domingo, 18 de agosto de 2019

Será mesmo necessário?

Pocono é um dos superspeedways mais conhecidos e tradicionais dos Estados Unidos, principalmente pelo charme de ser um trioval. O circuito em forma de triângulo ficou fora do calendário da Indy por vários anos, só retornando em 2013 e mantendo as características de uma corrida rapidíssima. Porém, essa volta do oval da Pensilvânia também está se caracterizando pelos graves acidentes, com algumas fatalidades. Justin Wilson morreu lá em 2015 e três anos mais tarde Robert Wickens ficou paraplégico em Pocono. Hoje, por muito pouco um acidente similar que vitimou o canadense não aumentou a estatística de fatalidades em Pocono. 

Logo na primeira volta, Takuma Sato foi Takuma Sato e numa tentativa atabalhoada de ultrapassagem em cima de Alexander Rossi, acabou batendo no piloto da Andretti, levando consigo Ryan Hunter-Reay. Os três bateram forte no muro, mas o pior aconteceu logo depois. O desgovernado carro de Sato atingiu a roda traseira de Felix Rosenqvist e o sueco da Ganassi alçou voo, atingindo o alambrado. Por sorte, ninguém saiu ferido, mesmo Rosenqvist tendo que ir ao hospital para maiores avaliações. Após a morte de Dan Wheldon houve até quem defendesse que a Indy não corresse mais em ovais, o que iria totalmente contra o DNA da categoria, mas qual a diferença entre as corridas atuais para as de outros tempos, onde se corria em Pocono sem problemas? A resposta está na aerodinâmica e a aderência dos novos carros, que permitem que os mesmos corram muito próximos uns dos outros. Antigamente as velocidades atingidas em Pocono, Michigan e Indianápolis já eram altíssimas, mas os carros corriam de forma mais espaçada e os toques não ocorriam com tanta frequência. Hoje os carros são projetados para andarem próximos uns dos outros para dar mais 'emoção' as corridas e toques a mais de 350 km/h é algo com consequências difíceis de se calcular. Sato cometeu um erro inacreditável para um piloto de sua experiência e somado ao fato de ser a primeira volta, com os carros ainda mais próximos do normal, a equação foi outro acidente assustador em Pocono, mas felizmente sem maiores problemas aos envolvidos.

O grave acidente eclipsou totalmente a corrida vencida por Will Power, que passou boa parte da prova batalhando com os seus companheiros de Penske e Scott Dixon, que terminou em segundo. Newgarden fez uma corrida apagada, mas com Rossi abandonando por causa do erro crasso de Sato, o campeonato para o americano da Penske ficou ainda mais encaminhado. Hoje se reclama da falta de ovais na Indy, mas com a atual configuração dos carros, será que Pocono é realmente necessária?  

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