domingo, 19 de novembro de 2023

Querendo seu lugar ao sol


Fabio Di Giannantonio entrou na MotoGP como uma aposta pessoal de Fausto Gresini e mesmo com a morte do dirigente italiano no início de 2021, o jovem ficou na equipe, apesar de não ter mostrado muita coisa. Na verdade, mesmo nas classes menores Fabio não tinha se mostrado um extraclasse, com apenas um vice-campeonato na Moto3 em 2018 como melhor resultado e apenas uma vitória em três anos na Moto2. Di Giannantonio fazia uma temporada 2023 pífia pela Gresini e com seu lugar ocupado por ninguém menos do que Marc Márquez em 2024, o italiano se viu sem emprego. Lembrando Toni Elias em 2006, Di Giannantonio resolveu mostrar serviço quando a situação estava toda contra ele e numa corrida magnífica, soube esperar o melhor momento para atacar Pecco Bagnaia e vencer sua primeira corrida na MotoGP nesse domingo no Catar e esperar que isso faça a diferença para 2024.

Com a vitória de Jorge Martin na Sprint Race e outra corrida apagada de Bagnaia, a diferença pró-Pecco era de apenas sete pontos e o momento era todo do espanhol, contudo Martin teve dificuldades nos treinos e a vitória na corrida mais curta no sábado foi mais mérito de Jorge do que propriamente da moto. No domingo, uma largada bisonha foi apenas o início de um domingo nada auspicioso para Jorge Martin, caindo para oitavo, enquanto Bagnaia pulava para primeiro. Martin nem de longe lembrou o piloto combativo que emocionou a MotoGP com sua recuperação no último terço de campeonato. Na verdade, Martin parecia um piloto frustrado, balançando a cabeça e batendo seu capacete contra o tanque de sua Ducati enquanto superado por quem viesse, mesmo tendo Johan Zarco como escudeiro. A corrida foi um verdadeiro martírio para Jorge Martin, que finalizou em décimo e extremamente frustrado. Já Bagnaia se livrou de um grupo que tinha o pole Marini, a dupla da Gresini e a KTM de Brad Binder nas primeiras voltas. Quando o italiano já estabelecia-se em primeiro, Fabio Di Giannantonio chegou a segunda posição e buscou Pecco.

Com o aviso prévio já sendo pago, Fabio não precisava se preocupar em agradar a Ducati, mas era nítido o quanto o italiano respeitou o compatriota em vários momentos, mas faltando quatro voltas Di Giannantonio executou a manobra vencedora, tirando Pecco do eixo, fazendo-o cometer um erro na volta seguinte. Felizmente Marini, pressionado por um recuperado Maverick Viñales, não vinha tão perto e Pecco se manteve em segundo e foi um dos primeiros que cumprimentaram Fabio Di Giannantonio pela sua emocionante vitória. Com esses resultados, a corrida da semana que vem em Valencia tem Pecco 21 pontos na frente de Martin. Que poderiam ser 26, se não fosse Di Giannantonio. Será que Fabio poderia fazer como Toni Elias dezessete anos atrás e decidir o campeonato?

Nenhum comentário:

Postar um comentário