domingo, 7 de novembro de 2021

Títulos secundários


 Na grande maioria dos campeonatos de esporte a motor, o título mais importante sempre é o de pilotos, porém, há muitas vezes outros campeonatos em disputa e no belíssimo circuito de Portimão um segundo título foi conquistado na MotoGP após a confirmação de Fabio Quartararo como o grande campeão de 2021. A Ducati mostrou a sua força em Portugal com dois pilotos no pódio e Pecco Bagnaia liderando de ponta a ponta rumo a mais uma vitória na temporada. Com esses resultados, a Ducati sagrou-se campeã de construtores com a Yamaha, que foi levada nas costas por Quartararo, tendo que se conformar com a segunda posição.

A corrida em Portimão não foi das mais animadas, levando-se em conta o alto nível de competitividade da MotoGP. Bagnaia marcou uma bela pole no sábado e mesmo não sendo o mais rápido na largada, rapidamente reassumiu a ponta para não mais larga-la numa corrida sem erros do italiano, que nesse embalo já vai se tornando um dos sérios candidatos ao título de 2022. O campeão do ano passado Joan Mir deu o ar de sua graça nesse final de semana após várias corridas apagadas. O espanhol da Suzuki conseguiu um lugar na primeira fila e na largada superou a segunda Ducati oficial de Jack Miller e ficou num confortável segundo lugar, não ameaçando Bagnaia, sequer sendo ameaçado. Se houve uma disputa de fato foi pela terceira posição, com um personagem inesperado. Alex Márquez saiu da mediocridade habitual e numa corrida onde seu irmão mais velho não correu por um acidente mal explicado nos treinos, o mais novo dos irmãos Márquez fez uma bela corrida, trocando de posições com Miller na segunda metade da corrida e quando a bandeira vermelha apareceu, o espanhol parecia mais rápido do que Miller.

O incidente que trouxe o pano encarnado e encerrou a prova ocorreu na antepenúltima volta num acidente entre o piloto da casa Miguel Oliveira e o desastrado Iker Lekuona, com o espanhol atropelando o português num fogo amigo da KTM. A marca austríaca não teve um ano para celebrar muito na MotoGP, mas tem muito o que comemorar nas classes menores. Na Moto2 a dupla da Red Bull KTM dominou inteiramente o campeonato e com a vitória de hoje, Remy Gardner só perderá o título se algo muito extraordinário acontecer em Valencia semana que vem. Na Moto3 a sensação Pedro Acosta teve mais trabalho do que o esperado, após um começo de ano explosivo, viu a ascensão de Denis Foggia nas últimas corridas e foi com ele que o espanhol da KTM batalhou até o fim na prova de hoje. Porém, Foggia foi atingido por Daryl Binder na abertura da última volta numa verdadeira diarreia mental do australiano, que acabaria desclassificado justamente pela asneira, enquanto Acosta, de apenas 17 anos, se encaminhou para a vitória e o título, se igualando à Loris Capirossi como estreante campeão na classe menor do Mundial de Motovelocidade. Já garantido na equipe oficial da KTM na Moto2, Acosta parece ser outro gênio em desenvolvimento vindo da Espanha. Já Dary Binder ascenderá de forma inexplicável à MotoGP em 2022...

O campeão Quartararo teve uma corrida opaca hoje, parecendo não querer se arriscar na disputa que teve com os pilotos da Pramac Ducati pela quinta posição. Um erro derrubou o francês no seu primeiro abandono do ano, mas como o próprio Quartararo já pediu, a Yamaha precisa de mais velocidade de ponta se quiser enfrentar a potência da Ducati, que hoje se garantiu como campeão de construtores e segue embalada para o próximo ano. 

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