sábado, 31 de maio de 2025

Novas diretivas?

 


Muito se falou sobre o Grande Prêmio da Espanha, que a corrida realizada em Barcelona poderia ser um verdadeiro turning point para a temporada da F1 e o motivo era muito simples. Uma nova diretiva da FIA aumentava o rigor na fiscalização da flexibilidade das asas dianteiras, com as peça não podendo flexionar muito. Isso criou uma expectativa de mudanças no status quo da F1, principalmente na McLaren e seu início arrasador de temporada 2025. O que se viu até o momento foi Barcelona confirmando as expectativas do melhor carro maximizando seu potencial e com asa iguais a que começaram o ano, a McLaren dominou a classificação.

Desde os treinos livres a McLaren queria dar uma resposta às rivais, sendo bem mais rápida que Red Bull, Mercedes e Ferrari, que tinham esperanças de encostar nos papaias com a nova diretiva da FIA. A Sauber foi uma das equipes que trouxeram melhorias em seus carros e a evolução foi visível, com Hulkenberg ficando de fora do Q2 por muito pouco e Bortoleto, se provando cada vez mais um piloto velocíssimo em ritmo de classificação, conseguindo sua melhor classificação até o momento, em 12º. Colapinto já começa a ver alguns questionamentos ao seu desempenho bem abaixo de Gasly, mas o portenho ainda pode argumentar que um problema no seu Alpine no Q1 o atrapalhou bastante na sua luta a passar de fase. Pior situação vive a Red Bull e o problemático segundo carro. Tsunoda até começou relativamente bem na equipe, mas o nipônico começa a entrar na espiral negativa de um carro complexo e que só funciona com Max. Enquanto o neerlandês briga por coisas grandes, Tsunoda foi apenas o último colocado na classificação, colocando mais pressão na cúpula da Red Bull por não conseguir entregar um carro decente para seus pilotos. Pelo menos, um deles...

A McLaren dominou a classificação de cabo a rabo e a briga foi mesmo uma disputa particular entre Norris e Piastri, vencido por uma margem até mesmo surpreendente pelo segundo. Lando falou que errou no Q3, acrescendo mais uma nessa situação. Russell se recuperou de alguns finais de semana ruins e marcou o mesmo tempo de Verstappen, com quem irá dividir a segunda fila. Normalmente Barcelona não tem corridas muito animadas e é esperado muito calor para o domingo, beneficiando novamente a McLaren, que melhor administra o desgaste de pneus, porém, a largada será sucedida por uma grande reta e até lá, podemos ver muitas coisas.

segunda-feira, 26 de maio de 2025

Figura(MON): Lando Norris

 Após a vitória em Melbourne, primeira etapa da temporada 2025, Lando Norris viu o crescimento do seu companheiro de equipe junto com toques de brilhantismo de Max Verstappen. Mesmo tendo liderado boa parte do campeonato, Lando era constantemente cobrado por falta de iniciativa nas disputas de posição, além de seguidos erros no Q3, que o fazia largar mais atrás do potencial do seu carro. Em Mônaco, onde tudo sempre foi e sempre será decidido na classificação, Lando deu um resposta aos críticos com uma belíssima pole em Monte Carlo, superando o piloto da casa Leclerc com o cronômetro zerado. Conhecido por seus vacilos nas largadas, principalmente quando largou na pole, Norris soube se impor na St Devote e a partir daí fez o básico para vencer uma corrida em Monte Carlo, andando forte quando necessário, ditando o ritmo da corrida sem erros, fazendo seus pit-stops sem maiores dramas e não se impressionando quando Max Verstappen postergou sua parada esperando um milagre que não veio, mas permitiu que Leclerc e Piastri encostassem nas voltas finais, mas Lando esteve perfeito em Mônaco e encostou de vez na luta pelo Mundial de Pilotos, além de ter dado uma resposta aos críticos com o fim de jejum de vitórias que já lhe incomodava. Não teremos Papaya Rules tão cedo!

Figurão(MON): Mercedes

 Um final de semana ruim de cabo a rabo, passando por vários setores. Após um início de campeonato até interessante, com George Russell conseguindo uma série de pódios e Kimi Antonelli fazendo um bom papel como novato, o caldo começou a entornar pelos lados do feudo de Toto Wolff em Ímola, quando a equipe nunca se acertou e foi superada até mesmo pela Williams. Uma semana depois, a Mercedes começou a perder o rumo na classificação, quando Antonelli bateu ao final do Q1, quando tinha tempo para passar de fase e logo no comecinho do Q2, Russell teve um misterioso problema no motor, que desligou sozinho quando George passava por uma ondulação. Largar fora do top10 em Mônaco sempre foi e sempre será problemático, mas para 2025 a F1 resolveu 'inventar a roda' e decidiu que todas as equipes iriam parar duas vezes pelo menos. Um ultraje, mas que praticamente todas as equipes se prepararam. Talvez com exceção da Mercedes. Enquanto equipes traziam seus pilotos rapidamente aos boxes, mesmo que fazendo seus companheiros de equipe praticamente pararem seus carros, a Mercedes ficou esperando a morte da bezerra atrás desses carros ultralentos, somente trazendo seus pilotos no último terço de corrida, quando a vaca já tinha ido para o brejo. Um erro crasso de estratégia, enquanto muitas equipes estudaram a situação imposta pela F1, a Mercedes pareceu esperar por um milagre ou que um meteoro caísse em Monte Carlo para poder se mover e melhorar a situação de Russell e Antonelli, que acabaram fora dos pontos e tendo levado duas e três voltas, respectivamente.

domingo, 25 de maio de 2025

Ninguém para Palou!


 A temporada 2025 de Alex Palou na Indy são daquelas de se colocar no quadro, mas para o público em geral, por mais que você performe muito bem no campeonato, se não vencer as 500 Milhas de Indianápolis, todo esse esforço parece ser em vão. Por isso que o espanhol, atual dominador da Indy, estava com sangue nos olhos para uma vitória em Indianápolis. Palou cozinhou muito bem o galo para dar os botes certeiros após a última parada e se tornar um imortal dentro do automobilismo mundial com a vitória desse domingo.

A centésima nona edição das 500 Milhas de Indianápolis começou com atraso por causa de uma insistente garoa, que chegou a fazer que Tony Kanaan quase entrasse no carro de Kyle Larson, em mais uma tentativa do americano em completar as 1.100 milhas na Indy e na Nascar. Por sinal, Larson foi a Charlotte mais cedo, por causa de um acidente. Porém, essa não foi a maior emoção antes da bandeira verde. A história de Indianápolis mostra em vários momentos que o clima frio pode causa enormes surpresas e Scott McLaughlin, o melhor piloto da Penske no grid, rodou sozinho na volta de apresentação, para desespero do neozelandês. Para completar, um fogo no pneu traseiro esquerdo de Scott Dixon prometia uma corrida difícil para o piloto da Ganassi, que logo que visitou os pits, ficou claro que o problema era sério e perdeu três voltas no processo.

Acertado para voar na classificação e nem tanto na corrida, a Prema de Robert Schwartzman não durou muito na pole para surpresa de ninguém e num pit-stop, o novato atropelou metade da equipe, abandonando a prova. Takuma Sato e seu motor 'apimentado' da Honda dominou as primeiras voltas da Indy500, mas um erro num dos pit-stops tirou o japonês da contenda. Largando da última fila por causa de toda a confusão dos atenuadores traseiros, Josef Newgarden voava e rapidamente entrou no top10 da corrida, enquanto outro favorito, Pato O'Ward, se segurava entre os dez primeiros. Infelizmente a corrida de Newgarden terminou no último quarto de prova, com problema mecânico e com Will Power fazendo uma corrida discretíssima, a Penske teve uma edição de Indianápolis para esquecer.

