sábado, 22 de dezembro de 2018

Feliz Natal

E mais um ano se passou. Foi a décima segunda temporada do blog. Um feito e tanto para algo feito sem mais maiores pretensões, mas feito com muito carinho. Apesar do conceito blog estar ficando antiquado, cedendo lugar aos youtubers, continuo escrevendo por aqui e espero fazê-lo ainda por muito e muito tempo. Os leitores mais atentos devem estar percebendo que os posts não estão mais tão assíduos e a resposta é muito simples. Desde que nasceu, o blog nunca teve o objetivo de ser informativo, mas opinativo, sem contar as pílulas históricas. O tempo vai passando a quantidade de corridas a serem contadas e pilotos a serem biografados vai diminuindo, resultado nesse diminuição nos posts, não significando que o blog está parado ou irá parar.

Estou colocando alguns textos antigos na página do Facebook. Quem quiser se inscrever, eis o endereço: https://www.facebook.com/jcspeedway/

A título pessoal, 2018 ficou um pouco a desejar, mas não irei reclamar de tudo de bom que Deus me deu ao longo dos últimos 360 dias e tenho certeza que o mesmo acontecerá em 2019. Não apenas para mim, mas para todos que acompanham o blog. Um voto de Feliz Natal e um próspero 2019 a todos. Nos vemos lá!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Ainda com respeito

Quando assinamos pela primeira vez TV a cabo aqui em casa, nos idos de 1995, me interessei logo pelos canais de esporte e haviam apenas dois: ESPN e o Sportv. Na época havia uma revista mensal com toda a programação dos novos canais, algo que achei muito impressionante e também sinal dos tempos, pois hoje bastaria instalar um aplicativo no celular. Papel pra que? Procurei nos dois canais o que passava de corrida e na sexta à noite tinha o Motorsport News no Sportv. Era basicamente um programa baseado no automobilismo inglês, mas ainda assim muito legal. Nomes como Bob Verdon-Roe e Ian Flux surgiam na minha vida. Luis Carlos Junior estava praticamente em todas no Sportv e ele era o âncora do programa. Ao seu lado, um comentarista que meu pai quando viu pela primeira vez disse que 'era um dos machos mais feios que já viu'. O nome de comentarista era Lito Cavalcanti.

O Sportv não tinha um décimo da programação de hoje em dia e algumas transmissões eram bastante precárias, mas tudo que envolvia corridas, Lito estava lá. Com comentários muitas vezes ácidos, Lito também se caracterizava pela forma quase paternal que tratava os pilotos brasileiro no exterior, principalmente na F3 Inglesa, um dos focos do Motorsport News. Vindo da 'escola inglesa' de comentaristas, muitas vezes Lito exagerava na defesa dos pilotos brasileiros, assim como os ingleses adoravam (e ainda adoram!) passar a mão na cabeça dos seus compatriotas. Na minha visão, algumas vezes isso mexia na isenção do que Lito nos passava. Com o tempo e já passando dos 70 anos, era bastante nítido que Lito Cavalcanti estava ficando bastante obsoleto e as abobrinhas se multiplicavam com o tempo, principalmente com mais corridas sendo transmitidas pelo Sportv e o veterano comentarista aparecendo mais vezes na TV.

Depois de 24 anos, foi anunciado no dia de ontem a saída de Lito do Sportv. Mesmo com o veterano jornalista já sendo bastante criticado pelos erros que comete nas transmissões, principalmente por quem acompanha de perto as corridas e entende um pouco mais, não deixa de ser uma pena a saída repentina de Lito do Sportv, que estava no canal desde os princípios. Max Wilson também foi afastado, mas depois que ele falou que a Lotus de 1987 de Senna era proporcional à Toro Rosso atual, sinceramente não fará tanta falta. A saída de Lito também exemplifica como o automobilismo vai caindo dentro da TV brasileira, mesmo os canais fechados e especializados em esportes. Apesar de estar longe do seu auge e cometendo alguns erros constrangedores, a experiência de Lito Cavalcanti não deveria ser desprezada e ele ainda é bastante respeitado.

sábado, 8 de dezembro de 2018

Esse Kimi

Kimi Raikkonen sempre foi considerado uma pessoa fechada e de pouquíssimas palavras. Outra faceta conhecida do finlandês é seu gosto etílico. Durante a festa de premiação da FIA realizada ontem na Rússia, Raikkonen roubou a cena por causa de seu estado, digamos, alegrinho demais.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Louco milagre

