segunda-feira, 30 de julho de 2012

Figurão(HUN): Mercedes

Se há um time que investe milhões e milhões de dólares na F1 e não vê resultados condizentes, esta é a Mercedes. O time da estrela de três pontas até já conseguiu vitória, pole e pódios ao longo desta temporada, mas a irregularidade da equipe acaba por atrapalhar seus pilotos, como foi o caso em Hungaroring. Numa pista em que a principal característica da equipe (velocidade final) não apareceu devido às retas curtas do circuito sede do Grande Prêmio da Hungria, a Mercedes simplesmente não se encontrou em momento algum durante o final de semana húngaro. Nos treinos, a equipe teve que se conformar com a 13º posição de Rosberg e a 17º de Schumacher, ficando atrás de times com orçamentos muito menores. Na corrida as coisas não foram muito diferentes, com Rosberg tendo que remar muito para marcar um pontinho, enquanto Schumacher teve uma atuação bisonha, quando desligou o motor do seu carro quando a primeira largada foi abortada, tendo que largar dos boxes e estragar ainda mais sua prova quando passou rápido demais no pit-lane e levar uma punição. Schummy acabaria abandonando no final da prova, sendo um dos poucos a fazê-lo. Um ponto é muito pouco para uma montadora da tradição da Mercedes e que investe muito para brigar junto com as equipes de ponta.

Figura(HUN): Lotus

Quando a temporada de 2012 começou, ninguém imaginava que a Lotus fosse capaz não apenas de repetir sua melhor temporada nos últimos tempos, quando ainda se chamava Renault e tinha como principal piloto Robert Kubica, como até mesmo superá-la. Tendo como pilotos um quase novato (Romain Grosjean) e um recém saído da aposentadoria (Kimi Raikkonen), as expectativas do time capitaneado por Eric Bullier eram os menores possíveis antes de o campeonato começar, mas o tempo provou que o time auri-negro tinha um excelente carro e dois pilotos competitivos para 2012. Na Hungria, a Lotus foi a única equipe a incomodar verdadeiramente o vencedor Lewis Hamilton com ambos seus pilotos. Primeiramente foi Grosjean que largou bem da primeira fila e perseguiu implacavelmente o inglês da McLaren, mas o francês seria substituído por Raikkonen, após o finlandês pular de quinto para segundo na segunda rodada de paradas numa sequencia sensacional de voltas rápidas antes do seu pit-stop. Kimi imprimiu seu ritmo para encostar de vez em Hamilton e tentar dar alguma pitada de emoção no chato Grande Prêmio da Hungria. Se Raikkonen não conseguiu esse objetivo, ao menos o piloto da Lotus nunca ficou mais de 1s atrás de Hamilton nas quinze voltas finais, podendo ter se aproveitado do menor dos erros do piloto da McLaren. Com Grosjean se segurando dos ataques de Vettel, a Lotus novamente colocou seus dois pilotos no pódio e briga diretamente com Ferrari e McLaren pelo segundo lugar no Mundial de Construtores, enquanto Raikkonen é um sólido quinto colocado no Mundial de Pilotos. Hungaroring mostrou toda a competitividade da Lotus, além de indicar que a primeira vitória do time está próxima.

domingo, 29 de julho de 2012

Chatice olímpica

Quando Hungaroring estreou na F1 em 1986, Martin Brundle deu a seguinte declaração sobre o novo circuito: Mônaco sem os muros e os prédios bonitos. Pois o Grande Prêmio da Hungria foi bastante parecido com a prova monegasca deste ano, onde houve, sim, briga pela primeira posição, mas que dificilmente a ultrapassagem seria efetuada e Lewis Hamilton dominou praticamente de ponta a ponta em Hungaroring, vencendo pela segunda vez no ano, tendo fungando no cangote sempre um carro da Lotus, mas em nenhum momento Romain Grosjean, no começo, e Kimi Raikkonen, no final, botaram pelo menos de lado para tentar a ultrapassagem vitoriosa. Desta vez, Hungaroring derrotou os apetrechos para facilitar a ultrapassagem e mesmo quando alguém vinha com pneus mais novos e menos de 1s na reta, as ultrapassagens foram raras nas 69 voltas de corrida.

Porém, Lewis Hamilton não teve do que reclamar. O inglês teve que andar forte a corrida inteira, mas sempre a teve sobre controle, assim como aconteceu semana passada com Fernando Alonso em Hockenheim. Como esperado, os carros da Lotus estavam fortes em ritmo de corrida e Hamilton não disparou em nenhum momento, mesmo com Lewis tendo dominado todo o final de semana de forma inédita em 2012. Porém, o piloto da McLaren soube se aproveitar muito bem do travado circuito de Hungaroring e não deu chances para quem quer que fosse tentasse tirar sua merecida vitória. Porém, mesmo sendo o terceiro piloto a conquistar duas vitórias nesta temporada, Hamilton ainda segue longe da briga pelo título, pois o mclariano ainda está mais de 40 pontos de Fernando Alonso. A reação da McLaren pode ter vindo tarde demais para Hamilton, mas com tantas corridas pela frente, ao menos o time de Martin Whitmarsch irá com moral alta para o resto da temporada. Button ter trocado o plano A pelo plano B no meio da corrida não funcionou para o inglês e um pódio quase certo foi pelo ralo quando encontrou um inspirado Bruno Senna pela frente e Button teve que se conformar com um obscuro sexto lugar no fim da prova.

Kimi Raikkonen vem pagando cada centavo que a Lotus e a Genii investiu para tira-lo de sua precoce aposentadoria com corridas magníficas e um ritmo de prova impressionante. O finlandês não largou bem e caiu para sexto na primeira volta, mas Kimi soube se manter frio (daí seu apelido...) e ao conservar seus pneus e por conseguinte esticar suas paradas, Raikkonen foi ganhando posições e até mesmo dar um chega pra lá no companheiro de equipe Grosjean para subir para segundo e encostar em Hamilton. Kimi passou quinze voltas a menos de 1s de Hamilton, mas não parecia ter forças para superar o inglês e teve que se conformar com o segundo lugar. Para Raikkonen, basta largar em posições melhores para conseguir finalmente uma vitória, cuja Lotus está merecendo não  é de hoje. Kimi sempre tem que fazer uma corrida de recuperação e acaba perdendo ritmo no fim. Grosjean não se aperriou na frente de Vettel na largada e fez uma corrida correta ao ficar sempre próximo de Hamilton nos dois primeiros stints de corrida, mas quando foi ultrapassado na marra por Raikkonen na saída de pits do finlandês, Grosjean perdeu um pouco o brilho, mas ainda foi possível conseguir um lugar no pódio, dando a Lotus duas posições no pódio húngaro, mas a cara de Raikkonen no pódio mostra bem que a vitória era possível e foi desperdiçada.

Se semana passada dominaram em Hockenheim, em Hungaroring Red Bull e Ferrari estiveram longe do pódio, mostrando a pluralidade da F1 atual. Vettel se esforçou muito, tentou uma estratégia diferente para tirar Grosjean do pódio, mas teve que se conformar com o quarto lugar, mero 1s atrás do francês, quando dez voltas antes eram 18s! Mark Webber fez uma largada estupenda, pulando de 11º para sétimo, mas o brilho do australiano acabou ali. Sempre preso atrás de carros mais lentos e sem a possibilidade de ultrapassar, Webber deverá sonhar com as traseiras de Alonso e Senna nesta noite. Num circuito de altíssimo downforce, o time de Maranello foi altamente discreto, com seus dois pilotos mais se defendendo do que atacando e Alonso arrancando um bom quinto lugar, enquanto Massa foi apenas nono, porém, não há como criticar o brasileiro com o equipamento que tem em mãos. Bruno Senna foi um dos nomes da corrida. Desde os treinos livres, onde conseguiu bons resultados, Bruno dava pinta de fazer uma boa corrida e o brasileiro cumpriu com as expectativas. Mesmo saindo uma posição atrás do companheiro de equipe, Bruno largou bem e se manteve na zona de pontuação sempre, realizando uma corrida sólida e se mantendo à frente de Button e Webber (melhor equipados tanto de carros, como de pneus) e conseguiu uma ótima sétima colocação. Bruno não pode ser tão rápido quanto Maldonado, mas é muito mais confiável. O venezuelano se envolveu em mais um atrito e levou um drive-through da direção de prova que, se fosse outro piloto, talvez passasse batido, mas levando-se em conta o histórico de Maldonado, a punição veio e pontos preciosos da Williams foram pelo ralo.

A Mercedes teve um final de semana para esquecer e num o pontinho conquistado por Nico Rosberg apagou a péssima jornada dos alemães, começando com Schumacher que simplesmente esqueceu do regulamento ao desligar seu carro quando houve um problema qualquer no sistema de largada e a o início foi abortado. O heptacampeão acabou sendo um dos poucos abandonos da corrida, mas de forma muito melancólica. Force India, Sauber e Toro Rosso apenas brigaram por um erro dos pilotos à frente para conseguir entrar na zona de pontuação, mas bem longe de ter um ritmo para tal. Hülkenberg foi ao Q3 pela segunda corrida consecutiva, mas acabou em 11º, enquanto Di Resta foi a vítima de Maldonado. A Sauber nunca se encontrou no final de semana e a Toro Rosso continou no seu rame-rame de sempre. As nanicas fizeram seu papel de sempre, mas com dois destaques. A HRT proporcionou uma das imagens mais legais da corrida com o carro quebrado de Narain Karthikeyan estacionado no alto de um morro, dando um close show de bola, enquanto Charles Pic vem superando com alguma constância o já experiente Timo Glock. Quando Lucas di Grassi era um novato e levava pau de Glock, todos apontaram para o noviciado do paulista, mas Pic, o francês menos cotado no ano, vem mostrando um pequeno diferencial ao conseguir superar o alemão e fazer seu nome na F1.

