Ainda longe dos áureos tempos onde dominou a F1 por quase uma década, a Mercedes voltou a triunfar quando parecia contra si. Ao contrário do normalmente clima ameno em Montreal, fez bastante calor no final de semana canadense, algo que a Mercedes já provou algumas vezes que isso é um problema. Por causa dos pneus e da característica do carro, o carro da Mercedes funciona melhor no asfalto frio. Para piorar a Mercedes não foi nada bem na rodada tripla na Europa, mas a dupla do time liderado por Toto Wolff fez uma ótima classificação em Montreal, com Antonelli ficando em quarto e George Russell arrancando a pole das mãos de Max Verstappen já com o cronômetro zerado. O calor ficou ainda mais forte no domingo, trazendo velhos fantasmas para a Mercedes e seu ritmo de corrida, mas Russell fez uma prova bem característica sua: sólida. O inglês largou bem, administrou a vantagem sobre Verstappen e liderou rumo a uma vitória tranquila, a primeira de Russell em 2025. Para melhorar ainda mais para os lados mercedianos, Antonelli largou bem, tomou o terceiro lugar do líder do campeonato Piastri. O jovem italiano chegou a atacar Verstappen e no final da prova segurou muito bem os ataques de Piastri, se mantando no pódio para conquistar o seu primeiro pódio na F1, além de Antonelli se tornar o terceiro piloto mais jovem a subir no pódio na F1. Com os seus dois pilotos no pódio, a Mercedes subiu para segundo no Mundial de Construtores e se anima para o resto do campeonato.
terça-feira, 17 de junho de 2025
Figurão(CAN): Lando Norris
E lá vamos nós de novo... Lando Norris vem se caracterizando em 2025 por cometer erros em momentos chaves do final de semana e a grande diferença em Montreal foi que por muito pouco o inglês da McLaren não provoca um abandono duplo de sua equipe num acidente infantil causado pelo próprio Lando. Tudo começou a dar errado quando Norris, sempre mais rápido do que Piastri nos treinos livres, errou novamente durante o Q3, fazendo-o largar apenas em sétimo, longe da luta pela vitória. O ritmo de Lando era tão bom que durante a corrida, usando uma estratégia diferente, o inglês conseguiu alcançar e atacar seu companheiro de equipe no final da corrida, iniciando uma bela briga entre os dois pilotos da McLaren, que lideram o campeonato. Norris tentou uma manobra no hairpin, mas Piastri lhe deu o troco de imediato, com ambos andando lado a lado na reta oposta, com vantagem para Oscar. Na entrada da reta dos boxes, Lando tentou um novo ataque, mas Piastri já estava claramente por dentro e simplesmente não havia espaço ali. Por um motivo que somente Lando Norris pode dizer, ele achou que poderia ultrapassar aonde não tinha lugar e o toque foi inevitável. Se Piastri ainda se manteve na pista, Norris bateu seu McLaren no muro e abandonou pela primeira vez em 2025. Se mantendo vivo no campeonato muito pela consistência, o zero ponto de Norris lhe custou bem caro, perdendo bastante terreno para Piastri, mas o pior dano pode ser dentro da McLaren.
domingo, 15 de junho de 2025
Primeiro encontro imediato
Porém, como se veria mais tarde, o Mercedes pilotado por Bernd Maylander só apareceria no final da prova. Max Verstappen tentou ataques em cima de Russell e até passou a sensação de que o neerlandês tinha bem mais carro que o George nas primeiras voltas, mas na medida em que os pneus foram se desgastando, Russell abriu uma diferença segura e na décima volta Verstappen já se via atacado por Antonelli. Quando o italiano colocou de lado, Max inaugurou a rodada de paradas, mostrando a todos que pararia duas vezes. As paradas se sucederam rapidamente, logicamente não para quem largou com pneus duros, fazendo com que Norris e Leclerc assumissem a ponta. A corrida se aproximava da metade, mas com muito desgaste na borracha da Pirelli, Lando e Charles foram aos pits, para revolta do monegasco, que queria ficar mais tempo na pista. As posições voltaram praticamente as mesmas de antes da parada, com Leclerc confortavelmente na frente de Hamilton. Assim como ocorreu no primeiro stint, Verstappen viu seu rendimento despencar e quando já tinha Antonelli cheio em seus retrovisores, Max fez sua segunda parada. Kimi foi aos pits logo em seguida, marcando Verstappen e por muito pouco não saiu na frente da Red Bull, mas Max se sobressaiu.