A alegria pela subida de divisão no ano passado estava se tornando um pesadelo nas primeiras rodadas do Ceará na Série A do Campeonato Brasileiro. Sempre admiti que o Ceará iria participar da elite do futebol brasileiro sempre olhando para baixo na tabela de classificação. A briga seria contra o rebaixamento até pela diferença de investimento brutal entre o Ceará e os grandes do futebol brasileiro. Porém, o início do campeonato de 2018 foi bem pior do que o imaginado. Apesar das quatro pedreiras nas primeiras rodadas, ninguém imaginava um início de campeonato tão ruim. Foram precisos quatro jogos para fazer um gol. Cinco pontos nos doze primeiros jogos. Significando não apenas um início de campeonato terrível, mas como a quase certeza de um vergonhoso rebaixamento antes mesmo da metade do primeiro turno.

Brigar contra o rebaixamento é um coisa. Ser saco de pancadas é outra bem diferente. E era esse o papel do Ceará no campeonato. Ninguém nos respeitava!

O bom Marcelo Chamusca não aguentou o péssimo início e o Ceará trouxe para o seu lugar Jorginho, um excelente lateral-direito, mas com bons resultados pontuais como técnico. Foi ainda pior. O Ceará só perdeu e o carioca ainda traiu o time da pior forma possível. Aceitando uma proposta do Vasco, Jorginho deixou o Ceará praticamente na mão na calada da noite. Então, meio que no desespero, veio Lisca. Lisca Doido. Tinha que ser doido mesmo para assumir o Ceará naquela situação, mas o gaúcho já tinha mostrado sua dose de loucura quando salvou o Ceará de um rebaixamento certo em 2015. Contudo, três anos atrás eram apenas nove jogos e na Série B, onde o Ceará tinha mais time, mas tinha vários problemas internos que quase causou o vexame de ir para a temida Série C.

A chegada de Lisca parecia um ato desesperado. O raio não iria cair duas vezes no mesmo lugar. Série A é bem diferente de Série B. As contratações não empolgavam. O time do primeiro semestre que jogava um bom futebol não engrenava e jogadores eram dispensados. Parecia que nada poderia nos salvar. 

Então veio a parada para a Copa do Mundo. O Ceará com Lisca tinha mostrado outra postura em comparação aos jogos anteriores. A parada serviria como uma nova pré-temporada, mas numa situação calamitosa. Éramos piada no Brasil todo. O primeiro jogo na volta da Copa seria contra o Sport no PV, jogo que estive presente e vi bem de perto Arthur fazer o gol da primeira vitória do Ceará no campeonato. Parecia muito pouco, mas era um alento. A primeira vitória fora de casa seria contra o Paraná, esse sim, o saco de pancadas do campeonato. Quem fez o gol foi Juninho Quixadá. Vou dar a minha mão a palmatória. Vindo do Ferroviário, que foi campeão da Série D e que não tinha físico para jogar os 90 minutos nas divisões inferiores do campeonato brasileiro, pensei que ele não daria certo. Não tinha como dar certo. OK, ele jogou Champions League, mas se destacar na Série D é bem diferente de se destacar na Série A. O jogo contra o Fluminense me provou o contrário. Numa jogada inteligente, meu quase conterrâneo deu uma assistência para Leandro Carvalho fazer o gol da vitória. Leandro Carvalho. Outro jogador que desacreditei quando voltou ao Ceará após uma passagem pífia pelo Botafogo e ainda vindo de uma operação no joelho. Também conhecido como Leandro 'Cachaça', sempre foi um jogador problema, mas no Ceará ele se transforma.

Contra o Flamengo num Maracanã lotado, Leandro Carvalho chutou de longe no finalzinho do jogo para conseguir uma vitória inacreditável. Três dias depois, o nosso paredão Everson mostrou que não se garante apenas com as mãos. Com uma falta batida com perfeição, ajudou o Ceará a ganhar do Corinthians. Nos programas de futebol pelo Brasil, o Ceará deixava de ser piada. Passava a ser respeitado. Jogo contra o Ceará seria jogo duro, como disse Luiz Felipe Scolari, técnico campeão com o Palmeiras antes de enfrentar o alvinegro em São Paulo.