Foi uma corrida chata e no primeiro final de semana olímpico, o Grande Prêmio da Hungria será apenas rodapé de página de todos os jornais. Porém, mesmo em Londres, Lewis Hamilton sairá bonito na capa do jornal.

sábado, 28 de julho de 2012

Reação tardia

Que a McLaren faz grandes carros, isso não é segredo para ninguém. Os títulos falam por si só. Porém, nos últimos anos a equipe comandada por Martin Whitmarsh vem se destacando também por ter altos e baixos durante uma mesma temporada, com momentos ruins a ponto de pontuar com dificuldades e outros de domínio, como o de Lewis Hamilton na Classificação de hoje. Não faz muito tempo que Hamilton e Jenson Button pontuaram a duras penas em Silverstone, mas desde Hockenheim, como por encanto (na verdade, por causa de atualizações do carro), o time vem melhorando de rendimento e num circuito curto e travado como o de Hungaroring, o time prateado, capitaneado por Hamilton, vem dominando.

A Classificação húngara trouxe algumas surpresas que podem afetar o campeonato. Outro ponto de referência que tem a ver com Silverstone se abate sobre Mark Webber. Desde a vitória acachapante na Inglaterra e que o fez subir para o vice-campeonato, Webber entrou numa espiral negativa a ponto de não conseguir tempo para o Q3 e ter que largar, num circuito de poucos pontos de ultrapassagem, em 11º. Menos mal para o australiano que num circuito onde o downforce é tudo, a Ferrari se deu mal e Alonso largará apenas em sexto, com Massa logo atrás. Isso apenas realça o quão Fernando está levando a Ferrari nas costas em 2012. Hamilton conseguiu a pole como e quando quis. O inglês terá ao lado Romain Grosjean, outro que adora altos e baixos, com Vettel em terceiro. O alemão foi outro que tirou tudo e mais um pouco de seu carro.

O domínio de Hamilton pode ser tardio, pois está muito atrás no campeonato e brigar pelo título, só se algo de muito extraordinário ocorrer com Alonso, Webber e Vettel. Porém, há previsão de chuva amanhã (como tem chovido em Budapeste nos últimos anos. No passado, essa corrida era sinônimo de pista seca!) e tudo pode se embaralhar, mas pela forma como guiou, Hamilton é favorito amanhã. No seco.  

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Caroneiro

Hoje é difícil disso acontecer e acho que é até proibido, por motivos de segurança, no qual concordo plenamente. Ficam em pendurado em cima do carro depois das corridas, com o piloto se apoiando aonde dá, é passagem para a tragédia que, pelo menos na F1, nunca aconteceu. Há 25 anos atrás, Nelson Piquet vencia pela primeira vez em 1987, ano em que se sagraria tricampeão e que, mesmo mais lento do que Mansell, soube se aproveitar da fraqueza mental do inglês e o superou, já que o Williams-Honda tinha o melhor carro daquela temporada. Hockenheim e suas enormes retas era pródiga em destruir motores e por isso apenas seis carros receberam a bandeirada 25 anos atrás. Piquet não teve dificuldades em vencer, pois seus dois maiores rivais naquele dia, Mansell e Prost, tiveram seus respectivos motores quebrados. Para se ter ideia como foi complicado naquele dia quente em Hockenheim, Stefan Johansson chegou em segundo com o pneu furado e Senna completou o pódio mesmo enfrentando seríssimos problemas na suspensão ativa da Lotus. Enquanto comemorava sua vitória, Piquet parou seu Williams e deu uma caroninha à Prost, que ainda se lamentava o abandono após a Porsche ter feito um motor especial para a sua última corrida em casa. Cena história...

terça-feira, 24 de julho de 2012

Enquanto isso no domingo...

Sempre tive a curiosidade de ver uma corrida sem bandeiras amarelas na Indy. Claro que isso já aconteceu, mas ainda não tinha assisto um prova por inteiro. Neste domingo, em Edmonton, tirei o cabaço com relação a isso. O que não deixa de ser surpreendente, por se tratar de um circuito de rua, onde o muro sempre está mais perto. Além dos alambrados, que fizeram com que Helio Castroneves se inspirasse e pulasse num alambrado após a bandeirada na sua surrada comemoração de spider-man após uma bela corrida no Canadá, mesmo local onde fora punido de forma polêmica em 2010 e quase saiu no tapa com todo mundo, após ter sua vitória cassada.

A experiência, claro que não planejada, de ter uma corrida sempre em bandeira verde foi interessante, pois a corrida não deixou de ser movimentada em nenhum momento e Helio Castroneves foi muito inteligente quando guardava seus 'push-to-pass' e ganhava posições dos pilotos à sua frente nas tática de boxe. Quando assumiu a ponta, Helinho teve que se preocupar com o sempre perigoso (para o bem e para o mal) Takuma Sato nas últimas voltas, mas com direito a usar o botãozinho mágico várias vezes, Castroneves só teve que administrar a aproximação do japonês e vencer pela primeira vez no ano. Outro grande destaque foi Will Power. Tendo que trocar o motor e com isso perder dez posições no grid, Power largou em 17º e numa corrida segura, mas sempre andando muito forte (ele chegou a encostar no muro), o australiano da Penske subiu ao terceiro posto no final, conseguindo um pódio bem improvável. O líder Ryan Hunter-Reay esteve longe de confirmar sua ótima fase após três vitórias consecutivas e foi bastante discreto, o mesmo acontecendo com a equipe Ganassi, mesmo com Franchitti largando na pole.

Para quem assistiu a corrida ao vivo, teve o imenso desprazer de aturar a transmissão da Bandsports. Claro que ver ao vivo pela TV a Cabo é melhor do que nada, mas o problema foi que colocaram um narrador muito ruim. Torcendo desesperadamente pelos brasileiros, o narrador, cujo nome não lembro, foi extremamente piegas e tirou toda a emoção da corrida, fora que seu parco conhecimento sobre a Indy o fez dizer abobrinhas, como Ryan Hunter-Reay (de 32 anos...) ser um garoto de futuro e que ganhará muitos títulos ainda...

A vitória de Castroneves o elevou ao segundo lugar do campeonato, inclusive superando seu companheiro de equipe Will Power, que mesmo chegando em terceiro, provou ser o melhor piloto em circuitos mistos da Indy na atualidade. Hunter-Reay terá que segurar os dois pilotos da Penske bastante motivados, sendo que a Andretti não estava numa boa posição no campeonato há anos. Pode faltar experiência tanto à equipe, como ao piloto. Coisa que não falta a Penske e Helio Castroneves.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Figura(ALE): Jenson Button

Após um longo e tenebroso inverno, parece que finalmente Jenson Button acordou de sua hibernação sem explicação e fez uma corrida digna de um campeão do mundo e de destaque nesta atual geração fortíssima da F1. A fase de Button era tão braba, que o inglês chegou a ficar no meio do caminho no Q1 e pontuou pouquíssimas vezes, sem muito destaque, nas últimas seis corridas, desde o seu segundo lugar na China, ainda no comecinho do campeonato. Em Hockenheim, Button começou se destacando logo nos treinos ao superar Lewis Hamilton no grid, algo raro até mesmo na boa fase de Button e na má fase do companheiro de equipe. Button largou bem ao subir para o quinto lugar e em poucas voltas, executou ultrapassagens cirúrgicas sobre Nico Hülkenberg e Michael Schumacher para entrar na briga pela vitória. Num ritmo consistente, Button chegou atrás do segundo colocado Vettel e o ultrapassou na segunda rodada de paradas, mas um erro do inglês fez com que travasse forte o pneu dianteiro direito, fazendo com que Button perdesse rendimento nas voltas finais, o que ocasionaria na ultrapassagem (irregular) de Vettel, mas ainda assim Jenson Button subiu ao pódio depois de muito tempo. Mesmo longe da briga pelo título, a volta de Button aos bons tempos garantirá outro piloto forte na briga pelas vitórias.

Figurão(ALE): Felipe Massa

Se Galvão Bueno tiver mesmo razão e a renovação de Felipe Massa com a Ferrari para 2013 depender de duas corridas boas ou uma ótima até o final do verão europeu, o paulistano terá que apostar tudo em Hungaroring, semana que vem, pois o segundo piloto da Ferrari perdeu a chance de fazer algo de bom em Hockenheim ao ter um final de semana daqueles. Primeiro, teve um treino classificatório problemático por causa da chuva, situação no qual Massa, apesar de negar, nunca se deu bem. Com a chuva aumentando, Massa necessitava de qualquer maneira conseguir um bom tempo logo na primeira volta, mas o brasileiro acabou errando e quase estragou também o treino do líder da equipe e do campeonato, Fernando Alonso. Com o treino prejudicado e largando no meio do pelotão, Massa estava a mercê de ter problemas na largada e, para infelicidade dele, realmente aconteceu. E por um erro dele. Antes da primeira curva, Massa achou a traseira de Daniel Ricciardo e teve sua asa dianteira quebrada, tendo que dar uma volta inteira bem devagar antes de ter seu carro consertado. A partir de então, foi tentar diminuir os prejuízos, o qual não conseguiu, ficando em 12º, longe dos pontos, enquanto Fernando Alonso vencia e disparava na ponta do campeonato. Apesar do bom ritmo, Massa precisa de pontos para ajudar não apenas Alonso na luta do espanhol pelo tricampeonato, como também para ajudar a Ferrari conseguir o Mundial de Construtores, já que sem os pontos do brasileiro, a Ferrari está nesse momento muito longe da Red Bull. Felipe Massa agora terá que jogar todas as suas fichas na Hungria e torcer que o azar, que o persegue faz tempo, o abandonar para conseguir se mostrar e se garantir em 2013. 

domingo, 22 de julho de 2012

Título à vista


Depois de um início espetacular de temporada, este ano de 2012 está cada vez mais parecido com 2005 no que tange a disputa pelo título. Para quem não se lembra, Fernando Alonso começou a disparar na liderança nas primeiras corridas e quando seu Renault foi superado pela McLaren de Kimi Raikkonen, o espanhol passou a administrar a diferença para o pé-frio finlandês, conquistando seu almejado primeiro título com antecipação. E assim Alonso está fazendo, com ainda mais maestria, este ano. Que a Ferrari não tinha o melhor carro no início do campeonato, isso é fato. Só que Alonso foi conquistando pontos preciosos e quando a Ferrari se encontrou, o espanhol começou a fazer a diferença num campeonato muito equilibrado, onde detalhes se tornam cada vez mais um diferencial rumo ao título. E Alonso está fazendo isso.