Lutando com o desgaste de pneus nos stints anteriores, Max Verstappen tinha Antonelli menos de 2s atrás dele e por isso, Max não podia vacilar nas voltas finais, gerenciando bem os pneus para não ficar sem rendimento no final da corrida, garantindo um bom segundo lugar. Se Antonelli atacou no final dos dois primeiros stints, no final do terceiro, ele foi bem atacado. A McLaren se mostrou discreta a maior parte do tempo na corrida, com Piastri não atacando Kimi, mas nas voltas finais o australiano partiu para cima do italiano da Mercedes. Porém, essa não era a única preocupação de Oscar. Norris fez sua segunda parada depois do companheiro de equipe e colocou pneus médios, sendo um dos carros mais rápidos da pista nas voltas finais. Com Piastri hesitando na luta com Kimi, Lando Norris se aproximou rapidamente e a esperada briga entre os dois pilotos da McLaren começou. Apesar de ter pneus melhores, Lando sabia que Oscar não abriria para ele, jogando as famigeradas 'Papayas Rules' para as cucuias. Norris fustigou, viu Piastri se aproximar de Antonelli e poder usar o DRS, mas faltando quatro voltas, Lando colocou de lado no hairpin. Piastri deu o xis e os dois McLarens percorreram a reta oposta juntos, separados por centímetros. Na freada da chicane, Piastri freou bem mais tarde por dentro. Ponto para Oscar, que nesse momento, com ambos lado a lado, foi o último a frear.
A corrida em Montreal foi próxima, com aquela tensão por ver os carros sempre próximos na luta pela liderança, mas também foi morna pela pouca movimentação, tanto que os quatro primeiros que finalizaram a primeira volta receberam a bandeirada na mesma ordem 69 voltas depois. Porém, Zak Brown e Andrea Stella terão trabalho para acalmar seus pilotos nesse primeiro toque entre os pilotos da McLaren. Haja Papaya Rules dessa vez!
Hat-trick
Vindo de três vitórias consecutivas no WEC, a Ferrari era a grande favorita ao tricampeonato em Le Mans, não tendo BoP que segurasse os italianos. Numa prova longa como Le Mans, a classificação não era de grande preocupação para a Ferrari e por isso não se importaram com a 9º, 11º e 13º posições no grid. A Cadillac fechou a primeira fila, mas logo na primeira hora a Porsche Penske assumiu a liderança da corrida. Felipe Nasr tentava a tríplice coroa após vencer em Daytona e Sebring, mas infelizmente o brasiliense não esteve verdadeiramente na contenda da vitória.
Tentando redenção após uma edição de Indy500 horripilante, a Penske foi a pedra no sapato da Ferrari, que logo estava na luta pela vitória com seus três carros e muitas vezes tiveram as três primeiras posições nas mãos. A Toyota não esteve nada bem na edição 2025 de Le Mans, enquanto a Cadillac não teve o mesmo trem de corrida mostrado na classificação. BMW e Peugeot usarão a edição 2025 como aprendizado após uma corrida bem ruim das famosas montadoras, enquanto a Aston Martin iniciou seu trabalho em Le Mans de forma decente na Hypercar. Um erro da Ferrari #51 na entrada dos boxes complicou a situação desse carro nas últimas horas, mas a equipe da AF Corse fez um trabalho impecável, sempre se mantendo na frente e, muito importante em Le Mans, longe dos problemas.
Liderado por Robert Kubica, o carro #83 ponteou nas últimas horas e a festa da Ferrari só não foi completa por causa do 'intruso' Porsche Penske #6, que não se afobou com os ataques da Ferrari #50 e garantiu o segundo lugar. Após perder a vitória na LMP2 de forma dramática em 2022, Kubica recebeu a bandeirada de forma tranquila, iniciando a festa da Ferrari e de sua equipe. O polaco era um grande prospecto nos já distantes anos 2000 e no começo de 2011, já estava acertado para substituir Felipe Massa na Ferrari em 2012, quando sofreu o acidente que mudou sua vida, numa simples prova de rali na Itália. Kubica teve seu braço direito quase decepado e após uma longa recuperação, foi retornando ao automobilismo, mesmo que longe de ser o mesmo piloto de antes do acidente. Kubica teve uma ligeira passagem na F1 antes de enveredar para o Endurance e desde o ano passado, corre pela AF Corse. Mesmo com seu braço direito deformado, Kubica ainda é capaz de performances de alto nível e será lembrado como a grande estrela de Le Mans em 2025, vencendo com a Ferrari onde quase correu na F1 treze anos antes, além de ser um exemplo de superação.
