domingo, 2 de junho de 2024

Dixon atravessa Destroit

 


Mesmo Detroit retornando ao 'downtown' para realizar a sua já tradicional corrida de rua, o antigo circuito que recebeu por anos a F1 e a Indy por três temporadas não tem nada a ver com o ondulado e sem graça circuito que hoje a Indy corre na Capital do Automóvel americano. No entanto, isso não impediu uma corrida insana no estado do Michigan e nessas condições de adversidade, quem se sobressaiu foi a experiência de Scott Dixon.

Narrar a corrida em Detroit em poucos parágrafos chega a ser um desafio, pois de tudo aconteceu, mas Colton Herta liderou com facilidade as primeiras voltas, mesmo que os pneus macios tenham tido um desgaste gigantesco, fazendo pilotos como Alex Palou tivesse problemas no primeiro stint. Nuvens ameaçadoras estavam ao largo de Detroit, inclusive com pingos sendo vistos nas câmeras de TV e quando o segundo colocado Scott McLaughlin bateu no muro, estava claro que a pista estava cada vez mais molhada. Ao contrário da F1, a Indy não tem os chamados pneus intermediários, fazendo com que os pilotos tivessem um desafio e tanto numa pista estreita e escorregadia. A maioria do grid optou por colocar os pneus para chuva, o que alguns, como Dixon, preferiam ficar na pista com pneus slicks. A chuva foi tão rápida, que a sucessão de bandeiras amarelas fez com que a pista secasse e os pilotos que trocaram pneus retornassem aos pits para colocar pneus slicks novamente sem perder tanto terreno.

Há uma frase nas categorias americanas de que 'bandeira amarela chama bandeira amarela'. E assim foi, com uma incontável sequência de bandeiras amarelas e vários pilotos se envolvendo em toques, particularmente no hairpin ao final da reta oposta. Pilotos como Christian Lundgaard se jogavam na freada e esperavam se segurar... batendo nos outros carros! Foi uma sessão de derby de destruição, transformando o GP de Detroit em 'Destroit'. Colton Herta, piloto dominador na primeira parte, teve uma pane mental e saiu reto numa curva, totalmente sem tomada, fazendo-o lembrar o motivo das equipes de F1 terem perdido interesse nele. Will Power se envolveu em vários toques, chegou a cair para as últimas posições após ser punido e ainda assim chegou no top-10. Vencedor da 500 Milhas semana passada, Josef Newgarden teve uma corrida para esquecer, ao ser protagonista numa das várias bandeiras amarelas, envolvendo o ex-líder do campeonato Alex Palou, errar um pit-stop e machucar um mecânico da Rahal e finalmente bater seu Penske no muro, quebrando a suspensão traseira esquerda.

Enquanto a loucura se dava na pista de Michigan, Scott Dixon fazia o que ele faz de melhor: achar uma estratégia para poupar combustível rumo a vitória. O neozelandês transformou um stint máximo de trinta e três voltas em mais de quarenta voltas, economizando combustível nas amarelas e até mesmo correndo na verde. Tendo como escudeiro o companheiro de equipe e compatriota Marcus Armstrong, manteve um ritmo decente para terminar em primeiro, com Marcus Ericsson, que ultrapassou Armstrong na penúltima volta, em segundo. Com a mesma estratégia de Dixon, mas sem a mesma manha, Armstrong recebeu a bandeirada e logo depois parou sem combustível. Com esse resultado, Dixon reassume a liderança do campeonato e se torna o único piloto até o momento com duas vitórias em corridas oficiais da Indy em 2024. Estão deixando Scott sonhar!

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