sábado, 29 de julho de 2023

Não chove, chuva

 


Mais uma vez a chuva foi protagonista em Spa. Para quem acompanha as corridas na mítica pista belga, deve estar falando agora: e qual a novidade nisso? O problema é que a F1 se tornou refém das suas invencionices e isso acaba por atrapalhar a própria categoria. Pediu-se pneus mais largos para aumentar a aderência mecânica. Check! Pediram mais ultrapassagens e reviveram o efeito-solo para os pilotos poderem se aproximar dos carros à frente. Done! Porém, isso em circuito seco não tem maiores problemas, mas quando a pista molha... 

É um Deus nos acuda para a F1, pois os pneus maiores e o assoalho sendo responsável pelo aumento de downforce aumenta também a quantidade de spray jogado pelos carros quando a pista está molhada, fazendo com que a visibilidade tornar-se um problema bastante sério para os pilotos, ainda mais com a recente morte de Dilano Van't Hoff na mesma pista de Spa. Outro vilão disso tudo são as dimensões dos carros atuais, que aumenta a chance de aquaplanagem, fazendo com os pneus de chuva forte, que todos pediram para aumentar de tamanho, se tornarem tão inúteis quando um cinzeiro em cima de uma moto.

Tudo isso faz com que a F1 passe vexames quando a pista molha um pouquinho a mais, como aconteceu em Spa várias vezes nesse final de semana. Antes da largada da Sprint uma tormenta passageira encharcou a pista de tal maneira que houve um atraso na largada. Por sinal, algo que já ocorreu até mesmo nos 'bons tempos'. No entanto, fica chato as várias voltas atrás do Safety-Car, tirando quatro voltas da corrida que já é bem curta, o mesmo acontecendo com a paciência de todos, que já esperavam um bom tempo pela largada. Menos mal que ao contrário de 2021, a corrida aconteceu até mesmo com sol, rapidamente inviabilizando os pneus de chuva extrema e por isso exatamente a metade do grid foi aos pits logo na primeira volta valendo para colocar intermediários, ganhando bastante tempo com isso. Oscar Piastri, que já tinha surpreendido ao ficar em segundo no grid da Sprint por meros onze milésimos, foi um dos que procuraram os pits na primeira volta e emergiu na frente de Max Verstappen.

Contudo, estamos em 2023. Nada parece parar Max. Pode chover, relampear, raio cair. Verstappen sempre achará um jeito de alcançar a vitória. Nesse caso, Max ainda foi ajudado por uma saída de pista do aniversariante do dia Fernando Alonso, que completou seus 42 anos na brita. Na relargada, Max pegou o vácuo da McLaren de Piastri para assumir a primeira posição e sumir do horizonte do australiano. Mais uma vitória na conta de Max, enquanto Pérez fazia outra corrida vergonhosa, tomando uma série de ultrapassagens até abandonar para poupar o seu carro. Para sorte do mexicano, Alonso está sofrendo com a decadência da Aston Martin e Hamilton foi penalizado em 5s por um toque com o próprio Checo. A vice-liderança permanece tranquila, mas no feudo da Alpha Tauri, Ricciardo já faz o que dele é esperado: superar, com folgas, Tsunoda. Piastri mostrou mais uma vez a força da McLaren após os updates, enquanto Gasly subiu ao pódio da Sprint num final de semana turbulento da Alpine, com uma demissão em massa da cúpula da equipe, deixando o futuro do time bastante nebuloso com a troca de comando em série e a falta de um certo empenho da Renault com sua equipe na F1.

No domingo é esperado um clima tão instável quanto hoje e mesmo largando em sexto devido à uma punição por troca de câmbio, ninguém espera nada menos do que uma vitória para Max Verstappen. A não ser que chova um pouquinho a mais em Spa... 

Nenhum comentário:

Postar um comentário