quinta-feira, 31 de julho de 2014

Fogo!

Vinte anos atrás se realizava o Grande Prêmio da Alemanha de 1994, vencido por Gerhard Berger numa corrida recheada de incidentes. Porém, o incidente mais famoso daquela corrida e que entrou para a história da F1 foi o pit-stop de Jos Verstappen.

Apesar do susto o holandês ficou bem e não houve ferimentos sérios, mas num momento em que a F1 ainda estava assustada pelos eventos em Ímola, foi um susto e tanto!

quarta-feira, 30 de julho de 2014

História: 25 anos do Grande Prêmio da Alemanha de 1989

Ayrton Senna ia para Hockenheim naquele final de julho de 1989 necessitando urgentemente de uma vitória, se o brasileiro quisesse manter seu título de campeão mundial de F1. Após quatro abandonos seguidos, Senna via seu companheiro (?) de equipe e arquirrival Alain Prost exatos vinte pontos à sua frente no campeonato e no meio de uma ferrenha guerra interna dentro da McLaren. A sorte de Ron Dennis era que novamente a McLaren-Honda via todas as demais equipes de binóculo, isso incluía a tradicional Lotus. A equipe fundada por Colin Chapman passava pela sua pior crise na história e por isso Peter Warr, um dos membros mais conhecidos da equipe e líder da Lotus desde a morte de Chapman, foi afastado do time. Isso seria praticamente o início do fim da Lotus como conhecemos.

Como sempre e a F1 já estava mais do que acostumada a essa visão, Ayrton Senna ficou com a pole 1s à frente de Prost, que mesmo rápido em classificações, parecia já conformado em ver seu rival ficar em primeiro lugar no grid. Atrás da McLaren, vinha a dupla da Ferrari, com Mansell à frente de Berger, e a dupla da Williams, com Patrese superando Boutsen. Esse grid era praticamente um resumo da temporada 1989 da F1, com a McLaren um degrau acima, com Ferrari e Williams logo atrás, e então vinha o resto, normalmente com a Benetton de Nannini liderando esse terceiro pelotão.

Grid:
1) Senna (McLaren) - 1:42.300
2) Prost (McLaren) - 1:43.306
3) Mansell (Ferrari) - 1:44.020
4) Berger (Ferrari) - 1:44.467
5) Patrese (Williams) - 1:44.511
6) Boutsen (Williams) - 1:44.702
7) Nannini (Benetton) - 1:45.033
8) Piquet (Lotus) - 1:45.475
9) Pirro (Benetton) - 1:45.845
10) Alesi (Tyrrell) - 1:46.888

O dia 30 de julho de 1989 estava nublado em Hockenheim, mas sem risco de chuva e a corrida seria realizada toda com pista seca, para alívio dos pilotos, que sofreram para se manter na pista úmida em 1988. Gerhard Berger havia anunciado que estaria indo para a McLaren em 1990 no lugar de Prost, mas o austríaco ainda não tinha completado uma única corrida em 1989 e por isso queria sair da Ferrari pela porta da frente. Na luz verde, Berger fez uma largada sensacional, se meteu entre os dois carros da McLaren, e apontou na primeira curva na frente, para surpresa do seu futuro companheiro de equipe Senna. Para alívio do boxe da McLaren, Berger não produziu nenhum prejuízo para a sua futura equipe...  

Porém, a superioridade da McLaren-Honda foi demonstrada já na primeira volta deste Grande Prêmio da Alemanha, quando Senna e Prost ultrapassaram Berger com extrema facilidade, quando ambos encontraram o austríaco numa das enormes retas de Hockenheim. Sem adversários, Senna e Prost dispararam na frente, enquanto os demais disputavam a posição de melhor do resto. A batalha entre os dois pilotos da McLaren endurecia a cada dia e cada um lutava para suplantar o outro, não importando de qual forma. Os dois andaram juntos a corrida inteira, mas sem nenhum ataque mais forte de Prost naquele começo de prova. Mais atrás, Berger continuava sua temporada de azar quando um pneu traseiro se esvaziou bem no momento em que o austríaco se aproximava de uma freada, ainda na volta 13. Berger passou reto de forma espetacular numa chicane, bem à frente de Mansell, e com o bico de sua Ferrari avariado e com outro enorme susto, Berger estava fora da prova.

Na medida em que a metade da corrida se aproximava, os pit-stops necessários eram preparados, principalmente pela McLaren, já que sem um ataque de Prost, a corrida poderia ser decidida nos boxes. De forma surpreendente, Prost entrou nos boxes ainda na volta 18. Com vários anos de experiência e acostumada a fazer pit-stops decisivos, era esperado que a McLaren liberasse Prost rapidamente, mas o francês não apertou no freio o suficiente e as rodas traseiras ainda giravam no ar, impedindo que os pneus traseiros fossem trocados, atrasando decisivamente Prost nos boxes. O francês voltou à pista em quarto, mas com as paradas dos demais, logo Prost estava em segundo. Sabendo que seu rival estava com pneus novos, Senna não demorou a fazer seu pit-stop. Novamente era esperado que a McLaren se redimisse da errática parada de Prost, mas o que se viu foi uma parada ainda mais desastrada, com o carro de Senna sendo levantado duas vezes, quando um mecânico identificou um problema na roda traseira direita. E visualmente não encontrado... Dentro do carro, Senna fazia movimentos ríspidas, quase que tendo um chilique. Mais atrasado ainda, Senna voltou à pista em segundo, logo atrás de Prost e com praticamente metade da prova por completar.

Enquanto isso, Mansell corria isolado em terceiro e Emanuelle Pirro fazia sua melhor corrida na F1 e estava em quarto, quando o italiano errou sozinho na entrada do Motodrom (Estádio) e saiu reto na direção de isopores gigantes. Inicialmente colocados para diminuir a velocidade dos carros sem machucar o piloto, o efeito foi o contrário e o italiano demorou a sair do carro, sofrendo uma pequena concussão pelo choque que levou dos isopores, que destruiu seu Benetton. Quem assumia o quarto lugar era Patrese, seguido por Piquet e Warwick. Lá na frente, havia uma forte tensão no ar, com uma briga fortíssima iminente entre Prost e Senna. A corrida foi chegando ao seu final e todos esperavam por um ataque de Senna, apesar de que, após quatro abandonos, o brasileiro sabia que ele não podia arriscar outro zero no campeonato. Porém, num grande anti-clímax, Prost praticamente encostou seu carro faltando três voltas para o fim e deixou Senna passar. A sexta marcha da McLaren de Prost havia quebrado, justamente na pista onde essa marcha é a mais importante, e o francês acabou na mão. Contudo, tamanho era o domínio da McLaren, que Prost ainda chegou em segundo com mais de um minuto de vantagem sobre Mansell! Senna fazia as pazes com a vitória, mas o brasileiro não parecia muito feliz no pódio. Ele havia sofrido com alguns azares ao longo da temporada e praticamente todos eles foram capitalizados 100% por Prost. Quando foi a vez de Prost ter azar, ele ainda foi capaz de cruzar a linha de chegada em segundo, perdendo apenas três pontos de sua confortável vantagem. Senna teve sorte desta vez, mesmo que pequena, mas ainda teria muito o que batalhar em 1989.

Chegada:
1) Senna
2) Prost
3) Mansell
4) Patrese
5) Piquet
6) Warwick

História: 35 anos do Grande Prêmio da Alemanha de 1979

Após uma árdua e longa luta ao longo de sua carreira na F1, a equipe Williams havia conseguido sua primeira vitória na F1 quinze dias antes em Silverstone, com seu segundo piloto Clay Regazzoni. Frank Williams queria provar que o triunfo na sua corrida caseira não tinha sido algo pontual e mesmo a F1 indo para um circuito, Hockenheim, onde os motores turbo da Renault seriam claramente favorecidos, a Williams queria validar sua vitória e para isso, contava com a boa fase do seu primeiro piloto Alan Jones.

Como era esperado, a Renault ficou com a pole para o Grande Prêmio da Alemanha, mas a equipe francesa não ficou livre de problemas, pois René Arnoux teve dificuldades em seu carro e por isso não foi capaz de acompanhar seu companheiro de equipe Jean-Pierre Jabouille, ficando exatos 2s atrás do compatriota e poleman. Jones foi o único piloto a ficar ligeiramente próximo de Jabouille e o australiano garantiu um lugar na primeira fila, com os demais pilotos ficando praticamente 1s atrás do ótimo tempo de Jabouille. Piquet novamente superava seu afamado companheiro de equipe Lauda, enquanto a Tyrrell colocava Pironi entre os dez primeiros mesmo tendo um drama dentro da equipe, com seu outro piloto Jean-Pierre Jarier tendo problemas de saúde e sendo impedido de correr na Alemanha, acabando substituído pelo inglês Geoff Less.

Grid:
1) Jabouille (Renault) - 1:48.48
2) Jones (Williams) - 1:48.75
3) Laffite (Ligier) - 1:49.43
4) Piquet (Brabham) - 1:49.50
5) Scheckter (Ferrari) - 1:50.00
6) Regazzoni (Williams) - 1:50.12
7) Lauda (Brabham) - 1:50.37
8) Pironi (Tyrrell) - 1:50.40
9) Villeneuve (Ferrari) - 1:50.41
10) Arnoux (Renault) - 1:50.48

O dia 29 de julho de 1979 estava ensolarado em Hockenheim e perfeito para uma corrida de F1. Os motores turbo já haviam demonstrado toda a sua potência e ajudado a Renault e Jabouille vencerem o Grande Prêmio da França mais cedo na temporada, mas apesar de toda a pesquisa por parte da montadora francesa, o problema no retardo do turbo em baixas rotações ainda não havia sido consertado e por isso, más largadas eram esperadas por parte dos pilotos da Renault. Como numa equação de primeiro grau, Jabouille não saiu muito bem e Alan Jones assumiu a primeira posição, com Jabouille em segundo, sendo seguido por Laffite, Scheckter e Regazzoni.

