quinta-feira, 16 de maio de 2024

O que eu vou dizer lá em casa?

 


Hoje foi um dia estranho. Apesar de não ter morrido ninguém da família, parece que nossa infância ficou ainda mais distante. Sim, certas pessoas fazem parte de nossas vidas, mesmo sem conhece-las e esse foi o caso de Silvio Luiz. Meu pai sempre foi louco por futebol e muitas e muitas vezes o acompanhei na frente da TV vendo jogos quando criança, principalmente quando a TV Bandeirantes aportou em terras alencarinas, sem precisar de antena parabólica. Os jogos começavam cedo no meio da semana e dava para assistir sem problemas. Impreterivelmente narradas por Silvio Luiz e tendo comentários de Juarez Suárez. Era uma delícia. Eu achava Silvio muitíssimo engraçado, mas quem não gostava muito era minha mãe, incomodada com a voz rouca do narrador gritando bordões inesquecíveis. 'No pauuu!'. 'Pelo amor dos meus filhinhos!'. O que mais a irritava era o grito de gol, onde Silvio... não gritava gol! Era um 'éééééé' que parecia infinito. Meu pai ria demais e adorava assistir jogos com o Silvio. E os jogos do campeonato italiano? Junto com Silvio Lancelotti? Era tempos bons demais que parecem não mais voltar.

Nunca conheci Silvio Luiz, mas como não nos transportar para a infância lembrando dele? Por isso, que a morte dele foi aquelas pancadas que doem fundo. E o mesmo vale para Antero Greco e Washington Rodrigues. Desde 1995 tenho TV a cabo aqui em casa e acompanho o Antero em suas diversas participações nos programas da ESPN, onde está desde o começo. Antero sempre pareceu ser gente boníssima, daqueles que você conversa por horas a fio. Nos últimos anos ele fez uma parceria com Paulo Soares que nos fez sorrir com os 'Caraglios', 'Picamoles' e 'Rolão Preto' da vida. Com Washington Rodriguez não tive muito contato, me lembrando mais do momento em que ele treinou o Flamengo, mas sabendo de sua importância no rádio carioca.

Os três nos deixaram em questão de horas, nos deixando uma enorme sensação de vazio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário