quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Que pena...

 


Adrian Campos não foi um piloto que chamou atenção em sua meteórica passagem na F1. Foram apenas 17 largadas em 21 tentativas pela Minardi do espanhol, fazendo-o sair da F1 em 1988 sem ser muito notado. Contudo, o que Campos fez depois de sua passagem na F1 que o colocou entre os grandes dirigentes da era moderna. A Espanha não tinha muitos pilotos no automobilismo, ainda mais com o crescente aumento da popularidade do motociclismo. Porém, se Campos foi o primeiro espanhol em muitos anos na F1, ele pensou em ajudar jovens talentos, principalmente espanhóis, a chegar à categoria e com isso, montou uma equipe nas categorias de base que ajudou dezenas de pilotos a conseguirem realizar seu sonho. Um deles foi Fernando Alonso, do qual Adrian foi seu empresário. Campos também tinha o sonho de graduar sua equipe a F1 e esteve bem perto disso em 2009, quando foi selecionado pela FIA para estrear ainda naquele ano, mas os investimentos eram altos demais e antes mesmo daquela temporada começar, o time mudou de nome para Hispania, passando de forma rápida e sem saudades na F1. Adrian Campos teve que refundar sua equipe nas categorias de base e estava com sua reputação restabelecida quando veio a notícia de sua morte repentina na noite passada, fruto de um problema no coração, com apenas 60 anos de idade. Que pena...

sábado, 16 de janeiro de 2021

Mais uma do Monsieur Dakar

 Acabou nessa sexta-feira o Rally Dakar, que curiosamente não passa nem perto da cidade... de Dakar. Realizado pela segunda vez na Arábia Saudita e com a ameaça sempre presente do Covid-19, o maior raid do mundo transcorreu sem maiores surpresas nas últimas duas semanas. 


O chamado trio-de-ferro Stéphane Peterhansel, Nasser Al-Attiyah e Carlos Sainz dominaram a competição nos carros. Os três multicampeões e melhor equipados nessa edição venceram quase todos os estágios, mas Peterhansel usou sua vasta experiência para triunfar pela oitava vez nos carros, que juntando aos seis das motos, faz do francês uma lenda inconteste do esporte a motor. Peterhansel venceu apenas um estágio, mas sempre ficou entre os primeiros e não teve problemas com os pneus, algo que atingiu com força tanto Al-Attiyah como principalmente Sainz, que no meio do rali se perdeu e terminou num distante terceiro lugar. 

Nas motos o argentino Kevin Benavides se tornou o primeiro sul-americano a vencer o Dakar numa disputa apertada com Ricky Brabec, Sam Sunderland e Joan Barreda Bort. Foi também a segunda vitória consecutiva da Honda, derrotando novamente a dominante KTM. Infelizmente a morte se fez presente novamente com o falecimento do francês Pierre Cherpin, cinco dias depois do piloto amador cair feio e sofrer um traumatismo craniano. A morte também apareceu fora do Dakar, com o falecimento de Hubert Auriol, mítico piloto do antigo Paris-Dakar nos anos 1980, vencendo nas motos e nos carros, depois se tornando diretor da prova.

Finalmente nos caminhões, categoria dominada pelos países do leste europeu, o russo Dmitry Sotnikov ganhou pela primeira vez o Dakar com folga, mas seu caminhão Kamaz vem de uma longa dinastia no Dakar, seja aonde ele for.

Apesar das ameaças de cancelamento e as críticas ao país-sede por causa das seguidas violações aos direitos humanos por parte da Arábia Saudita, o Rally Dakar terminou com os grandes favoritos triunfando e com a esperança de que a edição de 2022 ocorra sem maiores problemas extra-competição. 

quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Que pena...


 A segunda postagem do ano também é sobre uma perda importante do automobilismo. Tomara que não vire rotina! Nessa quarta-feira faleceu o histórico chefe de equipe Pat Patrick, que por mais de quarenta anos teve uma equipe na Indy e conseguiu três vitórias nas 500 Milhas de Indianápolis e dois títulos da Indy, sendo que em 1989 Patrick teve um ano perfeito com Emerson Fittipaldi, com direito à dobradinha de título e triunfo na Indy500. As outras glórias da Patrick fora com Gordon Johncock, mas Pat teve vários grandes pilotos no seu time. Além de ter sido um grande chefe de equipe, Pat Patrick participou junto de Roger Penske e Dan Gurney da rebelião das equipes da Indy no final dos anos 1970 que resultou na criação da CART, que anos depois se tornaria a segunda categoria mais importante do automobilismo mundial. Dono de uma petroleira, Pat Patrick viveu os anos áureos da Indy e nos deixou hoje aos 91 anos de idade.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Que pena...


 O mundo da F1 perdeu um dos seus personagens mais importantes dos últimos quarenta anos, mesmo que muitos não o conheçam, mas John Hogan ajudou a tornar a F1 num esporte extremamente restrito num evento global. Australiano de nascimento e amante do automobilismo, Hogan chegou à Inglaterra como um homem de marketing e no começo da década de 1970 se juntou à Phillip Morris, gigante tabagista que começava a investir na F1 com a equipe BRM. Hogan deu um passo importante quando tirou Emerson Fittipaldi da Lotus a peso de ouro e o colocou na McLaren em 1974, iniciando uma parceria que duraria 22 anos, além de trazer o mítico desenho branco e vermelho da Marlboro. Com a F1 ficando cada vez mais lucrativa, Hogan sempre conseguia aumentar o budget da McLaren, principalmente quando Ron Dennis assumiu a equipe em 1981. Foram anos gloriosos com a McLaren e Hogan ficou conhecido como 'Marlboro Man'. Contudo, o envolvimento de Hogan no automobilismo não se restringia à F1. A Marlboro tinha a 'World Champioship Team', onde vários jovens pilotos conseguiam ascender à F1 com sua ajuda, como Senna e Hakkinen. Do outro lado do Atlântico, a presença de Emerson Fittipaldi na Indy trouxe a Marlboro para a categoria, primeiro com a Patrick e depois com a Penske, onde as cores da Marlboro estampou por décadas os carros de Roger Penske. No Mundial de Motovelocidade, a Marlboro patrocinou por muitos anos a Yamaha, ficando conhecida na equipe de Kenny Roberts do gênio Wayne Rainey, e desde 2003 patrocina a Ducati. Nos anos 1990 a Phillip Morris se juntou à Ferrari numa parceria que dura até hoje, mesmo a propaganda tabagista sendo proibida. John Hogan ficou na Phillip Morris até 2002 e no ano seguinte foi gerente na equipe Jaguar. Depois disso John Hogan ficou ainda mais nos bastidores, mas sua influência permaneceu forte até sua morte, aos 76 anos, por causa dessa terrível doença chamada Covid-19. Porém, John Hogan, o homem Marlboro, nunca será esquecido.