terça-feira, 12 de setembro de 2023

História: 40 anos do Grande Prêmio da Itália de 1983

 


O acidente que provocou com Nelson Piquet em Zandvoort pareceu ter abalado Alain Prost, que chegou em Monza quarenta anos atrás inquieto. O pequeno francês tinha receio se a Renault teria estofo para continuar na brigar com as experientes Ferrari e Brabham pelo título de 1983, fazendo com que Prost desconversasse quando o assunto renovação de contrato com a Renault aparecia. O receio de Prost era tanto que ele teve a companhia do guarda-costa pessoal do então presidente da França, François Mitterand, em Monza com receio de ser atacado pelos tifosi, mas os torcedores italianos estavam mais preocupados em mimar Arnoux e Tambay, mesmo com fortes rumores de que Michele Alboreto tivesse sido contratado pela Ferrari para 1984. A BMW trabalhou em aumentar a potência do seu motor e por isso trouxe uma turbina KKK nova, além de, segunda a lenda, estar usando um combustível 'especial'.

Seja pela turbina ou pelo combustível, a Brabham-BMW dominou a classificação, com Piquet dominando na sexta-feira, mas dois motores quebrados no sábado relegaram o brasileiro ao quarto lugar, mas Riccardo Patrese fez as honras da casa ao ficar com a pole, com as Ferraris de Tambay e Arnoux separando os dois Brabhams. A Renault estava claramente atrás de Brabham e Ferrari, com Prost conseguindo o quinto tempo, mas 2s atrás de Patrese, com Cheever em sétimo. A surpresa foi ver Jacques Laffite não conseguindo tempo para se classificar, após um infeliz teste de pneus do francês. Era a primeira vez que Laffite não largava numa corrida de F1 desde 1975. Riccardo Patrese era o primeiro italiano a obter a pole position em Monza desde Alberto Ascari em 1953, mas como visto em Ímola, isso pouco importava, pois Patrese não estava de Ferrari.

Grid:

1) Patrese (Brabham) - 1:29.122

2) Tambay (Ferrari) - 1:29.650

3) Arnoux (Ferrari) - 1:29.901

4) Piquet (Brabham) - 1:30.202

5) Prost (Renault) - 1:31.144

6) De Cesaris (Alfa Romeo) - 1:31.272

7) Cheever (Renault) - 1:31.564

8) De Angelis (Lotus) - 1:31.628

9) Winkelhock (ATS) - 1:31.959

10) Baldi (Alfa Romeo) - 1:32.407


O dia 11 de setembro de 1983 amanheceu quente e ensolarado no velho parque de Monza, um clima perfeito para uma corrida de F1. Ferrari e Renault reclamavam do combustível Basf da Brabham, mas nada fora provado e o clima quente estava longe de ser o ideal para a Ferrari por causa dos pneus Goodyear, enquanto Prost era o mais rápido no warm-up com o carro reserva, que é o escolhido por Alain para largar. Na luz verde, Patrese sai perfeitamente e mantém a ponta, com Piquet saindo de suas características e rapidamente deixou Arnoux para trás, completando a dobradinha da Brabham ainda na primeira volta, ao ultrapassar Tambay na segunda chicane, enquanto Prost era surpreendido pelo companheiro de equipe Cheever, que subira para quinto.


O ritmo dos dois Brabham era impressionante e rapidamente Patrese e Piquet se desgrudaram dos demais, com a dupla da Ferrari trocando de lugar ainda na segunda volta e Arnoux subindo para terceiro. E que logo viraria segundo quando o motor de Patrese explode espetacularmente ainda na abertura da terceira volta, deixando Piquet sozinho na frente. De Cesaris erra a freada na primeira chicane e fica preso na caixa de brita, enquanto Prost freava forte para não bater no italiano da Alfa, além de fazer Prost perder ainda mais tempo para os líderes. Tambay tinha problemas no motor e é ultrapassado por Cheever, que acompanhava Arnoux de perto. A escolha pelo carro reserva não parecia uma boa opção para Prost, que na volta 11 era ultrapassado por Elio de Angelis e caía para sexto. Por volta da metade da corrida, Piquet já tinha mais de 10s de vantagem sobre Arnoux e administrava sua vantagem, enquanto René vai aos boxes fazer seu pit-stop programado. Mais importante, o turbo de Prost quebra e o francês abandona após uma corrida discreta. Esse zero ponto deixaria Prost ainda mais abatido na luta pelo campeonato.


Enquanto Arnoux e Cheever duelavam pela segunda posição, Piquet entra nos pits na volta 31, mas Niki Lauda acabara de fazer seu pit-stop, tem problemas e fica parado bem na frente dos pits da Brabham. Numa cena hilaria, Bernie Ecclestone sai do pit-wall para empurrar o carro de Lauda e Piquet possa fazer seu pit-stop tranquilamente. Quando retorna à pista, Nelson tinha 25s de frente para Arnoux, nesse momento mais preocupado com os ataques de Cheever. Já pensando em terminar a prova, Piquet diminui a pressão do turbo, mas ainda assim Arnoux não diminui muito a vantagem. Piquet vencia apenas pela segunda vez em 1983, mas aquela seria uma vitória decisiva tanto matematicamente, como moralmente. Arnoux trouxe à Ferrari a um segundo lugar na frente dos tifosi, enquanto Cheever alcançou seu quarto pódio em 1983. Com um motor longe de estar saudável, Tambay foi apenas quarto, com Elio de Angelis finalmente marcando seus primeiros pontos em quinto e Derek Warwick completando os que pontuavam na época. Uma cena curiosa ocorreu quando Mansell se aproximava da Parabolica para receber a bandeirada e ser sétimo, quando houve a famosa invasão de pista dos tifosi. Mansell prudentemente tirou o pé, mas Bruno Giacomelli não o fez e tomou a posição do inglês, que ficou bem irritado com a presepada. Piquet não foi ameaçado durante a corrida e a tranquila vitória mostrava que a Brabham iria muito forte para as corridas finais de 1983.

Chegada:

1) Piquet

2) Arnoux

3) Cheever

4) Tambay

5) De Angelis

6) Warwick

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