A corrida hoje em Hockenheim foi com muito sol, mas com clima agradável e não muito degradante aos pneus, ao contrário das chuvas que atrapalharam equipes e pilotos nos dois dias de treinos. Se não foi das corridas mais espetaculares no primeiro pelotão, o Grande Prêmio da Alemanha foi extremamente equilibrado, com Alonso sempre tendo que olhar bem no retrovisor para manter a ponta. Fernando foi perfeito de ponta a ponta e por isso conseguiu a terceira vitória em 2012. Sendo Vettel ou Button, Alonso sempre parecia ter a corrida sobre controle, mesmo com seus adversários muito próximos dele, particularmente no retão, melhor ponto de ultrapassagem do circuito. Com 35 pontos de vantagem no campeonato, Alonso passará a administrar a sua liderança a seu bel prazer, ainda mais com um carro que lhe foi capaz de dar duas vitórias e um segundo lugar nas últimas três provas. Se Galvão estiver certo e Massa precisar apenas de duas corridas boas ou uma ótima para renovar com a Ferrari, o brasileiro precisará apostar tudo em Hungaroring na semana que vem. Hoje, Massa fez uma corrida ruim, onde bateu com Daniel Ricciado logo na largada, fazendo-o trocar o bico e perder muito tempo nos boxes ainda nos estágios iniciais da corrida, estragando ainda mais seu final de semana.

Da mesma forma, McLaren e Red Bull viram diferenças enormes entres seus dois pilotos hoje. Vettel esteve na briga pela vitória o tempo todo, perdeu o segundo lugar para um ótimo Jenson Button nos pit-stops, mas recuperou a sua posição na penúltima volta, mas isso pode acabar saindo caro para o alemão, pois foi claro que Vettel passou Button por fora da pista, o que é proibido. Punição à vista! Jenson Button reviveu seus melhores momentos em Hockenheim e retornou ao pódio após longo e tenebroso inverno numa crise sem fim. Largando em sexto, Button passou com a maestria de sempre Hülkenberg e Schumacher para se juntar à briga pela ponta. O inglês chegou a assumir a segunda posição e pressionar Alonso, mas o espanhol esteve magistral e nem mesmo abrindo a asa, Button teve chances de ultrapassar. Conhecido pelo trato com os pneus, Button travou forte seu pneu logo após sua segunda parada e isso pode ter lhe custado um pouco de desempenho no final, permitindo não apenas a escapada de Alonso, como a aproximação e a ultrapassagem de Vettel. Porém, para quem lutava para marcar pontos, este terceiro (que pode virar segundo) lugar foi mais do que bem-vindo para o inglês. Já Hamilton passa por problemas parecidos que lhe atormentaram em 2011. Visto numa balada em Londres semana passada, seu namoro foi por água abaixo e sua performance ficou abaixo do esperado. Tendo um pneu furado logo no início da corrida, ainda por causa do toque de Massa em Ricciardo, Lewis só faltou chorar para abandonar a corrida, quando seu carro tinha um claro bom desempenho, a ponto de ultrapassar Vettel para tirar uma volta e pressionar Alonso logo em seguida. Porém, Hamilton acabaria sendo o único abandono da tarde. Forte no talento, Hamilton demonstra cada vez mais ser muito fraco psicologicamente, dando espaço para o crescimento de Button. Como em 2011. Fraco também foi o desempenho de Webber, que hoje teve dificuldade de ultrapassar até mesmo uma Caterham! O australiano não teve força para sair do pelotão intermediário e marcou poucos pontos com o oitavo lugar. Muito, muito pouco para quem sonha em conquistar o seu primeiro título, mesmo ainda estando em segundo no campeonato, mas cada vez mais longe de Alonso.

A Sauber fez uma ótima corrida em Hockenheim, circuito mais próximo de sua fábrica na Suíça. Kobayashi foi bem mais eficiente em suas brigas por posição e numa estratégia arriscada, o japonês conseguiu um longo stint com pneus macios e terminou a prova em quinto, tendo Pérez logo atrás, sendo que o mexicano conseguiu onze posições no processo! Pérez ainda é muito punido, como a que ganhou ontem, mas seu ritmo de corrida é impressionante e como seu futuro é claramente a Ferrari, a comparação com Massa é totalmente a seu favor. Falando em punição, Grosjean fez uma corrida medonha, tocando com Bruno Senna na primeira volta, tentou uma retaliação, mas sua corrida estava definitivamente estragada. Raikkonen ficou num solitário quarto lugar, mas com o crescimento de Ferrari, Red Bull e McLaren, ficou complicadíssimo a Lotus conquistar sua procurada primeira vitória, ficando um lugar no pódio já como um grande resultado. O melhor momento da equipe aurinegra passou e eles não aproveitaram. Da mesmo forma que a Force India não aproveitou as boas posições de largada dos seus dois pilotos e com um ritmo ruim, acabaram perdendo posições e Hulkenberg foi o único a pontuar, em nono. A Mercedes foi a única a tentar uma tática diferente na corrida. Tentando dar o pulo do gato, o mercedianos optaram por uma terceira parada, mas isso resultou apenas Schumacher perder o quinto lugar para as duas Sauber, mas Nico Rosberg, que largou na penúltima fila, teve pneus bons o suficiente para conseguir um lugar na zona de pontuação nas últimas voltas. Porém, mais uma vez, Schumacher superou Rosberg.

A Williams é outra que vem caindo pelas tabelas e após Maldonado andar nas primeiras posições nas primeiras voltas, o venezuelano foi perdendo rendimento a ponto de acabar a prova não apenas longe dos pontos, como um pouco à frente de Bruno Senna, que teve uma corrida complicada ao tocar-se com Grosjean e perder quase uma volta ao término da primeira passagem! Apesar de muitos negarem, Valtteri Bottas está cada dia mais próximo da vaga de Bruno em 2013. A Toro Rosso fez sua corrida opaca de sempre, enquanto Caterham, Marussia e HRT só apareceram mesmo levando volta ou brigando entre si, como na animada disputa entre Petrov e Kovalainen, com o russo levando vantagem. Se com Trulli Kova liderava soberano a equipe verde, com Petrov a briga está mais acirrada.

Com metade da temporada já cumprida, Alonso já vê seu terceiro título e o primeiro pela Ferrari bem mais próximo. O espanhol está guiando o fino e ele mesmo admite isso. A Red Bull não domina como antes e a forma como Vettel andou no limite hoje foi a prova disso. O campeonato que começou animado e prometendo brigas múltiplas pelo campeonato, está caindo nas habilidosas mãos de Fernando Alonso. O certame continua equilibrado e toda a diferença irá se sobressair. E a diferença em 2012 se chama Fernando Ruiz Alonso. 




sábado, 21 de julho de 2012

Patos

Aqui no Ceará, quem é chamado de pato em alguma coisa, normalmente é referente à algo pejorativo. Tipo, uma pessoa que não faz nada direito. Quem jogou video-game por aqui sabe do que estou falando. Já na F1, os 'patos' são os pilotos que se sobressaem em pista molhada e em Hockenheim, assim como há duas semanas em Silverstone, estes pilotos novamente fizeram um ótimo trabalho na chuva alemã e ficaram nas primeiras posições. Após um jejum de 31 corridas sem pole, a Ferrari conseguiu sua segunda pole consecutiva com Fernando Alonso, seguido de perto pelos alemães Sebastian Vettel, Michael Schumacher e Nico Hülkenberg, intercalados por Mark Webber, mas como o australiano receberá uma punição de cinco posições por ter trocado o câmbio, Alonso terá que lhe dar com um esquadrão alemão amanhã.

O treino em Hockenheim foi tão confuso como foi na Inglaterra, quando o Q1 foi com pista seca, mas já no final da sessão se via pingos nas câmeras on-board. E no início do Q2, a chuva veio com força e atrapalhou muita gente que normalmente anda entre os dez primeiros, como Nico Rosberg e Romain Grosjean, com o agravante de ambos terem recebido a mesma punição de Webber e largarão com cinco posições atrás do que conseguiram na pista. Felipe Massa só agora está andando mais à frente, mas sua má forma em pista molhada aflorou novamente, enquanto Bruno Senna, que normalmente anda forte em piso molhado, foi muito mal, pois Maldonado passou até com facilidade ao Q3 ele foi um dos últimos do Q2. A parte decisiva do treino, com a pista melhorando com a chuva diminuindo de intensidade, foi eletrizante, com vários pilotos brigando pela ponta, mas Alonso deu a cartada decisiva ao trocar seu pneu e voltar à pista bem mais rápido do que todos, confirmando outra pole. Vettel, que foi atrapalhado por Webber e reclamou com o companheiro de equipe, largará na primeira fila, com outros dois alemães no seu encalço. Se Schumacher dispensa apresentações na chuva, para quem não se lembra de como surgiu Hülkenberg, em 2006 o então jovem alemão de 19 anos conseguiu colocar mais 40s de vantagem sobre quem fosse na antiga A1 GP em Sepang numa pista encharcada, chamando a atenção de todos. Isso sem contar com a pole em Interlagos em 2010 em piso molhado. Hulk, definitivamente, é pato!