As vitórias, tão raras no primeiro turno, começaram a brotar. Algumas surpreendentes, como o 2x0 em cima do Cruzeiro em pleno Mineirão logo após os mineiros serem bicampeões da Copa do Brasil. O belo time do Atlético Mineiro foi derrotado dentro do Castelão poucos dias depois. A lanterna tinha ficado para trás e agora a briga era sair da zona. Houve alguns percalços, mas na penúltima rodada, o Ceará enfrentou o bom time do Atlético Paranaense e mesmo com os paranaenses jogando com o time reserva, vinham de doze vitórias seguidas em casa e o Ceará quase venceu, conseguindo o empate. Com os demais resultados, o Ceará estava livre do rebaixamento com uma rodada de antecedência. Quem poderia imaginar isso vendo o começo do campeonato? Posso dizer que eu não e ninguém poderia sequer sonhar com esse milagre. A vaga na Sul-Americana não veio, mas isso pouco importava. O Castelão estava lotado para ver o Ceará quase rebaixar o Vasco, que tirou Jorginho do Ceará na surdina e o treinador foi embora praticamente sem dizer tchau. Acabou demitido logo depois e ficou com a fama de traíra.

A parcial imprensa cearense teve que engolir o Ceará escapando com alguma sobra após dizerem que o time não prestava, porém foi praticamente com os mesmos jogadores que iniciaram o campeonato de forma terrível que conseguiram uma virada mágica no campeonato, deixando o Ceará como a oitava melhor campanha do segundo turno. Foram vitórias contra times tradicionais e com orçamentos infinitamente superiores e derrotas caras, que fez muita gente dizer que o Ceará merecia melhor sorte.

Esse pequeno milagre teve vários artífices. Everson, Tiago Alves, Samuel Xavier, Luis Otávio, Richardson, Quixadá e Arthur. Mas sem sombra de dúvida, o protagonista foi mesmo Lisca. Ele pegou o time numa situação desesperadora e mudou o time da água para o vinho com as mesmas peças. Considerado folclórico pelo apelido de doido, Lisca de doido não tem nada e fez um trabalho que foi elogiado por todo o Brasil. Extremamente carismático, fez a torcida do Ceará acreditar novamente e com o apoio da nação, o milagre foi consumado.

Não devemos esquecer que o ano seguinte ao primeiro milagre de Lisca foi muito ruim e que o treinador muitas vezes inventou até ser demitido. A diretoria do Ceará precisa entender que o estadual não é parâmetro e que jogadores de qualidade tem que ser trazidos. A lição deve ser aprendida! No entanto, depois de tanta angústia e sofrimento, agora iremos apenas comemorar mais um louco milagre protagonizado por Lisca. 

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Figura(2018): Lewis Hamilton

Foram seis nomeações, mas até poderia ter sido mais. Depois de doze temporadas, Lewis Hamilton chegou ao seu ápice técnico e mental na F1 e por isso proporcionou pilotagens simplesmente sensacionais, levando-o a conquistar o pentacampeonato de forma até mais fácil do que imaginado, mesmo que muito ajudado pelo protagonista da parte de baixa da coluna. Porém, Hamilton terá muitas histórias bonitas para contar. Sua atuação em Monza foi de almanaque. Mesmo com um carro inferior à Ferrari, Hamilton soube administrar os pneus rumo a uma ultrapassagem belíssima em cima de Raikkonen já no final da corrida para vencer na frente dos torcedores da Ferrari. Com a confiança lá em cima, conseguiu uma pole assombrosa em Cingapura, circuito tradicionalmente ruim para a Mercedes, mas Hamilton conseguiu uma das voltas mais espetaculares dos últimos 25 anos na F1. Com Vettel pisando no tomate, Hamilton foi ficando cada vez mais forte, superando até mesmo a força mental do alemão para desempatar o placar entre os dois pilotos mais marcantes dessa geração e se igualar à Juan Manuel Fangio como o segundo maior conquistador de títulos da história da F1. Ainda é um pouco cedo para especular até onde Lewis Hamilton chegará na história, mas com seus números superlativos, Hamilton já está na história do automobilismo e contando.