sábado, 14 de junho de 2025
Primeira fila animada
A classificação em Montreal aconteceu sem maiores problemas, com apenas Albon assustando quando a cobertura do motor do seu Williams voou em meio a reta oposta, mas mesmo assim o anglo-tailandês passou ao Q2, enquanto Sainz, atrapalhando por Hadjar, ficou pelo Q1, acompanhado por Bortoleto, eliminado por meros sete milésimos. Já sentindo a pressão em seu cangote, Franco Colapinto finalmente performou bem e não apenas superou Gasly, como lutou seriamente para ir ao Q3. Tsunoda ainda sofre com os efeitos de um problemático segundo cockpit da Red Bull. Além de não ter ido ao Q3, Yuki ainda foi punido em dez posições por ultrapassar em bandeira vermelha durante os treinos.
No feudo da McLaren, Norris sempre se mostrou mais rápido do que Piastri nos treinos livres, mas no momento decisivo, novamente o australiano se sobressaiu e foi ele quem brigou mais seriamente com Verstappen. Depois do acidente no TL1 e ter perdido o TL2 como consequência, Leclerc vinha forte na classificação, mas acabou errando em sua última tentativa de forma inexplicável, jogou sua ira em cima de Hadjar. Charles sairá em oitavo e largará atrás de um opaco Hamilton. Norris errou em sua primeira tentativa no Q3 e depois não foi mais um fator na briga pela pole, em mais um Q3 para esquecer para Lando. A briga entre Max e Oscar era parelha pela pole e quando Verstappen superou Piastri no estouro do cronômetro, parecia que Max seria o pole.
Quietinho, quietinho, Russell colocou os pneus médios, que em muitos circuitos é o macio e a diferença para o composto macio em Montreal era muito pequena, e de forma quase sorrateira, arrancou a pole de Verstappen. Será uma primeira fila animada. George e Max tiveram seus arranca-rabos nos últimos tempos, incluindo na quinzena anterior em Barcelona e com os dois largando lado a lado no domingo, podemos ter chances de emoção, mesmo Verstappen tendo a sombra de uma punição pelos pontos acumulados por erros.
domingo, 8 de junho de 2025
Dominância do dominador
Minutos antes da largada da MotoGP, Diogo Moreira esteve muito perto de fazer história para o motociclismo brasileiro novamente. Após conquistar sua primeira pole na Moto2 e a primeira do Brasil, Moreira fez uma corrida sólida, se mantendo sempre entre os quatro primeiros e com pneus em melhores condições, começou o ataque nas voltas finais. Diogo ultrapassou Deniz Öncu na última volta, mas um ligeiro erro na chicane antes da reta oposta permitiu a aproximação de Öncu, que contra-atacou na linha de chegada para bater Diogo por meros três milésimos de segundo. A vitória de Diogo Moreira, terceiro colocado no campeonato e próximo dos líderes, não veio hoje, mas seu crescimento na temporada 2025 mostra que não tardará.
Na Sprint Marc Márquez não largou tão bem e pela primeira vez nesse final de semana seu nome não estava no topo da classificação na MotoGP. Marc se recuperou logo depois e venceu a Sprint com facilidade, derrotando seu irmão Alex. No domingo Marc não quis saber de emoções. Largando de forma esplêndida, Marc liderou a corrida de ponta a ponta, administrando a prova a seu bel-prazer a ponto de marcar a volta mais rápida (com direito a recorde) da corrida na penúltima volta. Marc Márquez se recuperou de forma sublime de uma fase menos boa para uma vitória esmagadora, mesmo que esse domínio da temporada 2025 camufle as deficiências da Ducati GP25. Bagnaia teve uma corrida Sprint horrorosa, mas se recuperou no domingo, mas não foi capaz de atacar Alex Márquez, em sua GP24. A moto do ano anterior da Ducati é nitidamente melhor que a atual e o melhor indicador disso é a performance surpreendente de Alex. Apenas o talento extraordinário de Marc esconde um pouco esse fato. O problema de Alex e das equipes satélites da Ducati é que no ano que vem, eles terão usar a moto 2025...