A McLaren está tão mal que seus dois pilotos, reconhecidamente patos, ficaram apenas em 7º e 8º (6º e 7º, com a punição a Webber), sendo que desta vez Button conseguiu superar Hamilton, que estranhamente estava nos boxes na melhor situação da pista. A previsão para amanhã é de pista seca e a Ferrari andou muito bem nessa condição, ao contrário da Red Bull e de Schumacher, que tiveram trabalho para passar ao Q2. Porém, há duas semanas atrás a metereologia errou feio em Silverstone e a previsão de chuva viu uma corrida em pista totalmente seca. Os alemães erraram como os ingleses amanhã?

quarta-feira, 18 de julho de 2012

História: 30 anos do Grande Prêmio da Inglaterra de 1982


Uma quinzena após a corrida em Zandvoort, num sábado para não concorrer com a Copa do Mundo, a F1 se reencontrava num dos seus palcos mais tradicionais, em Brands Hatch, próximo a sede de boa parte das equipes da F1. A pista inglesa, com suas subidas e descidas, era muito boa de se pilotar, mas como não haviam grandes retas, os carros com motores aspirado tinham uma boa chance de enfrentar os turbo em Brands Hatch, em especial a Ferrari de Didier Pironi, vencedor na Holanda e em ótima fase. Por sinal, o francês ganharia nesta corrida um companheiro de equipe compatriota, o francês Patrick Tambay.

Provando que Brands Hatch poderia ajudar os carros com motores aspirado, Keke Rosberg conquistou sua primeira pole na F1 com seu Williams-Ford, superando por muito pouco os dois carros da Brabham. Porém, nos bastidores para a corrida, era o time de Bernie Ecclestone que chamava a atenção. Os mecânicos da Brabham não utilizavam os tradicionais uniformes com camisa golo a polo e calças customizadas. Eles utilizavam pesados macacões, como os de Piquet e Patrese. Ao lado da porta do boxe, um aparelho que mais parecia uma geladeira trazia ainda mais curiosidade aos rivais: uma máquina de reabastecimento. Durante todos os treinos, Piquet e Patrese andavam constantemente com tanque pela metade e pneus moles. Trinta e cinco anos depois da última corrida com pit-stops programados na F1, Gordon Murray decidira arriscar e fazer seus pilotos pararem no meio da corrida para reabastecer e trocar pneus, algo inimaginável na época. Nelson Piquet falava da tática em alto e bom som, bem diferente do clima de medo de espionagem que há hoje.

Grid:
1) Rosberg (Williams) - 1:09.540
2) Patrese (Brabham) - 1:09.627
3) Piquet (Brabham) - 1:10.060
4) Pironi (Ferrari) - 1:10.066
5) Lauda (McLaren) - 1:10.638
6) Arnoux (Renault) - 1:10.641
7) De Angelis (Lotus) - 1:10.650
8) Prost (Renault) - 1:10.728
9) Alboreto (Tyrrell) - 1:10.892
10) Daly (Williams) - 1:10.980

O dia 18 de julho de 1982 estava ensolarado na região de Kent, um tempo perfeito para 115.000 pessoas se deslocarem para o circuito de Brands Hatch e antes dos carros irem à pista, os torcedores viram uma apresentação do famoso caça Harrier, consagrado na recém-terminada Guerra das Malvinas. Porém, o drama começou ainda antes da luz verde. O pole position Keke Rosberg não conseguiu fazer com que seu Williams-Ford funcionasse e o finlandês ficou parado no grid. Lembrando do incidente em Zolder/1981, quando David Luckett foi atropelado por Siegfried Stohr, de sua mesma equipe, os mecânicos da Williams se mostraram reticentes em entrar na pista, mas, desta vez bem sinalizado, Rosberg recebeu o auxílio para seguir os carros na volta de apresentação, mas com a pole perdida e como seus pneus Goodyear se desgastaram em demasia, Rosberg não seria um fator na corrida. Porém, os problemas ainda não haviam terminado.

Repentinamente com uma dobradinha no grid, a Brabham teria chances reais de colocar sua ideia em prática, mas Riccardo Patrese ficou parado no grid na luz verde. Largando na terceira fila, mas no lado onde estava o carro parado de Patrese, René Arnoux não teve reação para desviar da Brabham do italiano e acabou batendo na traseira de Patrese, mas, felizmente, de forma menos contundente que no incidente que matou Riccardo Paletti em Montreal. Para estragar ainda mais o final de semana da Renault, Alain Prost conseguiu evitar o acidente, mas ao passar pela grama, entortou uma saia e sua corrida seria afetada decisivamente. Com muita facilidade, Piquet assumiu a ponta, com Lauda, que largava na terceira fila, logo atrás de Piquet, em segundo. Quem havia largado nas posições ímpares se deu muito bem, como Elio de Angelis, em quarto depois de largar em sétimo. Porém, os acidentes não paravam. Chico Serra fazia sua melhor corrida na F1 e em três voltas o brasileiro da equipe Fittipaldi havia pulado de 21º para 12º, mas infelizmente Serra acabaria se envolvendo num acidente em que capotou seu carro duas vezes, mas felizmente o paulistano estava ileso. Para evitar o acidente logo à sua frente, o então líder do campeonato John Watson acabou rodando e deixando o seu carro morrer, vendo sua corrida caseira terminar de forma repentina.

Segundo os cálculos da Brabham, Piquet teria que abrir algo em torno de 30s do segundo colocado até a 40º volta, logo após a metade da prova, para voltar ainda em primeiro. Nelson Piquet fazia seu papel. Abrindo algo em torno de 1.5s de vantagem sobre Lauda, o brasileiro tinha 10.54s de vantagem sobre o piloto da McLaren no final da oitava volta, mas para desespero de Nelson Piquet, uma falha simples (a correia que aciona a bomba injetora de combustível havia se soltado) fez com que o brasileiro abandonasse na volta seguinte, quando já tinha incríveis 12s. “Senti um frio na espinha de raiva”, falou Piquet depois. Lauda assumia a ponta com enorme facilidade, pois Pironi não tinha um carro tão bom como em Zandvoort e não ameaçava, mas com Watson sem marcar pontos, o francês da Ferrari não tinha do que reclamar.

Porém, o nome da corrida naquela primeira metade de corrida era Derek Warwick. A Toleman havia resolvido não participar das duas corridas na América do Norte para tentar acertar seu problemático carro e o ainda mais problemático motor Hart turbo. Correndo em casa, o inglês Derek Warwick, o maior rival de Piquet nos tempos de F3, fazia a corrida de sua vida até então e após ultrapassar quem via pela frente, o piloto da Toleman surpreendia ao assumir a segunda posição ainda na 24º volta, após largar em 16º. Pironi e De Angelis corriam próximo do inglês, quando para desencanto da torcida local, Warwick abandonou tristemente na 40º volta com problemas mecânicos. Com Lauda disparado na frente, a corrida se tornou monótona, pois Pironi conseguiu abrir boa vantagem sobre Elio de Angelis, mas o italiano teria problemas com seus pneus Goodyear e permitiu a aproximação da segunda Ferrari de Patrick Tambay. O francês havia largado mal e perdera muitas posições, mas iniciara uma ótima corrida de recuperação e permitiu a Tambay a efetuar uma emocionante ultrapassagem sobre a Lotus de De Angelis na última volta, permitindo-lhe conquistar seu primeiro pódio na F1. Niki Lauda estava mais do que acostumado com os pódios e vencia pela 19º vez na F1, se tornando o quarto piloto mais vitorioso na história da categoria. Porém, o que ficaria para a história seria a tentativa da Brabham em efetuar um pit-stop programado, mudando para sempre a face das corridas de F1 nos anos seguintes.

Chegada:
1) Lauda
2) Pironi
3) Tambay
4) De Angelis
5) Daly
6) Prost 


domingo, 15 de julho de 2012

A volta de Lorenzo

O fato da transmissão da TV ter mostrado vários replays da largada bem no meio da corrida mostra bem o quão chata foi a corrida em Mugello da MotoGP. Apesar da tentativa da Dorna em melhorar o espetáculo ao encher o grid com motos CRT, bem mais lentas que as protótipos, as corridas da MotoGP em 2012 estão deixando muito a desejar e com um campeonato que se encaminha facilmente para as mãos de Jorge Lorenzo, vencedor inconteste de hoje, ao contrário da F1, a MotoGP não vive um ano muito positivo em 2012.

Porém, Jorge Lorenzo e a Yamaha nada tem a ver com os problemas gerais da MotoGP e venceram com extrema tranquilidade no bonito e veloz circuito italiano de Mugello. Mesmo largando em segundo, Lorenzo esperou apenas a primeira curva para deixar seu eterno rival Daniel Pedrosa para trás e liderar até a bandeirada, disparando novamente no campeonato de pilotos. Lorenzo foi um verdadeiro relógio em Mugello e como os pneus foram um problema, o espanhol da Yamaha ainda se deu o luxo de diminuir o ritmo e dar tchauzinhos na última volta. A vitória de Lorenzo o coloca cada vez mais próximo do seu segundo título mundial da MotoGP. Dani Pedrosa chegou a ser ultrapassado por Andrea Doviziozo ainda na primeira volta, mas nem se tivesse ficado à frente do italiano, o espanhol da Honda teria ritmo para acompanhar Lorenzo, mas Pedrosa, com o contrato renovado por mais dois anos, experimente a partir de agora o status de piloto número um da Honda.