Provavelmente Jabouille já contava com esse contratempo e ao ficar na segunda posição, ficou escoltando Jones, enquanto este forçava bastante seu Williams e a dupla se desgrudava do segundo grupo formado por Laffite, Scheckter e Regazzoni. Piquet estava em sexto e querendo superar a má confiabilidade do seu Brabham-Alfa Romeo, o brasileiro resolveu imprimir um ritmo mais lento no começo de uma prova conhecida pelas dificuldades com motores e freios, e acabou ultrapassado por Villeneuve e Arnoux ainda nas voltas iniciais. Carlos Reutemann continuava sua temporada decepcionante com a campeã Lotus e acabou abandonando ainda na segunda volta, após sofrer um acidente sem consequências. Jabouille começava a armar o bote em cima de Jones, mas na oitava volta o francês resolveu retardar uma freada no setor do Estádio e acabou saindo da pista, abandonando tristemente no local, praticamente entregando a corrida para Alan Jones, com o australiano já contando com uma boa vantagem sobre os demais.

Na décima terceira volta Regazzoni se aproximou da Ligier de Jacques Laffite e efetuou a ultrapassagem que significava uma dobradinha para a Williams ainda no começo da prova. Sem poder acompanhar o suíço, Laffite se aquietou no terceiro lugar, o mesmo fazendo o quarto colocado Jody Scheckter. Ambos brigavam pelo título e sabiam que esses pontos seriam valiosos no final do ano. Mais atrás, René Arnoux tem um pneu furado e abandona a prova, deixando o quinto lugar para Villeneuve, que era pressionado por Niki Lauda. O veterano Jacky Ickx fazia uma bela prova, como nos bons tempos do belga, com seu Ligier e após largar em 17º, Ickx havia subido para sétimo e se aproximando de Lauda, quando Jacky foi obrigado a abandonar a corrida em sua metade com o pneu furado. Porém, o austríaco não teria melhor sorte quando ele parou na 27º volta com o motor quebrado, fazendo com que Watson subisse para o sexto lugar, mas logo seria a vez de Villeneuve visitar o box com um problema em sua Ferrari e quem assumia o último lugar pontuável era Nelson Piquet, que fazia uma corrida para chegar.

Lá na frente, Alan Jones dominava a prova com facilidade, mas nas últimas voltas o australiano perde rendimento, cedendo mais de 1s por volta para o seu companheiro de equipe Regazzoni. Em Silverstone, a corrida era todinha de Jones, mas um problema mecânico evitou a segunda vitória de Jones na carreira na F1, mas o australiano ainda conseguiu receber a bandeirada em primeiro lugar com menos de 3s de vantagem sobre Regazzoni e com um pneu com um furo lento. Regazzoni completou a dobradinha da Williams, mas também que administrar um problema de alimentação no seu carro no final da prova, o que provavelmente impediu o suíço de ser mais incisivo no ataque ao seu companheiro de equipe. Laffite, Scheckter e Watson completaram os pilotos que terminaram na mesma volta do líder Jones, enquanto Piquet foi mais uma vítima dos pneus faltando duas voltas para o fim, entregando o último ponto para Jochen Mass. Após o domínio inicial da Ligier e depois da Ferrari, agora era a vez da Williams tomar a liderança entre as equipes na F1. O campeonato de F1 de 1979 estava sendo muito equilibrado e cheio de alternativas, e mesmo essa corrida na Alemanha não sendo das mais emocionantes, mostrou que o título seria conquistado pelo piloto-equipe mais regular.

Chegada:
1) Jones
2) Regazzoni
3) Laffite
4) Scheckter
5) Watson
6) Mass 

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Figura(HUN): Daniel Ricciardo

A disputa pelo cargo desta coluna foi decidido na pista, pois quem vencesse na eletrizante disputa nas voltas finais do Grande Prêmio da Hungria, merecia estar aqui. Ricciardo venceu, mas pelo o que fizeram Fernando Alonso e Lewis Hamilton, eles também mereciam estar aqui. Ninguém em sã consciência poderia prever uma temporada tão sensacional como a de Daniel Ricciardo em seu primeiro ano na Red Bull. Era esperado que o australiano fizesse o mesmo papel do seu compatriota Mark Webber, que era ser uma espécie de sombra para a grande estrela da Red Bull, Sebastian Vettel. Porém, Ricciardo vem mostrando em 2014 que ele não é apenas o piloto mais simpático do paddock e com uma pilotagem segura e combativa, vem sendo o melhor do resto da F-Mercedes. Em Hungaroring, Ricciardo largou atrás de Vettel, algo raro nesse ano, por incrível que pareça, mas durante a prova, Daniel estava no lugar certo quando o primeiro safety-car veio à pista e colocou pneus slicks, sendo o primeiro do pelotão a estar calçado com os pneus certos. Após uma breve resistência da McLaren de Button com pneus intermediários, Ricciardo assumiu a ponta e estava bem à frente dos demais quando o segundo safety-car mudou a face da corrida e a Red Bull foi rápida em mudar a tática do seu piloto e Ricciardo voltou aos boxes para uma segunda parada. Caindo para sexto e com pneus macios, Ricciardo sabia que todos os pilotos a sua frente teriam que parar e ele teria que ser paciente quando isso fosse acontecer e ainda poder usar todo o potencial do seu pneu para abrir vantagem sobre os demais até fazer sua terceira parada. Como esperado, cada um foi fazendo suas paradas e Ricciardo voltou a ponta, chegando a abrir 17s para Alonso, o segundo colocado e que tentaria não parar mais. A Red Bull fez uma chamada tardia, mas Ricciardo voltou em terceiro e com o tempo de pista exato para que seus pneus macios durassem o suficiente para atacar Alonso e Hamilton, ambos com pneus bastante desgastados. Porém, com três títulos mundiais e 59 vitórias somadas entre os dois primeiros colocados, somado a tradicional dificuldade em se ultrapassar em Hungaroring, a tarefa de Daniel seria árdua, mas o jovem australiano não se abateu e nas voltas finais atacou Hamilton (numa belíssima ultrapassagem por fora na curva 2) e Alonso com a destreza de uma veterano e partiu para a sua segunda vitória nesse ano e na sua carreira. Daniel Ricciardo assumiu o terceiro lugar do campeonato com esse resultado e com duas vitórias, foi o único piloto capaz de tirar a invencibilidade da Mercedes, equipe que tinha potencial para fazer uma temporada perfeita, mas foi impedida por Ricciardo, hoje no lugar certo no campeonato pelo o que vem fazendo até agora.

Figurão(HUN): Caterham

A venda da equipe Caterham por parte de Tony Fernandez alguns dias atrás poderia ser uma luz no final da túnel da equipe verde. Desde 2010 na F1, a Caterham, que um dia foi Lotus, nunca saiu do final do pelotão, mas ao menos era considerada a melhor (ou a menos pior) das equipes nanicas ao longo de todos esses anos. Porém, os problemáticos novos motores Renault foi um golpe duro demais para a equipe, que foi suplantada pela Marussia e ainda viu a rival conseguir marcar pontos pela primeira vez, ao que a Caterham não o fez. Vendida para um estranho conglomerado suíço e árabe, cuja face tem apenas o ex-piloto Christijan Albers e o folclórico Colin Kolles, o time parece ter pedido de vez a mão e desde então a Caterham vem abandonando constantemente, ficando longe do objetivo de marcar os seus primeiros pontos na história. Para piorar, foi anunciado um grande corte de quarenta funcionários, que antes do final de semana húngaro anunciaram que irão processar a Caterham, cujos pilotos abandonaram o Grande Prêmio da Hungria, sendo a Caterham a única equipe a não receber a bandeirada. Pelas últimas notícias de bastidores e os resultados na pista, a luz que a Caterham via no final do túnel pode ser um trem vindo e o final da equipe.

domingo, 27 de julho de 2014

Ah, a chuva..

Alguns anos atrás, o Grande Prêmio da Hungria era praticamente um caso perdido. O circuito estreito e lento não proporcionava ultrapassagens e o clima, que poderia salvar a prova, sempre nos presenteava com um belo dia de sol e calor muito forte no domingo à tarde. Porém, de uns anos para cá, não sei se devido ao aumento da temperatura global, Budapeste está presenciando cada vez mais corridas de F1 com chuva, para alegria dos fãs, que ao invés de se desanimarem com uma corrida modorrenta, como as que ocorrem no circuito de Hungaroring com tempo seco, cada vez mais vêem corridas espetaculares como a de hoje, onde a estratégia e o timing foram essenciais para garantir o sucesso ou o fracasso na prova de hoje. Entre vitoriosos e perdedores, os três ocupantes do pódio não tem muito do que reclamar, enquanto os três primeiros da classificação de ontem tem muito o que lamentar pela corrida de hoje.