Figurão(2018): Sebastian Vettel

Foram quatro nomeações para essa parte da coluna. Todas elas na segunda metade do campeonato, onde ficou praticamente definido o campeão e de forma até tranquila, contrariando os prognósticos de um campeonato apertado até o final. Contratado pela Ferrari como o natural sucessor de Michael Schumacher, Sebastian Vettel fez um excelente trabalho nos seus primeiros anos na Ferrari, dando até a impressão que estava carregando a equipe nas costas. Conhecido pelo seu estilo trabalhador e ser forte mentalmente, Vettel era o contraponto de Lewis Hamilton, mais habilidoso e fogoso. Uma disputa direta entre os dois era esperada à muito tempo e com o título do ano passado, Hamilton e Vettel agora teriam o mesmo número de títulos (quatro). Esse ano seria um tira-teima para quem se igualaria à Fangio com cinco títulos mundiais. Se em 2017 Vettel pôde apontar para a Ferrari pela perca do título no final do ano, nessa temporada Vettel só tem o espelho a apontar. Esse ano a Ferrari deu um grande carro para Vettel e em certos momentos parecia que estava na frente da Mercedes, mas por incrível que pareça foi seu principal piloto que fraquejou nos momentos decisivos. O turning point desse ano e de Vettel foi certamente Hockenheim. Liderando com certa folga, uma chuva fina atrapalhou os sonhos de Vettel vencer na frente de sua torcida e o alemão acabou batendo sozinho. Foi uma ducha de água fria em sua confiança. Em Monza, com a Ferrari nitidamente superior à Mercedes, Vettel tentou uma ultrapassagem otimista demais em cima de Hamilton na primeira volta, iniciando uma sequência desastrada do piloto da Ferrari, que em outras três oportunidades jogou sua corrida fora na primeira volta por culpa dele. As consequências não demoraram a aparecer. Se antes era idolatrado pela sempre temperamental imprensa italiana, Vettel passou a ser contestado por ter cometido tantos erros em momentos cruciais do campeonato, praticamente entregando de bandeja o título para Hamilton. Tetracampeão, Vettel terá que dar uma volta por cima em 2019 e apenas o título saciará a sede dos tifosi e apagará uma temporada esquecível do alemão.

domingo, 2 de dezembro de 2018

Para se apreciar

Quando a temporada 2018 começou, a expectativa era como seria uma disputa inédita na história de 68 anos da F1. Dois tetracampeões ativos (Lewis Hamilton e Sebastian Vettel) e donos dos melhores equipamentos à disposição (Mercedes e Ferrari), brigariam renhidamente pela honra de se igualar à Juan Manuel Fangio com cinco títulos na F1. De uma certa forma a expectativa foi cumprida. Até a metade do campeonato, houveram várias trocas de liderança entre os dois pilotos, mas depois das férias de verão, Hamilton soube se aproveitar dos vários erros cometidos por Vettel e a Ferrari para se sobressair e conquistar seu quinto título, sendo quatro nos últimos cinco anos.

Mesmo com uma temporada cheio de histórias boas, a F1 foi bastante criticada nesse 2018. O automobilismo em geral está passando por uma crise em ser entretenimento ou esporte e a linha tênue entre esses dois lados confunde dirigentes. Para dar um exemplo, a Nascar mudou a cara de suas corridas segmentando-as e dando pontos para os pilotos num complicado sistema de classificação. A desculpa era para dar emoção às corridas, porém, é histórico a categoria de stock-car americana ter corridas longas, com 400, 500 e até 600 milhas por prova. Porém, os dirigentes americanos resolveram dividir a corrida para trazer mais público e o resultado foi que a Nascar se transformou numa equação derivada de terceiro grau que somente confunde a cabeça dos torcedores. Antigamente era apreciado um piloto conseguir dominar um final de semana de corrida. Ok, pode não ter havido emoção por uma batalha por vitória, mas ver um piloto dominar seus pares era motivo de orgulho. Hoje, não mais. A F1 foi severamente criticada por o campeonato ter sido definido com duas provas de antecipação. Que apenas quatro equipes subiram ao pódio. As ultrapassagens ficaram ainda mais difíceis com o aumento da velocidade. Contudo, isso SEMPRE aconteceu na história da F1. Domínios são mais comuns do que imaginamos, sendo que 2018 não houve domínio claro de uma equipe. Na verdade, em várias ocasiões, três equipes brigavam pela vitória, algo até raro nos últimos 30 anos. Recordo que entre 1998 e 2000, McLaren e Ferrari dominavam a F1 com o pé nas costas. Em 1999 foi uma temporada tão atípica, que a Jordan de Frentzen se meteu na briga levemente, mas no fim a briga ficou mesmo entre Ferrari e McLaren. Quando a BMW construiu o melhor motor e a Williams voltou a brigar pela vitória em 2001, houve festa na F1. Voltando a 2018, Mercedes, Ferrari e Red Bull abriram um abismo para as demais equipes e dividiram todas as vitórias, com cinco pilotos subindo no alto do pódio. Algo até banal, se olharmos para os últimos anos, mas ainda assim, a F1 mudará bastante em 2019.