Enquanto isso, vários azarões conquistavam o protagonismo da corrida, incluindo o veterano Ryan Hunter-Reay e Conor Daly, mas um motor apagado no último pit-stop do primeiro e um desgaste acentuado de pneus do segundo, entregou a corrida para David Malukas, Alex Palou e Pato O'Ward, muito forte no final. Fazendo uma corrida discreta, mas economizando bastante, Marcus Ericsson saiu de sua parada no primeiro pelotão, se colocando na briga pela vitória de forma surpreendente. Mesmo não sendo um ótimo piloto, o sueco é um especialista em Indianápolis. Com o último pit-stop feito, Alex Palou farejou o cheiro de sangue. Primeiro, ultrapassou Malukas e depois partiu para cima de Ericsson, que se colocou em posição de espera do bote final. Dois retardatários insistiam em ficar à frente de Palou, mas ele também usava o vácuo dos dois para evitar um ataque de Ericsson, que tentou fazer o mesmo que 2022. Palou iniciou a última volta tentando cortar o vácuo de Ericsson, mas entre as curvas 3 e 4 veio a amarela pela batida de Nolan Siegel, que significava a vitória de Alex Palou em Indiana.

A emoção tomou de conta para a Ganassi e Alex Palou, que entraram em litígio em 2022, mas depois acertaram as contas, mesmo que às custas de uma pesada quebra de contrato com a McLaren. Com cinco vitórias em seis etapas (e chegando em segundo na corrida que não venceu), Alex Palou está com o tetracampeonato mais do que encaminhado, mas com o triunfo nas 500 Milhas, a pergunta que fica é onde Alex Palou está na história da Indy.


Tempestade perfeita que não aconteceu

 


13 de junho de 2010. Um desgaste de pneus mais alto do que o normal durante o Grande Prêmio do Canadá fez com que as equipes parassem seus carros duas vezes, ao contrário da tática normal de uma parada que marcou aquela temporada. Aquela corrida em Montreal fez com que a F1 pedisse à Pirelli que construísse um pneu mais macio e que se desgastasse mais, trazendo mais pit-stops. 26 de maio de 2024. Uma bandeira vermelha na primeira volta do Grande Prêmio de Mônaco fez com que a corrida realizada no principado fosse uma das piores edições já vistas, com todos os pilotos andando lentamente para chegarem até o final sem precisar trocar de pneus. Com a F1 pensando cada vez mais em entretenimento (e menos em esportividade), resolveu obrigar todas as equipes a pararem pelo menos duas vezes em Monte Carlo. 


Ao contrário do que foi dito pela transmissão oficial, a corrida foi nada maluca. Os quatro primeiros colocados do grid chegaram nas mesmas posições e a vitória de Lando Norris foi decidida, como sempre ocorreu e sempre ocorrerá, em Mônaco na largada. O único que tentou arriscar algo foi Max Verstappen, que fez seu segundo pit-stop na penúltima volta, esperando por algo miraculoso que não veio. E por ironia das ironias, a corrida foi marcada pela lentidão de boa parte do pelotão, tentando favorecer o companheiro de equipe a ganhar um pit-stop, numa estratégia que funcionou muito bem com Williams e Racing Bulls, que viram seus dois pilotos marcarem pontos, enquanto a Mercedes vacilou de forma inacreditável. Enfim, nada de anormal ocorreu em Mônaco com a nova estratégia montada pela F1 e a tempestade perfeita não aconteceu.


A bela paisagem no principado viu uma largada bem mais tranquila que na F2, que viu um grande Big-One. Leclerc sabia que sua chance seria na largada e o piloto da Ferrari tentou ir para cima do pole Norris, mas o inglês fritou seus pneus para se manter na ponta. Verstappen também tentou algo para cima de Piastri, mas o australiano estava mais ligado que na semana passada e manteve o terceiro lugar. Logo na primeira volta Bortoleto efetuou uma bela manobra em cima de Antonelli na Hairpin, mas deixou a porta aberta na Portier, fazendo com que o italiano colocasse por dentro, deixando Bortoleto no muro, no único Safety Car Virtual da corrida. Alguns pilotos foram aos pits fazer suas paradas, mas no pelotão inicial, ninguém se animou a fazer a primeira parada. Norris liderava andando num ritmo bem baixo, seguido por Leclerc, Piastri e Max, sempre andando próximos, mas sem ataques. Logo ficou claro que algumas equipes sacrificariam os seus segundos pilotos para que o piloto à frente garantisse dois pit-stops tranquilos. Quem começou a brincadeira foi Liam Lawson, nono colocado, que segurava todo o pelotão para fazer com que Isack Hadjar, em quinto, fosse beneficiado. Lawson andava 4s mais lento que os demais, fazendo com que Hadjar fizesse suas duas paradas sem sair da zona de pontuação.


Vendo isso, a Williams fez o mesmo com Sainz, que começou a tirar o pé para que Albon fizesse suas paradas. Isso tudo arruinava a prova da Mercedes. Com os dois carros fora da zona de pontuação pela péssima classificação de ambos, a Mercedes andou sempre com alguém mais lento à sua frente, para frustração dos dois pilotos a ponto de George Russell cortar a Chicane de propósito para ultrapassar Albon (que retribuía o favor para Sainz) e preferir ser punido do que devolver a posição. O que George não esperava era que a FIA lhe desse um Drive Through, destruindo de vez a prova do inglês. A Mercedes teve seu pior final de semana de 2025 até agora, perdendo também na estratégia, com seus dois carros fora dos pontos.


Enquanto isso, lá na frente Lando Norris fez seus dois pit-stops de forma tranquila e quando Max Verstappen arriscou tudo ao postergar sua última parada ao máximo, o piloto da McLaren se viu preso atrás da Red Bull, vendo a aproximação de Leclerc. O monegasco tentou, fustigou, mas não atacou de verdade, ainda mais quando Piastri se aproximou de vez, fazendo com que os três primeiros recebessem a bandeirada muito próximos, enquanto Verstappen terminou na mesma quarta posição que largou depois de arriscar, mas não petiscar. Hamilton fez uma prova solitária e mesmo perdendo três posições no grid por ter atrapalhado Verstappen na classificação, Lewis recebeu a bandeirada mais de 40s atrás do companheiro de equipe. E Hamilton foi o último a terminar na mesma volta do líder. Com tanta gente andando muito lento por motivos estratégicos, o sexto colocado Hadjar terminou uma volta atrás, mas marcando bons pontos para Racing Bulls, enquanto Lawson finalmente marcou pontos com o nono lugar. Ocon foi sétimo, fazendo uma corrida correta num circuito onde sempre andou bem. A dupla da Williams terminaram em nono e décimo, após ajudarem-se durante a corrida. E de tanto andarem lentos, Albon e Sainz terminaram duas voltas atrás.


Fernando Alonso continua seu calvário após sua boa classificação, mas o motor Mercedes do seu Aston Martin entregou os pontos quando o espanhol tinha os seus primeiros pontos de 2025 nas mãos. Gasly abandonou ao acertar a traseira de Tsunoda na Chicane do Porto. Ambos levaram seus carros à lugares seguros e o Safety Car não apareceu na prova, ao contrário dos prognósticos. A Sauber fez diferente das demais equipes e fez com que seus pilotos parassem três vezes e mesmo batendo na primeira volta, Bortoleto conseguiu seu melhor resultado na carreira até agora e ainda ficou na frente de Hulkenberg. 


