E de repente a F1 voltou a 2023, quando Max Verstappen passeava pelos circuitos que compõe o calendário do campeonato mundial. Em Austin o neerlandês da Red Bull dominou a corrida texana ao seu bel-prazer, não dando chances aos seus adversários e colocando ainda mais pressão numa McLaren que parece completamente impotente frente ao crescimento da Red Bull nesse terço final do campeonato, liderada pela exuberância de Max Verstappen junto com o pragmatismo de Laurent Meckies, que desde que substituiu Christian Horner, a Red Bull deu uma guinada que poucos imaginariam, assim como poucos suporiam no pentacampeonato de Max Verstappen poucos meses atrás e que agora parece algo bem possível.
A corrida em Austin deste domingo esteve longe de empolgar. Com Max Verstappen novamente em sintonia com seu Red Bull, o neerlandês fica praticamente imbatível e ele fez o que dele se esperava: massacrou a concorrência. Com a desastrada largada da Sprint na mente e com carros consideravelmente mais pesados, os pilotos tiveram mais cuidado na entrada da curva um e nada demais aconteceu na elevada primeira curva da corrida principal em Austin. Max largou limpamente e se colocou por dentro assim que possível, não dando qualquer chance para Lando Norris, que viu Charles Leclerc emular a tática de Verstappen em Singapura, só que para o ferrarista, a aposta deu certo. Saindo com pneus macios, Leclerc esperava ter mais tração na largada e se não deu o pulo esperado, Charles se aproveitou da maior aderência dos pneus na saída da curva um, quando se colocou ao lado de Norris e saiu mais forte, tomando a segunda posição do piloto da McLaren. Enquanto isso, Hamilton executou uma largada horrorosa, mas ao frear forte por fora, diminuiu o prejuízo e pelo menos não foi ultrapassado por ninguém, mas foi decisivo ao atrapalhar seu compatriota Russell e com isso Piastri ganhou uma posição subindo para quinto.
A boa largada de Leclerc era tudo o que Max Verstappen queria. Com o duplo abandono da McLaren na Sprint, não se sabia como era o ritmo de corrida do time inglês, mesmo que todos sabem que um dos pontos forte do modelo MC39 seja o bom desempenho no domingo. Com Leclerc separando Max e Lando, o piloto da Red Bull se aproveitou para disparar na ponta e simplesmente não ser mais visto por seus companheiros de grid. Como no ano em que liquidou seus rivais, Max Verstappen mal apareceu na transmissão da TV e só reapareceu no momento de receber a bandeirada com ampla vantagem sobre o segundo colocado. Ao contrário do esperado, os pneus macios de Leclerc duraram bem mais do que o esperado, praticamente indicando a todo o grid que, mesmo usando pneus médios e macios, a estratégia de uma parada era a melhor a ser feita em Austin. Se fosse feito de 'material' de campeão mundial, Lando Norris não perderia muito tempo atrás de um Leclerc que segurava o ritmo para manter seus pneus macios numa boa condição, algo que o piloto da Ferrari fez de forma magnífica. Porém, Norris demonstrou mais uma vez que o apelido 'Dando Mollis' lhe cai como uma luva em pequenos detalhes que lhe deixaram bem longe da vitória. Quando o Safety-Car virtual apareceu após a privação de sentidos de Carlos Sainz, Lando Norris já pressionava Leclerc e estava a menos de 1s do monegasco. Contudo, quando SCV acabou, Norris deixou Leclerc escapar e chegou a ficar 2,5s atrás da Ferrari, tendo que remar tudo de novo até encostar. Lando fazia exatamente as mesmas manobras, facilmente defendidas por Leclerc e somente quando os pneus Pirelli de Charles já estavam com desgaste aparente, foi que Norris efetuou a ultrapassagem. Exatamente na volta 21, com Max Verstappen 11s na frente. Se fosse o contrário, Max demoraria tanto a ultrapassar? Duvido. Todo esse tempo perdido atrás de Leclerc impossibilitou Norris ter uma disputa mais direta com Verstappen.