Até que essas mudanças venham, Lewis Hamilton comemorará bastante. O inglês está chegando ao seu auge técnico, muitas vezes sobressaindo ao lado mental, que cada vez menos lhe atrapalha. Hamilton teve uma temporada de altíssimo nível e mesmo tendo o melhor carro do ano, conseguiu se sobressair com exibições de tirar o fôlego, principalmente em ritmo de classificação. Sua volta em Cingapura foi daquelas de entrar para a história, assim como os números do inglês já estão na história da F1. Se não bastassem os cinco títulos mundiais, Hamilton tem mais de 80 poles no cartel e mais de 70 vitórias na carreira. São números superlativos para uma carreira já brilhante e superlativa. Enquanto Hamilton estiver correndo, não dá para cravar o lugar do inglês na história, mas que Lewis já está nela, não restam dúvidas. Com uma confiança tão grande que sai pelo ladrão, Hamilton hoje tem a Mercedes como sua casa e a Mercedes faz questão de ter Hamilton como o seu diferencial. Em alguns momentos a Mercedes foi claramente superada pela Ferrari, mas graças à pilotagens sobrenaturais de Hamilton, a inesperada vitória veio, como no casa da belíssima corrida em Monza. Quem não se aproveitou disso foi Valtteri Bottas. O finlandês terminou 2017 com vitória e até começou o ano bem. Estava liderando em Baku e a vitória também lhe daria a ponta do campeonato, mas um pneu furado destruiu os sonhos de Bottas, assim como sua temporada. O nórdico teve uma temporada terrível a partir de então, ficando quietamente como a sombra de Hamilton, cedendo uma vitória na Rússia, mas de alguma forma atrapalhou um pouco a Mercedes, que teve que esperar uma corrida para garantir o Mundial de Construtores. Sabendo que Hamilton funciona ainda melhor sem pressão dentro dos boxes, a Mercedes renovou contrato com Bottas, mesmo o finlandês reconhecendo que ficou devendo e muito em 2018. Se não melhorar muito, Bottas sabe que 2019 será sua última temporada numa equipe grande. Inclusive, seu substituto está escolhido.

Se o campeonato foi decidido praticamente sem briga com duas provas de antecipação, a culpa também recai na Ferrari e, principalmente, em Vettel. Natural sucessor de Michael Schumacher, Vettel tinha na sua mentalidade um dos pontos fortes para derrotar Hamilton e sua maior habilidade. Pois foi justamente o psicológico que afetou decisivamente Vettel e ajudou a Hamilton vencer o campeonato de forma tão tranquila. Vettel estava com a faca e o queijo na mão na Alemanha. Correndo em casa, o alemão liderava quando apareceu uma chuva. Considerado um especialista na área (a primeira vitória de Vettel aconteceu debaixo de um dilúvio em Monza), Vettel errou sozinho e praticamente entregou a vitória para Hamilton, que nunca mais perdeu a liderança do campeonato. Se o seu rival estava com a confiança renovada, o contrário aconteceu com Vettel. Foi uma sucessão de erros de Seb que chamou a atenção, por se tratar de um tetracampeão. Em quatro corridas (Itália, EUA, Japão e México), Vettel tocou com alguém na primeira volta numa tentativa otimista de ultrapassagem. Esses erros jogaram Vettel para as últimas posições e mesmo escalando o pelotão, o estrago estava feito. Os pontos perdidos para Hamilton foram decisivos, além da Ferrari ter sofrido o baque da morte do seu presidente e líder Sergio Marcchione, no meio da temporada. Pelo segundo ano consecutivo, a Ferrari lutou com a Mercedes até o verão europeu e caiu de rendimento depois. A diferença foi que seu principal piloto cometeu erros que não condizem a um tetracampeão. Sempre houve a expectativa de uma briga direta entre Hamilton e Vettel, dois dos melhores pilotos dessa geração, mas até o momento, o inglês vai levando uma bela vantagem em cima de Vettel, que começa a ser questionado no sempre turbulento bastidor da Ferrari. Um desses indícios foi a saída de Kimi Raikkonen. O finlandês é amigo de Vettel e sempre se mostrou útil para o alemão, ou seja, não questionando a liderança de Vettel dentro da Ferrari. Raikkonen também conseguia pontos para a Ferrari no Mundial de Construtores, mas sua pilotagem burocrática também pesou contra ele. Em vários momentos, Raikkonen fazia uma tática diferente, se tornava o piloto mais rápida da pista, mas bastava ter que ultrapassar e o Kimi ficava placidamente atrás do rival. Foram várias corridas assim, dando a sensação que Raikkonen estaria se aposentando no final do ano. Quando tudo indicava a isso, Kimi anunciou que está voltando às origens na Sauber, onde correrá por dois anos, ou seja, com mais de 40 anos de idade. Raikkonen ainda conseguiu uma emocionante vitória em Austin, se tornando o finlandês com mais vitórias na F1 e provavelmente dando seu canto do cisne.

