domingo, 12 de novembro de 2023

Na hora certa

 


A MotoGP inicia sua reta final de campeonato muito centrada na luta pelo título entre o claudicante Pecco Bagnaia e o ascendente Jorge Martin, ambos da Ducati, com o italiano atual campeão na equipe oficial, enquanto o espanhol corre pelo time satélite da Pramac. Ano passado Martin não escondeu de ninguém sua insatisfação por ter perdido a luta para ficar com a segunda vaga na Ducati oficial para Bastianini, que em 2022 corria pela equipe Gresini, a menor dos times Ducati. Porém, Enea fez uma ótima temporada com uma moto defasada e numa equipe familiar, lhe garantindo um surpreendente terceiro lugar no final da temporada 2022. No entanto, a temporada 2023 tinha sido um pesadelo para Bastianini, recheada de erros e contusões. Com o ótimo desempenho de Jorge Martin, surgiu com força a notícia de que, mesmo tendo contrato com a Lenovo Ducati para 2024, Bastianini seria sacado em favor de Martin, principalmente se o espanhol fosse campeão. Mordido, Bastianini teve uma corrida perfeita na Malásia, vencendo de ponta a ponta, mostrando à cúpula da Ducati que ele tem condições de permanecer na equipe oficial.

O final de semana malaio teve a tensão pela luta pelo título entre Bagnaia e Martin. Atual campeão e líder do time oficial da Ducati, Bagnaia tenta disfarçar toda a pressão que vem sofrendo. Depois de um campeonato de sonho até a metade, Pecco sofreu seu terrível acidente em Barcelona e mesmo fazendo um retorno heroico na semana seguinte, o desempenho dele caiu desde então. Para complicar, o mordido Jorge Martin emendou uma ótima sequência e motivado, destruiu a bela vantagem que Bagnaia tinha e indiscutivelmente está numa fase melhor e é dono da melhor pilotagem de 2023. Martin tem mais talento do que Bagnaia, além de estar mais confiante, enquanto Pecco não consegue expressar seus pontos fortes, como a maior frieza em tomar as decisões certas. Com a notícia de uma possível troca em 2024, Martin parecia mais confiante ainda em Sepang, mas Bastianini deu uma resposta contundente nessa madrugada brasileira. Mesmo com Bagnaia na pole, Enea rapidamente foi para a liderança para vencer de uma forma como se quisesse dar uma resposta à Ducati, que com o triunfo de Bastianini, igualou-se à Honda em 1997 com quinze vitórias no ano, mesmo que 26 anos atrás, a montadora nipônica tinha sido simplesmente perfeita e vencido todas as provas.

Na briga pelo título, Bagnaia teve uma luta direta contra Martin e mesmo tendo mais moto, demorou um pouco a se solidificar na frente do espanhol, mostrando algumas inseguranças, como aconteceu ano passado, quando a Ducati tinha uma moto muito superior a Yamaha de Quartararo e Pecco demorou a confirmar essa superioridade. Com uma mesma moto, mas sem o apoio da fábrica, Martin vem se mostrando um rival ainda mais forte e perigoso, mas hoje Bagnaia conseguiu marcar o espanhol e aumentar um pouco a diferença, mas faltando duas provas para o fim, tudo está em aberto no campeonato. Já na disputa pela segunda vaga da Ducati, Bastianini apareceu na hora certa para tentar, novamente, superar Martin.  

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