terça-feira, 5 de julho de 2011

História: 30 anos do Grande Prêmio da França de 1981

Depois de duas espetaculares vitórias de Gilles Villeneuve em circuitos amplamente desfavoráveis a Ferrari, todos esperavam pelo o que o canadense poderia fazer em Dijon-Prenois, pista de testes da Renault. O time francês se preparava como nunca para a corrida em seu quintal e por isso não foi surpresa a pole de René Arnoux, um dos maiores pilotos de Classificação da história da F1. O que surpreendeu, em termos de Renault na França, foi Alain Prost não ter completado a dobradinha na primeira fila, sendo superado por John Watson, com a McLaren aspirada. Uma surpresa maior ainda...

A grande notícia do final de semana tinha sido a volta dos pneus Goodyear, que havia abandonado a F1 no final de 1980 e resolveu retornar a categoria de forma repentina, com uma ‘ajuda’ substancial de Bernie Ecclestone, que convenceu os americanos a investir novamente na F1. Ecclestone garantiu os pneus da Goodyear para a Brabham, juntamente com a Williams, para grande desgosto da Michelin, que se desdobrou para fornecer seus pneus a grande parte das equipes naquele ano e justamente os dois times que vinham dominando em 1981 estava a trocando bem no meio da temporada. Porém, para essa corrida em Dijon, a escolha de Brabham e Williams pelos pneus Goodyear seria decisiva.

Grid:
1) Arnoux(Renault) – 1:05.95
2) Watson(McLaren) – 1:06.36
3) Prost(Renault) – 1:06.36
4) Piquet(Brabham) – 1:06.91
5) De Cesaris(McLaren) – 1:07.03
6) Laffite(Ligier) – 1:07.09
7) Reutemann(Williams) – 1:07.42
8) De Angelis(Lotus) – 1:07.52
9) Jones(Williams) – 1:07.53
10) Andretti(Alfa Romeo) – 1:07.56

O dia 5 de julho de 1981 amanheceu nublado em Dijon e havia a grande perspectiva para chuva no decorrer da corrida, mas no momento da largada, a pista estava seca. Como era comum naquela época, o sistema de luzes falhava e isso acabaria por prejudicar bastante o pole Arnoux, pois as luzes acenderam verde-vermelho-verde no momento da largada e o francês da Renault acabou caindo várias posições. Nelson Piquet, que nunca foi considerado um exímio largador, assumiu a ponta da corrida, seguido por Watson e Prost, este, sofrendo com um pequeno problema em asa dianteira, que balançava muito na ondulada pista francesa. Largando em 11º, Villeneuve dá outro pulo espetacular e completa a primeira volta numa excelente quinta posição, mas o canadense não repetiria as grandes corridas anteriores.

Usando a potência do seu motor turbo Renault, Prost rapidamente ultrapassou Watson e assumiu a segunda posição, mas o francês não era páreo a Piquet. O brasileiro fazia uma corrida soberba, sem erros e mesmo sem abrir uma grande diferença para Prost, o mantinha sobre controle. Sem ritmo para andar na frente, Villeneuve foi ultrapassado por Reutemann e Arnoux, que vinha se recuperando rapidamente após sua desastrosa largada. Enquanto a Brabham mostrava uma excepcional adaptação aos pneus Goodyear, a Williams não teve o mesmo desempenho e Reutemann, líder do campeonato, estava longe de brigar pela vitória, sendo ultrapassado por Arnoux na volta 33. Neste mesmo momento, os céus sobre Dijon-Prenois ficavam cada vez mais carrancudos e o clima estava escuro, com uma chuva iminente. Então, na volta 58, a chuva veio com força e a corrida foi interrompida.

Até 1980, este número de voltas permitiria o fim da corrida com os pilotos ganhando a totalidade dos pontos, mas como em 1981 somente ¾ da corrida faria com que a prova fosse válida, se Piquet tivesse completado mais duas voltas, a prova seria dada como terminada. Porém, a chuva foi ao mesmo tempo forte e passageira e até mesmo o sol estava dando as caras em Dijon. A corrida seria reiniciada e Piquet sentiu um frio na espinha com o que via. Os pilotos com pneus Michelin colocavam compostos moles, enquanto a Goodyear, re-estreando na F1, só tinha um tipo de composto para oferecer aos seus clientes. Para piorar, a Renault aumentou a pressão no seu turbo e Prost, que vinha em segundo, apenas 7s atrás de Piquet, teria uma potência extra no seu motor para as voltas finais. Isso foi decisivo para o reinício da corrida. Talvez contrariado e desconcentrado, Piquet relarga mal e caí para quarto, mas ainda com uma diferença para Prost e Watson. O irlandês chegou a atacar Prost, mas levaria o xis e Prost conquistaria sua primeira vitória na F1, enquanto Piquet tinha um ritmo tão inferior aos pilotos com pneus Michelin, que também perdeu a posição para Watson e só não perdeu o 3º lugar para Arnoux, porque o francês estava 40s atrás de Piquet antes da paralisação da corrida. Piquet subia ao pódio com cara de poucos amigos, mas ao menos encostava em Reutemann no campeonato, já que o argentino também foi prejudicado pela paralisação da corrida. Contrastando com a cara fechada de Piquet, Alain Prost estava extremamente emocionado no pódio e conseguia seu primeiro triunfo na frente dos seus conterrâneos, mas ele não sabia que mais 50 vitórias ainda viriam nos próximos doze anos.

Chegada:
1) Prost
2) Watson
3) Piquet
4) Arnoux
5) Pironi
6) De Angelis

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