quinta-feira, 25 de outubro de 2007

História: 40 anos do primeiro (e único) título de Denny Hulme

A F1 chegava à sua última corrida de 1967 no México com uma situação curiosa: o piloto número 2 da equipe Brabham, Denny Hulme, liderava o campeonato com cinco pontos de vantagem sobre o piloto número 1 e dono da equipe, Jack Brabham, sendo que o bicampeão tinha que descartar dois pontos por um quinto lugar conquistado em Watkins Glen. Tudo o que Hulme precisava fazer era se manter próximo ao seu chefe e não cometer erros durante a corrida mexicana.

Com a vitória conquistada três semanas antes nos Estados Unidos, Jim Clark poderia se igualar ao grande Juan Manuel Fangio como o piloto com o maior número de vitórias na F1, com 24 trinfos. O Lotus-Ford começava a ficar cada vez mais confiável durante as corridas e isso era importante para assegurar que todo o esforço de Clark no sábado, que conseguira sua trigésima segunda pole na carreira na Cidade do México com muita folga, fosse recompensada no domingo. Chris Amon completou a primeira fila e desde a morte de Lorenzo Bandini em Monte Carlo, o neozelandês teria um companheiro de equipe na equipe italiana, no caso o inglês Jonathan Williams. As duas Brabham dividiam a terceira fila com Brabham à frente de Hulme, mas o neozelandês estava mais do que satisfeito com o seu resultado no sábado. Tudo que ele queria era ficar próximo ao seu patrão no domingo e levar o caneco.

Grid:
1) Clark(Lotus) - 1:47.56
2) Amon(Ferrari) - 1:48.04
3) Gurney(Eagle) - 1:48.10
4) Hill(Lotus) - 1:48.74
5) Brabham(Brabham) - 1:49.08
6) Hulme(Brabham) - 1:49.46
7) Surtees(Honda) - 1:49.80
8) McLaren(McLaren) - 1:50.06
9) Solana(Lotus) - 1:51.52
10) Siffert(Cooper) - 1:51.89

A largada para decisiva corrida de 1967 foi confusa. Saindo da segunda fila, o americano Dan Gurney larga muito bem, mas fica sem espaço e acaba atingindo a traseira da Lotus do pole Jim Clark. Apesar do incidente, nenhum dos dois abandonam e quem se aproveita é Graham Hill, que pula de quarto para primeiro, seguido pela Chris Amon. Clark tem seu escapamento danificado, mas permanece na corrida em terceiro, enquanto Gurney caí para o último posto. Clark não parece muito incomodado com a pancada recebida de Gurney e parte para cima dos dois primeiros colocados, ultrapassando Amon no decorrer da primeira volta e seu companheiro de equipe Graham Hill na passagem seguinte.

Clark dispara na liderança com Hill, com problemas de embreagem, em segundo. Graças ao acidente na largada, Gurney abandona na quarta volta com o radiador quebrado. E a briga pelo campeonato? Brabham fez uma largada convencional e permaneceu na mesma quarta posição que largou, enquanto Hulme perdeu várias posições e completou a primeira volta apenas em oitavo. Contudo, isso ainda não era o suficiente para dar o título para Brabham, que precisava de, no mínimo, um segundo lugar no caso de Hulme não marcar pontos. Mas isso não parecia o caso. Ainda na segunda volta Hulme ultrapassou seu futuro patrão Bruce McLaren e na quinta volta deixou para trás a Honda de John Surtees. O terceiro carro da Lotus, do mexicano Moises Solana, teve a suspensão quebrada na volta 12 quando ocupava a quinta colocação e era pressionado por Hulme. Pronto. Agora Hulme estava extamente uma posição atrás do seu companheiro de equipe e tudo que o neozelandês poderia fazer era esperar a bandeirada, não se arriscar e, principalmente, não errar.

Na volta 18 a pouca confiabilidade da Lotus se manifestou com os problemas no semi-eixo do carro de Hill. Com isso, Brabham subia para terceiro trazendo a reboque Hulme. Clark conduzia a corrida com sua natural forma de liderar Grandes Prêmios e estava muito à frente da Ferrari de Chris Amon, mas ao mesmo tempo o escocês cruzava os dedos para que sua Lotus não tivesse o mesmo destino dos demais carros da equipe naquele domingo ensolarado. A corrida transcorreu sem maiores problemas até que o conhecido azar de Amon aparecesse faltando três voltas para o fim. O neozelandês vinha num tranqüilo segundo lugar quando o motor de sua Ferrari começou a ter problemas e ele foi ultrapassado por Brabham, Hulme e Surtees na penúltima volta. Na volta derradeira do campeonato, Amon ficou pelo caminho e perdeu o quinto lugar que era seu.

Com esses resultados, Clark se igualava a Juan Manuel Fangio com 24 vitórias na F1 e Denny Hulme se tornava o primeiro piloto kiwi a ser Campeão Mundial de F1. Hulme não foi piloto que conseguiu mais vitórias no ano (o terceiro colocado Jim Clark, com quarto conquistas, ficou com essa primazia), mas foi o mais regular e teve a coragem de enfrentar o primeiro piloto e dono de equipe Jack Brabham para venceu seu primeiro título na F1. E logo em sua segunda temporada completa! De forma nada surpreendente, Hulme saiu da equipe Brabham e foi para a nova escuderia do seu amigo e compatriota Bruce McLaren, donde se aposentaria sete anos mais tarde e não conquistaria mais nenhum título mundial. Recentemente (basta procurar no blog), os quinze anos da morte de Denny Hulme foi lembrada, o único piloto vindo da Nova Zelândia que foi campeão da F1.

Chegada:
1) Clark
2) Brabham
3) Hulme
4) Surtees
5) Spence
6) Rodriguez

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