sexta-feira, 11 de março de 2016

Mais dos mesmos

A F-Indy começa sua temporada 2016 nesse final de semana em St. Petersburg, que não é na Rússia, mas na Flórida. Assim como a apertada pista de rua se faz sempre presente na Indy há mais de dez anos, normalmente abrindo a temporada, alguns pilotos estão na categoria desde a estreia da pista citadina na Indy e seguirão como favoritos ao título. Gente como Kanaan, Castroneves e Montoya, que já passaram dos 40 anos e seguem firmes como pilotos de ponta na Indy.

Como vem acontecendo nos últimos anos, a Indy deverá ver uma briga acirrada entre Penske e Ganassi, equipes que dominaram as últimas temporadas, com uma ou outra estocada da equipe Andretti, terceira força da Indy. A Penske permaneceu com seu forte quarteto do ano passado, com destaque para Montoya tentando conquistar o título que lhe escapou por tão pouco em 2015. O colombiano liderou o campeonato até a corrida final, quando uma bandeira amarela marota ter mudado tudo em Sonoma e deixou Montoya nas últimas posições, dando a chance para Scott Dixon vencer pela quarta vez o campeonato e deixando Juan Pablo furioso. Mesmo ligeiramente fora de forma, Montoya tentará reconquista o título que venceu em 1999, ainda no século 20, quando a Internet era coisa de rico e Redes Sociais era mera ficção científica. Ao seu lado, Power tentará voltar o bom ritmo de 2014, quando finalmente foi campeão, enquanto Pagenaud tentará apagar a má impressão do ano passado, quando o francês mostrou bom ritmo de classificação e nem tanto em ritmo de corrida. Helio Castroneves, para mim um dos pilotos mais abençoados da história do automobilismo mundial, vai para a sua 17º (!) temporada na Penske perseguindo o seu primeiro título... na carreira! E se vier, será muito importante, pois o capitão Roger Penske comemora esse ano bodas de ouro como chefe de equipe. Cinquenta anos de tradição e lendas correndo por seus carros.

Porém, Chip Ganassi fará de tudo para impedir a festa da Penske. Ganassi pintou o carro de Dixon, atual campeão, no mesmo lay-out do final dos anos 1990, deixando o carro ainda mais bonito e o neozelandês poderá usar as boas energias para tentar um incrível quinto título na Indy. Mais incrível ainda, é que Dixon passa desapercebido em Nova Iorque, Chicago, Miami ou qualquer grande cidade americana e até mesmo neozelandesa, tamanho é a falta de carisma dele. Porém, não falta talento, inteligência e discrição para Scott Dixon, quietinho, quietinho, um dos grandes da história da Indy. Tony Kanaan lutará para impedir a sensação de todos que o melhor momento do baiano já passou e que sua aposentadoria, mesmo com Tony resistindo, está bem mais próximo do que o próprio piloto brasileiro pensa. Nesse ano a Ganassi terá um quarto carro para Max Chilton, que se caracterizou na F1 pelo lema 'devagar e sempre', aliado a uma boa soma de dinheiro. Motivo igual a Ganassi fez com que o inodoro Charlie Kimball ficasse mais uma temporada na equipe.

A Andretti, principal equipe da Honda, terá mais uma vez Ryan Hunter-Reay como principal piloto, enquanto Marco Andretti segue na equipe do papai e somente esse parentesco faz do americano estar numa equipe de ponta por tantos anos. O jovem Carlos Muñoz tentará um ano bem melhor do que 2015, quando despontou como uma boa promessa, mas acabou decepcionando. Após anos militando na Europa, tentando um lugar na F1, Alexander Rossi finalmente virou seus olhos para o seu país e conseguiu um lugar na equipe Andretti e com o seu talento, Rossi poderá surpreender, além do mais, o americano ainda fisgou uma vaguinha como piloto reserva da Manor na F1, mas como isso não significa muita coisa hoje em dia, Rossi deverá se concentrar em seu debute na Indy. Falando em promessa, Josef Newgarden tentará mostrar que tem lugar numa equipe de ponta no futuro, após um ano de 2015 excelente, onde o americano só não fez mais, devido à ruindade de sua equipe. O mesmo vale para o veterano Sebastien Bourdais, que dominou a Champ Car em seus últimos anos e mesmo mostrando muito serviço em equipes médias nos últimos anos, ainda não chamou a atenção de uma equipe de ponta. Hinchcliffe retorna do seu terrível acidente em Indianápolis, enquanto Graham Rahal tentará domar a sua velocidade selvagem, que no ano passado lhe garantiu vitórias polêmicas, mas deixou o jovem americano ainda vivo na luta pelo título até a última corrida. Quando Rahal equilibrar sua velocidade estonteante com a cabeça que o seu pai Bobby tinha, Graham será um piloto a ser observado no futuro. Isso, se Bobby Rahal for capaz de lhe dar um bom carro.

Fazendo vinte anos da polêmica primeira corrida da IRL, em Orlando, a Indy sente os efeitos da catastrófica separação com a então forte CART. Praticamente não há renovação entre os pilotos, principalmente os americanos, que hoje preferem correr na Nascar. Newgarden e Rahal são exceções, com Rossi só surgindo agora na Indy, pela falta de oportunidades na F1. Enquanto isso, as estrelas da Indy vão envelhecendo e faltarão talento e carisma para substitui-los. Mas enquanto esses tempos não vêem, vamos pensar quem será campeão em 2016, provenientes de Penske e Ganassi.

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