domingo, 14 de outubro de 2007

Parece que foi ontem...

Passados cinco anos da última corrida da temporada 2002, parece que se passou uma eternidade desde que Michael Schumacher garantiu a vitória no Grande Prêmio do Japão, última etapa daquela temporada. Muitos pilotos não correm mais, outros ainda brilham e alguns já estão de saída. Olhando o grid para a corrida em Suzuka, vamos analisar o que cada um dos protagonistas da F1 na época fizeram e que estão fazendo agora:

Michael Schumacher: Após igualar o recorde de cinco títulos mundiais de Juan Manuel Fangio, todos diziam que Schummy iria se aposentar no final de 2002, porém o alemão ainda conquistou dois títulos mundias de lambuja, mas cada um de forma diferente. Em 2003 o alemão teve que suar a camisa com um carro inferior e derrotar Raikkonen e Montoya. Já em 2004 Schumacher conquistou seu último título com uma facilidade similar ao campeonato de 2002. A Ferrari errou a mão em 2005 e com a chegada do furacão Fernando Alonso, Schumacher decidiu pendurar o capacete no final do ano passado. Hoje Micheal curte a família, viaja pelo mundo e de vez em quando faz umas visitas a Ferrari para ajudar seu pupilo Felipe Massa. E azarar Raikkonen!

Rubens Barrichello: 2002 foi um ano marcante para Rubinho. Barrichello conquistou seu primeiro vice campeonato, conquistou o maior número de vitórias num único ano (quatro) e andou próximo de Michael Schumacher em várias oportunidades. Porém, ficou claro para Rubinho e para o mundo que seu lugar era mesmo de segundo piloto de Schumacher na famosa chegada do Grande Prêmio da Áustria de 2002. O pior não foi nem ceder a posição para o alemão, mas a forma como a vitória foi cedida, na bandeirada. O relacionamento entre Rubinho e a Ferrari nunca mais foi o mesmo e nem outro vice campeonato em 2004 ajudou e quando a Ferrari se afundou em 2005, Barrichello se aproveitou para se transferir para a Honda na tentativa de ser o primeiro piloto numa equipe grande, mas a equipe nipônica nunca deu chances reais de vitória a Barrichello e 2007 vem sendo o pior ano da carreira de Barrichello na F1. Dificilmente Rubinho continuará após 2008.

David Coulthard: Após seu melhor campeonato na F1 em 2001, Coulthard começou seu longo declínio ainda em 2002. Mesmo sendo um dos poucos a conseguirem derrotar a Ferrari em 2002 (em Monte Carlo), Coulthard foi sendo ofuscado por Raikkonen até abandonar a McLaren em 2005 após dez anos na equipe. Hoje Coulthard corre na equipe Red Bull, onde ora faz corridas surpreendentes, ora faz apresentações medíocres. Nada de muito diferente do que fez ao longo de sua longa carreira e como piloto mais velho da F1 atual, seu tempo na categoria está se esgotando. Porém, David nunca deixou de exalar simpatia por onde passa e sua experiência ainda é bastante apreciada.

Kimi Raikkonen: A estréia de Kimi Raikkonen numa equipe grande foi boa, mas a superioridade da Ferrari não deixou isso muito claro. Kimi conquistou seus primeiros pódios na categoria ao longo do ano e quase venceu sua primeira corrida na França, dando o triunfo de bandeja para Schumacher definir o penta em Magny-Cours. Essa primeira vitória viria em 2003, ano em que Raikkonen se consolidou como piloto de ponta na F1. Seu jeito calado lhe rendeu o apelido de Homem de Gelo. E suas quebras constantes lhe valeram também o apelido de Rei do Azar. Raikkonen saiu da McLaren no final de 2006 rumo à Ferrari e hoje disputa o título mundial de 2007 com Alonso e Hamilton. É o mais experiente dos dois.

Ralf Schumacher: Ralf ainda conquistou uma vitória em 2002, mas sua irregularidade não o deixou brigar nem pela vice liderança. O melhor ano do irmão mais novo da família Schumacher seria em 2003, quando conquistou três vitórias, mas um acidente em Monza acabou com suas chances. Sempre às turras com Juan Pablo Montoya, Ralf deixou a Williams no final de 2004 rumo à Toyota na tentativa de melhorar a equipe, mas suas péssimas atuações nos últimos tempos, principalmente nesse ano, poderá causar sua aposentadoria, já que anunciou que não correrá mais pela Toyota. E nenhum equipe o quer!

