Como vem acontecendo em 2025, Ímola viu o vencedor da prova sendo decidido na saída da primeira curva. Max Verstappen nem largou tão bem saindo da segunda posição e se aproximou da Tamburello em terceiro, mas o piloto da Red Bull tinha o caminho livre com Piastri mais preocupado em se defender de Russell. Max mergulhou por fora e numa belíssima ultrapassagem, assumiu a ponta e mesmo com um carro pior que a McLaren, Verstappen usou o ar limpo e estratégia certeira da Red Bull para dominar o que pode ser o último Grande Prêmio da Emília-Romagna, em Ímola.
O final da primavera italiana nos premiou com um dia perfeito para o Grande Prêmio da Emilia-Romagna, no que pode ser a despedida da corrida em Ímola do calendário da F1. Todos sabiam de antemão que ultrapassar em Ímola seria uma missão complicada e por isso os pilotos não pouparam esforços para um bom posicionamento na classificação, sem contar que uma boa largada faria toda a diferença. Líder do campeonato e vindo de quatro vitórias nas últimas cinco corridas, o pole Piastri saiu muito bem e parecia que o australiano iria vencer a corrida, ainda mais com Verstappen não tendo uma boa largada e imediatamente caindo para terceiro. Metros mais tarde, isso faria muita diferença a favor de Max. Russell saiu melhor do que o neerlandês da Red Bull e colou na traseira de Piastri, fazendo com que o representante da McLaren focasse na defesa em cima de Russell, ficando totalmente por dentro. O problema foi que Piastri praticamente estendeu o tapete vermelho por fora e o traçado normal da pista para Verstappen, que freou o mais tarde possível, ultrapassando Russell de imediato e com Piastri freando antes por estar na parte suja, ficando ao lado da McLaren na primeira perna da Tamburello, mas na curva seguinte, Verstappen teria a preferência e sem área de escape asfaltada, Piastri não pode fechar a porta como fez em Jedá e Verstappen emergiu na ponta numa manobra de manual rumo à liderança.
Porém, Miami viu a McLaren colocar 40s de vantagem sobre os demais em ritmo de corrida, suscitando até mesmo dúvidas da conformidade no regulamento do carro papaia, principalmente nos freios traseiros. Portanto, a corrida não estava terminada com a manobra de Verstappen. Pelo menos em teoria, pois na prática, Verstappen fez outra corrida excepcional e se em Suzuka o neerlandês venceu baseado na tática e na impossibilidade de se ultrapassar no Japão, em Ímola Max venceu pela quarta vez consecutiva baseado no desempenho. Com ar limpo, Max pôde administrar bem seus pneus, enquanto Piastri parecia com dificuldades com seus pneus médios, que na verdade era os macios das corridas anteriores. Enquanto isso, Norris passou a atacar um Russell também em dificuldades com pneus e contrariando a lógica, fez uma bela ultrapassagem sobre o compatriota. George reclamava dos pneus e não demorou a fazer sua parada, colocando a estratégia de uma única parada em dúvida, algo que vários pilotos fizeram, inclusive Piastri. Mesmo tendo que forçar os pneus para ultrapassar Russell, Lando tinha seus pneus mais em ordem e era mais rápido até mesmo que Verstappen, mas ainda 10s atrás. A McLaren resolveu tentar duas estratégias distintas para seus pilotos, com Norris repetindo a tática de Verstappen e esticando o primeiro stint e provavelmente parando apenas uma vez, enquanto Piastri sofria para passar carros com estratégia parecida com a do seu companheiro de equipe. Quando a parada dos pilotos que tinham esticado o primeiro stint se aproximava, Ocon deixou sua Haas na beira da pista, trazendo o primeiro Safety Car do dia, mas virtual.
Isso beneficiou quem ainda não tinha parado, incluindo aí Verstappen, que fez sua parada com tranquilidade, enquanto a McLaren chorava a morte da bezerra e demorou para trazer Norris e Piastri para os pits. Quando o SC virtual terminou, a diferença havia subido de 9 para 19s entre os líderes. Quando a corrida pegava embalo novamente, o piloto da casa Antonelli deixou seu carro no mesmo local de Ocon. Todos esperavam que o SC virtual aparecesse, mas contrariando a lógica novamente, a dona FIA colocou o Aston Martin de Maylander na pista. Isso causou uma romaria de carros aos pits, incluindo o líder Verstappen, se precavendo de qualquer ataque da McLaren na relargada, mas a turma de Zak Brown não estava num bom dia e deixou Piastri na pista, com pneus desgastados, enquanto Norris já se insinuava numa troca de posição. Muitos pilotos (como Lando) colocaram pneus duros, mas a organização se embananou em tirar a Mercedes de Antonelli e só tivemos dez voltas em bandeira verde. Havia uma salada de pilotos que tinham parado ou não no SC real, mas isso não impediu de Verstappen abrir uma bela vantagem na frente, enquanto Norris só demorou três voltas para ultrapassar Piastri e ficar em segundo. No pódio, enquanto Coulthard parecia mais preocupado com o perfume de Norris, ficava claro mais uma vez que Verstappen assegurará que capitalizará qualquer vacilo da McLaren. Piastri parecia ter chupado um limão bem amargo, ao ver sua pole se transformar num terceiro lugar, enquanto Norris ria sem muito motivo com o segundo lugar. Essa vitória de Verstappen o coloca no jogo novamente, além de mais pressão na jovem dupla da McLaren, com Norris já contando com um bom jejum de vitórias e Piastri vendo sua equipe se atrapalhar na estratégia.
