domingo, 3 de julho de 2022

Dia de briga

 


Scott McLaughlin conseguiu sua segunda vitória na Indy e a de número cinquenta pela Penske, contando com seus tempos na V8 Supercar. O neozelandês se aproveitou bem dos problemas com Pato O'Ward, que liderava no primeiro stint e teve problemas no seu motor, e no fim o piloto da Penske segurou as investidas de Alex Palou para garantir o triunfo da difícil pista de Mid-Ohio. Porém, o que mais chamou atenção na prova em Lexington foi a forma como a Andretti viu seus pilotos destruírem suas corridas com batidas entre si, numa prova completamente inacreditável para uma equipe tão grande e profissional.

Normalmente as corridas em Mid-Ohio são decididas na estratégia, com provas pouco emocionantes. Porém, em 2022 foi um pouco diferente, com uma corrida bem animada em todo o pelotão. O pole Pato O'Ward manteve a dianteira, seguido por McLaughlin e Rosenqvist, companheiro de equipe de Pato, contudo, o sueco abandonou no começo da corrida com o motor quebrado. O'Ward perguntou preocupado a sua equipe o que tinha acontecido com Rosenqvist. A preocupação foi bem plausível. Se aconteceu com o outro carro, por que não aconteceria com o dele? Pois foi justamente o que aconteceu. Antes da primeira rodada de paradas, O'Ward se queixou de problemas de potência e após uma das relargadas, o mexicano foi perdendo posição na medida em que mantinha uma configuração de motor mais branda. Após sua segunda parada, o motor de O'Ward se entregou de vez e o mexicano abandonava tristemente. 

Com isso, McLaughlin tinha Palou e Herta no seu encalço. Quando houve a segunda bandeira amarela, todos os pilotos foram aos pits. Menos Herta. Num erro inacreditável, a equipe Andretti manteve Herta na pista, fazendo o jovem piloto sair da luta pela vitória. Porém, o dia da Andretti só pioraria. Grosjean e Rossi não se gostam muito e dessa vez os dois resolveram externar isso na pista, com dois toques entre eles, incluindo uma saída dupla da pista e um break test numa bandeira amarela. Grosjean acabou o mais prejudicado e perdeu uma volta. Só que Rossi estava bem na frente de Grosjean e mesmo em voltas diferentes, os dois começaram a brigar e Grosjean acabou tocando em... Herta, que não tinha nada a ver com isso. A situação cômica, se você vestisse as roupas da Andretti, ficaria ainda mais ridícula quando Devlin Defrancesco, o elo mais fraco da equipe, era o piloto mais bem colocado da equipe. Então ele foi atacado por Rossi e os dois bateram. Simplesmente os quatro carros da equipe se envolveram em toques entre eles e não ficaram sequer entre os dez primeiros. Michael Andretti, que procura um lugar na F1, viu sua equipe fazer um papelão na Indy com cenas de equipes amadoras em corridinhas no interior do meio oeste americano. Pegou muito mal para todos os envolvidos.

Enquanto todos esperavam a bandeirada para sentir o clima nos boxes da Andretti, a corrida se desenrolava com McLaughlin liderando a prova, com Palou se aproximando. O destaque da corrida era Will Power. O australiano da Penske foi punido na classificação por fechar Castroneves e após largar em 21º, rodou na primeira volta ao tentar uma ultrapassagem impossível. Caindo para último, Power começou uma corrida de recuperação fortíssima até uma ótima terceira posição. Após ultrapassar Veekay, Power ainda esboçou um ataque em cima dos líderes, mas perdeu rendimento, mas o terceiro lugar já era bom demais para Power. McLaughlin segurou bem os ataques de Palou e após uma má fase que o fez despencar no campeonato, o piloto da Penske conseguiu uma vitória que o põe novamente na luta pelo título. Enquanto Penske vence seis de oito corridas, a Ganassi tem o líder do campeonato e o vencedor das 500 Milhas, a Andretti viu seus pilotos se matarem dentro da pista.

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