Por isso que Alex tem que aproveitar a situação e se mantém na vice-liderança, muito longe do intocável Marc, mas com uma distância segura para Bagnaia. Numa corrida morna, o melhor momento foi a briga pela quinta posição entre as Ducatis de Morbidelli e Aldeguer, vencida pelo italiano após alguns toques entre eles. Pedro Acosta colocou a KTM em quarto, mas seu descontentamento com os austríacos é público e notório, tornando Acosta um bem valioso para 2026. Bezzecchi caiu na classificação, largou da última fila e numa boa prova de recuperação, ainda garantiu um oitavo lugar. Jorge Martín, que já anunciou que não quer ficar na Aprilia em 2026, observa com uma pulga atrás da orelha. Enquanto isso, Marc Márquez vai com tudo rumo a mais um título.
segunda-feira, 2 de junho de 2025
Figura(ESP): Nico Hulkenberg
A Sauber aproveitou a chegada das novas diretivas para trazer updates em seu carro, dito e havido como o pior da F1/2025. Piloto experiente da equipe, Hulkenberg experimentou as novidades em todos os treinos livres e a evolução da Sauber foi nítida, mas Nico acabou errando no Q1, fazendo-o largar em 15º, enquanto Gabriel Bortoleto brigou para ir ao Q3. O fato de ter sido eliminado tão cedo deixou mais pneus novos à disposição de Hulk e isso seria um fator essencial para a sua corrida. Debaixo de forte calor, Hulkenberg executou uma bela largada, pulando para 12º e ainda na primeira volta ultrapassou Gabriel, ficando na beira da zona de pontuação. Com pneus macios novos, Hulkenberg mostrou a força das atualizações e ultrapassou Alonso e Hadjar, não apenas entrando na zona de pontuação, como se tornando o 'melhor do resto' de forma límpida, apenas com o ritmo do seu Sauber atualizado. Em meio a tantas estratégias diferentes, Hulkenberg solidamente correu no top10 a corrida inteira e quando Antonelli quebrou na frente do alemão e trouxe o Safety-Car, Nico tinha ainda um pneu macio novo guardado e na relargada o veterano ultrapassou a Ferrari de Hamilton, subindo para sexto, mas que se tornaria um quinto lugar pela birra de Max Verstappen mais à frente. A melhor posição da Sauber em muitos anos, desde que se chamava Alfa Romeo, é um bom indicativo da evolução do time que se tornará Sauber em 2026 e que parecia improvável no começo do ano, quando muitos apostavam que a Sauber repetiria a péssima exibição de 2024. Além disso, Nico Hulkenberg ainda é capaz de ótimas atuações no alto dos seus 38 anos.
Figurão(ESP): Max Verstappen
Ninguém duvida que Max Verstappen é o melhor piloto da F1 atual e um dos gigantes da história da categoria. Tetracampeão de forma consecutiva, dono de habilidades exaltadas por todos os fãs, desde meados de 2024 Max se vê numa situação onde não tem o melhor carro e por isso tem que levar nas costas a sua equipe, resultando em boatos de que Verstappen poderia deixar a Red Bull. A temporada 2025 tem uma McLaren claramente um passo acima e nem mesmo as novas diretivas da FIA, que estrearam em Barcelona com uma maior fiscalização na flexibilidade da asa dianteira dos carros, parou a equipe papaia, que lidera ambos os campeonato e no circuito de Montmeló conseguiu mais uma dobradinha na temporada. Max Verstappen luta com o que pode contra esse domínio e na Espanha fez uma grande corrida, arriscando uma estratégia de três paradas que chegou a assustar a turma da McLaren. No entanto, um Safety-Car nas voltas finais fez com que a Red Bull colocasse a única opção de pneus novos que tinha no estoque: um jogo de duros. Max questionou com razão, mas tudo pioraria na relargada, quando quase rodou e foi ultrapassado por Leclerc, que no meio da reta chegou a tocar rodas com Max, o deixando ainda mais fulo. No final da reta, Russell tentou aproveitar a fragilidade de Max e mergulhou por dentro, resultando em mais um toque. Verstappen saiu da pista e voltou na frente de George, num clássico caso de devolver a posição. A Red Bull instruiu Max a fazê-lo, mas com tantas frustrações em poucos minutos, Verstappen tirou o pé e logo depois jogou seu carro em cima de Russell, numa cena inexplicável, que rendeu à Max uma punição de 10s e uma décima posição muito abaixo de sua pilotagem, mas que Max se perdeu completamente por seu desarranjo cerebral por causa das frustrações acumuladas. Mesmo sendo um titã da F1, Max Verstappen precisa aprender que problemas poderão ocorrer e que se portar dignamente faz bem não apenas para a sua imagem, como para a sua situação no campeonato.
domingo, 1 de junho de 2025
Tranquilidade em meio à fúria
sábado, 31 de maio de 2025
Novas diretivas?
