sexta-feira, 2 de setembro de 2022

E o Oscar vai para...

 


a McLaren!

Eu sei que a piada é sem graça e previsível, mas ao mesmo tempo, inevitável. Porém a forma como Piastri provocou uma revolução nos bastidores da F1 e até mesmo da Indy animou as últimas semanas, além de possivelmente causar o corte de algumas cabeças na Alpine.

Tudo começou quando Fernando Alonso anunciou de supetão sua ida para a Aston Martin em 2023, deixando sua vaga livre na ascendente Alpine e tudo levava a crer que o jovem Piastri entraria no lugar do espanhol, porém, o australiano negou tudo e apareceu uma das grandes rasteiras da história recente da F1. A forma como a Alpine administrou essa situação entrará para o folclore da F1, de como uma equipe que tinha dois pilotos fortes na mão e conseguiu perder os dois.  

O chefe da equipe Otmar Szafnauer tinha uma escolha difícil nas mãos, entre escolher a experiência de Fernando Alonso e tudo o que ele traz consigo fora das pistas ou optar por um piloto jovem e extremamente promissor, que é Oscar Piastri. Szafnauer preferia Piastri, mas para uma equipe que conquistou seus últimos títulos com Alonso, não seria fácil dispensa-lo. Enquanto empurrava isso com a barriga, tecnicidades de contrato de Piastri começaram a pressionar a Alpine, que com receio de dar um chute nos fundilhos de alguém tão grande como Alonso, prometeu uma vaga para Piastri... em 2025! O australiano ficaria dois anos na Williams como empréstimo, nos mesmos moldes do acordo entre George Russell e a Mercedes. No entanto, Piastri e sua trupe não gostou nadinha dessa decisão da Alpine. Considerado um fenômeno, Piastri conquistou de forma seguida a F3 e a F2 em seus anos de estreia, garantindo o apoio da Renault desde muito cedo, colocando Oscar em sua academia de pilotos. Só que após dois títulos consecutivos, Piastri ficou um ano sem correr em 2022, apenas acompanhando a Alpine e passar mais algum tempo fora da equipe que o apoiou não estava nos planos dele e de seu empresário, Mark Webber.

Com a dúvida se Alonso estaria na Alpine em 2023, Webber procurou outras glebas para o seu pupilo e encontrou lugar na McLaren, time que estava tão descontente com Daniel Ricciardo, que simplesmente contratou meio grid da Indy oferecendo um lugar na F1 num futuro próximo. A Alpine tinha uma data limite para ratificar o contrato de Piastri e de forma inacreditável, num mundo tão profissional como a F1, a montadora francesa protelou esse acerto e acabou perdendo a data. Webber perdeu a paciência e se acertou com a McLaren. Alonso acertou com a Aston Martin muito pela indecisão que a Alpine estava e da forma como fora escanteado por Szafnauer. Não acho coincidência que Webber e Alonso sejam muito amigos...

Quando Piastri surpreendeu o mundo dizendo que não correria pela Alpine em 2023, rapidamente surgiu a McLaren na história. O que também fora bastante surpreendente. Zak Brown tem sob seu guarda-chuva Pato O'Ward e Colton Herta, pilotos de grande potencial e não satisfeito, entrou numa briga com a Ganassi para trazer Alex Palou, cuja ida à McLaren na Indy tinha como principal atrativo... a F1! Além de O'Ward e Herta estarem lincados à McLaren na esperança de estar na F1 em breve. Com a ida de Piastri para se juntar à Lando Norris, dois pilotos jovens, praticamente se fecha as portas para a turma da Indy. E como fica Palou, que se desentendeu com sua equipe com o prospecto de ir para a F1? Brown que responda. Herta já se ajeita com a turma da Red Bull.

O certo é que a McLaren terá uma dupla de pilotos jovens e promissora, além de fazer com que Piastri finalmente estreie na F1, algo que muitos aguardavam com bastante ansiedade. Já a Alpine viu dois pilotos saírem de sua equipe em poucas semanas e com a disputa com a McLaren indo para julgamento aberto, ficou claro a incompetência do time francês, que não soube manter dois talentos e ainda viu um piloto que investiu por bastante tempo nas categorias de base ir para um time rival. Pressionado, Szafnauer já procura um companheiro de equipe para Ocon em 2023 e para isso, investe pesado em Pierre Gasly, sem espaço dentro do reino da Red Bull. Contudo, há um detalhe que dificulta a situação é o mau relacionamento entre Ocon e Gasly desde as categorias de base. Por isso Mick Schumacher entrou nessa equação, com o alemão já anunciando que sairá da Academia da Ferrari no final de 2022, praticamente acabando com as obrigações da Haas com Mick. 

O grid de 2023 vai se formando com algumas surpresas e uma lição para todos os times: cuidado na hora de alocar seu jovem piloto, pois você pode tomar uma rasteira histórica.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário