sábado, 18 de janeiro de 2025

A primeira do ano

 


O primeiro grande evento do esporte a motor do ano de 2025 terminou nesse sábado. Nesse estranho Dakar, realizado a 6.700 km de... Dacar, tivermos a tradicional disputa entre carros, motos e caminhões.

Nos carros, as duas principais estrelas da companhia, Carlos Sainz e Sebastien Loeb, capotaram seus carros ainda na primeira semana de disputa e ficaram de fora da competição, mesmo que Loeb ainda tentasse reverter a decisão da FIA. Por sinal, a entidade foi alvo de várias críticas dos competidores por decisões como as que eliminaram Loeb, além de mudanças de última hora nas regras e até mesmo um erro de navegação crasso da organização do rali. Outra bandeira do Dakar, Nasser Al Attiyah foi bem vocal em suas opiniões sobre a FIA e seu conterrâneo, Mohammed bin Sulayem. Nasser ficou de fora da briga pelo título, que ficou entre o sul-africano Henk Lategan e o local Yazeed Al-Rajhi. Lategan foi uma das surpresas do Dakar 2025 e liderou boa parte do rali, mas acabou sucumbindo à Al-Rajhi, que venceu em sua Arábia Saudita, se tornando o primeiro piloto local a vencer o Dakar. Companheiro de equipe de Lategan, Lucas Moraes venceu duas especiais e estava entre os cinco primeiros, quando uma quebra mecânica o tirou do top-10 da geral.

Nas motos o australiano Daniel Sanders deu um pouco de alegria à cambaleante KTM com uma vitória onde Sanders liderou praticamente de ponta a ponta, mas nem por isso de forma tranquila, pois o espanhol Tosha Schareina sempre o seguiu de perto. Considerado um piloto extremamente promissor nos ralis cross-country, Schareina levou sua Honda ao segundo lugar com menos de dez minutos de desvantagem. Numa corrida de cinquenta e três horas, isso é quase nada. Já Martin Macik dominou na categoria caminhões, colocando mais de duas horas de vantagem para o segundo colocado Mitchel van den Brink. Com a saída dos russos, ainda pela guerra na Ucrânia, outros pilotos e caminhões começaram a aparecer no Dakar.

Com janeiro se aproximando do fim, nos resta esperar para a próxima edição do Dakar...na Arábia Saudita em 2026!

quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

Réveillon diferente

 


Na década de 1960 a F1 ainda não tinha nem de longe o profissionalismo de agora e sessenta anos atrás, a categoria mudou de última hora uma corrida de data. E de ano! O Grande Prêmio da África do Sul já decidira título em 1962 e até poderia fazê-lo em 1964, mas os organizadores resolveram postergar em algumas semanas a corrida... para o primeiro dia de 1965! Ou seja, se não teríamos a edição sul-africana em 1964, a corrida seria empurrada para ser a abertura de 1965, com um detalhe a mais: a corrida seria numa sexta-feira!

Obviamente os carros que estariam na pista de East London seriam os mesmos de 1964, com uma especial adição na BRM. Após um teste arrebatador, a equipe britânica contratara o jovem escocês Jackie Stewart para correr ao lado de Graham Hill. Dominante nas categorias menores na Grã-Bretanha, Stewart seguiria os passos do seu conterrâneo Jim Clark, considerado na época o melhor piloto do momento, mesmo tendo perdido o título de 64 para John Surtees na última corrida, no México. O piloto da Lotus marcou a pole com um recorde cem milhas horárias de média no circuito africano, que ficava na beira do mar.

Possivelmente houveram brincadeiras do tipo 'treinamos em 1964, mas só correremos em 1965', enquanto os pilotos curtiram o Réveillon nos hotéis locais, mas às 14h30 o pole Jim Clark largaria perfeitamente e lideraria tranquilamente a corrida. O único problema que o escocês teria naquele primeiro dia de 1965 foi um confusão com o homem da bandeirada, que foi para o seu local antes da hora. A diferença de Clark para os demais era tamanha, que ele parou nos boxes da Lotus para saber se tinha acabado a corrida ou não e ao certificar que a corrida ainda tinha uma volta, Jimmy partiu para a volta derradeira e ainda derrotar Surtees e Graham Hill com 30s de vantagem. Stewart fez uma corrida de cabeça, terminando sua estreia em sexto, marcando ponto logo de cara.

Não fora uma corrida emocionante, onde Clark destruiu a concorrência com seu Lotus 33B, mas aquele Réveillon foi bastante diferente para o circo da F1.