Norris teve seus méritos em fazer o necessário para vencer em Monte Carlo. Arriscou tudo no sábado e na largada para ter o posicionamento básico para triunfar no principado e escrever seu nome entre os vencedores em Mônaco. Mais do que isso, Lando encerrou o jejum de vitórias que já sofria e encostou de vez em Piastri no campeonato. com apenas três pontos o separando os dois pilotos da McLaren. Não teremos Papaya Rules tão cedo! E espero que também regras artificiais, que no caso de domingo, saiu pela culatra. 

A resposta da Aprilia

 


Nas últimas últimas semanas surgiu a notícia que o atual campeão Jorge Martin teria colocado a Aprilia contra a parede, por causa do rendimento abaixo da marca italiana, mesmo Martin só tendo feito uma corrida com a moto. E nem a completou. Com proposta da Honda e vendo o crescimento da gigante japonesa nessa temporada, Martin tentaria se livrar da Aprilia para 2026. Realmente a marca italiana não estava vindo muito bem em 2025, mas em Silverstone a Aprilia deu uma bela resposta à Martin com a vitória de Marco Bezzecchi.

A prova em Silverstone foi bem fora do comum e ao contrário de Le Mans, não se pode colocar a culpa no clima, que esteve sólido o tempo inteiro. Vindo de três poles consecutivas, Fabio Quartararo perdeu a ponta na largada logo de cara, mas o vencedor da Sprint Alex Márquez caiu sozinho na primeira curva, deixando a liderança para o irmão mais velho. Um acidente entre Franco Morbidelli e Aleix Espargaró livrou a cara de Marc, pois com óleo na pista, a corrida foi interrompida minutos depois de Marc cair mais uma vez na temporada. Bandeira vermelha e tudo voltava à estaca zero. Com duas quedas solo, os irmãos Márquez se comportaram de forma mais cautelosa na segunda largada, com Quartararo mantendo a ponta. No sábado, o representante da Yamaha perdeu muito rendimento, mas sem ter muito o que perder, Quartararo arriscou tudo no domingo e colocou pneu macio na dianteira, disparando na ponta. Enquanto isso, o trio que lidera o campeonato tinha dificuldades. Bagnaia era ultrapassado por Jack Miller e Marc Márquez, quando o espanhol perdeu o equilíbrio e Pecco o seguiu para fora da pista, ambos caindo para o meio do pelotão.

Alex Márquez não era sombra do piloto da Sprint e também perdia posições, mas o pior foi Bagnaia, que caiu mais uma vez e chegou aos boxes com cara de tacho. Mais uma vez. Zarco era segundo colocado, mas logo era atacado por Bezzecchi. Largando da décima posição, Marco imprimia um ritmo forte e ao ultrapassar Zarco, começava a tirar a diferença para Quartararo, que liderava com 5s de vantagem. No entanto, Bezzecchi também usava pneu macio na dianteira e precisava economizar, portanto, o italiano não descontava o suficiente para uma briga futura. 

Então, o pecado da corrida. Quartararo tirou a mão e sua expressão corporal em cima da moto entregava um problema sério. Quando encostou a moto, Fabio não escondeu seu pranto, tendo perdido uma corrida que estava nas suas mãos. Isso deixava Bezzecchi sozinho na ponta, com Zarco em segundo, mas com Marc Márquez em terceiro, o francês da Honda poderia ter problemas na reta final da prova, porém, o que se viu foi uma briga entre Márquez e Morbidelli, vencida no final pelo espanhol, que manteve a incrível sequência de 72 pódios consecutivos da Ducati. 

Marc não venceu, mas aumentou a vantagem sobre o irmão no campeonato, enquanto no box ao lado, a situação de Bagnaia apenas se complica. Mais interessante foi a resposta que a Aprilia deu ao seu pretenso principal piloto. 

sábado, 24 de maio de 2025

No apagar das luzes

 


Correndo em casa, Charles Leclerc liderou os três treinos livres e fazia uma classificação forte, tendo totais condições de repetir o feito de 2024, quando fez a pole e conseguiu uma emocionante vitória, no queria seria também uma surpresa, vide o rendimento abaixo da Ferrari em ritmo de classificação em 2025. Até então a McLaren era uma mera coadjuvante no final de semana, mas o time de Zak Brown saiu do marasmo no Q3 e liderou com sua dupla o tempo inteiro, mas Leclerc conseguiu uma ótima volta que parecia que lhe daria a pole, mas Norris ainda estava na pista e com o cronômetro zerado, tirou o doce da boca de Charles.

Considerada a classificação mais importante do ano, Monte Carlo viu equipes e pilotos nem se importando muito com o ritmo de corrida. Nas confusas três sessões de treinos livres, os pilotos andaram o tempo todo para conseguir aquele décimo a mais, além de incrementar a confiança e ficar mais e mais próximos dos rails monegascos. Com os carros precisando recarregar a bateria andando muito lento, foi visto também muito tráfego atrapalhando pilotos em sua voltas rápidas e muitas bandeiras vermelhas, quando os pilotos pareciam ter adquirido mais confiança e arriscavam um tantinho a mais para conseguir tempo na estreita pista monegasca e tempos muito próximos. Com 22 carros esperados para 2026, esse caos deve aumentar, com muita gente já pedindo modificações para a classificação monegasca ano que vem, com a separação em grupos sendo a mais popular. E talvez justa.

Trazido por Briatore para ser o salvador da Alpine, até o momento Colapinto não mostrou a que veio e foi o último colocado, enquanto Bortoleto lutou muito para ir ao Q2, ficando bem perto do experiente Hulkenberg, mas acabou 'bumpado' por Hadjar na última volta, fazendo com que Gabriel largue amanhã em 16º enquanto Nico foi ao Q2 bem pouco competitivo. No final do Q1, Antonelli bateu na chicane do porto, pedindo mil e uma desculpas ao time. Minutos depois, Russell perdeu potência do seu motor e ficou parado no meio do túnel, coroando o pior final de semana da Mercedes em 2025 até agora. Tsunoda segue o drama do segundo assento da Red Bull, ficando no Q2, enquanto a dupla da Racing Bulls foi ao Q3. Ser promovido dentro do grupo Red Bull está sendo muito de desgosto para o coitado que fica com o segundo carro da equipe austríaca.

A Ferrari continuava a surpreender com Leclerc muito forte e Hamilton não muito atrás. No Q3, a McLaren saiu cedo em ambas as tentativas e o motivo seria uma dupla tentativa com o mesmo set de pneus. Na primeira, Norris superou por muito pouco Piastri, seguido pela dupla da Ferrari. Leclerc se recuperou e tomou a liderança de Norris, que já tinha feito sua segunda tentativa, mas ainda teve tempo de fazer uma segunda volta rápida e garantir uma pole muito comemorada. Leclerc teve que se conformar com a segunda posição, com Piastri e Hamilton logo a seguir. Verstappen tinha esperanças de fazer de Monte Carlo, uma pista para pilotos, mais um lugar onde excederia as expectativas, mas o neerlandês ficou apenas em quinto. Com a ridícula regra dos dois pit-stops obrigatórios, podemos ver algumas mudanças entre os líderes na corrida amanhã, mas largando duas posições na frente do companheiro de equipe e líder do campeonato, Norris tem uma bela chance de vitória.

segunda-feira, 19 de maio de 2025

Figura(EMI): Williams

 Pela segunda corrida consecutiva a Williams pontuou com seus dois pilotos, inclusive com Albon terminando novamente num convincente quinto lugar. Porém, o anglo-tailandês saiu do carro reclamando do resultado. E com razão! O terceiro lugar e um excepcional pódio não estava fora do alcance da Williams, equipe que mais cresceu em comparação ao campeonato do ano passado. Se em 2024 a equipe comandada por James Vowles sofreu para pontuar e ainda pagou várias horas extras para o funileiro, nesse ano a Williams se consolida como a quinta força do campeonato e as duas últimas corridas foram de muitos pontos para a tradicional equipe inglesa. Mesmo trazendo Carlos Sainz da Ferrari, Alex Albon surpreende ao liderar a equipe e em Ímola o anglo-tailandês mais uma vez fez uma corrida sólida, brigando forte com as Ferraris no stint final, que lhe rendeu um quinto lugar. Porém, se não fosse a sequência de Safety-Cars, Albon poderia genuinamente lutar pelo pódio, o que seria um prêmio para a evolução da Williams em 2025.