Casey Stoner fez uma corrida para esquecer em Mugello, onde não conseguiu acompanhar seus rivais espanhóis, largou mal e ainda saiu da pista, terminando a corrida apenas em oitavo. Desde que anunciou sua aposentadoria precoce, Stoner mais reclama do que corre, tornando-se um piloto tenso, como na trombada em que deu em Álvaro Bautista para realizar uma ultrapassagem. Andrea Doviziozo completou o pódio mais uma vez e foi a estrela em casa, mesmo com a melhor corrida da Ducati e de Valentino Rossi no seco este ano. Dovi está cada dia mais próximo de ser companheiro de equipe de Lorenzo em 2013, já que Spies fez outra corrida medonha, onde passou boa parte da corrida atrás da CRT (!) de Randy de Puniet.

A MotoGP segue para Laguna Seca, a pista mais espetacular do calendário, mas as corridas deste ano estão longe de serem espetaculares, mas Jorge Lorenzo, mais líder do que nunca, não tem nada do que reclamar.

sábado, 14 de julho de 2012

História: 15 anos do Grande Prêmio da Inglaterra de 1997

O empolgante campeonato de 1997 chegava à Grã-Bretanha para mais uma etapa da luta épica entre Michael Schumacher e Jacques Villeneuve, com o alemão se aproveitando dos erros e azares do piloto da Williams para liderar o campeonato com uma certa folga, mesmo a Ferrari não sendo o melhor carro do ano, claramente inferior à Williams de Villeneuve. Como nos seus tempos de Benetton, Schumacher tirava no braço a diferença que tinha para seus adversários melhor equipados. As duas boas corridas de Alexander Wurz pela Benetton fez com que várias equipes se interessassem pelo jovem austríaco, mas com a recuperação de Gerhard Berger para a prova seguinte, em Hockenheim, esta seria a última corrida de Wurz em 1997.

Desde a vitória na primeira corrida do ano em Melbourne, a McLaren vinha apresentando altos e baixos durante a temporada, liderado por David Coulthard. Porém, em Silverstone, era Mika Hakkinen que vinha sendo um dos destaques do final de semana e mostrando a força do motor Mercedes, liderava com folga a Classificação a ponto de, ainda faltando 18 minutos para o fim do treino, brincar com o diretor esportivo da empresa, Norbert Haug. Mas como se diz no esporte, tudo só acaba quando termina, a brincadeira de Hakkinen aconteceu cedo demais e ele acabaria ultrapassado pelas duas Williams de Villeneuve e Frentzen no final do treino, frustrando a equipe chefiada por Ron Dennis. A Williams marcava outra dobradinha no ano, mas Frentzen não estava muito feliz, pois estava mais rápido do que o companheiro de equipe durante sua volta, mas cometeria um pequeno erro. Lá atrás, Rubens Barrichello passava por um calvário com seu Stewart, mais particularmente com seu motor Ford. O brasileiro teve duas quebras de motor em menos de 40 minutos e ainda não havia marcado tempo. No último momento do treino, Rubens pegou o carro do seu companheiro de equipe Jan Magnussen e quando saiu dos boxes, o motor do dinamarquês soltou um enorme rolo de fumaça. Barrichello ainda conseguiu marcar um tempo, mesmo que o deixasse com o pior da Classificação, só ficando à frente do péssimo Norberto Fontana, desclassificado por não ter parado quando foi chamado à balança da FIA no final do treino.   

Grid:
1) Villeneuve (Williams) - 1:21.598
2) Frentzen (Williams) - 1:21.732
3) Hakkinen (McLaren) - 1:21.797
4) M.Schumacher (Ferrari) - 1:21.977
5) R.Schumacher (Jordan)  -1:22.277
6) Coulthard (McLaren) - 1:22.279
7) Irvine (Ferrari) - 1:22.342
8) Wurz (Benetton) - 1:22.344
9) Herbert (Sauber) - 1:22.368
10) Fisichella (Jordan) - 1:22.371

O dia 13 de julho de 1997 amanheceu nublado e chuvoso em Silverstone, clima típico britânico, mas bem diferente dos dois anteriores, onde o sol imperou naquela quinhão da Inglaterra. Porém, o tempo melhorou quando se aproximou o warm-up e o sol voltou a aparecer em Silverstone, prometendo uma corrida com pista seca e emocionante, até porque haviam sete carros separados por apenas 0.12s na Classificação. E a primeira ocorrência aconteceria logo na volta de apresentação, quando Heinz-Harald Frentzen deixou seu motor Renault morrer e o alemão da Williams teria que largar atrás de Fontana, no final do grid. No afã de conquistar o maior número de posições possíveis, Frentzen acabaria batendo na Tyrrell de Verstappen ainda na primeira volta e abandonaria tristemente, em outra corrida bem abaixo das expectativas. Na segunda largada, Villeneuve largou bem e manteve na ponta, mas com o buraco da onde deveria estar o carro de Frentzen, Schumacher e Coulthard fizeram largadas relâmpagos, subindo para segundo e terceiro, respectivamente. Porém, na parte de trás do grid, Ukyo Katayama rodava de forma inacreditável, praticamente na reta dos boxes, deixando seu Minardi em lugar perigoso e trazendo o safety-car ainda na primeira volta. Mais uma barbeiragem de Katayama...

Durante os momentos em que o safety-car estava na pista, um fato passou desapercebido pela maioria, mas seria extremamente decisivo no final do campeonato. Se aproveitando de sua experiência prévia atrás do safety-car (ou pace-car, nos EUA), Villeneuve ficou próximo demais do Mercedes da FIA e acabaria punido por isso. Essa seria a primeira punição com sursis para Villeneuve... Quando a relargada foi dada, Villeneuve e Schumacher dispararam frente ao resto do pelotão, com o canadense administrando bem a vantagem para Schummy, enquanto o ferrarista abria em volta de 2s para um problemático David Coulthard, que segurava um enorme pelotão atrás de si. Muito rápido na reta, mas incrivelmente lento nas curvas, o escocês já estava 12s atrás de Schumacher ainda na volta 11, enquanto Hakkinen, seu companheiro de equipe, não conseguia efetuar a ultrapassagem, enquanto um pelotão que ia até o décimo colado estava encaixotado atrás da McLaren do escocês. Schumacher fez sua primeira parada na volta 20 e estava tão à frente de Coulthard, que voltou confortavelmente em segundo, após um trabalho perfeito da Ferrari. Para quem não se lembra, a Williams era conhecida por fazer pit-stops erráticos, principalmente em momentos decisivos. Quando Jacques Villeneuve fez sua parada na volta seguinte, o canadense teve um problema na roda dianteira esquerda, que ficou presa, fazendo com que uma parada que dura em média 7 ou 8s, se transformasse em eternos 33.6s! Villeneuve balançava a cabeça negativamente e esmurrava o volante furioso. O canadense, aparentemente com a corrida perdida, voltava à pista em sétimo.

Na luta pela estratégia, McLaren e Benetton parariam apenas uma vez, diferente do resto. Isso fez com que o lento Coulthard assumisse a segunda posição, enquanto segurava Hakkinen, Alesi e Wurz, estes da Benetton. O ritmo do escocês era tão ruim, que não demorou para Villeneuve encostar no pelotão, mas Coulthard cometeria um erro e Hakkinen assumia o segundo lugar e mesmo 22s atrás de Schumacher, o finlandês se tornou o mais rápido da pista. Quando os pilotos da McLaren e Benetton fizeram suas paradas, Schumacher tinha 30s de vantagem sobre Villeneuve e tinha a expectativa de abrir 18 pontos ou mais frente ao canadense, disparando no Mundial. Um ano antes, a Ferrari abandonava com seus dois carros após apenas sete voltas em Silverstone, mas esse terrível nível de confiabilidade não poderia se repetir. Mas se repetiu! Na volta 36, a imagem mostrava uma pequena fumaça branca saindo da roda traseira da Ferrari do alemão. Na volta seguinte a Ferrari chamou Schumacher para trocar seus pneus e Ross Brawn aproveitou para observar mais de perto a roda traseira esquerda do carro vermelho. O que quer que tenha visto, Brawn fez cara feia e menos de uma volta depois Schumacher entrou nos boxes para abandonar, para incrível frustração dos tifosi, que ficaram ainda mais chateados com o motivo: um cubo de roda, uma das peças mais baratas de um F1, havia se quebrado. Algumas voltas mais tarde, Irvine fez sua segunda parada, mas o irlandês nem chegou à voltar à pista, pois havia quebrado o semi-eixo no pit-lane. A Ferrari fechava suas portas de forma triste em Silverstone.

Porém, havia um alento. Villeneuve não liderava à corrida, pois, com uma parada a menos, Mika Hakkinen se aproximava de sua primeira vitória na F1 em 88 corridas e liderava com certa folga frente ao canadense. Porém, com pneus mais novos e com a mesma carga de combustível, Villeneuve tirava 1s por volta frente a Hakkinen. O canadense encostou em Hakkinen quando faltavam dez voltas para o fim, mas o piloto da McLaren controlava a corrida e Villeneuve não parecia ter folego para ultrapassar Mika, mas o forte motor Mercedes, o mais potente da F1 há quinze anos atrás, pregou uma peça em Hakkinen quando faltavam sete voltas para o fim e Hakkinen abandonaria tristemente mais uma vez, entregando a corrida no colo de Villeneuve. Mais atrás, Alexander Wurz fazia uma corrida impecável. Perdendo a posição para Alesi nas primeiras voltas, o jovem austríaco preferiu ficar atrás do companheiro de equipe e com todos os abandonos, Wurz conseguia seu primeiro pódio na carreira. Para quem via esse desempenho, todos pensavam que Wurz poderia ser um dos grandes da F1 nos anos seguintes. Ledo engano. Mais atrás, a torcida inglesa vibrou de alegria quando o motor de Shinji Nakano quebrou nas últimas voltas, permitindo a Damon Hill marcar seu primeiro ponto como defensor de campeonato. Tanto Hill como a torcida presente em Silverstone vibraram como se fosse uma vitória! Mas o verdadeiro vencedor desta corrida foi mesmo Villeneuve, que após tantos azares nas provas anteriores, se aproveitou do azar do seu principal rival do campeonato para conquistar a centésima vitória da Williams na F1.

