segunda-feira, 3 de maio de 2021

Que pena...

 


Clãs familiares dentro do automobilismo são bastante comuns, particularmente nos Estados Unidos. No Colorado havia uma família que emanava gasolina. Eram os Unser. Desde a década de 1920 eles competiam e o patriarca da família Louis foi um dos percursores da famosa corrida de Montanha em Pikes Peak. O filho de Louis, Jerry, teve quatro filhos e o terceiro se chamaria Robert William, ou simplesmente Bobby. Assim como seus irmãos, pai e tios, Bobby Unser se tornou piloto e na década de 1960 se tornou profissional na USAC, onde disputaria a famosa 500 Milhas de Indianápolis. A primeira vitória aconteceria em 1968, mesmo ano em que venceria o campeonato da USAC. Ainda em 1968 Bobby Unser teve um pequeno contato com a F1 quando foi convidado pela equipe BRM a participar das corridas finais daquele ano. Bobby venceria inúmeras vezes em Pikes Peak, além de voltar a vencer as 500 Milhas em 1975, usando um Eagle, do seu amigo Dan Gurney. Dono de uma tocada agressiva e muito expansivo, Bobby Unser se tornou um dos atletas mais populares dos Estados Unidos na década de 1970, fazendo um contraponto com seu irmão mais novo e também lenda, Alfred, mais conhecido como Al Unser. Bobby tinha como grande rival Mario Andretti, vindo de outro clã famoso do automobilismo americano. O clímax dessa rivalidade veio nas 500 Milhas de Indianápolis de 1981, quando os dois disputaram palmo a palmo a prova, que acabou nas mãos de Bobby Unser, que na época corria com um Penske. Porém, a corrida foi muito controversa e o resultado chegou a ser alterado a favor de Andretti. Meses depois o resultado da pista foi mantido, mas Bobby Unser, aos 47 anos e sendo até então o mais velho a vencer em Indianápolis, ficou demasiado triste com a polêmica e se aposentou das pistas. Bobby permaneceu ligado ao automobilismo ao se tornar um popular comentarista e em 1987 ele estava na cabine da TV comentando a quarta vitória de Al Unser, além de acompanhar as duas vitórias do seu sobrinho, Al Unser Jr. Bobby Unser vivia uma aposentadoria tranquila em Albuquerque até esse domingo, quando faleceu de causas naturais aos 87 anos. Uma verdadeira lenda do automobilismo que nos deixa, mas seu legado ficará para sempre. 

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