Desde os treinos livres a McLaren queria dar uma resposta às rivais, sendo bem mais rápida que Red Bull, Mercedes e Ferrari, que tinham esperanças de encostar nos papaias com a nova diretiva da FIA. A Sauber foi uma das equipes que trouxeram melhorias em seus carros e a evolução foi visível, com Hulkenberg ficando de fora do Q2 por muito pouco e Bortoleto, se provando cada vez mais um piloto velocíssimo em ritmo de classificação, conseguindo sua melhor classificação até o momento, em 12º. Colapinto já começa a ver alguns questionamentos ao seu desempenho bem abaixo de Gasly, mas o portenho ainda pode argumentar que um problema no seu Alpine no Q1 o atrapalhou bastante na sua luta a passar de fase. Pior situação vive a Red Bull e o problemático segundo carro. Tsunoda até começou relativamente bem na equipe, mas o nipônico começa a entrar na espiral negativa de um carro complexo e que só funciona com Max. Enquanto o neerlandês briga por coisas grandes, Tsunoda foi apenas o último colocado na classificação, colocando mais pressão na cúpula da Red Bull por não conseguir entregar um carro decente para seus pilotos. Pelo menos, um deles...
A McLaren dominou a classificação de cabo a rabo e a briga foi mesmo uma disputa particular entre Norris e Piastri, vencido por uma margem até mesmo surpreendente pelo segundo. Lando falou que errou no Q3, acrescendo mais uma nessa situação. Russell se recuperou de alguns finais de semana ruins e marcou o mesmo tempo de Verstappen, com quem irá dividir a segunda fila. Normalmente Barcelona não tem corridas muito animadas e é esperado muito calor para o domingo, beneficiando novamente a McLaren, que melhor administra o desgaste de pneus, porém, a largada será sucedida por uma grande reta e até lá, podemos ver muitas coisas.
segunda-feira, 26 de maio de 2025
Figura(MON): Lando Norris
Após a vitória em Melbourne, primeira etapa da temporada 2025, Lando Norris viu o crescimento do seu companheiro de equipe junto com toques de brilhantismo de Max Verstappen. Mesmo tendo liderado boa parte do campeonato, Lando era constantemente cobrado por falta de iniciativa nas disputas de posição, além de seguidos erros no Q3, que o fazia largar mais atrás do potencial do seu carro. Em Mônaco, onde tudo sempre foi e sempre será decidido na classificação, Lando deu um resposta aos críticos com uma belíssima pole em Monte Carlo, superando o piloto da casa Leclerc com o cronômetro zerado. Conhecido por seus vacilos nas largadas, principalmente quando largou na pole, Norris soube se impor na St Devote e a partir daí fez o básico para vencer uma corrida em Monte Carlo, andando forte quando necessário, ditando o ritmo da corrida sem erros, fazendo seus pit-stops sem maiores dramas e não se impressionando quando Max Verstappen postergou sua parada esperando um milagre que não veio, mas permitiu que Leclerc e Piastri encostassem nas voltas finais, mas Lando esteve perfeito em Mônaco e encostou de vez na luta pelo Mundial de Pilotos, além de ter dado uma resposta aos críticos com o fim de jejum de vitórias que já lhe incomodava. Não teremos Papaya Rules tão cedo!
Figurão(MON): Mercedes
Um final de semana ruim de cabo a rabo, passando por vários setores. Após um início de campeonato até interessante, com George Russell conseguindo uma série de pódios e Kimi Antonelli fazendo um bom papel como novato, o caldo começou a entornar pelos lados do feudo de Toto Wolff em Ímola, quando a equipe nunca se acertou e foi superada até mesmo pela Williams. Uma semana depois, a Mercedes começou a perder o rumo na classificação, quando Antonelli bateu ao final do Q1, quando tinha tempo para passar de fase e logo no comecinho do Q2, Russell teve um misterioso problema no motor, que desligou sozinho quando George passava por uma ondulação. Largar fora do top10 em Mônaco sempre foi e sempre será problemático, mas para 2025 a F1 resolveu 'inventar a roda' e decidiu que todas as equipes iriam parar duas vezes pelo menos. Um ultraje, mas que praticamente todas as equipes se prepararam. Talvez com exceção da Mercedes. Enquanto equipes traziam seus pilotos rapidamente aos boxes, mesmo que fazendo seus companheiros de equipe praticamente pararem seus carros, a Mercedes ficou esperando a morte da bezerra atrás desses carros ultralentos, somente trazendo seus pilotos no último terço de corrida, quando a vaca já tinha ido para o brejo. Um erro crasso de estratégia, enquanto muitas equipes estudaram a situação imposta pela F1, a Mercedes pareceu esperar por um milagre ou que um meteoro caísse em Monte Carlo para poder se mover e melhorar a situação de Russell e Antonelli, que acabaram fora dos pontos e tendo levado duas e três voltas, respectivamente.
domingo, 25 de maio de 2025
Ninguém para Palou!
