domingo, 13 de março de 2016

Verdade na pista

Ano passado, a Penske dominou em praticamente em todas as pistas do calendário da Indy, mas muitas vezes essa dominância ia pelo ralo devido à bandeiras amarelas marotas, principalmente na última etapa em Sonoma, quando uma amarela polêmica e sem sentido praticamente tirou o título de Montoya. Hoje em St. Petersburg, a Penske dominou na classificação e só não ficou com o pódio completo na corrida, por que Helio Castroneves não resistiu a pressão de Ryan Hunter-Reay, com pneus mais macios, e foi ultrapassado nas últimas voltas, caindo para quarto. Pois lá na frente, Montoya dominou as voltas finais e escoltado por Simon Pagenaud, completou uma dobradinha da Penske.

Contudo, o dia não começou muito bem para a equipe do Capitão. Mesmo fazendo uma volta espetacular que lhe garantiu a pole no sábado, Will Power mal comemorou, pois se sentia mal. Aparentemente mal do estômago, o australiano também havia sofrido uma concussão, após um acidente nos treinos livres de sexta-feira. Power não ficou apto para a corrida do domingo, sendo substituído por Oriol Servia. No entanto, a Penske continuava o seu domínio na Flórida, pois atrás de Power, vinha os outros três pilotos da agora equipe prateada, com Pagenaud na frente de Castroneves e Montoya. O colombiano mostrou serviço logo de cara ao assumir a segunda posição, mas pouco atacava o companheiro de equipe. Quando uma bandeira amarela foi provocada por Marco Andretti, a corrida começou a mudar de cara.

Conor Daly e um apagadíssimo Tony Kanaan não pararam nos pits em bandeira amarela e eram primeiro e segundo, com Pagenaud e Montoya na sequencia. Na relargada, um acidente envolvendo vários carros prejudicou vários pilotos, incluindo o sexto colocado Graham Rahal e Oriol Servia, no quarto carro da Penske. Mais importante para a corrida, Montoya ultrapassou Pagenaud na relargada e como os dois carros da frente iriam parar, era questão de tempo para o colombiano assumir a ponta. Quando a sequencia de amarelas terminou, Montoya liderou praticamente toda a metade final da corrida, escoltado por Pagenaud, que pouco pôde fazer para atacar o companheiro de equipe. Castroneves estava numa estratégia diferente de pneus, sempre tendo o inverso dos pneus dos adversários. Quando esteve com pneus duros, os outros estavam com os moles. Quando aconteceu o inverso, Castroneves ultrapassou de forma agressiva Hunter-Reay e parecia fazer uma trinca da Penske, mas na última parada ocorreu a troca de pneus e enquanto via seus companheiros de equipe ir embora, Helio também enxergava cada vez maior em seu retrovisor Hunter-Reay. Nas voltas finais, quando os líderes encontraram um grupo de retardatários, Hunter-Reay deu o troco em Castroneves no mesmo local onde foi ultrapassado anteriormente, garantindo o último lugar no pódio, além de ser o melhor colocado da Honda.

A Ganassi decepcionou na primeira corrida de 2016 com um problema estranho e que praticamente só atacou seus carros. Sujeira entrava nos radiadores dos carros de Dixon, Kanaan e Kimball, fazendo com que fazer as paradas dos pilotos da equipe Ganassi fossem superior aos 20s. Se Dixon estava na mesma balada de Castroneves e Hunter-Reay, o neozelandês chegou a cair para as últimas posições, mas numa prova de recuperação, Dixon ainda salvou uma sétima posição. Kanaan, com problemas de freios, foi nono, mas um fato chamou a atenção, na diferença entre os pilotos da Ganassi. Dixon ultrapassou Kanaan e os dois encontraram o lento Alexander Rossi pela frente. Enquanto Dixon passou de passagem o novato americano, Kanaan levou vários voltas para deixar Rossi, demonstrando que, além dos freios, o problema de Tony também está na sua fase atual, que o fez largar apenas em 19º, o último dos pilotos Ganassi.  Marco Andretti causou duas bandeiras amarelas e quase bateu num carro de serviço no dia do seu aniversário. Com certeza não era esse o presente de aniversário que Marco queria, mas fica cada vez mais evidente que o lugar do americano na equipe do pai é justamente o grau de parentesco com o dono da equipe...

Foi uma corrida sem muitas bandeiras amarelas e por isso, não foi uma prova aleatórias, onde estar no lugar certa e na hora certa, era mais importante do que ser o piloto mais rápido para se conseguir uma boa posição na corrida. Foi uma bela vitória de Juan Pablo Montoya, que está com sangue nos olhos para conseguir o segundo título na Indy, depois de perder o campeonato do ano passado por tão pouco. Se houver mais corridas como a de hoje, será difícil segurar o quarteto da equipe Penske em 2016. 

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