domingo, 18 de novembro de 2018

Crazy race

Nas entrevistas pós-corrida nesse domingo em Valencia, os três pilotos que foram ao pódio usaram a expressão 'crazy race' de forma unânime. E Doviziozo, Rins e Espargaró tem toda a razão em chamar a última etapa da MotoGP de maluca. A chuva trouxe o tempero que fez da corrida valenciana uma das mais acidentadas dos últimos tempos, levando ao chão pilotos de todos os escalões do grid.

O fato de ter Pol Espargaró no pódio já diz muito da loucura que foi a corrida no circuito Ricardo Tormo. A esperada chuva veio com força justamente na corrida da MotoGP e com condições complicadas de pista, a habilidade dos pilotos veio à tona na mesma medida em que a sorte de pegar uma poça d'água ou não também apareceu. Nada menos que metade do grid caiu, mesmo que voltando logo depois. A largada viu Alex Rins da Suzuki liderar por um bom tempo num primeiro pelotão interessante, já que os cinco primeiros utilizavam cinco motos diferentes. Porém, as quedas não demoraram a acontecer, incluindo Pol Espargaró em sua KTM, que desde a sua volta na MotoGP no ano passado só conseguiu resultados medíocres e o espanhol brigava no pelotão dianteiro. Enquanto favoritos como Marc Márquez e Danilo Petrucci encontravam o chão, Rins era alcançado por Doviziozo e Valentino Rossi, após o italiano sair da 16º posição rumo ao pelotão da frente.

A chuva logo se transformou em um temporal e a bandeira vermelha apareceu, fazendo com que uma nova largada fosse dada. Rins, Doviziozo e Rossi rapidamente se destacaram na relargada, mas com o piloto da Ducati conseguindo uma boa vantagem sobre Rossi, mas o piloto da Yamaha caiu nas voltas finais. Se serve de consolo, Rossi conseguiu segurar a terceira posição no Mundial de Pilotos, já que Maverick Viñales, pole na corrida de hoje, foi um dos vários que caíram. Outro fator foi que a queda de Rossi permitiu a Pol Espargaró alcançar a terceira posição e dar à KTM seu primeiro pódio na MotoGP num dia magnífico para a marca austríaca. Mais cedo, o jovem turco Can Öcun estreou na Moto3 numa moto oficial da KTM com uma vitória, se tornando aos 15 anos o mais jovem a vencer uma corrida do Mundial. Logo depois, o português Miguel Oliveira encerrou a era dos motores 600cc da Honda com uma vitória pela equipe oficial da KTM, ao se aproveitar da queda de Alex Márquez, que sequer amarra as sapatilhas do seu irmão mais velho.

Como toda corrida de despedida, a bandeirada em Valencia foi cheia de significados. Doviziozo solidificou seu vice-campeonato e saiu de 2018 com o piloto da Ducati com o maior número de pilotos. Rins mostrou o grande crescimento da Suzuki, enquanto Espargaró era o mais festejado não apenas pelo resultado da KTM, como também não faz pouco tempo, ele sofreu um gravíssimo acidente que por muito pouco não o deixou paralítico. Nos boxes, todas as palmas para Daniel Pedrosa, que conseguiu finalizar em quinto sua longa carreira no Mundial de Motovelocidade. Pelo talento e o equipamento que sempre teve em mãos, Pedrosa saiu em dívida com a MotoGP, mas nem por isso deixou de ser uma lenda.

Nessa terça, a temporada 2019 se inicia com algumas equipes já recebendo seus novos pilotos, como é o caso da Honda com Jorge Lorenzo, a KTM com Johann Zarco e a Aprilia com Andrea Iannone. Mesmo com Marc Márquez estando em outro nível, não se pode negar que a MotoGP deixará muitas saudades em 2018. Que venha 2019! 

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