A centésima nona edição das 500 Milhas de Indianápolis começou com atraso por causa de uma insistente garoa, que chegou a fazer que Tony Kanaan quase entrasse no carro de Kyle Larson, em mais uma tentativa do americano em completar as 1.100 milhas na Indy e na Nascar. Por sinal, Larson foi a Charlotte mais cedo, por causa de um acidente. Porém, essa não foi a maior emoção antes da bandeira verde. A história de Indianápolis mostra em vários momentos que o clima frio pode causa enormes surpresas e Scott McLaughlin, o melhor piloto da Penske no grid, rodou sozinho na volta de apresentação, para desespero do neozelandês. Para completar, um fogo no pneu traseiro esquerdo de Scott Dixon prometia uma corrida difícil para o piloto da Ganassi, que logo que visitou os pits, ficou claro que o problema era sério e perdeu três voltas no processo.
Acertado para voar na classificação e nem tanto na corrida, a Prema de Robert Schwartzman não durou muito na pole para surpresa de ninguém e num pit-stop, o novato atropelou metade da equipe, abandonando a prova. Takuma Sato e seu motor 'apimentado' da Honda dominou as primeiras voltas da Indy500, mas um erro num dos pit-stops tirou o japonês da contenda. Largando da última fila por causa de toda a confusão dos atenuadores traseiros, Josef Newgarden voava e rapidamente entrou no top10 da corrida, enquanto outro favorito, Pato O'Ward, se segurava entre os dez primeiros. Infelizmente a corrida de Newgarden terminou no último quarto de prova, com problema mecânico e com Will Power fazendo uma corrida discretíssima, a Penske teve uma edição de Indianápolis para esquecer.
Enquanto isso, vários azarões conquistavam o protagonismo da corrida, incluindo o veterano Ryan Hunter-Reay e Conor Daly, mas um motor apagado no último pit-stop do primeiro e um desgaste acentuado de pneus do segundo, entregou a corrida para David Malukas, Alex Palou e Pato O'Ward, muito forte no final. Fazendo uma corrida discreta, mas economizando bastante, Marcus Ericsson saiu de sua parada no primeiro pelotão, se colocando na briga pela vitória de forma surpreendente. Mesmo não sendo um ótimo piloto, o sueco é um especialista em Indianápolis. Com o último pit-stop feito, Alex Palou farejou o cheiro de sangue. Primeiro, ultrapassou Malukas e depois partiu para cima de Ericsson, que se colocou em posição de espera do bote final. Dois retardatários insistiam em ficar à frente de Palou, mas ele também usava o vácuo dos dois para evitar um ataque de Ericsson, que tentou fazer o mesmo que 2022. Palou iniciou a última volta tentando cortar o vácuo de Ericsson, mas entre as curvas 3 e 4 veio a amarela pela batida de Nolan Siegel, que significava a vitória de Alex Palou em Indiana.
A emoção tomou de conta para a Ganassi e Alex Palou, que entraram em litígio em 2022, mas depois acertaram as contas, mesmo que às custas de uma pesada quebra de contrato com a McLaren. Com cinco vitórias em seis etapas (e chegando em segundo na corrida que não venceu), Alex Palou está com o tetracampeonato mais do que encaminhado, mas com o triunfo nas 500 Milhas, a pergunta que fica é onde Alex Palou está na história da Indy.
Tempestade perfeita que não aconteceu
A resposta da Aprilia
A prova em Silverstone foi bem fora do comum e ao contrário de Le Mans, não se pode colocar a culpa no clima, que esteve sólido o tempo inteiro. Vindo de três poles consecutivas, Fabio Quartararo perdeu a ponta na largada logo de cara, mas o vencedor da Sprint Alex Márquez caiu sozinho na primeira curva, deixando a liderança para o irmão mais velho. Um acidente entre Franco Morbidelli e Aleix Espargaró livrou a cara de Marc, pois com óleo na pista, a corrida foi interrompida minutos depois de Marc cair mais uma vez na temporada. Bandeira vermelha e tudo voltava à estaca zero. Com duas quedas solo, os irmãos Márquez se comportaram de forma mais cautelosa na segunda largada, com Quartararo mantendo a ponta. No sábado, o representante da Yamaha perdeu muito rendimento, mas sem ter muito o que perder, Quartararo arriscou tudo no domingo e colocou pneu macio na dianteira, disparando na ponta. Enquanto isso, o trio que lidera o campeonato tinha dificuldades. Bagnaia era ultrapassado por Jack Miller e Marc Márquez, quando o espanhol perdeu o equilíbrio e Pecco o seguiu para fora da pista, ambos caindo para o meio do pelotão.