A chuva se fez presente com força minutos antes da largada, deixando a pista encharcada, mas como se tratou de uma famosa pancada de chuva, ela foi embora rapidinho e deixou apenas perguntas para os pilotos e engenheiros: com qual pneu largar? Mesmo a pista bastante molhada em alguns pontos, todos os 22 pilotos, incluindo os que saíram dos boxes, largaram com pneus intermediários. Hamilton dava o tom do que seria a corrida ao rodar ainda na segunda curva, mas sem maiores danos no seu Mercedes, que rapidamente começou a ultrapassar quem vinha pela frente, enquanto lá na frente Nico Rosberg abria uma diferença absurda para Valtteri Bottas e Sebastian Vettel, que duelavam pelo segundo lugar. O alemão da Mercedes chegava a abrir de um a um segundo e meio para os demais. Porém, não demorou para que safety-car aparecesse num forte acidente de Marcus Ericsson e mudasse dramaticamente a face da corrida e as consequências no final foram nítidas. Quando Ericsson bateu com muita força seu Caterham na saída da curva 3, pilotos e equipes discutiam se já não estava na hora de colocar pneus slicks. Quando o safety-car foi à pista, os quatro primeiros (Rosberg, Bottas, Vettel e Alonso) já tinham passado da entrada dos boxes. O quinto colocado Button entrou nos boxes, mas teve um pit longo e, arriscando tudo, colocou outro jogo de pneus intermediários, enquanto Ricciardo era o primeiro a ter pneus slicks macios de todo o pelotão. Os quatro primeiros foram aos pits na volta seguinte e então começou todo o jogo de estratégia que marcaria o Grande Prêmio da Hungria de 2014.

Na relargada Button ultrapassou Ricciardo, enquanto Magnussen, que havia largado dos boxes e tinha ficado na pista, segurava um enorme pelotão, que era liderado surpreendentemente pela Toro Rosso de Jean-Eric Vergne. Porém, a dupla da McLaren não durou muitas voltas com pneus intermediários e foram aos pits buscar pneus slicks, entregando a liderança para Ricciardo, com Felipe Massa em segundo. Porém, demonstrando o quão perigosa estava a corrida, Pérez bateu muito forte na saída da última curva, trazendo novamente o safety-car e Vettel escapou, como se diz por aqui, fedendo ao rodar no mesmo local e o maior estrago que teve no seu carros foram seus pneus literalmente lixados. Então, Ricciardo deu outro golpe decisivo ao entrar nos pits durante o último safety-car e novamente colocar pneus macios. Com mais da metade da prova ainda por se realizar, o australiano claramente ainda teria que fazer uma troca de pneus, mas Daniel estava logo atrás dos líderes, que tiveram que fazer suas paradas e o piloto da Red Bull subiu novamente para a liderança, onde chegou abrir 17s para o piloto mais próximo. Quando fez sua parada final faltando quinze voltas, Ricciardo estava colado em Hamilton e Alonso, cada um sofrendo com seus pneus de forma diferente. Se Hamilton tinha um jogo de pneus médios usados, Alonso tinha um jogo de pneus macios mais usados ainda. Porém, Ricciardo vivia o drama de uma possível chuva que poderia vir, ou da aproximação vertiginosa de Nico Rosberg, com pneus macios novos, mais atrás. Com os três primeiros colados, mas com o terceiro carro melhor equipado, Ricciardo foi para o ataque em cima de Hamilton (numa bela manobra por fora da curva 2) e de Alonso e assumiu a liderança faltando três voltas e voltar a exibir o seu já famoso sorriso na primeira posição. Ninguém, em sã consciência, poderia imaginar Daniel Ricciardo fazendo a temporada que está fazendo quando o australiano foi anunciado pela Red Bull para substituir o aposentado Mark Webber, dominando seu conceituado companheiro de equipe Vettel e sendo o único piloto capaz de impedir uma temporada invicta da Mercedes, já que o time alemão tem potencial para isso. Enquanto Ricciardo vencia a corrida e assumia, finalmente, o terceiro lugar no campeonato com inteira justiça, após sua segunda vitória em 2014 e na carreira, Sebastian Vettel fez uma corrida anônima após sua espetacular rodada no meio da corrida e o alemão teve que se conformar com um sétimo lugar, tendo que sustentar-se dos ataques de Valtteri Bottas no final. E lembrar que os dois brigavam pelo segundo lugar no começo da corrida. E lembrar também que Vettel está quase 50 pontos atrás de Ricciardo no campeonato...

Fernando Alonso parecia um pouco desconsolado no pódio. Mesmo com uma corrida estupenda do espanhol, o espírito competitivo de Alonso esperava por uma vitória hoje, mesmo tendo que enfrentar um sem número de adversidades para fazê-lo. O que Alonso fez hoje é para se recordar daqui a alguns anos, pois o piloto da Ferrari levou seu problemático carro não apenas ao pódio, como ainda segurou duas Mercedes nas últimas voltas com os pneus em frangalhos. A arriscada estratégia de Alonso, de ficar na pista mesmo com pneus macios além de sua capacidade mostrou um Alonso querendo fazer algo mais do que é possível normalmente de sua Ferrari e mesmo não ficando com a vitória, Alonso tem muito do que se orgulhar de sua prova. Talvez querendo mostrar algum serviço, Raikkonen fez uma boa corrida e saindo da décima sexta posição, o finlandês da Ferrari terminou em sexto, após pressionar por várias voltas seu antecessor na Ferrari, Felipe Massa. Outro personagem importante do dia foi Lewis Hamilton. O inglês ficou tão magoado com os problemas que vem enfrentando, que sequer participou da quase obrigatória reunião pós-classificação. Chegando mais cedo ao hotel, provavelmente Hamilton nunca imaginou chegar à frente de Rosberg, ficando o campeonato cada vez mais inalcançável para ele, com Rosberg provavelmente conseguindo outra vitória e abrindo cada vez mais.

Contudo, Hamilton fez outra corrida espetacular de recuperação quando a pista ainda molhada permitiu ultrapassagens na pista e se colocou muito bem frente ao seu companheiro de equipe Nico Rosberg. Na primeira relargada, Hamilton tinha apenas um carro entre ele e Rosberg, enquanto que na segunda, Lewis já estava na frente. Porém, assim como Alonso, Hamilton não parecia muito feliz no pódio. Novamente o clima dentro da Mercedes deverá esquentar. Durante a corrida, com Hamilton com pneus médios e Rosberg com pneus macios, a Mercedes solicitou mais de uma vez para que Hamilton cedesse a posição para Nico. Porém, em nenhum momento Rosberg se aproximou para tentar a ultrapassagem, provavelmente esperando que Lewis fosse um gentleman e abrisse a porta com tapete vermelho para que Rosberg passasse. Nico reclamou mais de uma vez também. Se isso atrapalhou ou não o ritmo de Rosberg, o fato foi que o alemão ficou de fora do pódio pela primeira vez no ano e numa disputa na última volta, Hamilton deu uma bela fechada no companheiro (?) de equipe. Provavelmente se tivesse passado Hamilton naquele momento, Rosberg teria ritmo para brigar pela primeira posição mais na frente, mas Lewis está brigando pelo campeonato com Rosberg e se o inglês puder prejudicar, mesmo que indiretamente, seu rival pelo título, Lewis tem todo o direito de fazê-lo e um fim de semana que parecia perdido, Hamilton conseguiu diminuir sua desvantagem no campeonato. Porém, como será o clima dentro da Mercedes depois de mais esse incidente entre os pilotos, só as férias poderão nos responder.

A Williams teve sua boa fase interrompida, assim como também a fase de azares de Felipe Massa. Conservador ao extremo na largada, Massa chegou a perder posições, mas ao menos conseguiu contornar a primeira curva normalmente, mas via Bottas assumir o segundo posto e provavelmente assumir também um papel mais importante dentro da equipe durante a temporada, mas o destino e o primeiro safety-car não quis assim, com Bottas ficando atrás de Felipe a corrida inteira. Porém, a Williams cometeu outra gafe estratégica ao colocar pneus médios no meio da prova, dando uma indicação de que não pararia mais, quando isso seria praticamente impossível. Tanto Massa como Bottas tiveram que parar de qualquer maneira, mas no caso do brasileiro o erro foi mantido, quando Felipe teve que lhe dar com Raikkonen melhor calçado, já que Massa voltou a colocar pneus médios, quando a lógica dizia o contrário. Para piorar, a boa corrida da Ferrari fez com que a Williams voltasse ao quarto lugar no Mundial de Construtores, enquanto que a vitória de Ricciardo deixou a Red Bull ainda mais longe na segunda posição. Com erros assim, será difícil a Williams reter seu lugar (segunda força) de direito. Jean-Eric Vergne fez sua melhor corrida de sua carreira na F1 e chegou a ocupar a segunda posição da prova, segurando por várias voltas e sem muito esforço a Mercedes de Nico Rosberg. Quando a corrida assentou, o francês foi perdendo rendimento e ele acabou apenas em nono, mas apesar de já ter conseguido posições melhores, Vergne deu seu recado na prova de hoje, enquanto Kvyat teve uma corrida problemática, começando por ter deixado o motor morrer na volta de apresentação e abandonando anonimamente.