A Red Bull continuou seu relacionamento turbulento com a Renault, o que acabou trazendo a ruptura e em 2019 os austríacos correrão com o ainda problemático motor Honda. Somente Ricciardo teve oito abandonos, sem contar os problemas nos treinos. Max Verstappen teve mais sorte e pode mostrar seu talento natural, talvez o maior da F1 hoje em dia. O começo da temporada do holandês foi complicado, com erros e toques evitáveis, como o que deu em Vettel na China. Quando todos pensavam que Max poderia se tornar apenas mais um piloto agressivo demais, ele foi se domando e teve uma segunda metade de temporada excepcional, com vários pódios seguidos. Porém, seu momento marcante foi em Interlagos, quando foi tirado da pista pelo retardatário Esteban Ocon quando liderava e depois da corrida foi tirar satisfação com o francês. Isso fez com que Verstappen ganhasse ainda mais fãs pelo seu jeito franco e direto de ser fora da pista, pois dentro da pista ele já não tem nada a mostrar. Se Hamilton vive se comparando à Senna, talvez o piloto mais próximo do saudoso brasileiro seja mesmo Verstappen. Só resta saber quanto tempo a Red Bull terá para se adaptar ao motor Honda, que nesse ano ainda teve muitas quebras com a Toro Rosso, mas se comportou bem melhor em termos de desempenho. Quando tudo indicava que Ricciardo renovaria com a Red Bull, o australiano surpreendeu ao assinar com a Renault, num movimento inesperado, mas lógico. Mesmo a Renault ainda não conseguindo se tornar uma equipe top, é uma equipe de fábrica e tem muito potencial pela frente. Dentro da Red Bull, Ricciardo já percebia que o piloto a ser tratado como o novo darling era mesmo Verstappen e para o australiano, talvez seu lugar seria relegado como segundo piloto. Ricciardo agora liderará uma equipe de fábrica numa empreitada que, se der certo, o colocará novamente como piloto de ponta em breve.

As equipes grandes conseguiram uma vantagem técnica sobre as demais que chegou a assustar. No Canadá, Nico Hulkenberg foi sétimo e tomou uma volta... do sexto colocado! As equipes do pelotão intermediário reclamaram da falta de chances de pelo menos brigar pelo pódio, façanha só conseguida por Sergio Pérez na complicada corrida em Baku. Apesar do resultado, a Force India escondia uma séria crise financeira e no meio do ano a equipe entrou em falência, mas foi salva por Lawrence Stroll. A partir de 2019, a equipe passará a se chamar Racing Point e como não poderia deixar de ser, Lance Stroll entrará na equipe. Pérez e seus dólares vindo do México permanecerá. Sobrou para o bom Ocon, que fez uma temporada muito boa, mostrando muito talento, mas sua ligação com a Mercedes dificultou todas as negociações que apareceram. De fora em 2019, resta à Ocon a certeza de que se Bottas repetir o desempenho pífio de 2018, o francês deverá ser o companheiro de equipe de Hamilton na Mercedes em 2020. A Force India só não foi quarta colocada no Mundial de Construtores por ter perdido os pontos que conseguira até ser vendida para Stroll, mas foi uma das protagonistas do pelotão intermediário. A Renault ainda não desabrochou como equipe de ponta e a demora para isso acontecer já coloca pressão nos dirigentes franceses, que ainda tiveram que engolir das suas clientes críticas ao motor Renault. Mesmo tendo a força de Hulkenberg, a Renault só conseguiu a vaga de melhor do resto com a falência da Force India, mas com Ricciardo terá que se reinventar para não passar o mico de deixar o australiano como um móvel do pelotão intermediário.