Chegada:
1) Villeneuve
2) Alesi
3) Wurz
4) Coulthard
5) R.Schumacher
6) Hill

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Fator Maria

Passado mais de uma semana após o grave acidente de Maria de Villota, irei falar sobre este polêmico acidente quando a poeira baixou e a espanhola, mesmo com a perda do olho direito (ou vista...?), deverá continuar sua vida dentro de uma certa normalidade. Por ter acontecido durante um obscuro teste aerodinâmico de uma pequena equipe numa base aérea inglesa com uma piloto novata, o acidente não teve tanta cobertura assim da mídia, mas esse grave acidente levantou duas grandes polêmicas.

Quando a F1 testava indiscriminadamente até 2007, os custos estavam estrangulando a categoria aos poucos. As equipes tinham times de testes até mesmo maiores que eles levavam para as corridas. A Ferrari chegou a testar com quatro carros em três pistas diferentes e isso, definitivamente, não era barato. Para tentar diminuir os custos cada vez mais exorbitantes, a FIA radicalizou e extinguiu os testes no meio da temporada. Não sou muito fã dessa decisão, mas não podemos voltar aos tempos de esbanjação de cinco anos atrás, principalmente numa crise tão forte como a atual. Porém, a FIA permitiu que os times realizassem testes aerodinâmicos, em linha reta, durante o ano. Claro que as equipes aproveitaram, mas em nenhum momento a FIA disse que as equipes estavam proibidas de irem a autódromos. É totalmente inexplicável o motivo de equipes, principalmente as pequenas, utilizarem bases aéreas ou pequenos aeroportos para realizarem esses testes em linha reta. Logisticamente falando, acho que dá na mesma ir a um circuito, mesmo pequeno, ou ir a uma base aérea nos confins da Inglaterra. Ou seja, no lugar de muitos apontarem o dedo para a FIA, é muito melhor fiscalizar os procedimentos das equipes, pois essa economia, que não parece ser tão grande assim, não valeu a pena.

Outro ponto é a própria Maria de Villota. A espanhola está há anos militando em categorias de monoposto, onde nunca conseguiu o mínimo destaque, subindo na escada do automobilismo apenas pelos patrocinadores que carrega consigo. Conseguiu a vaga de piloto de testes na Marussia após uma pequena experiência na Renault em 2010, mas a realidade era que Maria não conseguiu a vaga na base do seu desempenho na pista em outras categorias e por mais cruel que possa parecer, o bizarro acidente pode levar como resultado um erro da piloto, que teria se atrapalhado com os fartos botões do volante da Marussia. Por mais que esteja lento, um F1 pode se tornar perigoso por a cabeça do piloto estar exposta e no caso de Maria, ele teria acionado a embreagem por falta de conhecimento e fez seu carro atingir a porta de um caminhão de apoio, a deixando gravemente ferida e com a vista danificada definitivamente. A crise econômica pode fazer com que pilotos sem condições de estar na F1, mas com muito dinheiro no bolso, entrarem na categoria e se envolver em acidentes, bestas, assim. É preciso cuidado para quando colocar um piloto num cockpit da F1 e esse acidente pode ter mostrado isso da pior maneira possível. 

terça-feira, 10 de julho de 2012

Abre o olho, Power


Ryan Hunter-Reay já não é mais nenhum garoto. Aos 31 anos de idade,
Hunter-Reay passou os últimos dez anos militando pelo automobilismo de
monoposto dos Estados Unidos sem muito sucesso, mesmo sendo
considerado um bom piloto, principalmente em circuitos mistos. Porém,
o norte americano só começou a mostrar seu talento quando foi
contratado pela Andretti em 2010 e ainda assim, somente nesse ano ele
estourou definitivamente. Parecia que Hunter-Reay teria um ano
parecido com os demais, mas quando chegou nos ovais, o piloto da
Andretti conseguiu duas vitórias seguidas em Milwakee e Iowa.

Como os circuitos mistos são seu forte, Ryan foi para Toronto muito
confiante e o americano conseguiu sua terceira vitória consecutiva
nessa temporada, assumindo a liderança do campeonato com certa folga,
se candidatando a favorito ao campeonato. A tradicional prova nas ruas
canadense teve na estratégia um fator importante na maior parte da
prova, principalmente quando uma bandeira amarela bem no meio da
primeira parada estragou a corrida dos então líderes e favoritos Will
Power e Dario Franchitti. Tendo feito sua parada a pouco, Hunter-Reay
assumiu a segunda posição e mesmo pressionado por Tony Kanaan, vinha
forte e se aproximou do surpreendente Simon Pagenaud. Quando a pequena
equipe do francês vacilou na segunda parada, Hunter-Reay assumiu a
liderança de forma definitiva, quando a famosa curva 3 de Toronto
começou a dar as caras.

Bandeiras amarelas sucessivas marcaram o fim da corrida, mas não nem
as relargadas foram capazes de tirar a liderança de Hunter-Reay, que
liderou com tranqüilidade até a bandeirada, seguido pelos
surpreendentes Charlie Kimball e Mike Conway, sobreviventes das
confusões que se sucederam às bandeiras amarelas. Nas corridas
americanas, há uma frase que diz que bandeira amarela chama bandeira
amarela e foi isso que se sucedeu, principalmente na forte e
traiçoeira freada da curva 3, onde aconteceu de tudo. Franchitti,
Pagenaud, Briscoe... vários pilotos bateram nessa curva, ajudando à
zebras subirem de posições. Kanaan vinha colado em Hunter-Reay, mas a
KV errou novamente na estratégia e o baiano teve que abrandar o ritmo
para chegar até o fim sem reabastecer, mas as bandeiras amarelas no fim fizeram com
que Tony retomasse algumas posições e terminou em quarto, sem fazer
uma última parada, algo que Barrichello não escapou, enquanto
Castroneves estava no mesmo pelotão de Power e Franchitti, ficando no
meio do pelotão após a primeira bandeira amarela. Nesse momento,
Luciano do Valle anunciou que Helinho se beneficiaria da bandeira
amarela, mesmo quando estava claro que era exatamente o contrário!
Ainda na transmissão da Band, Bia Figueiredo bem que podia ficar nos
comentários no lugar de se arrastar na Indy. Deu um show de
comentários!

Hunter-Reay derrotou Power no seu tipo de circuito favorito e agora
lidera o campeonato com mais de 30 pontos na frente do australiano,
que errou durante a sua tentativa de corrida de recuperação e acabou
batendo, ficando mais para trás. Depois de anos de anonimato e uma má
fase da Andretti, Hunter-Reay pode estar conseguindo finalmente a sua
glória!

Reviravolta

Nada como um dia após o outro. Essa frase pode ser velha e até mesmo
ser considerada clichê, mas resume bem o que aconteceu no último
domingo na MotoGP. Após seu acidente na primeira curva em Assen,
semana passada, Jorge Lorenzo tinha seu campeonato seriamente ameaçado
e com a força da Honda e de Casey Stoner, naquela situação empatado
com ele, via seu favoritismo ir para o espaço. Contudo, tudo mudou
dramaticamente na Alemanha, quando Stoner caiu na última volta e
Lorenzo, conformado com um triste terceiro lugar que lhe faria perder
a liderança do campeonato pela primeira vez este ano, subia para
segundo na prova e se mantinha não apenas na ponta do campeonato, como
com uma confortável vantagem para o novo vice, o seu tradicional
freguês Daniel Pedrosa, vencedor pela terceira vez consecutiva em
Sachsering.

A corrida na antiga Alemanha Oriental teve uma surpreendente briga
entre os dois pilotos da Repsol Honda, com Pedrosa subjugando Stoner.
Até domingo, era comum Pedrosa largar muito bem, mas ser ultrapassado
ora por Stoner, ora por Lorenzo. Ou por ambos! Porém, após ser
ultrapassado ainda na segunda volta pelo companheiro de equipe,
Pedrosa se manteve no encalço de Stoner e o perseguiu até
ultrapassá-lo nas voltas finais. O espanhol da Repsol Honda deu o
bote, mas era esperado o troco de Stoner a qualquer momento, ainda
mais na última volta, quando daria um golpe no frágil psicológico de
Pedrosa. Porém, foi Stoner que viu seu psicológico levar uma cajadada
ao escorregar já nas últimas curvas, deixando a vitória fácil para
Pedrosa, mas quem saiu mais lucrando com tudo isso foi mesmo Lorenzo.
Com o tornozelo inchado ainda pelo incidente na Holanda, Lorenzo não
tinha a mínima condição de brigar pela vitória e se manter na ponta do
campeonato, mas com a queda de Stoner, o espanhol da Yamaha não apenas
se manteve na ponta, como abriu 14 pontos para o novo vice-líder,
Pedrosa.