A McLaren tentou dar o bote quando deixou Button e Magnussen com pneus intermediários durante o primeiro safety-car, mas a esperada chuva não apareceu mais e os carros prateados ficaram para trás, com Button ainda fechando a zona de pontuação, tirando sua invencibilidade na Hungria com chuva, já que Button venceu as duas únicas provas com piso molhado em Budapeste. Sem pontos ficou a Force India e talvez tendo que resolver um problema interno, pois a invencibilidade de Nico Hulkenberg em 2014, de sempre pontuar nesse ano foi destruída após o alemão ser tocado por... Sergio Pérez, seu companheiro de equipe. Hulk parecia bem contrariado enquanto abandonava seu carro e se foi praga ou não, Pérez teve seu castigo voltas mais tarde ao destruir seu carro no muro dos boxes e trazer o safety-car mais uma vez. Assim como Pérez, Gutierrez estava feliz pela confirmação da volta do Grande Prêmio do México no ano que vem, mas o mexicano não teve muito o que comemorar quando abandonou quando estava na zona de pontuação, enquanto Sutil chegou novamente em 11º, colado em Button, deixando a Sauber ainda zerada em 2014. A Lotus também teve uma corrida para esquecer, com Grosjean conseguindo bater enquanto aquecia os pneus slicks no piso úmido durante o período de safety-car, e Maldonado continuando a bater em tudo e em todos, ficando fora dos pontos mais uma vez. Haja dinheiro público venezuelano para manter Maldonado na F1! Se ontem Bianchi já havia impressionado, hoje, com chuva, o francês da Marussia chegou a andar junto dos pilotos de Sauber e Lotus, o que para o carro que tem, é uma façanha, mas ao ser atingido por um destrambelhado Maldonado, a corrida de Bianchi começou a cair a partir de então. Porém, a Caterham foi ainda pior e desde a venda de sua equipe, ainda não terminou nenhuma prova.

A F1 agora entra de férias com uma ótima última impressão. Em suas piadas de mal gosto, Ecclestone chegou a anunciar que colocaria sprinkers ao longo das pistas, para molha-las quando a corrida ficasse chata. Se fosse o caso, que sempre façam isso em Hungaroring! Daniel Ricciardo mostrou que está no nível das estrelas da F1 atual e com seu carisma, será um piloto observado, assim como será bastante observado o clima entre os pilotos da Mercedes nas próximas semanas sem corrida. 

sábado, 26 de julho de 2014

Sal grosso

Essa temporada 2014 da F1 vem se caracterizando pelo enorme domínio da Mercedes e pela falta de sorte de alguns pilotos, incluindo aí, justamente um dos pilotos da Mercedes. O que vem acontecendo com Lewis Hamilton nas duas últimas provas é digno de se chamar uma benzedeira para os boxes da Mercedes, começando pela acidentada semana da equipe, quando Toto Wolff chegou com um braço quebrado por uma queda dr bicicleta múltipla, envolvendo vários membros da Mercedes. Hamilton vinha dominando todos os treinos livres e era o favorito para este final de semana e, mais especificamente, para a classificação em Hungaroring, pista onde tradicionalmente quem fica na primeira fila caminha 80% rumo à vitória. Pois nem deu para ver do que Hamilton seria capaz, quando o pobre inglês se preparava para a sua primeira volta rápida no Q1, seu carro foi envolto em chamas num provável vazamento de combustível.

Enquanto isso, Nico Rosberg teve sua boa sorte novamente comprovada quando uma leve chuva apareceu no início do Q3 e o alemão era o primeiro a abrir volta rápida. Rosberg saiu da pista ainda na curva um, praticamente dando adeus às chances de ser o pole, mas eis que segundos depois Kevin Magnussen bate forte na curva um e uma bendita (para Rosberg) bandeira vermelha apareceu para retirar o carro do dinamarquês e mandar a chuva embora. Foi tempo também para Rosberg se recuperar e frustrar qualquer chance da Red Bull conseguir sua primeira pole nesse ano, com o alemão virando meio segundo mais rápido do que Vettel quando o cronometro já estava zerado e com a pista seca. Depois de um Q3 atribulado, Nico Rosberg ainda ficou com a pole, enquanto que do outro lado do boxe da Mercedes, um carro com a traseira toda tostada jazia, assim como estava tostado os neurônios e o psicológico de Lewis Hamilton. Sorte de campeão?

O treino também teve o azar de Kimi Raikkonen, vítima de um erro de cálculo da Ferrari, que não foi à pista no final do Q1 e fez com que o finlandês assistisse de camarote Jules Bianchi fazer outro grande trabalho com a Marussia e deixar Kimi pelo caminho, com sua vaga na Ferrari cada vez mais ameaçada justamente por... Bianchi! Outro piloto que não está sendo muito bafejado pela sorte é Felipe Massa, mas num treino sem maiores problemas, o brasileiro levou quase meio segundo do terceiro no grid, Bottas. Tomara que a cabeça de Massa não esteja começando a sofrer com todos os seus problemas nessa temporada. Já Vettel, azarado de outrora, fez sua mágica com seu Red Bull e foi o segundo colocado, dando até pinta que poderia ser o pole, mas o alemão foi triturado pelo compatriota Rosberg. E falando em sal grosso, outro postulante à uma benzedeira das fortes é Pastor Maldonado. O venezuelano já está sofrendo com o carro ruim que tem mãos. Sofre por ter largado o hoje segundo melhor carro do pelotão. Sofre com os justificados apelidos de maluquinho. E Maldonado ainda sofre com um carro que lhe deixou na mão da mesma forma de Hamilton, provavelmente largando lado a lado na última fila amanhã.

E para amanhã o script mostra uma vitória tranquila, sem grandes arroubos de Nico Rosberg. Mostra também um Lewis Hamilton vindo que nem um louco para cima de quem esteja na frente, com o diferencial de Hungaroring ser um circuito onde recuperações só ocorram em eventos isolados e/ou com precipitações. E amanhã há quem diga que a leve chuva de hoje chegue mais cedo e com bem mais força. Se for o caso, rasguem esse script para amanhã! 

terça-feira, 22 de julho de 2014

Presepada da semana

Apesar de Arie Luyendyk ser holandês, ele era conhecido por andar bem apenas em ovais, tanto que ele venceu as 500 Milhas de Indianapolis. Nesse final de semana, andando num safety-car, Arie mostrou mais uma vez que seu negócio não em circuitos mistos. Ainda mais na chuva!
  

Panca da semana (2)

Montoya em momentos nada agradáveis em Toronto nesse final de semana, principalmente para Aleshin...

Panca da semana (1)

E o azar de Felipe Massa continua...

História: 30 anos do Grande Prêmio da Inglaterra de 1984

Após a passagem da F1 pela América do Norte em dois circuitos de rua bastante criticados (Detroit e Dallas), a categoria voltava à Europa e para um dos seus circuitos mais tradicionais: Brands Hatch. Com a McLaren dominando o campeonato, as duas vitórias de Niki Lauda significava pouco pelos vários abandonos do austríaco no ano e ele estava apenas em terceiro no campeonato, enquanto Alain Prost liderava à frente de Elio de Angelis. A Brabham vinha animada para essa volta à Europa depois de duas vitórias de Nelson Piquet e estreava em Brands Hatch uma nova versão do BT53, enquanto a Williams continuava buscando, juntamente com a Honda, melhorar a confiabilidade do carro, pois os motores japoneses já eram um dos mais potentes da F1. Nos bastidores da F1, a Ferrari começava a colocar para escanteio o veterano engenheiro Mauro Forghieri e dar mais destaque ao inglês Harvey Postlethwaite, para profundo desgosto do italiano. Porém, a maior polêmica vinha da Tyrrell, quando foram encontrados bolas de chumbo e vestígios de combustível num tanque de água de Martin Brundle em Dallas e o time de Ken Tyrrell era acusado de estar competindo abaixo do peso mínimo. Numa decisão inédita até então, a FISA excluiu a equipe da temporada 1984, inclusive apagando os resultados anteriores à essa punição, mas Ken Tyrrell consegue apelar do resultado e participaria normalmente de sua corrida caseira, mas com Stefan Johansson no lugar do contundido Martin Brundle.

Contudo, todas essas notícias foram colocadas de lado pelo seríssimo acidente de Johnny Cecotto na sexta-feira. O venezuelano teve fraturas nos pés e pernas e mesmo com sua vida não estar em risco, esse acidente decretou o fim da carreira de Cecotto na F1. A sexta-feira foi dominada pela McLaren, com Nelson Piquet tendo problemas em seu carro, mas quando foram sanadas, o brasileiro usou a potência do motor BMW para ficar com a pole com dois décimos de vantagem sobre Prost. Ao contrário de outras corridas, Lauda se classifica bem e Senna dava um pouco de alegria para a Toleman após o acidente de Cecotto ao conseguir um magnífico sétimo lugar.

Grid:
1) Piquet (Brabham) - 1:10.869
2) Prost (McLaren) - 1:11.076
3) Lauda (McLaren) - 1:11.344
4) De Angelis (Lotus) - 1:11.573
5) Rosberg (Williams) - 1:11.603
6) Warwick (Renault) - 1:11.703
7) Senna (Toleman) - 1:11.890
8) Mansell (Lotus) - 1:12.435
9) Alboreto (Ferrari) - 1:13.122
10) Tambay (Renault) - 1:13.138

O dia 22 de julho de 1984 tinha um clima agradável em Brands Hatch, perfeito para uma corrida de F1. Alguns dias após chegarem dos Estados Unidos, algumas equipes fizeram uma bateria de testes de pneus em Brands Hatch e sabiam que a borracha poderia ser um fator importante. Sabendo disso, Nelson Piquet resolve largar com pneus moles, na tentativa de sair na frente e consegue seu intuito na largada, seguido de Prost, De Angelis, Lauda e Warwick. Mais atrás, uma enorme confusão na curva Graham Hill acabou com as corridas de Patrese, Cheever, Alliot e Gartner. Os carros ficam destruídos e havia vários detritos na pista, mas de forma surpreendente, a corrida não é paralisada, mas os mais importante era que os pilotos estavam bem. 