Haas e Sauber, com o irrestrito apoio da Ferrari, conseguiram um enorme destaque em 2018, só que ambas tiveram diferentes motivos para se ater para ficar na ponta. Enquanto a Haas tinha o equipamento, lhe faltou piloto. Já na Sauber, muitas vezes o piloto fez a diferença com o equipamento que tinha. Logo na primeira corrida a Haas teve chances de pontuar com seus dois pilotos em Melbourne, mas um par de erros nos pit-stops de Magnussen e Grosjean destruiu o sonho da Haas. A recuperação veio logo, mas ficou a sensação que ficou um pouco abaixo do esperado por culpa da dupla da Haas. Magnussen mostrou muita velocidade, mas também muita polêmica em disputas ríspidas com seus colegas do pelotão intermediário, fazendo do danês o pilotos mais detestado no paddock. Já Grosjean cometeu erros inacreditáveis para um piloto que já tem dez anos de paddock. A sua batida em Baku, durante o safety-car, foi digno de nota. Porém, de forma surpreendente, os dois tiveram contrato renovado, mas terão muito o que provar em 2019. Já na Sauber, a qualidade de Charles Leclerc fez brilhar muitos olhos na F1. O novato começou o ano devagar, mas rapidamente Leclerc começou a conseguir resultados fora do esperado, como o sexto lugar em Baku. O monegasco, ligado a Ferrari, começou a ocupar o Q3, elevando o nível da Sauber, nos últimos tempos o patinho feio da F1. Tamanho desempenho fez com que Leclerc fosse alçado como piloto da Ferrari em 2019, além de maximizar a fraqueza de Marcus Ericsson, que mesmo trazendo muito dinheiro, ficará de fora do grid ano que vem. A Toro Rosso serviu de laboratório para a Honda e o previsível contrato com a Red Bull. Se serviu de consolo, a Toro Rosso revelou a exuberância de Pierre Gasly e a ruindade de Brendon Hartley.

Equipes tradicionais e gloriosas, foi duro ver em vários momentos McLaren e Williams fechando o grid e as corridas na segunda metade da temporada. As duas iniciaram o ano com expectativas altas, mas a realidade foi bem diferente. Depois de uma turbulenta relação com a Honda, a McLaren voltou a se tornar uma equipe cliente, usando os motores Renault, mas pela lógica, a McLaren queria brigar com a Red Bull e retornaria à luta por pódios e, quem sabe, vitórias. Com a tradicional pintura laranja e com Fernando Alonso avalizando a mudança, tudo se tornou um pesadelo em 2018, com a McLaren fazendo uma temporada até pior do que os anos anteriores, causando em Alonso a sensação de que seu tempo na F1 ter acabado, o mesmo acontecendo com Stoffel Vandoorne, um piloto que foi muito bem nas categorias de base, mas viu sua carreira ruir com o carro ruim da McLaren, que teve toda a sua cúpula trocada, com a chegada de Gil de Ferran. E ele terá muito trabalho. A McLaren teve sua pior temporada em anos, onde normalmente fazia companhia à Williams como últimas colocadas. A temporada medíocre da Williams era até esperada, mas piorou aos poucos com as notícias da não-renovação da Martini e a saída de Stroll da equipe. Não Lance, mas Lawrence e seus milhões de euros. É nítido que Lance Stroll ainda não tem condições de ser um bom piloto de F1, com o jovem canadense sendo superado pelo novato russo Sergey Sirotkin, principalmente nas classificações. Porém, mesmo com aporte financeiro, o russo acabou saindo da equipe e Robert Kubica, retornando de forma surpreendente a F1, também levando dinheiro para a Williams, que se apequena cada vez mais.