Juan Pablo Montoya: Ah, Juan Pablo... Campeão por onde passou, Montoya tinha tudo para ser campeão na F1, mas seu ego e arrogância botou tudo a perder. O colombiano conquistou várias poles em 2002, mas nenhuma vitória. Em 2003 brigou pelo título e mesmo tendo o melhor carro, terminou em terceiro no campeonato. Brigado com a Williams, apenas enrolou em 2004 antes de partir para a McLaren, onde machucou o ombro no início de 2005 e não foi mais o mesmo. A briga com a balança e a falta de motivação afetou seu desempenho e Montoya foi demitido da McLaren no meio de 2006. Hoje o colombiano está se arrastando nas últimas posições da Nascar(barrigudo como nunca!), mas se diz feliz. Mas com a mulher que ele tem em casa, quem não seria feliz?

Nick Heidfeld: Nick esperou por anos uma chance numa equipe grande e foi ficando na Sauber, mas seu talento não era reconhecido dentro da F1. Quando estava para sair da F1 pela porta dos fundos na Jordan, Heidfeld foi salvo por um "teste" na Williams em 2005 e acabou conseguindo a vaga. Conquistando alguns pódio e sua primeira pole, Nick preferiu ficar com a BMW e abandonou a Williams ainda antes de 2005. Hoje, numa equipe forte e com dinheiro como a BMW-Sauber, Heidfeld vive sua melhor fase na carreira.

Felipe Massa: Quando 2002 acabou, o futuro de Felipe era sombrio. Porém, o que ninguém sabia era seu contrato com a Ferrari, assinado ainda em 2001. Demitido da Sauber, Massa passou um ano como piloto de testes da Ferrari e voltou para a equipe de Peter Sauber em 2004. Mesmo com duas temporadas apenas razoáveis, a coinscidência do anúncio da saída de Barrichello da Ferrari e a compra da Sauber pela BMW o colocou na equipe italiana a partir de 2006 com a benção de Jean Todt e Michael Schumacher. Mesmo com algumas vitórias e muita velocidade, Massa ainda erra bastante e está longe da briga pelo título desse ano. Mas seu companheiro de equipe Raikkonen está!

Giancarlo Fisichella: O italiano de Roma teve um ano razoável com a Jordan, mas a equipe amarela já estava mal das pernas. Nem mesmo sua primeira vitória em 2003 melhorou as coisas na Jordan e Fisico foi para a Sauber em 2004, onde se destacou e conseguiu um lugar na Renault para 2005. Correndo ao lado de Alonso, Fisichella foi uma grande desilusão e nem a saída do espanhol o ajudou muito dentro da equipe francesa. Faz uma temporada apagada e dificilmente correrá em 2008.

Takuma Sato: O japonês iniciou seu ano de estréia na F1 sofrendo com as dificuldades da Jordan e mesmo já sabendo que seria demitido, fez sua melhor corrida em Suzuka, marcando seus primeiros pontos e recendo tratamente de herói. Por causa da Honda, conseguiu um lugar como piloto de testes da BAR e tomou o lugar de Villeneuve a partir de 2004, onde conquistou seus melhores resultados, se tornando o melhor piloto japonês na história da F1. Após uma péssima temporada em 2005, Sato foi demitido da Honda, causando uma comoção no Japão, que clamava a volta do ídolo. Assim, uma equipe foi construída unicamente para que Sato continuasse na F1 e esse ano Taku conseguiu os melhores resultados da Super Aguri-Honda.

Jacques Villeneuve: O canadense fez uma mais temporada péssima em 2002 e em 2003 foi demitido da BAR, equipe que ajudou a fundar. Após um ano sabático, Villeneuve voltou em 2005 pela Sauber, mas nem de longe lembrava o piloto que chegou a vencer Schumacher na pista. Fora das pistas, Villeneuve falava mal de tudo (principalmente de Schumacher) e gravou um cd. Demitido da BMW no ano passado, Villeneuve tenta seguir os passos de Montoya e semana passada conseguiu um sexto lugar no grid na sua estréia na NASCAR. Villeneuve também correu pela Peugeot nas 24 Horas de Le Mans desse ano, terminando a prova em segundo.

Olivier Panis: O francês abandonaria a BAR e se transferiria para a Toyota a partir de 2003, mas sem conquistar grandes resultados. No final de 2004 o francês abandonou a F1 e deixou a França órfã de pilotos na categoria máxima do automobilismo mundial. Parado, Panis recentemente foi chamado para auxiliar a equipe francesa na A1GP.