Ao contrário do esperado, Piquet não consegue abrir distância para Prost e era pressionado pelo francês nas primeiras voltas. Após uma má largada, Lauda ultrapassa a Lotus de Elio de Angelis ainda na segunda volta e observa a briga pela primeira posição de perto. Para desespero da Williams-Honda, Keke Rosberg abandona logo na quinta volta, enquanto os três primeiros abriam 10s em apenas seis voltas para o quarto colocado Warwick, que ultrapassara De Angelis algumas voltas antes. Os pneus de Piquet parecem se deteriorar mais rapidamente do que ele esperava e na nona volta Prost tenta ultrapassar o brasileiro na Paddock Bend, tendo a porta fechada, mas duas voltas depois Alain consegue a manobra no mesmo local para assumir a ponta. No embalo, Lauda ultrapassa Piquet na curva seguinte, a Druids, e o brasileiro da Brabham resolve trocar os pneus no final dessa volta. Ao mesmo tempo, Jonathan Palmer escapa com seu RAM na curva Blarclays e inicia-se um pequeno incêndio no carro, mas o inglês estava ileso. Porém, de forma surpreendente, a direção de prova resolveu mostrar a bandeira vermelha e paralisar a corrida, para profunda indignação de Alain Prost, pois a corrida seria reiniciada com as posições da volta anterior, que tinha Piquet em primeiro, sendo que desta vez o brasileiro estaria com pneus novos e da especificação correta. Isso mostra que a coerência, ou a falta dela, em paralisar a prova por parte da FIA não é de hoje...

Mesmo com toda a reclamação de Prost, a corrida foi reiniciada meia hora depois com Piquet na ponta, mas querendo mostrar que tinha sido vítima de uma injustiça, o francês da McLaren ultrapassa Piquet ainda na relargada, assumindo a ponta. Como havia acontecido na primeira parte da corrida, os três primeiros abrem rapidamente para o quarto colocado Derek Warwick, que não conseguia acompanhar o ritmo dos líderes. Os três primeiros andam juntos por várias voltas sem trocas de posição, cada um separado por 1s, mas na volta 29 Lauda dá um bote surpreendente em Piquet e assume o segundo lugar. Era a senha para o austríaco começar o seu tradicional ataque final rumo à vitória. Prost já havia aberto uma ligeira diferença de 3s para o segundo colocado, que agora era Lauda. Porém, Niki não teria tanto trabalho desta vez. Por volta da metade da prova Prost começa a ter problemas de câmbio e após perder algumas marchas, a transmissão da McLaren bloqueou completamente na volta 38 e Prost abandonou a corrida quando tinha tudo para conseguir uma vitória importante para o campeonato. Lauda tinha uma estável vantagem de 3s sobre Piquet, que tinha uma boa diferença de 25s para Warwick.

Na volta 44 Lauda encontra um trio animado de retardatários (Arnoux, De Cesaris e Alboreto), que vinham a corrida inteira brigando entre si. O austríaco não teve problemas em ultrapassar Arnoux e De Cesaris, mas demora a ultrapassar Alboreto, que mesmo em sétimo, vinha muito rápido. Isso permitiu uma aproximação de Piquet, diminuindo a diferença entre eles para 1.7s quando ambos deixaram Alboreto para trás na reta Hawthorn, mas logo em seguida Lauda executa algumas voltas voadoras, uma delas a melhor da corrida, e a diferença retorna aos 3s anteriores. Contudo, velhos fantasmas voltaram a assombrar Nelson Piquet quando o brasileiro sentiu uma falta de potência na volta 65, com seis para o fim. Nelson diminuiu dramaticamente seu ritmo tentando ao menos completar a corrida nos pontos, mas na volta final é ultrapassado por Tambay e termina a prova em sétimo. Com seus dois maiores adversários com problemas mecânicos, Lauda pode desfrutar as últimas voltas e ganhar pela terceira vez no ano com mais de 40s de vantagem para Warwick, que fez uma corrida correta e devolveu a confiança que a Renault depositou nele ao renovar seu contrato na semana do GP. Ayrton Senna fazia uma boa corrida e nas voltas finais aproveitou-se não apenas dos problemas de Piquet, como também do motor Renault de Elio de Angelis para subir para terceiro e conseguir seu segundo pódio na carreira, desta vez sem maiores problemas. De Angelis ainda cruza em quarto, enquanto Patrick Tambay abandona na volta final com o turbo quebrado, dando às duas Ferraris os últimos lugares na zona de pontuação. Essa vitória era duplamente importante para Niki Lauda. Primeiro, ele se tornava o piloto com o maior número de pontos (360) na história da F1 até então e com Prost abandonando, Lauda subia para segundo lugar no campeonato, apenas 1,5 ponto atrás do seu companheiro de equipe. Naquele momento, com a confiabilidade da Brabham-BMW ainda posta em xeque e Nelson Piquet sendo o único a acompanhar a dupla da McLaren, todos apostavam que o título seria disputado, até o fim do ano, pela dupla da McLaren.

Chegada:
1) Lauda
2) Warwick
3) Senna
4) De Angelis
5) Alboreto
6) Arnoux 

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Figura(ALE): Valtteri Bottas

A Finlândia parece ter exportado a mesma água que fez surgir tantos pilotos brasileiros de sucesso na F1 num passado já distante. Mesmo não tendo a quantidade de pilotos que a Alemanha emplaca na F1 nos últimos anos, a Finlândia é conhecida por produzir ótimos pilotos e Valtteri Bottas parece ser um deles. O finlandês da Williams vem fazendo uma temporada sensacional e em Hockenheim Bottas conseguiu seu terceiro pódio consecutivo, isso numa equipe que ano passado mal conseguia pontuar. Claro que a evolução da Williams com as novas contratações e, principalmente, o acordo para usar os motores Mercedes ajudou muito Valtteri, mas com a chegada de Felipe Massa, era esperado que o finlandês fosse um bom segundo piloto e aprendesse o que fosse possível com o veterano brasileiro. Se aprendeu, Bottas aprendeu muito rápido, pois o finlandês vem superando constantemente seu afamado companheiro de equipe e nas últimas provas vem conseguindo os melhores resultados da Williams em anos. Com um carro forte, Bottas largou na primeira fila novamente esse ano no Grande Prêmio da Alemanha e mesmo largando mal, ele se aproveitou de mais um azar de Massa para se manter em segundo e ficar por lá até o final da tarde. Mas não foi fácil. No final da corrida, Bottas teve que lhe dar com um avassalador Lewis Hamilton em sua dominante Mercedes babando na gravata vindo para cima na tentativa de formar uma dobradinha da Mercedes em casa, mas com a frieza típica dos nórdicos, Bottas soube segurar a pressão e como foi bem dito pelo seu engenheiro após a prova, ele conseguiu segurar ao menos uma das Mercedes. Protegido de Toto Wolff, homem forte da Mercedes, e conseguindo ótimos resultados nesse ano, não será surpresa ver Valtteri Bottas numa grande equipe em pouco tempo. E numa equipe prateada.

Figurão(ALE): Kimi Raikkonen

O que passa com Kimi Raikkonen? Essa deve ser a pergunta de nove entre dez funcionários da Ferrari. O que está acontecendo com o piloto que chegou a brigar pelo vice-campeonato no ano passado à bordo de um Lotus cheio de problemas extra-pista e chegou à Ferrari para pressionar Fernando Alonso? Kimi Raikkonen tem um gênio complexo, bem diferente dos pilotos atuais e isso é ótimo para os fãs, mas talvez nem tanto para as equipes, ainda mais agora, tão acostumadas com pilotos sem muita personalidade. As dificuldades de Raikkonen com o novo regulamento já deveria estar superado por um piloto do calibre do finlandês uma época dessa da temporada, mas Kimi continua bem aquém do esperando. Nesse final de semana em Hockenheim, vimos mais do mesmo Raikkonen na versão 2014. Conseguindo um tempo razoavelmente próximo de Alonso na classificação, o finlandês esteve longe do companheiro de equipe em termos de ritmo de corrida, não sendo capaz de acompanhar a combatividade de Alonso, que levou a Ferrari para uma boa quinta posição, enquanto Raikkonen ficou uma volta atrás do líder em décimo primeiro lugar, ou seja, fora da zona de pontuação. Mesmo numa estratégia um pouco diferente de Alonso, Raikkonen foi sombra de si mesmo nos bons tempos e sua paciência, assim como a da Ferrari começa a acabar. O finlandês já soltou que não ficará na F1 quando seu contrato com a Ferrari acabar no final de 2015, o problema é que a Ferrari já demonstra sinais de que está cansando do péssimo desempenho de Kimi que fez com que os italianos perdessem a terceira posição no Mundial de Construtores para a Williams e justamente um dos motivos alegados para trazer Raikkonen de volta à Ferrari, reavivando uma rara dupla de campeões do mundo na casa de Maranello, foi que Kimi poderia trazer pontos valiosos para o Mundial de Construtores, algo que Felipe Massa não vinha fazendo de forma satisfatória. Contudo, Kimi Raikkonen está bem pior do que Felipe Massa nos últimos anos e já há quem pense que a Ferrari poderá tomar a atitude de 2009, quando pagou uma multa à Raikkonen para quebrar o contrato do finlandês e trazer Alonso. E como aconteceu cinco anos atrás, Raikkonen parece de saco cheio e nem aí se isso acontecer. A Ferrari esperava ter contratado o Kimi Raikkonen cheio de fibra de 2007. Acabou trazendo o desmotivado Kimi Raikkonen de 2009!

domingo, 20 de julho de 2014

Retorno gaulês

Certa vez Helio Castroneves deu uma declaração bastante infeliz sobre os pilotos da F1, onde dizia que respeitava poucos deles, uns quatro ou cinco. Olhando de um outro ângulo, o mundo do automobilismo só respeita uns quatro ou cinco pilotos da Indy. E desta lista, não incluo Helio Castroneves. Porém, coloco Sebastien Bourdais.