Porém, a briga pelo segundo posto não havia terminado. Sendo um dos poucos a largarem com pneus macios, logicamente Leclerc foi um dos primeiros a fazer seu pit-stop, colocando pneus médios e com pouco mais da metade da corrida já tendo sido percorrida, Charles só pararia uma vez e com um ritmo mais rápido, conseguiu o undercut em Lando Norris, que calçou pneus macios no último stint. Novamente Lando remou, hesitou, fez as mesmas manobras que Leclerc deveria estar até rindo debaixo do capacete, reclamou do desgaste de pneus, mas quando os pneus médios de Charles, com quase trinta voltas de idade, começaram a 'gritar', Lando pôde voltar a ultrapassar e reassumir a segunda posição, dessa vez, sem direito a troco. No entanto, a cara da turma da McLaren no pit-wall era quase de velório num final de semana bastante abaixo dos carros papaias. Se Norris ainda subiu ao pódio, Oscar Piastri fez uma corrida sorumbática, onde ficou numa opaca quinta posição que conquistou na primeira volta e por lá ficou a prova inteira, só se aproximando de Hamilton na volta final, quando mais nada poderia ser feito. Um golpe e tanto para o australiano, que dava a pinta que levaria o campeonato em banho-Maria na metade do ano e de repente vê a apenas quatorze pontos de Lando Norris. E perigosíssimos quarenta pontos na frente de um motivado e ascendente como um foguete Max Verstappen. Piastri sentiu os golpes sofrido pelo abandono em Baku, a pataquada da McLaren em Monza e o acidente em Austin na Sprint, quando muitos apontaram o dedo para o australiano. Sem experiência em lutar pelo Mundial de F1, Piastri parece acuado nesse terço final de campeonato, o mesmo acontecendo com a McLaren, que de carro dominante que lhe entregou o Mundial de Construtores com ampla antecedência, agora vê uma Red Bull fortíssima, capitaneada por Laurent Meckies, mais preocupado com os aspectos técnicos e não em estar em evidência, como era o caso de Horner. A situação do campeonato que parecia definida dentro da McLaren começa a se complicar e os pontos perdidos pelos famigerados 'Payaya Rules' podem custar bastante carro num futuro próximo. Andrea Stella e Zak Brown começam a acreditar que a história de igualdade a todo custo entre seus dois pilotos não funciona mais e que em algum momento, e isso deverá ocorrer em breve, deverão apostar suas fichas em Piastri ou Norris. Ambos com seus defeitos e com chances reais de derreterem ao ver um Max Verstappen cada vez mais assustador no retrovisor.
A Ferrari terminou a sexta-feira de forma pessimista, após mal conseguir passar ao SQ3 e ficar entre os dez no grid da corrida Sprint. Um pouco como aconteceu com a Mercedes na quinzena anterior em Singapura, a Ferrari encontrou desempenho onde nem os próprios italianos sabem, significando surpresas como o belo primeiro sprint de Leclerc com pneus macios. O monegasco conseguiu mais um pódio em 2025, ao contrário de Hamilton, que segue em seu jejum particular. Com pneus médios Lewis até acompanhou de perto a luta entre Lando e Charles, mas quando colocou os macios Hamilton simplesmente foi para trás, terminando bem longe do seu companheiro de equipe, tendo que se defender de Piastri na última volta. Após sua bela vitória em Marina Bay, Russell fez uma corrida apagada em Austin, terminando na mesma sexta posição que apontou a primeira curva. Já Antonelli foi vítima de um acidente onde Sainz imitou a presepada de Stroll no sábado e mergulhou por dentro como se estivesse correndo sozinho em Austin, mas acabou por atingir Kimi em cheio. Menos mal que o jovem italiano ainda continuasse correndo, ao contrário do espanhol que encostou seu Williams e se tornou o único abandono do dia. Antonelli teve sua corrida totalmente prejudicada pelo erro de Sainz, zerando mais uma vez, mas não por sua culpa. Tsunoda fez uma corrida limpa e mesmo dando uma fechada criminosa em Bearman, garantiu mais alguns pontinhos para a Red Bull com a sua sétima posição, embolando de vez a luta pelo vice-campeonato Mundial de Construtores, mesmo que nipônico tenha tomada 52s do seu companheiro de equipe. O crescimento da Red Bull nas mãos de Verstappen e a boa corrida da Ferrari deixou as duas equipes, mais a Mercedes, separadas por apenas dez pontos. O trunfo da Red Bull é a constância de um Max Verstappen que irá com tudo rumo ao pentacampeonato, enquanto Ferrari e Mercedes ainda oscilam demais.
Oliver Bearman vinha fazendo uma bela corrida e atacava Tsunoda quando viu o piloto da Red Bull mudar de trajetória durante a freada e para não bater, Bearman rodou, mas isso não maculou sua corrida, marcando bons pontos para a Haas no final de semana caseiro da equipe. Após toda a polêmica no sábado, ao se envolver no toque que tirou a McLaren da Sprint Race, Nico Hulkenberg fez uma prova correta nesse domingo, terminando em oitavo após superar Bearman nas últimas voltas e marcando pontos pela primeira vez após o inesquecível pódio em Silverstone. Alonso seguiu Hulkenberg, se cuidando na largada e fazendo uma boa corrida para fechar a zona de pontos, segurando nas últimas voltas Lawson e Stroll. Ocon não repetiu o bom desempenho do seu companheiro de equipe Bearman e esteve longe de brilhar, enquanto Bortoleto sofreu em se adaptar ao difícil circuito de Austin e somado a mais uma estratégia duvidosa da Sauber, o brasileiro terminou em penúltimo, ultrapassando Gasly na última volta. Mostrando um leve crescimento, Colapinto superou seu companheiro de equipe nas voltas finais, mesmo a Alpine tendo pedido para que o portenho mantivesse as posições. Franco ignorou as ordens, com Bortoleto lhe acossando, quase tocando rodas com Gasly no último lance da corrida.
Max Verstappen coloca cada vez mais pressão na McLaren, que parece perdida com o neerlandês em clara fase de crescimento e gigante no retrovisor do seus frágeis pilotos. Norris demonstra a cada corrida que não tem estofo de campeão, enquanto Piastri murchou como uma rosa no verão quixadaense. Com quatro títulos mundiais e um sólido cartel, Max Verstappen vai para as cinco corridas finais (mais duas Sprints) da temporada 2025 da Formula 1 com pinta de que irá atropelar os débeis Norris e Piastri.
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