Figurão(EMI): Aston Martin

 Os desenvolvimentos da Aston Martin pareciam fazer efeito em Ímola e pela primeira vez na temporada, a dupla esmeraldina estava no Q3 na classificação, com Alonso assegurando um ótimo quinto lugar no grid. Uma largada convencional manteve a dupla da Aston Martin entre os dez primeiros e tudo levava a crer que tanto Alonso, como Stroll marcariam pontos no Grande Prêmio da Emilia-Romagna. Pura ilusão. Uma sequência de Safety-Cars, um virtual e depois físico, fora de hora estragou a estratégia da Aston Martin, tirando ambos os pilotos da zona de pontuação, além de tirar Alonso do sério, que praguejou via rádio, se autointitulando como o 'piloto mais azarado da porra do mundo!'. Alonso terminou em 12º e permanece zerado em 2025, com Stroll terminando um pouco mais atrás. Com uma estrutura de equipe grande, ter poucos pontos na poupança e seu principal piloto zerado pega muito, muito mal para os comandados de Lawrence Stroll, que já deve começar as cobranças em breve.

domingo, 18 de maio de 2025

Tudo na largada

 


Como vem acontecendo em 2025, Ímola viu o vencedor da prova sendo decidido na saída da primeira curva. Max Verstappen nem largou tão bem saindo da segunda posição e se aproximou da Tamburello em terceiro, mas o piloto da Red Bull tinha o caminho livre com Piastri mais preocupado em se defender de Russell. Max mergulhou por fora e numa belíssima ultrapassagem, assumiu a ponta e mesmo com um carro pior que a McLaren, Verstappen usou o ar limpo e estratégia certeira da Red Bull para dominar o que pode ser o último Grande Prêmio da Emília-Romagna, em Ímola.


O final da primavera italiana nos premiou com um dia perfeito para o Grande Prêmio da Emilia-Romagna, no que pode ser a despedida da corrida em Ímola do calendário da F1. Todos sabiam de antemão que ultrapassar em Ímola seria uma missão complicada e por isso os pilotos não pouparam esforços para um bom posicionamento na classificação, sem contar que uma boa largada faria toda a diferença. Líder do campeonato e vindo de quatro vitórias nas últimas cinco corridas, o pole Piastri saiu muito bem e parecia que o australiano iria vencer a corrida, ainda mais com Verstappen não tendo uma boa largada e imediatamente caindo para terceiro. Metros mais tarde, isso faria muita diferença a favor de Max. Russell saiu melhor do que o neerlandês da Red Bull e colou na traseira de Piastri, fazendo com que o representante da McLaren focasse na defesa em cima de Russell, ficando totalmente por dentro. O problema foi que Piastri praticamente estendeu o tapete vermelho por fora e o traçado normal da pista para Verstappen, que freou o mais tarde possível, ultrapassando Russell de imediato e com Piastri freando antes por estar na parte suja, ficando ao lado da McLaren na primeira perna da Tamburello, mas na curva seguinte, Verstappen teria a preferência e sem área de escape asfaltada, Piastri não pode fechar a porta como fez em Jedá e Verstappen emergiu na ponta numa manobra de manual rumo à liderança.


Porém, Miami viu a McLaren colocar 40s de vantagem sobre os demais em ritmo de corrida, suscitando até mesmo dúvidas da conformidade no regulamento do carro papaia, principalmente nos freios traseiros. Portanto, a corrida não estava terminada com a manobra de Verstappen. Pelo menos em teoria, pois na prática, Verstappen fez outra corrida excepcional e se em Suzuka o neerlandês venceu baseado na tática e na impossibilidade de se ultrapassar no Japão, em Ímola Max venceu pela quarta vez consecutiva baseado no desempenho. Com ar limpo, Max pôde administrar bem seus pneus, enquanto Piastri parecia com dificuldades com seus pneus médios, que na verdade era os macios das corridas anteriores. Enquanto isso, Norris passou a atacar um Russell também em dificuldades com pneus e contrariando a lógica, fez uma bela ultrapassagem sobre o compatriota. George reclamava dos pneus e não demorou a fazer sua parada, colocando a estratégia de uma única parada em dúvida, algo que vários pilotos fizeram, inclusive Piastri. Mesmo tendo que forçar os pneus para ultrapassar Russell, Lando tinha seus pneus mais em ordem e era mais rápido até mesmo que Verstappen, mas ainda 10s atrás. A McLaren resolveu tentar duas estratégias distintas para seus pilotos, com Norris repetindo a tática de Verstappen e esticando o primeiro stint e provavelmente parando apenas uma vez, enquanto Piastri sofria para passar carros com estratégia parecida com a do seu companheiro de equipe. Quando a parada dos pilotos que tinham esticado o primeiro stint se aproximava, Ocon deixou sua Haas na beira da pista, trazendo o primeiro Safety Car do dia, mas virtual.


Isso beneficiou quem ainda não tinha parado, incluindo aí Verstappen, que fez sua parada com tranquilidade, enquanto a McLaren chorava a morte da bezerra e demorou para trazer Norris e Piastri para os pits. Quando o SC virtual terminou, a diferença havia subido de 9 para 19s entre os líderes. Quando a corrida pegava embalo novamente, o piloto da casa Antonelli deixou seu carro no mesmo local de Ocon. Todos esperavam que o SC virtual aparecesse, mas contrariando a lógica novamente, a dona FIA colocou o Aston Martin de Maylander na pista. Isso causou uma romaria de carros aos pits, incluindo o líder Verstappen, se precavendo de qualquer ataque da McLaren na relargada, mas a turma de Zak Brown não estava num bom dia e deixou Piastri na pista, com pneus desgastados, enquanto Norris já se insinuava numa troca de posição. Muitos pilotos (como Lando) colocaram pneus duros, mas a organização se embananou em tirar a Mercedes de Antonelli e só tivemos dez voltas em bandeira verde. Havia uma salada de pilotos que tinham parado ou não no SC real, mas isso não impediu de Verstappen abrir uma bela vantagem na frente, enquanto Norris só demorou três voltas para ultrapassar Piastri e ficar em segundo. No pódio, enquanto Coulthard parecia mais preocupado com o perfume de Norris, ficava claro mais uma vez que Verstappen assegurará que capitalizará qualquer vacilo da McLaren. Piastri parecia ter chupado um limão bem amargo, ao ver sua pole se transformar num terceiro lugar, enquanto Norris ria sem muito motivo com o segundo lugar. Essa vitória de Verstappen o coloca no jogo novamente, além de mais pressão na jovem dupla da McLaren, com Norris já contando com um bom jejum de vitórias e Piastri vendo sua equipe se atrapalhar na estratégia.