Para quem não recorda, o francês dominou a Champ Car em seus anos derradeiros, conquistando o tetracampeonato com os pés nas costas. Apesar da pouca resistência dos demais pilotos e equipes, Bourdais se mostrava um piloto diferenciado, demonstrando grande talento em cada uma das quatro conquistas, tanto que ele conseguiu uma sonhada, e até mesmo cobrada, passagem pela F1. Aí, Bourdais deu azar. A F1 já tinha sérias restrições de testes e com isso o francês não teve muito tempo de adaptação com o seu Toro Rosso, além de Bourdais ter que mudar a mentalidade de sair da melhor equipe da Champ Car (a saudosa Newman-Hass) para uma equipe média na F1. Porém, a pá de cal foi Bourdais ter que dividir a equipe com um novato Sebastian Vettel louquinho para mostrar serviço. Foi um massacre por parte do alemão, mas ainda assim Bourdais mostrou talento ao pontuar algumas vezes e mesmo dispensado da F1 na metade de 2009, Bourdais não saiu como uma grande decepção como foi Michael Andretti ou Alessandro Zanardi.

No entanto, Bourdais demorou a voltar ao seu habitat natural, no automobilismo americano. A Champ Car havia sido engolida pela IRL e a Indy voltava a ser uma só. Quem não estava naquele biênio 2008/09, perdeu o bonde do tempo e o francês só conseguia andar em equipes pequenas e sua adaptação, assim como ocorreu na F1, também foi demorada. Porém, mesmo com mais de 35 anos de idade, Bourdais dava mostras de desenvolvimento e foi contratado esse ano pela KV para o lugar de Tony Kanaan.

Se Bourdais não tem o mesmo carisma de TK, ao menos tem talento similar (por curiosidade, Tony Kanaan está na minha lista de pilotos respeitáveis da Indy, ao lado do próprio Bourdais, Dixon, Power, Montoya e Hunter-Reay). Após sofrer com os erros da KV, Bourdais teve um final de semana até agora de luxo em Toronto. Na corrida número um da rodada dupla, Bourdais foi perfeito da primeira a última volta e voltou a vencer uma corrida na Indy após seis anos com extrema categoria. Castroneves fez uma corrida para chegar e terminou em segundo, enquanto Kanaan mostrava sua evolução na Ganassi com um terceiro lugar, após um péssimo início de temporada.

Sem estar entre as três equipes grandes da Indy (Penske, Ganassi e Andretti), Sebastien Bourdais está longe de lutar pelo título, mas a forma como dominou hoje em Toronto, o francês está mais do que pronto para repetir os bons tempos na Champ Car e conseguir outras vitórias.

E a festa continua

Uma semana após a conquista do tetracampeonato da Copa do Mundo pela Alemanha, Mercedes e Nico Rosberg continuaram a festa alemã no esporte com uma vitória enfática, onde o domínio de Nico foi tão grande, que ele mau apareceu na transmissão da TV, já que o Grande Prêmio da Alemanha foi cheio de ultrapassagens, disputas e imagens espetaculares, como capotagens e carro pegando fogo. O pódio foi completado por dois carros equipados com motores Mercedes, com Lewis Hamilton não conseguindo completar sua espetacular corrida de recuperação, tendo que se conformar com a terceira colocação, após disputa com Valtteri Bottas, um dos bons nomes dessa temporada 2014. Para desespero de Felipe Massa...

A corrida começou com uma das imagens do final de semana com a espetacular capotagem de Felipe Massa na primeira curva, após toque com Kevin Magnussen. Como o próprio brasileiro afirmou, a imagem foi mais forte do que o acidente e Massa saiu do carro ileso, mas seus aparentes cabelos brancos devem aumentar cada vez mais com sua atua fase. O fato de ser superado constantemente pelo seu jovem companheiro de equipe Valtteri Bottas só não é pior pela extrema falta de sorte de Massa em 2014, com acidentes e incidentes acontecendo em praticamente todas as corridas do brasileiro num ano em que a Williams é a segunda equipe do pelotão. Com o time precisando de dinheiro provindo dos prêmios do Mundial de Construtores, esses pontos desperdiçados por Massa, muitos nem culpa dele, como os de hoje, num acidente tipicamente de corrida, prejudicam bastante a Williams, que mesmo ultrapassando a Ferrari (outra que marca pontos somente com um piloto...) no Mundial de Construtores, fica cada vez mais distante da Red Bull na briga pela segunda posição, lugar que deveria ser da Williams se não fossem os azares de Massa. Enquanto isso, Bottas faz corridas sóbrias como a de hoje e é elogiado a plenos pulmões pelos engenheiros da Williams após a corrida pelo rádio. A grande verdade é que hoje Valtteri Bottas está fazendo o que de Massa era esperado, andando rápido, fazendo corridas inteligentes e marcando pontos importantes.

Uma corrida tão sólida como a de Bottas fez Nico Rosberg. Sem problemas na largada ou na relargada, Rosberg marcou um punhado de voltas mais rápidas no início da prova, meio que deixando claro quem é que mandava em Hockenhein hoje e conseguiu sua vitória mais fácil do ano, pois Nico administrou a maior parte das sessenta e sete voltas do Grande Prêmio da Alemanha e abriu novamente no campeonato. Hamilton fez a corrida que dele se esperava, principalmente com o carro que tem. Lewis ultrapassou quem via pela frente, deu alguns toques, é verdade, pois a paciência não é o forte do inglês, mas não prejudicou seriamente sua corrida de recuperação, onde chegou colado em Bottas e após largar em vigésimo, terminar em terceiro não deixa de ser um resultado a se comemorar. Porém, a cara de Hamilton no pódio não mostrava isso. O mal de ter uma equipe tão dominante numa temporada é que os pilotos não parecem se divertir tanto se houvessem mais rivais à atura. Hamilton sabe que Rosberg escapou novamente no campeonato e tirar catorze pontos de desvantagem sobre um piloto tão técnico e com tanta confiança será muito difícil para o inglês. Tanto que Bernie Ecclestone já aposta em Nico para vencer o campeonato.

A Red Bull tentou uma estratégia de três paradas para seus dois pilotos, mas isso acabou afetando a luta de Vettel pelo pódio, com o alemão tendo que se conformar com um distante quarto lugar, tendo que brigar novamente com Alonso, desta vez sem mimimi. Ricciardo foi um dos prejudicados do acidente da primeira curva, tendo que fazer uma manobra evasiva para evitar os carros de Massa e Magnussen, caindo para as últimas posições e brigar muito para chegar em sexto. Principalmente com Alonso nas últimas voltas, na melhor disputa desta corrida. O espanhol fez outra corrida de superação, tendo que se reinventar durante a corrida para conseguir um algo mais, mas fazendo o mesmo que a Red Bull, Alonso saiu definitivamente da luta pelo pódio e o quinto lugar, com Ricciardo colado, foi o melhor que Fernando pôde fazer. Porém, isso é bem melhor do que Raikkonen vem fazendo, já antecipado como 'Figurão' de amanhã. O finlandês foi contratado para colocar mais pressão em Alonso, cada vez mais animadinho para procurar outra equipe e conseguir o sonhado tricampeonato, mas Kimi vem decepcionando deveras em sua volta à Ferrari e já tendo soltado que não continuará na F1 após o fim do seu contrato, a Ferrari já deve estar pensando em fazer o mesmo de 2009 e dispensar o finlandês antes do contrato para encerrar, novamente, melancolicamente essa passagem de Raikkonen pela Ferrari, pois Kimi é bem mais lento que Alonso tanto em treinos, como em corridas e parece de saco cheio de estar na Ferrari.

Ofuscado pelo seu jovem companheiro de equipe nos treinos, Jenson Button fez outra corrida correta pela McLaren e amealhou mais alguns pontos para o time, o problema foi que mesmo tendo que sair das últimas posições devido ao toque com Massa na primeira curva, Magnussen fez boa prova de recuperação e chegou apenas uma posição atrás de Button. O inglês já foi cobrado por Ron Dennis e aos poucos vê sua batata assar dentro da McLaren. Button parece ser muito querido dentro da McLaren, mas fica cada vez mais forte a sensação que seu tempo já passou na F1, além do fato da morte do seu pai pode ter lhe afetado decididamente. E falo isso com propriedade. Nico Hulkenberg continua sua impressionante sequencia de marcar pontos de forma consecutiva na F1 e o alemão conseguiu mais alguns pontos para a Force India, que ainda viu Sergio Pérez fechar, discretamente, a zona de pontuação. A Sauber e a Lotus continuam em suas temporadas muito ruins, com cada uma perdendo um piloto, sendo que o abandono de Adrian Sutil poderia ter trazido um safety-car já no final da prova e mudado dramaticamente a corrida, mas a organização do Grande Prêmio não trouxe, estranhamente, o carro de segurança para resgatar o carro de Sutil em um local muito perigoso. Kvyat teve uma corrida agitada, com um toque com Pérez no início e protagonizou a segunda cena espetacular do dia quando seu Toro Rosso pegou fogo no final da grande reta. Vergne, assim como as equipe nanicas, pouco apareceram.