Alex Márquez não era sombra do piloto da Sprint e também perdia posições, mas o pior foi Bagnaia, que caiu mais uma vez e chegou aos boxes com cara de tacho. Mais uma vez. Zarco era segundo colocado, mas logo era atacado por Bezzecchi. Largando da décima posição, Marco imprimia um ritmo forte e ao ultrapassar Zarco, começava a tirar a diferença para Quartararo, que liderava com 5s de vantagem. No entanto, Bezzecchi também usava pneu macio na dianteira e precisava economizar, portanto, o italiano não descontava o suficiente para uma briga futura.
Então, o pecado da corrida. Quartararo tirou a mão e sua expressão corporal em cima da moto entregava um problema sério. Quando encostou a moto, Fabio não escondeu seu pranto, tendo perdido uma corrida que estava nas suas mãos. Isso deixava Bezzecchi sozinho na ponta, com Zarco em segundo, mas com Marc Márquez em terceiro, o francês da Honda poderia ter problemas na reta final da prova, porém, o que se viu foi uma briga entre Márquez e Morbidelli, vencida no final pelo espanhol, que manteve a incrível sequência de 72 pódios consecutivos da Ducati.
Marc não venceu, mas aumentou a vantagem sobre o irmão no campeonato, enquanto no box ao lado, a situação de Bagnaia apenas se complica. Mais interessante foi a resposta que a Aprilia deu ao seu pretenso principal piloto.
sábado, 24 de maio de 2025
No apagar das luzes
Considerada a classificação mais importante do ano, Monte Carlo viu equipes e pilotos nem se importando muito com o ritmo de corrida. Nas confusas três sessões de treinos livres, os pilotos andaram o tempo todo para conseguir aquele décimo a mais, além de incrementar a confiança e ficar mais e mais próximos dos rails monegascos. Com os carros precisando recarregar a bateria andando muito lento, foi visto também muito tráfego atrapalhando pilotos em sua voltas rápidas e muitas bandeiras vermelhas, quando os pilotos pareciam ter adquirido mais confiança e arriscavam um tantinho a mais para conseguir tempo na estreita pista monegasca e tempos muito próximos. Com 22 carros esperados para 2026, esse caos deve aumentar, com muita gente já pedindo modificações para a classificação monegasca ano que vem, com a separação em grupos sendo a mais popular. E talvez justa.
Trazido por Briatore para ser o salvador da Alpine, até o momento Colapinto não mostrou a que veio e foi o último colocado, enquanto Bortoleto lutou muito para ir ao Q2, ficando bem perto do experiente Hulkenberg, mas acabou 'bumpado' por Hadjar na última volta, fazendo com que Gabriel largue amanhã em 16º enquanto Nico foi ao Q2 bem pouco competitivo. No final do Q1, Antonelli bateu na chicane do porto, pedindo mil e uma desculpas ao time. Minutos depois, Russell perdeu potência do seu motor e ficou parado no meio do túnel, coroando o pior final de semana da Mercedes em 2025 até agora. Tsunoda segue o drama do segundo assento da Red Bull, ficando no Q2, enquanto a dupla da Racing Bulls foi ao Q3. Ser promovido dentro do grupo Red Bull está sendo muito de desgosto para o coitado que fica com o segundo carro da equipe austríaca.