Depois de uma classificação horrorosa, com sua dupla de piloto ficando pelo caminho ainda no Q2, a Ferrari ressurgiu em ritmo de corrida, claro, com deslizes estratégicos. Leclerc fez uma bela largada e estava no grupo dos pilotos que pararam cedo, enquanto Hamilton, tendo largado com os pneus duros, esticou seu stint ao máximo. Charles parou antes de Russell e num belo undercut, superou vários carros e era o segundo da estratégia dos que parariam duas vezes, mas o SC jogou contra o monegasco e ficaria ainda pior quando ele ficou na pista com pneus desgastados quando todos ao seu redor tinham trocado de pneus. Leclerc reclamou bastante via rádio, mas ele segurou o quanto pôde Albon, chegando a colocar o piloto da Williams para fora e tendo que devolver a posição. Hamilton passou o primeiro stint inteiro olhando a traseira de Antonelli, mas quando colocou pneus médios, Lewis incrementou bastante seu ritmo de prova, ultrapassando Kimi e Hadjar. Nas últimas voltas, se aproveitou do entrevero entre Charles e Albon para subir para quarto, sua melhor posição em corrida em 2025. Mesmo reclamando (de novo) via rádio, Leclerc ainda salvou um sexto lugar. Novamente a Williams conseguiu um ótimo desempenho e Albon chegou a vislumbrar um pódio, mas acabou em quinto lugar, enquanto Sainz, numa estratégia diferente do companheiro de equipe e fazendo uma corrida mais combativa vindo de trás, terminou em oitavo. Ótimos pontos para a Williams, que superou a Mercedes em Ímola. Russell largou muito bem, mas não teve um bom ritmo, terminando apenas em sétimo, em sua pior corrida até o momento, enquanto Antonelli fez uma tática diferente, mas esteve bem longe de brilhar na frente de sua torcida e dos coleguinhas de classe.


A Aston Martin conseguiu sua melhor classificação em 2025 e tinha bons motivos para pontuar, mas um ritmo de corrida pobre e ambos SC fora de hora tiraram Stroll e Alonso do top10, sendo que no caso do espanhol, essa falta de sorte o tirou do sério também, com Fernando continuando zerado em 2025. Hadjar estava na turma que esticou o primeiro stint e numa corrida consistente, o novato francês marcou pontos novamente para a Racing Bulls, enquanto Lawson foi praticamente incógnito. Depois de capotar seu carro na classificação, fazendo com que a Red Bull tivesse que trocar o chassi e largar dos boxes, Tsunoda ainda marcou um pontinho, mas o japonês esteve longe de brilhar. Gasly estava no top10 após a largada, mas uma saída de pista enquanto brigava com Leclerc deixou Pierre fora da zona de pontos o resto da corrida, andando próximo de Colapinto algumas vezes, onde o argentino não mostrou na Alpine o ritmo forte na Williams. Apenas as pancadas. Se não fosse o abandono de Ocon, a Haas também passaria em branco, enquanto que Hulkeberg liderou a Sauber, vislumbrando a décima posição algumas vezes, mas o alemão acabou fora dos pontos, enquanto Bortoleto teve uma corrida pobre de ritmo e numa estratégia diferente de Hulk, amargou a última posição dos que receberam a bandeirada.


Numa corrida acima das expectativas e bastante mexida pelas entradas do SC, Max Verstappen não olhou para trás e venceu de forma dominante, após uma manobra excepcional na primeira curva. Na corrida de número 400 da Red Bull, o time comandado (por enquanto) por Christian Horner executou muito bem o fim de semana e usou o talento de Max Verstappen para derrotar a McLaren, que mesmo tendo um duplo pódio, viu aumentar a pressão nos ombros dos seus jovens pilotos. Piastri ainda lidera o campeonato, mas sabe que não poderá contar com a ajuda do seu companheiro de equipe (Max também não, mas por outros motivos) e lida com um extraclasse que dificilmente desperdiçará qualquer chance que lhe derem. E Max não desperdiçou as chances que Oscar e a McLaren lhe deram!  

sábado, 17 de maio de 2025

The last drive

 


Tristemente lembrada pelo trágico final de semana em 1994, o circuito de Ímola voltou ao calendário da F1 durante a pandemia exibindo um circuito que os pilotos chamam de 'old school', mas com o inchaço do número de corridas na F1 e o crescente interesse de novos palcos entrarem na F1 com mais dinheiro, o circuito italiano estaria bem próximo de sair mais uma vez da F1. Nesse clima de despedida, o circuito de Ímola mostrou que suas características únicas dentre os vários 'tilkódromos' transformam a classificação num evento bastante disputado e que pode definir o resultado de domingo. E Piastri provou mais uma vez que está numa fase espetacular.

Com a Pirelli usando pela primeira vez seu composto mais macio, as equipes quebraram a cabeça com um pneu que muitas superaquecia antes mesmo do final de uma volta no limite. Na Alpine, a confusão reinante nos bastidores viu o chefe de equipe Oliver Oakes sair do time por motivos pessoais, mas que na verdade pode ser um verdadeiro escândalo nas equipes de base de Oakes, que viu seu irmão sendo preso. Para completar, Briatore aproveitou a saída de Oakes, o único que ainda segurava Jack Doohan, para colocar Colapinto no lugar do novato australiano. Se no início se falou que Colapinto teria cinco corridas para se provar, Briatore teve um comportamento típico ao dizer que isso não existia e o argentino só teria que fazer três coisas para manter seu assento. Bom, uma delas Franco não cumpriu, ao estatelar seu carro na Tamburello, continuando sua fama de batedor de carros. Poucos minutos antes, Yuki Tsunoda mostrou que o segundo carro da Red Bull precisa ser benzido, com o japonês batendo forte antes de marcar tempo no Q1, fazendo Yuki largar em último no domingo, em outra corrida difícil para o segundo carro da Red Bull.

Enquanto isso, o outro carro da Red Bull mostrava força com Max Verstappen brigando pela pole com a dupla da McLaren. Como normalmente ocorre, Lando Norris espirrou o taco e com mais um erro no Q3, acabou superado também pela Mercedes de Russell e largará em quarto. Já Piastri segurou a pressão e marcou mais uma pole, superando Verstappen na casa dos centésimos. Com Ímola tendo notórios problemas de ultrapassagem, ter o posicionamento no domingo se mostrará essencial e Piastri tem tudo para se manter na ponta. 

terça-feira, 13 de maio de 2025

75 anos de paixão

 


Num de 13 de maio como hoje, Silverstone recebia mais um Grand Prix, mas dessa vez, fazendo parte do calendário de um novo campeonato. Houve tentativas anteriores de organizar campeonatos de Grand Prix antes da Segunda Guerra Mundial, mas o conflito impediu que essa ideia fosse adiante. Com a Europa ainda se recuperando econômica e estruturalmente da guerra, as primeiras corridas retornaram em 1946 e três anos depois a FIM tinha tomado à dianteira com o primeiro Campeonato do Mundial de Motovelocidade. Inspirado nas duas rodas, a FIA criou o primeiro Campeonato Mundial de Automobilismo, logo conhecido como Formula 1. As equipes das grandes montadoras ainda usavam os carros pré-guerra, assim como os principais pilotos. Em Silverstone, a Alfa Romeo teria quatro carros e seus três pilotos principais estavam presentes (Farina, Fangio e Fagioli), com Reg Parnell como convidado. O grid ainda teria seis Maseratis, cinco Talbot-Lago e vários carros ingleses da ERA e Alta. A grande ausente era a Ferrari, que preferiu participar de uma corrida de F2 na Bélgica. A corrida aconteceu num sábado, com a presença do Rei George VI e sua filha Elizabeth, a futura Rainha da Inglaterra. A primeira prova da F1 foi dominada pela Alfa Romeo, com o trio de 'efes' liderando pelo menos uma volta, mas se aproveitando de uma quebra de Fangio, o pole-position Farina venceu a corrida de número um da F1, iniciando uma paixão que completa 75 anos hoje.

domingo, 11 de maio de 2025

Fator casa

 


Correr em casa tem suas vantagens e não significa apenas o conhecimento da pista. Conhecer o clima local pode fazer toda a diferença e o experiente Johan Zarco o fez de forma sublime em Le Mans no caótico Grande Prêmio da França. Zarco conseguiu sua segunda vitória na MotoGP arriscando e se mantendo numa estratégia de usar a moto com pneus de chuva e terminou uma sequência de 22 vitórias consecutivas da Ducati com sua Honda, antiga detentora desse recorde.

Antes de mais nada, é impressionante como a MotoGP não sabe lidar com corridas com piso molhado ou prestes a molhar. Em Austin foi uma bagunça gigantesca com a pista secando a ponto da MotoGP mudar as regras, mas bastou a primeira corrida com clima instável para vermos outro caos. As corridas das categorias menores ocorreram com piso seco, mas a chuva apareceu de leve um pouco antes da largada. Pilotos montados com pneus slick e bastou a volta de apresentação para todos irem aos boxes no final do giro trocar para a moto com pneus biscoito. Bandeira vermelha. Alguns minutos se passaram, os pilotos foram para o grid e perceberam que a pista estava seca demais para pneus de chuva e trocaram de moto novamente, mas a direção de prova agiu e puniu a todos os pilotos que trocaram de moto com uma dupla volta longa. O problema foi que 80% do grid trocou de moto. Uma bagunça monumental!

Quartararo parecia o piloto que poderia levar o público que lotou o mítico circuito de Le Mans à loucura. O francês da Yamaha conseguiu mais uma pole miraculosa e chegou a liderar a Sprint nesse sábado, antes de ser ultrapassado por Marc Márquez, que fez história ao vencer a Sprint pela sexta vez consecutiva. Porém, Quartararo foi uma das vítimas da chuva e caiu na última curva, quando tinha um dos melhores ritmos do pelotão, que lutavam contra a pista que ficava cada vez mais molhada, a ponto de todo mundo que trocou de moto antes da largada, ter que retornar aos pits. Alguns pilotos que largaram com pneus de chuva não aguentaram o tranco nas primeiras voltas, foram aos pits trocar para a moto com pneus slicks, tudo isso para voltar a moto original quando a chuva apertou. No entanto, Johan Zarco aguentou o tranco. O francês da LCR Honda escapou de um acidente na primeira curva, que derrubou um infeliz Francesco Bagnaia e se manteve o tempo todo com a moto com pneus de chuva. Quando os pilotos foram aos boxes trocar para a moto com pneus slicks, Zarco emergiu na ponta com perigosos 8s na frente de Marc Márquez, que liderava a turma que trocara de moto. Após ultrapassar facilmente o convalescente Miguel Oliveira, passou-se a sensação que Marc partiria para cima de Zarco, mas o que se viu foi um Johan completamente imparável nesse domingo de dia das mães.

A pista continuava perigosa mesmo com todos os pilotos com os pneus apropriados e Alex Márquez, que chegou à Le Mans como líder do campeonato, caiu duas vezes antes de abandonar, entregando a liderança folgada do campeonato para Marc Márquez, que se conformou com uma distante segunda posição, com Fermin Aldeguer tirando Pedro Acosta do pódio nas voltas finais. Zarco fez a corrida de sua vida, aumentou a diferença para o dominante Márquez para mastodônticos 20s e pôde comemorar uma das vitórias mais alegres dos últimos tempos da MotoGP. Os pais de Zarco choravam copiosamente dentro dos boxes e todo o público vibrou com o primeiro francês a vencer o GP local em 71 anos. Johan Zarco deu seu famoso backflip e venceu com extrema categoria, apostando no fator casa que o fez arriscar nos pneus certos e ficar até o final, o recompensando com uma vitória inesquecível.  

sábado, 10 de maio de 2025

Nem amarela segura Palou

 


A bandeira amarela, uma das marcas registradas da Indy, deu às caras no circuito misto de Indianápolis após praticamente quatro corridas e meia sem dar as caras em provas da categoria. Nem assim, isso foi capaz de parar Alex Palou. O espanhol da Ganassi fez outra corrida tática, onde não se importou de perder a ponta na largada para Graham Rahal e passar boa parte da corrida comboiando o americano. A decadente equipe Rahal surpreendeu no misto de Indianápolis e não apenas Graham, mas os demais pilotos andaram muito bem na metade inicial da corrida. Até mesmo o errático Devlin DeFrancesco. No entanto, um a um os pilotos da Rahal iam perdendo rendimento. Graham resistiu o quanto pôde, mas quando seus pneus perderam rendimento no penúltimo stint, Palou fez a ultrapassagem e desapareceu. Um erro de Graham Rahal em sua última parada tirou o americano do top5. No entanto, a bandeira amarela deu às caras nas últimas voltas, com David Malukas parando seu carro ao lado da pista, quando Palou já tinha 9s de vantagem sobre Pato O'Ward, seguido das duas Penske de Will Power e Scott McLaughlin. O mexicano ainda tentou um ataque na relargada, mas Palou se defendeu. E desapareceu rumo à quarta vitória em cinco corridas do calendário da Indy. Mesmo com a sólida liderança e um raro domínio, Palou sabe que seu nome só entrará na eternidade da Indy se vencer no final do mês no mesmo local onde venceu hoje. Mas no oval, após 500 milhas.

segunda-feira, 5 de maio de 2025

Dia trágico em Oulton Park

 Uma tragédia se abateu na primeira etapa do Britânico de Superbike de 2025, na categoria de suporte Supersport, onde num acidente na primeira volta dois pilotos (Owen Jenner e Shane Richardson) faleceram, um ficou seriamente ferido e outros cinco com ferimentos leves. Acidentes na primeira volta de corridas de motos sempre são tensas, pois com os pilotos agrupados, a chance de atropelamento aumentam bastante e isso aconteceu na pista inglesa nessa segunda.


Figura(MIA): McLaren

 Um ano depois de voltar a vencer na F1, a McLaren deu uma demonstração de força ao marcar 100% dos pontos possíveis, com a dobradinha mais dominante de 2025. Se Piastri e Norris ainda sofrem na classificação, particularmente no Q3 e o talento absurdo de Max Verstappen, em ritmo de corrida os papaias se mostraram imbatíveis em Miami, com Piastri conquistando sua quarta vitória em seis provas, com Norris 4s atrás. O mais próximo carro não-McLaren foi a Mercedes de George Russell, com 37s de desvantagem. Zak Brown reuniu seus dois pilotos para uma selfie e pelo ritmo imposto em Miami, será muito difícil alguém superar a McLaren no momento.

Figurão(MIA): Ferrari

 O final de semana em Miami começou para a Ferrari com a promessa de novidades no layout e novamente levantou-se a hipótese de uma mudança histórica, já que o azul da HP voltava à tona. O que se seguiu foi mais um flop, com o azul dominando apenas a cobertura do motor, mas Fred Vasseur desejou que esse fosse o maior problema da Ferrari na passagem da F1 pela Flórida. Mesmo com Hamilton retornando ao pódio na corrida Sprint, era nítido a falta de desempenho da Ferrari e horas depois Lewis ficou no Q2, com Leclerc conquistando um pálido oitavo lugar no grid. Em ritmo de corrida a situação não melhorou muito. Na verdade, piorou, mas por outros motivos. Enquanto brigavam pela 'gloriosa' sétima posição, a Ferrari viu seus dois pilotos se estranharem via rádio, com Leclerc e Hamilton trocando cutucadas e a Ferrari protagonizando duas trocas de posições constrangedoras. Ou seja, além do desempenho muito aquém do esperado, a Ferrari terá agora que apaziguar seus dois pilotos.

domingo, 4 de maio de 2025

Que pena...