Enquanto isso, Nico Rosberg caminha a passos largos rumo ao seu primeiro título com uma pilotagem sólida, sem ser espetacular, mas trabalhando forte com seus engenheiros. Hamilton está novamente por baixo na disputa do campeonato e com metade do campeonato já tendo passado, o inglês começa a se incomodar com o desempenho do seu companheiro de equipe, enquanto a Mercedes já começa a fazer as contas de quando será campeã do Mundial de Construtores.

sábado, 19 de julho de 2014

Sem moral

Esse treino classificatório em Hockenheim pode ser um marco histórico para quem acompanha a F1 no Brasil. A Rede Globo decidiu que a TV Globinho é mais importante na sua grade de programação do que o treino completo da F1 e resolveu transmitir apenas a parte final do treino. Olhando friamente os números do Ibope, não podemos esculachar a Globo. Os sábados pela manhã estão dando mais pontos no Ibope com os desenhos animados do que a definição do grid para a corrida no dia seguinte. Isso é fato.

A F1 passa por um momento complicado, onde as corridas estão com tantas variáveis, que torna-se complicado acompanhar as provas. A mudança no som dos carros também foi um complicador, deixando os carros com um barulho até mesmo inocente. Os pilotos não ajudam, faltando carisma para a grande maioria deles. Não há mais brigas ou declarações polêmicas, ficando uma F1 cada vez mais chata e inodora. Ontem vi um tweet no Linha de Passe ontem falando de futebol, mas que se encaixa um pouco na F1. Falou-se que hoje os jogadores da seleção brasileira são meninos preocupados com o cabelo e não mais homens. O mesmo acontece um pouco com os pilotos da F1. Se antigamente um piloto chegava à F1 com mais de 25 anos de idade após anos ralando nas categorias de base, hoje chega-se cada vez mais pilotos muito jovens na F1, carregados por programas especiais de equipes que criam máquinas de pilotar, mas esquecem de criar homens para enfrentar dificuldades dentro e fora das pistas.

Porém, o problema não está apenas na F1. A Globo só dá importância ao Brasil ganhando, se esquecendo do esporte em si. Não faz muito tempo, vários brasileiros tinham títulos no MMA e o UFC passou a fazer parte da grade da Globo, mesmo que de madrugada. Com vários dos lutadores perdendo o cinturão, paulatinamente o MMA vai perdendo espaço na Globo. Quando Fittipaldi, Piquet e Senna emendaram títulos e vitórias na F1, houve um espaço enorme da Globo para com a categoria e passamos a conhecer mais do esporte. Inclusive pilotos carismáticos. Quando Senna morreu, Michael Schumacher passou a ser uma atração da F1. Muita gente conhecia o alemão, mesmo que para odiá-lo. Hoje, Sebastian Vettel é reconhecido como um dos grandes da história da F1, mas o alemão é desconhecido por boa parte das pessoas que sintonizam a Globo.

Com todos essas novas variáveis, não descarto num futuro próximo a F1 ser rebaixada para um evento do SporTV. A crise do automobilismo brasileiro faz com que não olhemos com muita esperança para que um brasileiro chegue na F1 chegando, chamando atenção e conseguindo brigar por vitórias. Quiça títulos. Hoje pode ter sido o começo dessa marcha, onde só poderá acompanhar F1 quem tiver dinheiro para pagar a mensalidade de uma Sky, Net ou qualquer operadora. E o pior é que a transmissão do SporTV está longe da criticada equipe da Globo em termos de qualidade. Lito Cavalcanti é uma referência no automobilismo brasileiro, mas o veterano jornalista muda de opinião de forma constrangedora, com a coerência indo para as cucuias, enquanto o narrador Sergio Maurício, ótimo na MotoGP, deixa a desejar na F1 por causa de uma torcida para os brasileiros que soa muitas vezes forçada. A qualidade de informação da dupla, hoje acrescentada de Max Wilson, também é bem pior do que estamos acostumados na Globo. O acidente de Hamilton foi um exemplo claro, com o trio passando um tempo enorme elucubrando o motivo do inglês ter saído da pista de forma tão repentina, quando a transmissão da TV quase falvar que o problema foi no freio dianteiro direito. Pelo menos, eu vi no segundo replay.

Com o inglês do lado de fora ainda no Q1, Nico Rosberg conseguiu uma pole com facilidade, mas a saída da famosa suspensão interligada, ou FRIC, afetou a Mercedes mais do que o imaginado e a Williams de Bottas chegou a baixar o tempo de Nico na segunda parcial na sua última tentativa, mas o finlandês perdeu tempo na falta de aderência da Williams na sessão do estádio, contudo Valtteri botou tempo novamente em Massa. Se a Williams se aproximou em ritmo de classificação, veremos como será em ritmo de corrida. Ainda pela Globo.   

quinta-feira, 17 de julho de 2014

História: 25 anos do Grande Prêmio da Inglaterra de 1989

A passagem pela América do Norte não tinha trazido boas recordações para Ayrton Senna e a vitória de Alain Prost em Paul Ricard fez com que o francês conseguisse uma boa vantagem de onze pontos sobre Senna no campeonato de 1989. Contudo, naquela época havia a regra dos descartes e já contando com quatro abandonos, Senna teria a partir de então boa parte dos seus resultados computados, ao contrário de Prost, que em sete provas até então, só havia deixado de marcar pontos no abandono em Montreal. O campeonato iria esquentar a partir de Silverstone.

A única vez em que a McLaren não largou na pole em 1988, ano de seu massacre sobre as rivais, foi justamente em Silverstone e por isso a equipe de Ron Dennis fez algumas modificações no câmbio do MP4/5, causando alguns problemas para seus pilotos durante os treinos, mas o resultado foi o de sempre naquele final dos anos 80, com os carros brancos e vermelhos na primeira fila. E com Senna na frente. Como normalmente acontecia, a McLaren era perseguida pela Ferrari, com Mansell mais uma vez superando Berger, que ainda perseguia terminar sua primeira corrida em 1989, numa temporada de inúmeros azares para o austríaco.

Grid:
1) Senna (McLaren) - 1:09.099
2) Prost (McLaren) - 1:09.266
3) Mansell (Ferrari) - 1:09.488
4) Berger (Ferrari) - 1:09.855
5) Patrese (Williams) - 1:09.865
6) Gugelmin (March) - 1:10.336
7) Boutsen (Williams) - 1:10.376
8) Capelli (March) - 1:10.650
9) Nannini (Benetton) - 1:10.798
10) Piquet (Lotus) - 1:10.925

O dia 16 de julho de 1989 estava parcialmente nublado em Silverstone, o que normalmente significaria uma corrida complicada debaixo de chuva, como ocorreu em 1988, mas a pista estava seca para a largada. Que não teria o sexto colocado alinhado no grid. Maurício Gugelmin fez toda a sua carreira de base na Inglaterra e por isso conhecia muito bem o velho aeródromo de Silverstone, classificando seu March na sexta posição, dando esperança ao brasileiro repetir o ótimo resultado em Jacarepaguá na primeira corrida da temporada, mas problemas no carro do brasileiro fez com que Gugelmin tivesse que largar no pit-lane. A largada teve uma disputa toda particular entre os dois carros da McLaren, que chegaram à Copse praticamente lado a lado, mas Senna permaneceu em vantagem sobre Prost. Era a senha para outro domínio da McLaren.

Sem Gugelmin, a corrida fica estática e com os seis primeiros andando em duplas, mostrando a hierarquia de forças da F1 em 1989. Na frente, as duas McLarens com Senna à frente de Prost. Logo atrás vinham as duas Ferraris, com Mansell tendo Berger como escudeiro. Mais atrás, vinha as duas Williams, com Boutsen superando Patrese na largada. Essa corrida em duplas teve vida curta quando Berger foi aos boxes da Ferrari continuar sua péssima temporada com o austríaco sofrendo com problemas de câmbio. E essa parte do carro acabaria afetando outro carro. Na décima segunda volta, Ayrton Senna vinha mantendo uma vantagem estável sobre Prost quando o brasileiro rodou sozinho. A McLaren deu um giro de 180º na curva Becketts e nesse momento, os dois carros da McLaren ficaram frente a frente, como se Prost pudesse olhar nos olhos de Senna e dissesse, 'Perdeu playboy'. A McLaren de Senna ficou atolada na caixa de brita e pela quarta corrida consecutiva, Ayrton teria que ver o resto da corrida do lado de fora, afetando decisivamente o campeonato. Mas como o atual campeão mundial poderia errar daquele forma? Investigações posteriores da McLaren constataram um problema no câmbio que fez uma marcha escapar bem no momento da aproximação da curva, deixando Senna sem ter o que fazer.

Prost tinha o sentimento misto de ver seu arqui-rival acenando para o público em cima de um muro no lado de fora do circuito, lhe dando uma ótima chance de disparar no campeonato, mas com o receio do mesmo problema acontecer em seu McLaren. Sabendo disso, Prost fez a corrida que mais gosta de fazer: administrando a vantagem para quem vinha atrás, no caso, Mansell. Mesmo empurrado de forma frenética pela torcida inglesa, Mansell sabia que pouco poderia fazer para alcançar Prost e sem seu companheiro de equipe Berger para lhe atazanar, o inglês se aquietou em segundo, para alegria de Prost. Mais atrás, a Williams via seus dois pilotos trocarem de posição com Patrese ultrapassando Boutsen na décima sétima volta, mas a terceira posição do italiano duraria pouco tempo. O motor Renault da Williams se mostrava forte, mas com problemas de refrigeração. Patrese vinha se aproximando da curva Stowe quando o radiador do seu carro estourou espetacularmente, mas para azar de Riccardo, a água resultante do vazamento molhou seus pneus traseiros e com isso o italiano perdeu o controle do seu carro. O Williams bateu forte de lado, mas sem maiores problemas para Patrese.

