domingo, 26 de maio de 2019

Uh lá lá

No final de abril, falava-se abertamente que a Penske poderia cortar um carro para 2020 e que esse piloto seria Simon Pagenaud. Campeão em 2016, o francês vinha fazendo temporadas inconsistentes desde o título e o começo da temporada 2019 não tinha sido nada bom para Pagenaud, enquanto Newgarden e Power, os outros pilotos da Penske, brigavam pelas primeiras posições. Então veio Indianápolis.

O famoso mês de maio em Indianápolis, de uns anos para cá, começa com uma corrida no circuito misto e numa prova com clima instável, Pagenaud deu o bote em cima de Dixon nas últimas voltas para vencer. Porém, o oval é bem diferente e Pagenaud nunca foi um especialista em ovais. Se tinha algo a favor de Simon era estar correndo na Penske, especialista no circuito oval de Indiana. Num Fast-9 incrível, Pagenaud ficou com a pole, mas numa corrida com 800 km de distância, o lugar no grid não faz tanta diferença assim. Contrariando tudo o que foi escrito acima, Pagenaud largou na ponta em Indianápolis, liderou a maior parte da prova e num duelo sensacional nas últimas voltas com o já vencedor da prova Alexander Rossi, Pagenaud parecia um especialista em ovais para vencer pela primeira as 500 Milhas de Indianápolis, se tornando o primeiro francês a ganhar a glamorosa prova desde 1914.

A corrida de hoje não foi das mais emocionantes nos três primeiros quartos. A Penske dominava a corrida junto com Ed Carpenter, demonstrando uma superioridade dos motores Chevrolet, mas logo na primeira parada os pilotos com motores Honda mostraram um consumo de combustível bem melhor. Como normalmente acontece, as primeiras 150 voltas da prova são de estudos e de posicionamento, além de mostrar quem é quem para o fim da corrida. Quarto piloto da Penske em Indianápolis, Helio Castroneves teve sua pior edição na carreira, onde nunca esteve sequer perto dos seus companheiros de equipe que lideraram a corrida, além de se envolver num incidente dentro dos pits que pode se considerar uma barbeiragem. Justamente punido, Helio perdeu duas voltas e não se tornou mais um fator na corrida. Já está na hora de Roger Penske dar o famoso carro amarelo da Pennzoil para um piloto que tenha reais chances de vitória, além de Castroneves perceber que seu tempo na Indy já passou. E faz tempo! Tony Kanaan levou seu carro da Foyt nas costas para um ótimo nono lugar.

Houve um momento perigoso no acidente dentro dos boxes com Jordan King que atropelou um mecânico e este teve a perna quebrada. Will Power errou dentro dos pits, mas conseguiu se recuperar e terminou a prova em quinto. O mesmo não aconteceu com Marcus Ericsson, que rodou na entrada dos pits e perdeu duas voltas. Kyle Kaiser tirou Fernando Alonso da corrida, mas acabou no muro. A corrida teve apenas três bandeiras amarelas até Sebastien Bourdais e Graham Rahal se enroscarem na curva 3 e provocar um pequeno Big-One, ocasionando uma bandeira vermelha quando faltavam 19 voltas. Uma bandeira vermelha desnecessária, pois havia tempo de sobra para limpar a pista. À essa altura, Alexander Rossi já havia entrado na briga pela vitória. O americano da Andretti foi acertando seu carro durante a prova e quando já estava na pelotão da frente, teve um problema no seu pit-stop. Contudo, o ritmo de Rossi era tão bom que logo ele voltou ao pelotão da frente. Na relargada, Pagenaud liderava, seguido por Rossi, Carpenter, Newgarden e Sato. O japonês fazia uma corrida até discreta, mas apareceu muito forte no fim. Sato subiu para terceiro e deu pinta que brigaria pela vitória, o que animaria o final da prova pela conhecida agressividade de Takuma, mas o piloto da Rahal ficou mesmo em terceiro.

A briga pela vitória ficou mesmo entre Pagenaud e Rossi. O piloto da Penske sempre que podia colocava seu carro por dentro no começo das retas, deixando pouco espaço para Rossi, mas isso não impediu que Alexander completasse algumas ultrapassagens por fora. Quando Rossi imitava a tática de Pagenaud, era o francês que conseguia uma ultrapassagem matadora por fora. Pagenaud recebeu a bandeira branca em primeiro e precisou ziguezaguear na reta oposta para não dar o vácuo para Rossi e garantir uma vitória importantíssima para ele. De quase desempregado, Simon Pagenaud venceu as duas corridas em Indianápolis, escreveu seu nome na história do automobilismo francês e até mesmo entra na briga pelo título este ano. Quem poderá pensar em dispensar Pagenaud?

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