A Ferrari continuava a surpreender com Leclerc muito forte e Hamilton não muito atrás. No Q3, a McLaren saiu cedo em ambas as tentativas e o motivo seria uma dupla tentativa com o mesmo set de pneus. Na primeira, Norris superou por muito pouco Piastri, seguido pela dupla da Ferrari. Leclerc se recuperou e tomou a liderança de Norris, que já tinha feito sua segunda tentativa, mas ainda teve tempo de fazer uma segunda volta rápida e garantir uma pole muito comemorada. Leclerc teve que se conformar com a segunda posição, com Piastri e Hamilton logo a seguir. Verstappen tinha esperanças de fazer de Monte Carlo, uma pista para pilotos, mais um lugar onde excederia as expectativas, mas o neerlandês ficou apenas em quinto. Com a ridícula regra dos dois pit-stops obrigatórios, podemos ver algumas mudanças entre os líderes na corrida amanhã, mas largando duas posições na frente do companheiro de equipe e líder do campeonato, Norris tem uma bela chance de vitória.
segunda-feira, 19 de maio de 2025
Figura(EMI): Williams
Pela segunda corrida consecutiva a Williams pontuou com seus dois pilotos, inclusive com Albon terminando novamente num convincente quinto lugar. Porém, o anglo-tailandês saiu do carro reclamando do resultado. E com razão! O terceiro lugar e um excepcional pódio não estava fora do alcance da Williams, equipe que mais cresceu em comparação ao campeonato do ano passado. Se em 2024 a equipe comandada por James Vowles sofreu para pontuar e ainda pagou várias horas extras para o funileiro, nesse ano a Williams se consolida como a quinta força do campeonato e as duas últimas corridas foram de muitos pontos para a tradicional equipe inglesa. Mesmo trazendo Carlos Sainz da Ferrari, Alex Albon surpreende ao liderar a equipe e em Ímola o anglo-tailandês mais uma vez fez uma corrida sólida, brigando forte com as Ferraris no stint final, que lhe rendeu um quinto lugar. Porém, se não fosse a sequência de Safety-Cars, Albon poderia genuinamente lutar pelo pódio, o que seria um prêmio para a evolução da Williams em 2025.
Figurão(EMI): Aston Martin
Os desenvolvimentos da Aston Martin pareciam fazer efeito em Ímola e pela primeira vez na temporada, a dupla esmeraldina estava no Q3 na classificação, com Alonso assegurando um ótimo quinto lugar no grid. Uma largada convencional manteve a dupla da Aston Martin entre os dez primeiros e tudo levava a crer que tanto Alonso, como Stroll marcariam pontos no Grande Prêmio da Emilia-Romagna. Pura ilusão. Uma sequência de Safety-Cars, um virtual e depois físico, fora de hora estragou a estratégia da Aston Martin, tirando ambos os pilotos da zona de pontuação, além de tirar Alonso do sério, que praguejou via rádio, se autointitulando como o 'piloto mais azarado da porra do mundo!'. Alonso terminou em 12º e permanece zerado em 2025, com Stroll terminando um pouco mais atrás. Com uma estrutura de equipe grande, ter poucos pontos na poupança e seu principal piloto zerado pega muito, muito mal para os comandados de Lawrence Stroll, que já deve começar as cobranças em breve.
domingo, 18 de maio de 2025
Tudo na largada
sábado, 17 de maio de 2025
The last drive
Com a Pirelli usando pela primeira vez seu composto mais macio, as equipes quebraram a cabeça com um pneu que muitas superaquecia antes mesmo do final de uma volta no limite. Na Alpine, a confusão reinante nos bastidores viu o chefe de equipe Oliver Oakes sair do time por motivos pessoais, mas que na verdade pode ser um verdadeiro escândalo nas equipes de base de Oakes, que viu seu irmão sendo preso. Para completar, Briatore aproveitou a saída de Oakes, o único que ainda segurava Jack Doohan, para colocar Colapinto no lugar do novato australiano. Se no início se falou que Colapinto teria cinco corridas para se provar, Briatore teve um comportamento típico ao dizer que isso não existia e o argentino só teria que fazer três coisas para manter seu assento. Bom, uma delas Franco não cumpriu, ao estatelar seu carro na Tamburello, continuando sua fama de batedor de carros. Poucos minutos antes, Yuki Tsunoda mostrou que o segundo carro da Red Bull precisa ser benzido, com o japonês batendo forte antes de marcar tempo no Q1, fazendo Yuki largar em último no domingo, em outra corrida difícil para o segundo carro da Red Bull.
Enquanto isso, o outro carro da Red Bull mostrava força com Max Verstappen brigando pela pole com a dupla da McLaren. Como normalmente ocorre, Lando Norris espirrou o taco e com mais um erro no Q3, acabou superado também pela Mercedes de Russell e largará em quarto. Já Piastri segurou a pressão e marcou mais uma pole, superando Verstappen na casa dos centésimos. Com Ímola tendo notórios problemas de ultrapassagem, ter o posicionamento no domingo se mostrará essencial e Piastri tem tudo para se manter na ponta.