Jarno Trulli: Trulli pode se considerar um sortudo. Mesmo sem fazer nada demais na F1, o italiano teima em permanecer na F1 em equipes grandes. Seu melhor momento foi em 2004 quando, ainda pela Renault, conquistou sua única vitória na carreira em Mônaco, mas logo depois brigou com Flavio Briatore e se transferiu para a Toyota, onde está até agora, tentando tirar alguma competitividade do carro japonês. E não está conseguindo...


Jenson Button: Demitido da Renault, Button se transferiu para a BAR e em 2004 fez sua melhor temporada na F1. Mesmo sem vitórias, Button foi pivô de uma disputa entre a BAR-Honda e Williams pela seu passe e o inglês acabou permanecendo na equipe, onde está até hoje. Após mudar de nome para Honda, Button conseguiu sua única vitória (com muita sorte) na Hungria, mas com a chegada de Lewis Hamilton nesse ano, deixou de ser o queridinho da mídia inglesa e ainda amarga o péssimo carro da Honda.

Eddie Irvine: Sem lugar na Jaguar, Irvine se viu sem equipe e após tentar um lugar na Jordan (e não conseguir), o irlandês resolveu se aposentar na F1 após quase dez anos. Empresário de sucesso e um dos homens mais ricos da Irlanda, Irvine teve seu nome envolvido como um dos possíveis compradores da Jordan em 2005 e recentemente namorou o monumento Pamela Anderson (tá bem ele, hein?), mas Eddie faz hoje o que sempre fez na vida : curte a vida da forma mais intensa possível.

Pedro de la Rosa: Após dois anos ruins na Jaguar, o espanhol foi demitido da equipe, mas de algum jeito conseguiu o emprego de piloto de testes da McLaren e deve estar agradando, pois permanece na função até hoje. Esse ano esteve envolvido no escandâlo de espionagem, ao trocar e-mails com Fernando Alonso sobre os acertos dos "carros vermelhos". Mesmo com 37 anos, De la Rosa deve correr em 2008 pela nova equipe Prodrive. Se ela existir!

Alex Yoong: Pior piloto que já tive a oportunidade de acompanhar na F1, Yoong foi demitido por justa causa da Minardi mesmo levando bastante dinheiro para a humilde equipe italiana. Para ver como ele era ruim! O malaio ficou zanzando por várias categorias como a CART e a Le Mans Series até se estabelecer como piloto da Malásia na A1GP. Como sempre, fazendo nada.


Mark Webber: O australiano chegou impressionando ao conquistar um quinto lugar na sua estréia em casa. E na Minardi! Mesmo sem conseguir muito destaque ao longo do ano, Webber conseguiu uma vaga na Jaguar, onde estabeleceu sua marca: seu grande desempenho nas Classificações. Webber acabou com a carreira de Antonio Pizzônia (trazendo para si grande antipatia do público brasileiro) e se transferiu para a Williams em 2005, mas o que parecia ser sua grande chance se transformou num pesadelo com a decadência da tradicional equipe. Mais maduro, Webber está hoje na Red Bull e vem mostrando mais consistência nas corridas. Pena que o australiano quer roubar o título de Rei do Azar de Raikkonen...

Mika Salo: Sempre falando que era melhor do que o outro Mika, Salo resolveu abandonar a F1 no final de 2002 e graças a sua boa relação com a Ferrari, foi contratado pela casa de Maranello para disputar corridas de GT pelo mundo, cuja função faz até hoje. Nesse ano, Salo corre ao lado do brasileiro Jaime Melo Jr. na American Le Mans Series e os dois lideram o campeonato.

Allan McNish: McNish entrou na F1 muito tarde, pois sua melhor fase tinha sido no início dos anos 90. O escocês foi por muitos anos piloto da Porsche nas 24 horas de Le Mans e foi contratado pela Toyota como piloto de testes no final dos anos 90. Sem ter ninguém melhor para colocar em seu cockpit, a Toyota promoveu a estréia de McNish em 2002 e como era de ser esperar, McNish não fez nada demais e acabou demitido no final do ano. Com grande experiência em corridas de longa distância, McNish foi contratado pela Audi e venceu várias corridas de Endurance pelo mundo. Hoje, McNish luta pelo título da American Le Mans Series com a Audi e seu motor diesel.

3 comentários:

  1. Blog, só por curiosidade:
    Pra vc qual foi o melhor carro de 2003? E pq?

    Abraços

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  2. Williams-BMW. Montoya e Ralf tinha um canhão nas mãos e venceram várias corridas naquele ano, mas ainda assim perderam o título para Michael Schumacher muito pela decisão da FIA de investigar os pneus da Michelin, que estariam aumentando de tamanho durante a corrida. Quem denunciou isso, inclusive, foi a própria Ferrari, que ganhou duas corridas com Schummt após essa denúncia.

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