Resta ver como Stoner se recuperará desse enorme revés já nesse
domingo em Mugello, uma pista de alta velocidade, onde a potência da
Honda pode fazer a diferença. Motivado e a ponto de renovar o seu
contrato com a Honda, Daniel Pedrosa pode finalmente brigar pelo
título, podendo ocasionar um racha da Repsol Honda, ajudando bastante
as aspirações de Jorge Lorenzo conquistar seu segundo título.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Figura(ING): Romain Grosjean

Romain Grosjean se tornou um piloto marcado para Galvão Bueno, pois o francês tirou a vaga de Bruno Senna da Lotus, quando Grosjean teve mais apoio da petrolífera Total, enquanto Bruno levou sua farta grana para a Williams. Como a Lotus está melhor do que a Williams, Galvão pega no pé de Grosjean a cada erro que ele comete, mas o que o narrador global não vê (ou não quer ver) é o talento do jovem francês, que comete alguns erros até normais para um piloto que está apenas em sua primeira temporada completa na F1, mesmo tendo algumas corridas no currículo. Grosjean vem derrotando o seu famoso companheiro de equipe Kimi Raikkonen de forma sistemática nesse ano e em Silverstone, não há como negar que alguns erros proporcionaram uma bela corrida do francês. Primeiro, Grosjean errou na Classificação, quando tinha chances reais para conquistar uma posição no grid, e teve que se conformar com o décimo lugar. E largando no meio do pelotão, as chances de problemas acontecerem cresce e Grosjean teve um toque com Paul di Resta ainda na primeira volta e teve que ir aos boxes trocar a asa dianteira, caindo para último. Grosjean então iniciou uma excelente prova de recuperação, efetuando várias ultrapassagens sem forçar em demasia seus pneus e ainda conseguir realizar as mesmas duas paradas da grande maioria dos pilotos, mesmo parando bem mais cedo que os demais. Grosjean chegou a se aproximar de Raikkonen, mas com pneus mais novos, o finlandês abriu vantagem, mas ainda assim o francês ficou apenas uma posição atrás do companheiro de equipe, em sexto lugar. Um ótimo resultado para quem estava em último nas primeiras voltas e mostrando que, quando amadurecer, Romain Grosjean poderá se tornar um dos grandes da F1. E calar a boca de Galvão Bueno!

Figurão(ING): McLaren

Correndo em casa, a equipe de Martin Whitmarsh nem de longe lembrou a equipe que venceu a primeira corrida do ano e garantiu as três primeiras poles da temporada 2012, sendo considerada favorita no início do ano. Mesmo em má fase, ninguém pode duvidar do talento de Jenson Button, assim como do seu genial companheiro de equipe Lewis Hamilton. Por isso, mesmo ver os dois carros prateados apenas em oitavo e décimo em Silverstone foi uma tremenda desilusão para a McLaren, que ano após ano lutou pelo título, mas que em 2012 parou definitivamente no tempo e se vê engolida não apenas por Red Bull e Ferrari, mas também por Sauber, Williams e Force India. Mesmo começando bem o final de semana com Hamilton liderando os molhados treinos de sexta-feira, a McLaren sucumbiu a partir da Classificação, onde Button ficou pelo caminho no Q1 e Hamilton teve uma atuação pífia no Q3, longe de brigar pela pole. Na corrida, a atuação vexatória da McLaren continuou, com seus dois pilotos, correndo na frente de sua torcida, longe de fazerem algo mais do que conquistar alguns pontos. Para um time de ponta, que começou o ano muito bem, a quarta posição no Mundial de Construtores e seus dois reconhecidamente ótimos pilotos longe da briga pelo título, deixou a McLaren numa péssima situação nessa altura do campeonato e a forma como andou em Silverstone não deixa ninguém animada pelos lados de Working.

domingo, 8 de julho de 2012

Vitória do Patinho Feio


Mark Webber não é exatamente um exemplo de virtuosismo da F1. De personalidade forte e de espírito guerreiro, Webber não é o piloto mais talentoso ou o mais veloz de uma geração recheada de talentos como a atual, mas nem por isso o australiano pode ser considerado inferior a eles, principalmente seu companheiro de equipe Sebastian Vettel. Hoje Webber fazia uma prova discreta até se aproveitar melhor da estratégia da Red Bull e conseguiu uma bela vitória sobre Alonso, numa ultrapassagem por fora nas últimas voltas e hoje está cada vez mais consolidado no segundo lugar do campeonato, mesmo que ainda com uma diferença considerável para o espanhol da Ferrari, que até agora vem fazendo um campeonato impecável.

Ao contrário de todos os prognósticos, a corrida foi realizada com muito sol e com pista seca em todas as suas 52 voltas. Talvez por isso a corrida foi a menos intensa do ano, com poucas disputas por posição, já que pilotos e equipes não sabiam o comportamento dos pneus em pista seca e preferiram não arriscar. Por isso houve algumas apostas, que acabaram por definir o Grande Prêmio. Como havia chances de chuva, Alonso e a dupla da McLaren apostaram para iniciar com os pneus duros, mais resistentes, postergando o máximo possível a parada. Já Webber e a grande maioria dos pilotos apostaram nos pneus macios, tentando ser rápidos no início. Quando Alonso se manteve na frente nas voltas iniciais mesmo com os pneus duros, parecia que o espanhol ganharia com um pé nas costas, ainda mais quando aumentou sua diferença no decorrer das primeiras voltas, já que estava com pneus mais resistentes. Contudo, Alonso teria que usar os pneus macios em algum momento da corrida e isso foi a chave para a vitória de Webber. Com pneus duros nos dois últimos stints, Webber tinha bem mais pneus do que Alonso, com os macios na última parte da corrida. O espanhol claramente teria dificuldades no decorrer das voltas, assim como ocorreu com o Webber e os demais no começo da prova. Webber tirou rapidamente a diferença e numa audaciosa ultrapassagem por fora na zona de ativação da asa móvel, o australiano conseguiu a ultrapassagem da vitória e venceu pela segunda vez em Silverstone e nona na carreira. Webber se consolida na segunda posição do campeonato, superando, como o fez em 2010, Sebastian Vettel, que foi o terceiro colocado numa corrida dominada por Ferrari e Red Bull.

Alonso não parecia muito chateado no pódio, pois provavelmente sabia que não tinha pneus para segurar Webber e grande estrategista que é, não brigou muito para permitir uma aproximação de Vettel nas provas finais. Foi o típico caso de melhor vinte pontos na mão do que vários voando. A corrida foi equilibrada ao extremo entre as duas equipes, mas é bom Alonso perceber que a Red Bull cresceu muito nesse início de verão europeu e a tendência é de outras vitórias da dupla rubrotaurina. Vettel está numa situação muito parecida com a de 2010, vendo Webber em ótima fase e superado pelo companheiro de equipe nesse momento do campeonato, mas o jovem alemão ainda pode se recuperar. Como há dois anos. Felipe Massa fez sua melhor corrida no ano e seu quarto lugar foi seu melhor resultado em muito tempo. O brasileiro ultrapassou de forma muito bonita Schumacher num ponto onde não contou com a asa móvel, mas se perdeu o terceiro lugar para Vettel ainda na primeira rodada de paradas, se manteve em quarto sem muitos sustos, mesmo com uma pressão de Raikkonen nas voltas finais. A Lotus fez outra corrida decente em Silverstone e se não brigou pela vitória como em outras oportunidades, marcou bons pontos com seus dois pilotos e aqui vale o destaque para Romain Grosjean. O francês se envolveu num toque ainda na primeira volta e teve que antecipar sua primeira parada, mas a partir de então, Grosjean fez uma prova de recuperação belíssima, fazendo várias ultrapassagens e sendo o mais rápido da pista na maior parte do tempo. Com os pneus desgastados no final, não pôde atacar nas últimas voltas, mas o sexto lugar depois de ocupar a última foi sua grande prova, mostrando que seu futuro parece ser muito bom.

Após largar em terceiro e segurar por muito tempo Felipe Massa, Michael Schumacher teve que se contentar com um sétimo lugar hoje, mas apesar dessa posição não ser a dos sonhos do heptacampeão, não deixou de ser uma vitória para Schumacher, pois pela segunda corrida consecutiva Schummy conseguiu superar Nico Rosberg, sendo que na Inglaterra isso aconteceu de forma sistemática e por longe! Aos poucos, a velha magia de Schumacher está aparecendo. A McLaren foi a grande decepção do final de semana, mesmo marcando pontos com seus dois carros. Lewis Hamilton tentou várias estratégias para subir no pelotão, mas acabou mesmo na obscura oitava posição, sendo ultrapassado por Schumacher no final, enquanto Button ainda marcou um pontinho graças ao erro de Hülkenberg na tentativa de se manter à frente de Bruno Senna. Foi um péssimo final de semana caseiro para a McLaren, que se afasta da briga pelo título bem no momento de renovação de contrato do seu único diferencial no momento, Lewis Hamilton. Bruno Senna marcou pontos pela quinta de nove corridas em 2012, mas vale ressaltar o desempenho do seu companheiro de equipe. Enquanto Bruno é mais constante e muito mais sereno, o veloz e atrapalhado Pastor Maldonado vem se demonstrando uma bomba relógio a cada corrida. Hoje, se envolveu num incidente com Sérgio Pérez que, se não for punido, lhe tirou ótimas chances de pontuar, além de ajudar sua combalida equipe no Mundial de Construtores. A falta de serenidade – algo que sobra em Bruno Senna - de Maldonado é alarmante e pode estragar sua promissora carreira, mesmo que os dólares ditatorias-bolivarianos o segurem por algum tempo na F1.

Hülkenberg vinha marcando pontos até o finalzinho da prova, mas assim como Alonso, seus pneus macios não foram páreo para a borracha mais resistentes dos seus rivais e por isso o alemão caiu para 12º, ultrapassado também por Kamui Kobayashi, que atacou com sempre e foi ineficiente como nunca! Paul di Resta furou seu pneu graças ao toque com Grosjean e abandonou seu GP caseiro ainda no início. Toro Rosso fez uma corrida anônima, enquanto a Caterham teve um desfalque antes mesmo da largada, com um problema com Vitaly Petrov, mas pelo o que mostrou Heikki Kovalainen, não faria muita diferença. O mesmo ocorrendo com Marussia e HRT.