Antes de Michael Schumacher, o automobilismo alemão era conhecido pela força de suas montadoras, até que Michael batesse todos os recordes da F1 e colocar a Alemanha como um grande celeiro de piloto alemães, vindo na esteira de Schumacher, Sebastian Vettel e Nico Rosberg. Contudo, antes de Schumacher vencer pela primeira vez na F1 em 1992, o último alemão a vencer na categoria fora Jochen Mass. Piloto que teve uma carreira meteórica nas categorias de base, Mass estreou na F1 em 1973 e já no ano seguinte faria suas primeiras corridas pela McLaren, se tornando companheiro de equipe de Emerson Fittipaldi em 1975. Piloto de resultados sólidos, mas sem ser espetacular, Mass venceria sua única corrida em Montjuich, de triste lembrança e que completou 50 anos recentemente. Após sua passagem pela McLaren, Mass perambulou por algumas equipes pequenas e em 1982, se envolveu no acidente fatal de Gilles Villeneuve. Poucas semanas depois Mass se envolveu em outro acidente sério em Paul Ricard e decidiu abandonar a F1. Mass se tornou uma estrela das corridas de longa duração ao longa da década de 1980, correndo de Porsche e Mercedes, onde venceria as 24 horas de Le Mans em 1989, ao lado de Manuel Reuter e Stanley Dickens. No início da década de 1990 Mass passaria a ser uma espécie de mentor para jovens pilotos da Mercedes, incluindo Michael Schumacher. Semanas atrás ficamos na torcida para que Jochen Mass se recuperasse de um problema de saúde, mas poucas horas antes da largada do GP de Miami, sua família anunciou sua morte, deixando o automobilismo em luto. 

Implacável


 Com carros iguais e pilotos de bom nível no cenário internacional, é bastante raro ver um domínio na Indy, porém, Alex Palou vem surpreendendo a todos com um ritmo avassalador nesse início de campeonato 2025 e com três vitórias em quatro provas, o espanhol da Ganassi vai se garantindo como 'favoritasso' ao tetracampeonato. Na pista de Barber, Palou deu um verdadeiro passeio no parque, não sendo incomodado por ninguém numa prova sem bandeiras amarelas, continuando uma impressionante sequência de três corridas sem que o pano amarelo seja mostrado. Numa corrida limpa, Palou fez dos adversários de gato e sapato e já lidera o campeonato com folga. Seguindo o ritmo da F1, um piloto da McLaren na Indy faz um ótimo trabalho e é vice-líder, mas não é Pato O'Ward. Vindo de bons préstimos na Rahal, Christian Lundgaard foi contratado pelo time de Zak Brown e fez uma bela prova nesse domingo. Com três ultrapassagens decisivas, terminou em segundo e completou três pódios seguidos, à frente da primeira Penske, de Scott McLaughlin. Entramos no mês de maio e daqui a pouco começa as semanas mais importantes da Indy no ano: os treinos para as 500 Milhas de Indianápolis. E Palou sabe que ainda lhe falta isso para entrar definitivamente no olimpo da Indy.

Miami double

 


Após a corrida, Zak Brown chamou seus dois pilotos para uma selfie. O dono da McLaren não poderia esperar por um final de semana melhor em Miami. Dobradinha na Sprint e na corrida principal, simplesmente 100% dos pontos possíveis conquistados. E com 37s de vantagem para o terceiro colocado, a McLaren se coloca como o melhor carro da F1 no momento. Porém, não foi um passeio no parque para a trupe comandada por Brown, Andrea Stella e seus papaia caps. E o grande empecilho foi o de sempre. Após conquistar outra pole miraculosa, Max Verstappen vendeu bem caro as ultrapassagens que tomou de Piastri e Norris, chegando a tirar o inglês do sério, o mandando tomar naquele lugar quando fez a ultrapassagem definitiva. Com a quarta vitória em seis corridas, Oscar Piastri começa a despontar como forte concorrente ao título.


Antes da corrida havia previsão de chuva e até mesmo avisos de tornados foram emitidos pelo governo da Flórida. No sábado a F1 já tinha passado vexame novamente com a aversão dos carros atuais à pista molhada e havia o temor que isso se repetisse no domingo. A prova da F1 Academy foi suspensa, com a pista alagada. Contudo, a pista estava seca no momento da largada, mas como a previsão era de chuva em qualquer momento, os pilotos largaram com um senso de urgência maior do que o normal. Saindo da pole Max Verstappen fez outra largada diagonal, trancando a porta de Lando Norris, mas ao frear no limite, 'embarrigou' a primeira curva, dando chance para Norris dar o bote. Desde o ano passado Max se especializou em bater o pé e colocar Lando no seu cantinho e novamente o neerlandês o fez, fechando Norris que para não bater, saiu da pista e caiu para sexto. Como sempre o inglês choramingou via rádio, mas a McLaren não tinha muito do que reclamar, pois Piastri fizera algo muito parecido em Jedá com Verstappen. O piloto da Red Bull liderava a prova, na frente de Antonelli e Piastri. Mesmo com o tempo fechado, o clima úmido e quente de Miami favorecia claramente o ritmo de corrida da McLaren e Piastri não demorou muito para deixar Antonelli para trás e partir em perseguição à Verstappen. E Oscar teve que usar seu talento para não cair nas artimanhas de Max e o derrotar numa luta dura, onde Verstappen jogou pesado, mas Piastri parece mais vacinado do que Norris, que à essa altura já tinha escalado o pelotão e estava encostando na dupla que ponteava a prova.


Sem ritmo para liderar a prova e andando muito mais que o potencial do carro, Verstappen novamente jogou duro com Norris. As três zonas de DRS deixaram Max com poucas chances contra uma McLaren muito superior ao seu Red Bull, mas Verstappen não entregou a paçoca fácil e essa batalha que teve como vitorioso Lando Norris praticamente definiu a corrida, pois quando o inglês finalmente se livrou de Max (com direito a dedo do meio e tudo), Piastri já estava definitivos 8s na frente. Para melhorar a situação para a McLaren, a esperada chuva passou ao largo do estádio Hard Rock Cafe e ao contrário de Melbourne, nada pôde impedir a dobradinha da McLaren, a mais dominante de 2025. Quando foi ultrapassado por Norris, imediatamente Verstappen perdeu rendimento com os pneus em frangalhos pela disputa dupla com a McLaren, mas Antonelli não conseguia encostar e então veio o SC Virtual pelo carro de Bearman parado ao lado da pista com o motor quebrado. Max já tinha feito seu pit-stop, mas um obscuro quinto colocado Russell ainda não. George então tirou a sorte grande, pois fez sua única parada bem no momento do SC Virtual e saiu à frente de Max, pulando para terceiro. Usando pneus médios e ar limpo, o inglês não teve maiores problemas para manter o terceiro lugar e subir novamente no pódio. 


