo para que Alonso se sentisse confortável ou até mesmo dono da equipe. O resultado foi que mesmo com os caprichos de Alonso atendidos, os resultados não vieram, Fernando se aposentou e a McLaren viveu seus piores momentos na F1. Só foi Alonso sair da McLaren...

Com uma dupla de pilotos completamente nova e jovem, além de novos dirigentes na frente da equipe, a McLaren viveu um 2019 acima das expectativas de um time que lutava para pontuar não faz muito tempo. Carlos Sainz precisava se reinventar após a sua passagem pelo programa da Red Bull e pela Renault. O ainda jovem espanhol tomou as rédeas da McLaren e junto com o novato talentoso Lando Norris, colocaram a McLaren como a quarta força da F1, mesmo que ainda muito longe das equipes top-3 e das vitórias. Sainz conquistou o primeiro pódio da McLaren em anos e foi sexto colocado no campeonato de 2019, enquanto Norris conquistou fãs com seus jeito bem humorado fora das pistas e sua pilotagem certeira dentro delas a ponto de ser escolhido o novato do ano. Para 2020 o objetivo da McLaren é claro: manter a pegada para voltar aos bons tempos. Com a boa direção de Zak Brown, Gil de Ferran e Andreas Seidl, a McLaren apresentou seu novo carro com notadas diferenças na dianteira, bem parecida com a Red Bull.

Ainda não se fala em vitórias na gloriosa McLaren, mas a nova parceira com a Mercedes a partir de 2021 e ter mantido sua jovem dupla de pilotos indica um futuro promissor para uma equipe que não estava no lugar certo do grid. O lugar da McLaren sempre foi na ponta e 2020 poderá ser mais um passo para que isso volte a ocorrer em breve. 

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

RB16

A Red Bull começa essa temporada com um otimismo que não era visto desde os tempos áureos do começo da década de 2010, quando o time austríaco empilhou quatro títulos consecutivos com Sebastian Vettel. O alemão hoje está na Ferrari, mas a grande estrela da Red Bull é um dos pilotos mais promissores da história da F1, na figura de Max Verstappen. Enquanto isso, a Honda dissipou todas as dúvidas com um motor competitivo.

Ao contrário da Ferrari, a Red Bull sabe muito bem em quem apostar em 2020. O incrível talento de Max Verstappen foi sendo lapidado nos últimos anos e na temporada passada o holandês fez um ano incrível, com três vitórias sensacionais, várias subidas ao pódio, suas primeiras poles e um consagrador terceiro lugar no campeonato. Ninguém duvida do potencial de Max e com o ainda muito jovem neerlandês errando cada vez menos, só falta a Verstappen um bom carro para poder enfrentar o poderio da Mercedes de Lewis Hamilton. A Red Bull sempre se caracterizou pelos ótimos chassis assinados pelo gênio Adryan Newey, mas desde o início da era híbrida a equipe sofreu com a falta de potência dos seus motores. O início da parceria com a Honda foi uma aposta arriscada, vide o fracasso que foi a dobradinha dos nipônicos com a McLaren, mas os japoneses acertaram no primeiro ano com a Red Bull, que agora tem o status de equipe de fábrica e um motor Honda competitivo, longe da falta de potência e de confiabilidade dos anos com a McLaren de Fernando Alonso.

Por regulamento a Red Bull tem que ter um segundo piloto e o escolhido foi Alexander Albon. Depois da turbulenta passagem de Pierre Gasly na Red Bull no primeiro semestre de 2019, Albon foi trazido para a equipe principal após quase ter ido para a horrorosa F-E e ser contratado de última hora pela Toro Rosso. Novato de tudo, Albon ainda peca em voltas rápidas, mas mostrou mais de uma vez que consegue um bom ritmo de corrida e, muito importante, consegue marcar bons pontos no Mundial de Construtores, algo sempre bem vindo num segundo piloto que dificilmente irá importunar a estrela da equipe.

Com uma estrutura sólida e experiente, a Red Bull começa 2020 confiante que o segundo ano ao lado da Honda dará bons frutos e que finalmente dará um carro à altura de Max Verstappen.  

terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

SF1000

Das equipes consideradas top-3 na F1, a Ferrari foi a primeira a apresentar seu novo carro. Se a Haas mostrou seu novo lay-out com algumas fotos de computador e a Mercedes seu novo patrocinador no carro de 2019, os italianos preparam todo um evento para mostrar sua arma para 2020. Tendo o número de mil na lembrança da milésima corrida de F1 que a Ferrari irá completar nesse ano, o novo carro tem a responsabilidade de acabar com um já incômodo jejum ferrarista, desde 2007 sem títulos de piloto.

O novo carro pouco difere da versão anterior olhando apenas de fora, mas como sempre, Mattia Binotto indicou muito trabalho e mudanças no carro de 2020. Outro fator interessante a se acompanhar será a disputa entre os dois pilotos ferraristas. Charles Leclerc tirou Sebastian Vettel de sua zona de conforto e assim como ocorreu na Red Bull, o alemão não reagiu tão bem. Quando Vettel aportou em Maranello em 2015, ele tinha sido trazido para a Ferrari reconquistar as glórias da primeira década desse milênio, mas o alemão acabou sucumbindo a força da Mercedes de Lewis Hamilton. Passados cinco anos, a Ferrari já vislumbra em Leclerc seu futuro e estendeu o contrato do monegasco até 2024, enquanto Vettel ainda tem seu contrato a ser renovado. Ou não.

Ano passado Binotto sofreu a pressão de mais um ano dominante da Mercedes e de seus pilotos se estranhando em mais de uma oportunidade, culminando com o zero em Interlagos quando Leclerc e Vettel bateram. Com Vettel claramente pressionado e Leclerc querendo provar que será o anti-Verstappen no futuro, a Ferrari tem um dupla fortíssima e motivada para 2020, mas também poderá ser uma dupla explosiva, algo no qual a Ferrari não está muito acostumada, já que os italianos sempre primaram pela hierarquia entre seus pilotos, algo impossível de ocorrer entre Leclerc e Vettel. 

A Ferrari tentará novamente desbancar a Mercedes de Lewis Hamilton, sendo que a Red Bull-Honda virá também forte para 2020 com Max Verstappen. Enquanto suas rivais tem seus primeiros piloto de forma bem clara, a Ferrari dividirá pontos com seus dois pilotos, vindo de uma temporada donde o relacionamento entre eles foi bem turbulenta. Se a Ferrari não tiver um carro amplamente superior aos outros, Binotto deverá ter novas dores de cabeça em 2020 para segurar seus comandados.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

VF-20

De surpresa, se adiantando ao próprio lançamento, que estava marcado para os próximos dias, a Haas resolveu mostrar seu carro para 2020, mesmo que seja apenas uma nova pintura num efeito de computador. A equipe norte-americana colocou fotos de um carro tricolor, diferente do lay-out do ano passado, quando a estranha Rich Energy, que surgiu como uma rival da Red Bull no ramos das bebidas energéticas e saiu pela porta dos fundos, pintou de preto o carro da Haas de 2019, tornando-o bem parecido como as antigas Lotus. 

Porém, a boa linha descendente da Haas foi interrompida ano passado. O carro se mostrou problemático desde os primeiros dias, principalmente em ritmo de corrida. Era normal ver Grosjean e Magnussen no Q3 no sábado para sair da zona dos pontos no domingo. Para complicar, não faltaram polêmicas entre os dois pilotos, muito conhecidos por manterem contatos imediatos com os seus rivais. O problema para Günther Steiner foi que Grosjean e Magnussen algumas vezes bateram entre si, estragando ainda mais os finais de semanas já complicados da Haas. De forma até surpreendente a dupla da Haas foi mantida para 2020, principalmente Grosjean, que já é um veterano e nem de longe alguém poderá enxergar o francês evoluindo na carreira. 

Mesmo Gene Haas sendo bilionário a sua equipe tem um dos menores orçamentos do grid e a Haas tentará não repetir o péssimo ano de 2019, quando a Haas só não ficou ainda mais na berlinda por causa da Williams.