A corrida de hoje ficou bem abaixo das expectativas, mesmo com a ultrapassagem da vitória de Webber no final da prova. Talvez o receio das equipes em como se comportariam os pneus fizeram com que os pilotos fossem cautelosos em demasia e a corrida pode ser considerada a mais chata do ano, mas ainda assim, em outros anos, ela teria sido a mais emocionante da temporada, provando que 2012 está fazendo que nós aumentamos nossas expectativas para as corridas. Alonso segue líder e estando na melhor fase de sua carreira, sendo muito difícil acompanhá-lo, mas o crescimento da Red Bull, liderado no momento por Mark Webber, pode causar grandes surpresas ao espanhol até o fim do campeonato.





sábado, 7 de julho de 2012

It's rainning!

Como diria Rihanna na música Umbrella, choveu pacas em Silverstone, o que não deixa de ser novidade no mítico circuito inglês, mas acabou por atrapalhar toda a programação da F1 para este sábado, conutudo fez com que Fernando Alonso conseguisse sua primeira pole no ano, quebrando um pequeno tabu de 31 corridas da Ferrari, mostrando a excepcional fase do espanhol, que ruma para o tricampeonato pilotando como nunca... e ganhando como sempre!

A costumeira chuva de Silverstone bagunçou totalmente a Classificação de hoje, ocasionando uma longa bandeira vermelha e trazendo algumas surpresas. Ao contrário de Alonso, a péssima fase de Jenson Button o faz ter golpes de azar incríveis, como em sua última volta no Q1 que o colocaria facilmente na fase seguinte, mas o Marussia rodado de Timo Glock na última curva fez com que o inglês amargasse outro péssimo resultado. Por sinal, a McLaren decepcionou bastante em casa. Lewis Hamilton, que já venceu nessa mesma Silverstone debaixo de muita chuva quatro anos atrás, esteve longe de brigar pela pole hoje. Após longe espera com a tempestade que caiu na metade do Q2, outro grande a cair foi Nico Rosberg, numa parte de Classificação onde Alonso e Vettel ficaram na beira de saírem. Bruno Senna teve o mesmo azar de Button no Q1 e novamente ficou pelo caminho no Q2, enquanto seu companheiro Maldonado passava ao Q3.

O Q3 parecia uma briga particular da Ferrari e foi nessa hora que a Globo estragou a transmissão e me assustou. Se a Vênus Prateada necessita de um brasileiro na frente para ficar na F1, foi terrível a forma como a Globo administrou suas câmeras exclusivas, cortando para o carro de Massa em momentos cruciais do treino. E o que é pior, o brasileiro parece ter errado em sua última volta e caiu para quinto, o que é sua melhor posição de largada em 2012. Webber se recuperou no final, mas quando a chuva apertou no finzinho do treino, Alonso superou o australiano por 0.047s, ficando com a pole, aumentando ainda mais sua confiança, algo que Schumacher parece ter reconquistado e ficou em terceiro hoje no grid.

A previsão para amanhã é de mais chuva como a de hoje e ontem. O que significa uma corrida confusa pela frente. Porém, o legal da paralisação foi uma interação que nunca tinha visto entre público e pessoal da F1. Do lado de fora dos boxes, mecânicos e engenheiros puxavam uma ola por toda o pit, levantando a torcida. Cada vez que um piloto aparecia na TV, o público gritava seu nome e o personagem em questão dava um tchauzinho. Podemos nos preparar para uma corrida movimentada e até mesmo com bandeira vermelha. A rodada de Romain Grosjean no final do Q2 pode causar penalizações mais tarde, inclusive para Alonso. Porém, a estrela do espanhol, que segundo Burti perdeu 0.006s no setor da bandeira amarela, parece ser grande demais e poderá brilhar no cinzento céu inglês.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

História: 35 anos do Grande Prêmio da França de 1977

Após a vitória de Jacques Laffite em Anderstorp, o público francês se animou para o seu Grande Prêmio e a expectativa era ótima para que Laffite e a Ligier repetissem a façanha na Suécia, mesmo sabendo que isso só aconteceu devido a um problema na Lotus de Mario Andretti nas últimas voltas, com o americano tendo a corrida nas mãos. O circuito escolhido para o Grande Prêmio foi Dijon-Prenois, autódromo cheio de subidas e descidas, uma grande reta e muito curto, tanto que a primeira vez que a F1 aportou lá, em 1974, foi batido o recorde de menor tempo para um F1 percorrer uma volta, em torno dos 58s. Reformado, a volta duraria um pouco mais.

No final do primeiro dia de treinos, Mario Andretti confirmava sua ótima fase e era o mais rápido, seguido de perto pelo Brabham de John Watson. No sábado, o americano melhorou ainda mais seu tempo, confirmando a pole provisória, enquanto Watson teve problemas e não melhorou sua marca caindo para quarto, sendo superado por James Hunt e Gunnar Nilsson, corroborando que a Lotus tinha o melhor carro do momento. A grande decepção ficou por conta de Jacques Laffite, que era o favorito de todos e largaria apenas em quinto, mais de 1s mais lento que o pole.

Grid:
1) Andretti (Lotus) - 1:12.21
2) Hunt (McLaren)  - 1:12.73
3) Nilsson (Lotus) - 1:12.79
4) Watson (Brabham) - 1:12.83
5) Laffite (Ligier) - 1:13.30
6) Reutemann (Ferrari) - 1:13.41
7) Mass (McLaren) - 1:13.41
8) Scheckter (Wolf) - 1:13.45
9) Lauda (Ferrari) - 1:13.52
10) Jones (Shadow) - 1:13.56

O dia 3 de julho de 1977 estava muito quente e ensolarado em Dijon e o público compareceu em massa para torcer que Laffite fizesse outro corrida improvável, mas havia a grande preocupação com o combustível. Mesmo sendo um circuito curto, as oitenta voltas poderia causar problemas para as equipes, que tentariam evitar o que aconteceu com Andretti na Suécia, quando o americano da Lotus ficou sem gasolina nas voltas finais. As duas Lotus não largaram bem e quem se aproveitou disse foram os dois pilotos britânicos que estavam nas primeiras posições, com Hunt e Watson assumindo as duas primeiras posições, com Andretti vindo logo atrás, seguido por Laffite, Nilsson e Lauda. Ainda durante a primeira volta, Reutemann e Mass tocaram rodas e fizeram com que ambos perdessem muito tempo, mas o alemão da McLaren se daria ainda pior, caindo para último, enquanto Reutemann se segurou na 12º posição.

Estava claro que Hunt, Watson e Andretti tinham os carros dominantes daquele domingo de calor na França  e rapidamente dispararam frente aos demais. Hunt liderou até a quarta volta, quando Watson o ultrapassou. O irlandês da Brabham rapidamente abriu vantagem sobre Hunt, que segurava Andretti. Mais atrás, a Ferrari não rendia e Lauda era um discretíssimo quinto colocado, mas no campeonato, as coisas não estavam tão ruins para o austríaco, já que o então líder Jody Scheckter não se acertou com seu Wolf em Dijon-Prenois e o sul-africano acabaria se envolvendo em um acidente com Clay Regazzoni, que furou seu pneu e o fez abandonar. Depois de muito pressionar, Andretti finalmente ultrapassou Hunt na 17º volta e rapidamente cortou a diferença de 5s que tinha de desvantagem para Watson. Mesmo sendo ultrapassado por Watson e Andretti, James Hunt seguia ambos de perto, até perder rendimento de forma repentina no metade final da prova. O porquê seria conhecido apenas no final da prova e entraria para o folclore da F1.

Quando faltavam vinte voltas para o final da corrida, Laffite fazia uma prova discreta em quarto lugar, quando deu de cara com o Brabham atravessado do segundo piloto Hans-Joachim Stuck, que tinha acabado de rodar. Sem muito tempo de reação, o francês da Ligier acabaria tocando no alemão e quebrando a asa dianteira do seu carro, tendo que ir aos boxes trocá-lo, perdendo as chances de pontuar e decepcionando ainda mais o público que lotou o circuito naquele dia. Lá na frente, a diferença entre Watson e Andretti nunca aumentou para mais de 2s e a expectativa era de um final de corrida emocionante. Porém, o anti-clímax se fez presente na 75º volta. Watson via seu motor falhar nas curvas para a direita já há algumas voltas e o motivo era claro: falta de combustível. Watson tirou o pé completamente para poder terminar a corrida e permitiu Andretti fazer a ultrapassagem vencedora e garantir os noves pontos e... estacionar seu Lotus alguns metros depois, sem gasolina. Emerson Fittipaldi, que fazia uma ótima corrida após largar em último, abandonou a prova faltando duas voltas com pane seca. A Brabham lamentou sua falta de sorte, enquanto Andretti se recuperava da decepção de quinze dias antes e entrava definitivamente na briga pelo título, já que Lauda, o novo líder com o quinto lugar, só estava um ponto à sua frente. E qual foi o motivo de Hunt perder tanto rendimento na parte final da corrida? Assim que estacionou seu McLaren, o Campeão Mundial de 1976 correu atrás de um banheiro e por lá ficou longos minutos, chegando a atrasar a cerimônia do pódio. Se esbaldando na festa na véspera da corrida, James Hunt teve uma prosaica dor de barriga bem no meio da prova, atrapalhando seu desempenho...

Chegada:
1) Andretti
2) Watson
3) Hunt
4) Nilsson
5) Lauda
6) Reutemann