E o dia não era mesmo da Williams quando Boutsen foi aos boxes dez voltas depois com o pneu traseiro furado. O belga teve que andar uma volta praticamente inteira com o pneu furado e com isso caiu para as últimas posições. Com alguns dos carros favoritos tendo problemas, Nelson Piquet levou seu raquítico Lotus-Judd ao terceiro lugar. O Lotus amarelo já não tinha a potência da Honda e sofria com a falta de potência do Judd, mas Piquet mostrava sua genialidade em Silverstone, circuito onde sempre andou bem. Contudo, nem toda a genialidade de Piquet foi o suficiente para segurar Nannini, que poupou mais seus pneus com seu Benetton, e ultrapassou o veterano brasileiro já nas voltas finais. Sem carro, Piquet não fez muita oposição à Nannini, achando melhor garantir os importantes três pontos do quarto lugar. Porém, quem garantiu importantes três pontinhos foi a Minardi, com Pierluigi Martini em quinto e Luiz Perez-Sala em sexto. Esses pontos foram essenciais para que a simpática equipe italiana conseguisse melhorar sua posição no Mundial de Construtores, saindo do pesadelo que era a pré-classificação na sexta pela manhã. Quem vivia um tenso sonho de Prost. A tranquila vitória do francês lhe garantia uma confortável vantagem de vinte pontos sobre Senna no campeonato, mas Prost parecia preocupado. Alain sabia que uma hora teria que descartar resultados, algo que Senna não faria mais até o fim do campeonato, porém o que mais chateava Prost era o clima de guerra civil dentro da McLaren. Clima esse, provocado pelo próprio francês. Prost preparava sua saída da McLaren por não aguentar mais dividir a equipe com Senna e durante a entrevista pós-corrida, elogiou bastante a Ferrari. Era um aviso. O outro fora dado na pista, com mais uma vitória na premiada carreira de Prost.

Chegada:
1) Prost
2) Mansell
3) Nannini
4) Piquet
5) Martini
6) Perez-Sala

terça-feira, 15 de julho de 2014

Nervorsinhos

Os holandeses Bryan Schouten e Scott Deroue não falaram a mesma língua após um acidente no Grande Prêmio da Alemanha de Moto3...

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Copa das Copas

Em janeiro próximo completarão vinte anos desde que assinamos pela primeira vez aqui em casa com uma fornecedora de TV a cabo. Desde então, o leque de opções para assistir TV aumentou consideravelmente, particularmente para quem gosta de esporte como eu, desde criancinha. Me lembro que do automobilismo, conheci Nascar, FIA GT, Mundial de Superbike e os inesquecíveis campeonatos de Superturismo, principalmente o alemão e o italiano. Na TV aberta já era tradicional a transmissão do Campeonato Italiano de futebol, mas desde que SporTV e ESPN entraram em minha vida, passei a ver Campeonato Inglês, Francês, Holandês e por aí vai. E foi justamente em 1995 que os clubes passaram a se tornar cada vez mais globalizados, com jogadores de todo o globo fazendo parte de equipes como Real Madri, Barcelona e Manchester United. Se eu quisesse ver os melhores jogadores do mundo, bastava assistir um joguinho do Campeonato Espanhol ou da Champions League, como passou ser chamada a Copa dos Campeões da Europa.

Ver craques internacionais era possível apenas pela TV. Quando eu poderia ver um Roberto Baggio, Ronaldo, Hristo Stoichkov ou George Weah in loco? Nunca! Porém, de 2007 para cá esse sonho poderia se tornar realidade, quando foi anunciado que a Copa seria no Brasil. Pô, o Castelão não poderia faltar. E não faltou. O sorteio dos grupos foi amplamente favorável para cá. Na primeira fase teria Uruguai e Alemanha. E ainda haveria dois jogos eliminatórios, o que significava dois jogões à vista. Ano passado já tinha visto Itália e Espanha, com a maioria dos seus craques em ação, mas me pareceu como um amistoso de luxo. Na Copa seria diferente, os craques que só via pela TV dariam o sangue para vencer. E realmente foi assim.

Fui a quatro jogos. O primeiro a gente nunca esquece e a experiência de ver um jogo de Copa do Mundo já valeu o caro ingresso que paguei. A torcida uruguaia é linda, os caras não param de cantar um minuto e dá para ver que os 'hinchas' vão, semana sim, semana não, ao Estádio Centenário em Montevidéu, ao contrário de boa parte da torcida brasileira que foi ao Castelão e a outros estádios torcer para o Brasil. O Uruguai perdeu para a inofensiva, em teoria, Costa Rica. Passei ao lado da musa do país caribenho e mesmo não tirando foto, o que me arrependo amargamente, pelo menos ela me mandou beijinhos.

O segundo jogo foi o da Alemanha e sua torcida bem mais fria e com poucos cânticos, assim como a criticada torcida brasileira. Porém, o que importava era dentro de campo. A constelação germânica não deu o show esperado, principalmente pela força de vontade dos ganeses, mas o segundo tempo daquele jogo foi inesquecível e de altíssimo nível. Porém, pela primeira vez num estádio, e vou a estádios há treze anos, vi uma confusão pertinho de mim. A primeira fase colocou a Holanda no roteiro de Fortaleza e todo dia olhava pela janela de minha casa por volta de uma hora da tarde e sentia pena do Robben ter que correr naquele horário ingrato para se jogar bola.

Dois dias antes do jogo Holanda e México, tive minha experiência mais legal nessa Copa. A Holanda veio treinar no PV, que fica à quarteirões daqui de casa e fui ver. Minha expectativa era ver alguns dos craques holandeses pela janela do ônibus da delegação, mas o destino mudou tudo quando um carinha veio falar comigo desesperado, pois alguns jornalistas holandeses queriam filmar o treino secreto dos laranjas. Como eu falava inglês e conhecia os arredores, me tornei um espião do 'De Telegraaf' e após algumas negociações nos edifícios vizinhos, conseguimos filmar parte do treino e no dia seguinte, tanto no jornal como no site, as fotos e os vídeos do qual participei estavam publicados. Uma história para ser contada para os filhos. No dia do jogo, sabia toda a equipe titular da Holanda, que venceu o México no último minuto. Pena que mais uma vez houve confusão com um mexicano que aparentava estar drogado e desta vez sobrou até cerveja na minha camisa do Bayern.

Muita gente me perguntou o porquê de não ter comprado ingresso para o jogo do Brasil na primeira fase. Não sei o motivo, não estava com muito tesão de ver a seleção brasileira, mas sabia da real possibilidade de vê-los jogar num jogo de quartas de final. E assim foi. A torcida cearense, tão criticada no jogo contra o México, desta vez não deixou a torcida colombiana se encher e o Brasil venceu e perdeu ao mesmo tempo, pois se ganhou a partida, perdeu o Neymar num lance em que eu não dei muita importância à primeira vista, mas quando Neymar foi para os vestiários, senti que poderia ser grave.

E assim acabou minha experiência nessa Copa das Copas. O Brasil passou pelo vexame histórico do qual já falei semana passada. Tomara que o legado para o nosso futebol seja uma mudança radical na maneira de como ele é gerido pelos nossos dirigentes, apesar de que a mudança necessária dificilmente ocorra. Felipão, do qual sou fã, foi extremamente infeliz em suas declarações, cheio de empáfia e arrogância. Acabou caindo, levando consigo Murtosa e o arcaico Parreira. A Copa do Mundo do Brasil foi a melhor que acompanhei. Cheio de gols, jogos emocionantes e histórias que entrarão para a posteridade. Claro que essa Copa custou caro, literalmente. Apesar de muita informação errada e interpretações equivocadas, a Copa foi ganha dentro de campo, mas a organização e planejamento deixaram muito a desejar. Não devemos esquecer isso.

Tive o prazer e sempre irei contar vantagem de ter visto o Campeão Mundial de 2014 dentro do estádio. A organização germânica dentro de campo era impressionante, da mesma maneira da desorganização brasileira, mesmo com a vitória. Tive um contato inédito com vários estrangeiros, conversando animadamente com uruguaios, costarriquenhos, americanos, alemães, mexicanos e holandeses, onde até banquei o espião. Vi Robben partir para cima dos zagueiros com a bola colada em seu pé esquerdo. Vi arrancadas incríveis de James Rodríguez. Vi a elegância de Cavani. Vi a garra dos ganeses contra a força dos futuros campeões desta Copa. Vi Navas voar. Via Neuer ser o melhor goleiro do mundo com um senso de colocação impressionante. Vi Hummels desarmar um ganês com o calcanhar. Vi Thiago Silva liderar a desorganizada defesa brasileira. Vi a frieza de Huntelaar em bater um pênalti no último minuto. Vi Van Persie colocar a bola onde quis no aquecimento do jogo. Vi Götze, Özil, Khedira e Scheweinsteiger tabelaram. Vi o gol histórico de Klose. Vi craques internacionais dentro do Castelão, um sonho utópico de criança se tornando realidade. Valeu, Copa das Copas.