Depois de uma classificação horrorosa, com sua dupla de piloto ficando pelo caminho ainda no Q2, a Ferrari ressurgiu em ritmo de corrida, claro, com deslizes estratégicos. Leclerc fez uma bela largada e estava no grupo dos pilotos que pararam cedo, enquanto Hamilton, tendo largado com os pneus duros, esticou seu stint ao máximo. Charles parou antes de Russell e num belo undercut, superou vários carros e era o segundo da estratégia dos que parariam duas vezes, mas o SC jogou contra o monegasco e ficaria ainda pior quando ele ficou na pista com pneus desgastados quando todos ao seu redor tinham trocado de pneus. Leclerc reclamou bastante via rádio, mas ele segurou o quanto pôde Albon, chegando a colocar o piloto da Williams para fora e tendo que devolver a posição. Hamilton passou o primeiro stint inteiro olhando a traseira de Antonelli, mas quando colocou pneus médios, Lewis incrementou bastante seu ritmo de prova, ultrapassando Kimi e Hadjar. Nas últimas voltas, se aproveitou do entrevero entre Charles e Albon para subir para quarto, sua melhor posição em corrida em 2025. Mesmo reclamando (de novo) via rádio, Leclerc ainda salvou um sexto lugar. Novamente a Williams conseguiu um ótimo desempenho e Albon chegou a vislumbrar um pódio, mas acabou em quinto lugar, enquanto Sainz, numa estratégia diferente do companheiro de equipe e fazendo uma corrida mais combativa vindo de trás, terminou em oitavo. Ótimos pontos para a Williams, que superou a Mercedes em Ímola. Russell largou muito bem, mas não teve um bom ritmo, terminando apenas em sétimo, em sua pior corrida até o momento, enquanto Antonelli fez uma tática diferente, mas esteve bem longe de brilhar na frente de sua torcida e dos coleguinhas de classe.
A Aston Martin conseguiu sua melhor classificação em 2025 e tinha bons motivos para pontuar, mas um ritmo de corrida pobre e ambos SC fora de hora tiraram Stroll e Alonso do top10, sendo que no caso do espanhol, essa falta de sorte o tirou do sério também, com Fernando continuando zerado em 2025. Hadjar estava na turma que esticou o primeiro stint e numa corrida consistente, o novato francês marcou pontos novamente para a Racing Bulls, enquanto Lawson foi praticamente incógnito. Depois de capotar seu carro na classificação, fazendo com que a Red Bull tivesse que trocar o chassi e largar dos boxes, Tsunoda ainda marcou um pontinho, mas o japonês esteve longe de brilhar. Gasly estava no top10 após a largada, mas uma saída de pista enquanto brigava com Leclerc deixou Pierre fora da zona de pontos o resto da corrida, andando próximo de Colapinto algumas vezes, onde o argentino não mostrou na Alpine o ritmo forte na Williams. Apenas as pancadas. Se não fosse o abandono de Ocon, a Haas também passaria em branco, enquanto que Hulkeberg liderou a Sauber, vislumbrando a décima posição algumas vezes, mas o alemão acabou fora dos pontos, enquanto Bortoleto teve uma corrida pobre de ritmo e numa estratégia diferente de Hulk, amargou a última posição dos que receberam a bandeirada.
Numa corrida acima das expectativas e bastante mexida pelas entradas do SC, Max Verstappen não olhou para trás e venceu de forma dominante, após uma manobra excepcional na primeira curva. Na corrida de número 400 da Red Bull, o time comandado (por enquanto) por Christian Horner executou muito bem o fim de semana e usou o talento de Max Verstappen para derrotar a McLaren, que mesmo tendo um duplo pódio, viu aumentar a pressão nos ombros dos seus jovens pilotos. Piastri ainda lidera o campeonato, mas sabe que não poderá contar com a ajuda do seu companheiro de equipe (Max também não, mas por outros motivos) e lida com um extraclasse que dificilmente desperdiçará qualquer chance que lhe derem. E Max não desperdiçou as chances que Oscar e a McLaren lhe deram!
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