Quando a McLaren colocou pneus duros nos seus dois carros, Lando esboçou uma reação, mas Piastri parecia ter tudo sob controle e mesmo a diferença tendo caído de 8 para 3s, o australiano não se abalou e com a vitória desse domingo, se igualou a Norris em número de vitórias, mas no campeonato, chegou ao seu quarto triunfo, enquanto Lando tem apenas um, além de dezesseis pontos a mais. Piastri começa a abrir uma vantagem considerável para Norris, que precisa urgentemente tirar Verstappen da cabeça, pois Oscar parece ser o grande adversário de Norris pelo título. O sortudo terceiro lugar de Russell o deixou mais próximo de Verstappen no campeonato, do que o neerlandês está do vice-líder Norris. As voltas milagrosas de Max Verstappen na classificação não parecem ser o suficiente para bater a McLaren nesse momento e ficar apenas seis pontos do quarto colocado Russell parece ser a realidade do momento para Max, que vai levando a Red Bull nas costas. Yuki Tsunoda faz um trabalho bem melhor do que Liam Lawson, mas ainda assim o japonês só marcou um pontinho na corrida, mais de um minuto do líder e 35s depois de Max, sendo que Yuki ainda foi punido por ter excedido o limite de velocidade nos pits. Verstappen contabiliza impressionantes 94% do total de pontos conquistados pela Red Bull esse ano. Após ter assombrado em volta lançada, Andrea Kimi Antonelli se mostrou menos impressionante em ritmo de corrida e mesmo tendo andado em terceiro no começo da corrida, seu ritmo despencou e ele terminou apenas em sexto, mas há bastante potencial no jovem italiano.


A Williams surpreendeu ao andar no mesmo ritmo de Ferrari e numa excelente corrida de Alex Albon, o anglo-tailandês superou Antonelli para ficar num ótimo quinto lugar, amealhando bons pontos para a Williams. Sainz terminou em nono e viu de camarote a confusão via rádio protagonizada pela dupla da Ferrari, com declarações fortes e ácidas de Leclerc e Hamilton, resultando em duas constrangedoras trocas de posição, que não valeu nada mais do que a sétima posição. Muito, muito pouco para uma equipe que prometia tanto e agora precisa domar seus dois pilotos. Na volta final, talvez desconcentrado pela briguinha via rádio com Leclerc, Hamilton deixou a porta aberta no final da reta oposta e Sainz mergulhou com tudo. Lewis percebeu tarde demais a manobra e jogou sua Ferrari em cima do bólido do espanhol, resultando num toque forte entre eles, mas sem troca de posições.


Com as quatro equipes grandes chegando ao fim sem problemas e a Williams numa tarde especial, restou pouco para as demais equipes. Bortoleto chegou a ultrapassar Hamilton na primeira volta, mas perdeu a posição logo em seguida e ficou à frente o primeiro stint inteiro de Hulkenberg, sendo o primeiro piloto a fazer o seu pit-stop, no que parecia ser uma tática errada pela chuva que se aproximava, mas como ela não veio, não fez muita diferença, principalmente com o problema na bomba de combustível que fez Gabriel abandonar. Hulkenberg fez outra corrida sólida, chegando a figurar no top10 antes de sua parada. Hadjar fez uma corrida discreta, não capitalizando a punição de Tsunoda, faltando 2s para tal, enquanto Lawson abandonou após seu carro ter sido atingido na primeira curva por Doohan e não ter tido rendimento a prova toda. A Alpine passou a corrida praticamente incógnita, enquanto a Aston Martin ficou com as duas últimas posições, se consolidando como uma das piores equipes de 2025.


Miami viu uma prova animada, após o receio de uma tempestade interrompesse a prova a qualquer momento, mas também deixou claro que a McLaren está um passo à frente dos demais, principalmente em ritmo de corrida. Se não vacilar muito na classificação, Piastri e Norris tem tudo para dominarem no domingo em qualquer pista. As lutas com Verstappen vão dando casca para ambos os pilotos da McLaren, mesmo que Piastri esteja à frente nesse quesito. A grande questão para a McLaren será o momento em que seus dois pilotos travarem uma briga forte entre si, como a que tiveram com Max no primeiro terço da prova desse domingo. Aí veremos como Brown e Stella administrarão seus rapazes. No momento, é tudo alegria para os lados da McLaren.

sábado, 3 de maio de 2025

Cometendo o mesmo crime

 


O cenário em Miami era o mesmo das demais corridas até agora da temporada 2025. A McLaren tinha feito um ótimo trabalho nos treinos e apesar de ter pedido a pole da Sprint para a surpreendente Mercedes de Antonelli, a dupla papaia se recuperou na pequena prova para completar a dobradinha na confusa Sprint, que foi atrasada pela pista encharcada. Chegou a classificação e novamente Piastri e Norris vacilaram no Q3 e Max Verstappen, que vinha reclamando do carro, vai lá e comete o mesmo 'crime' com a McLaren, conseguindo mais uma pole miraculosa, mostrando toda a sua solidez, poucos dias depois de ter se tornado pai.

Novamente a F1 mostrou sua aversão à água em Miami. Poucos minutos antes da largada da Sprint, uma chuva forte se abateu na Flórida a ponto de Charles Leclerc bater no muro na volta em que levava sua Ferrari ao grid e sequer largar. No momento da saída para a volta de apresentação, a chuva tinha cessado, mas a pista apresentava vários espelhos d'água, mas o que pegou mesmo foi a visibilidade dos pilotos. Praticamente todos reclamaram via rádio, mesmo correndo atrás do Safety-Car. Bandeira vermelha e mais críticas (merecidas) para uma F1 que se recusa a correr com alguma água na pista, muito pela característica do carro atual, com pneus muito largos e muita água saindo debaixo dos carros pelo fluxo dos assoalhos com efeito-solo. Uma pena e fonte eterna de críticas para os melhores carros e pilotos do mundo.

A minicorrida teve uma vitória sortuda de Norris, que foi aos pits colocar pneus slicks bem no momento em que Alonso era jogado para fora da pista por um desastrado Lawson, causando o SC que ficou até o final da prova. Piastri, que havia dado um chega pra lá no novato Antonelli na primeira curva, liderou a prova inteira, mas tendo que andar mais lento por causa da bandeira amarela em toda a pista, apenas teve que assistir Norris emergir na ponta após sua parada. Lando e SC em Miami é uma combinação que dá muito certo.

A classificação ocorreu com pista seca e nessa situação a Aston Martin demonstra mais uma vez que espera desesperadamente por 2026, mesmo Stroll tendo pontuado na Sprint. Em condições normais, os carros esmeraldinos não funcionam e os dois pilotos da Aston Martin ficaram no Q1. Para felicidade brasileira, Alonso e Stroll não tiveram a companhia de Bortoleto, na melhor classificação do estreante brasileiro em 2025, Gabriel chegou a flertar com o Q3, mas a décima terceira posição foi seu melhor resultado até agora, superando seu experiente companheiro de equipe Hulkenberg. Gabriel largará amanhã ao lado de Hamilton, que subiu ao pódio na Sprint por uma estratégia acertada da Ferrari (aleluia!), mas voltou ao normal no seco, ficando no Q2 e dando declarações dramáticas após a classificação.

McLaren e Verstappen dominaram a classificação, mas no Q3 Norris e Piastri deram pequenas escapadas e Max não titubeou em capitalizar os vacilos alheios para conseguir outra pole em que ninguém poderia apostar. Norris ficou ligeiramente atrás de Max e parecia bastante frustrado. 'Não entreguei', falou Lando. Novamente. Piastri foi ainda pior, superado por Antonelli, a grande surpresa desse final de semana, superando mais uma vez Russell e se colocando em terceiro amanhã. Nesse sábado a Red Bull cometeu um erro no pit-stop de Verstappen que lhe custou um zero ponto na Sprint, mas a trupe de Christian Horner sabe que pode contar com o imenso talento de Max para sobrepujar a lógica.