Por sinal, a F1 terá um 2019 recheado de mudanças. Nunca nos últimos trinta anos a F1 viu tantas mudanças no seu grid. Se 2018 viu os mesmos pilotos estarem no grid (algo inédito) e todos pontuarem (também algo inédito), isso não serviu para segurar muitos pilotos e as trocas acontecerão aos montes. Nas equipes grandes, apenas a Mercedes manteve sua dupla, mesmo que Bottas já esteja de antemão na berlinda. A Ferrari terá Vettel tendo que lidar com a fogosidade de Charles Leclerc. Tendo que se adaptar ao motor Honda, a Red Bull terá uma dupla de pilotos muito jovem, com Verstappen e Gasly. Ricciardo formará uma dupla forte com Hulkenberg na Renault. Sauber,  Toro Rosso, McLaren e Williams trocará seus dois pilotos para 2019. Alonso se aposentou e cedeu seu lugar ao compatriota Carlos Sainz, que desapontou na Renault e agora tentará refazer sua carreira na McLaren, além de levar sozinho a bandeira da Espanha na F1. O protegido Lando Norris será companheiro de Sainz, só que ao contrário de Hamilton, Norris terá uma missão difícil com uma McLaren bem diferente do que Hamilton encontrou 12 anos atrás. A Williams terá a volta de Kubica e para agradar a Mercedes, recebeu o pupilo George Russell, atual campeão da F2. A Sauber também fará agrados à Ferrari, não deixando Raikkonen se aposentar, enquanto promoverá a estreia de Antonio Giovinazzi, protegido dos italianos. Na Toro Rosso, Daniil Kvyat fará um retorno tão surpreendente quanto Kubica, mas se a surpresa do polaco será pela condição física, o que impressiona no caso de Kvyat é a forma como foi tratado pela Red Bull, dispensado várias vezes, mas o russo ainda voltando. O que poderá esperar do futuro da dupla Kvyat/Red Bull? Provavelmente nada. Para o lugar do pífio Hartley, a Red Bull colocou o jovem Alexander Albon, terceiro colocado na F2. Um grid bastante renovado para uma geração que está indo embora. Em 2016 foi Button, ano passado foi Massa e agora foi Alonso, só restando Raikkonen dos pilotos que entraram na F1 no começo dos anos 2000. Vettel e Hamilton já passaram dos trinta anos, com pilotos como Verstappen, Ocon, Gasly e Leclerc já pedindo passagem. Até porque está chegando a dupla inglesa e talentosa Norris e Russell.

A F1 vai se renovando, mas 2018 ficará marcado como a apoteose de Lewis Hamilton, que já o coloca como um dos grandes da história da F1. O esperado encontro com Sebastian Vettel, várias vezes adiado por motivos alheios, vai até agora ficando bastante desequilibrado à favor de Hamilton. Alonso poderia estar nessa briga, mas seu complexo temperamento não deixou e o espanhol está saindo de cena, mas o espanhol fará falta. Muitos pilotos sairão para dar entrada a outros em 2019. É assim a roda-viva da F1. Resta sabermos aprecia-la. 

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Figura(ABU): Fernando Alonso

Alonso sofreu praticamente o mesmo em Yas Marina do que já vinha pelejando em 2018. Com o carro medíocre que a McLaren lhe deu, o espanhol pouco pôde fazer a não ser brigar para marcar um pontinho, algo que não conseguiu no final das contas. Uma pena que a gloriosa carreira de Fernando Alonso termine assim, mas o espanhol mereceu todas as homenagens que lhes foi oferecido. A corrida de Alonso hoje não foi nada demais, mas sua carreira, sim. Por isso, o espanhol ficará representado aqui nessa parte da coluna pelo o que fez em 18 anos na F1.

Figurão(ABU): Rede Globo

As últimas corridas da temporada de F1 sempre foram marcadas pela emoção das despedidas. São pilotos que se despedem de suas equipes ou até mesmo da categoria. Pessoas importante indo embora para dar lugar aos novos, no velho ciclo da vida. Esse ano teríamos uma despedida especial. Fernando Alonso, após bons e maus momentos, se aposentaria da F1 após anos sofrendo com um projeto na McLaren que simplesmente deu errado. Não faltaram homenagens ao espanhol em todo o final de semana. A última etapa do ano também marca o tradicional agradecimento do trio da Globo, após mais um ano acompanhando a F1 pela Vênus Platinada. Tudo isso aconteceu nos anos anteriores. 2018 não. De forma inexplicável, a Globo, que vem diminuindo gradativamente sua cobertura na F1, cortou a transmissão da corrida logo depois da bandeirada. Não foi possível ouvir os rádios de Ricciardo, Alonso e Hamilton. A bela homenagem que Vettel e Hamilton, as duas referências da F1 atual, fizeram para com Alonso, com direito a donuts dos três na frente do público na reta dos boxes. Ninguém viu Hamilton fazendo diferente no pódio, ao tirar parte do macacão (ok, essa parte não fazia muita questão de ver...) enquanto regojizava-se de mais uma vitória. E o trio global não teve a oportunidade de se despedir de sua audiência. Galvão Bueno foi até mesmo pego de surpresa por terminar a transmissão de forma tão abrupta. Mesmo com Galvão e Reginaldo já demonstrando sinais que o tempo está chegando, é sempre legal ver essa despedida até que a nova temporada recomece. Mas será que veremos a temporada 2019 na Globo? Esse corte antes da hora para mostrar um estádio vazio pode ser um sinal de que a Globo pode ir jogando cada vez mais a F1 para escanteio, para enorme tristeza dos amantes da velocidade da F1.

domingo, 25 de novembro de 2018

Desrespeito

Para os baixos padrões de qualidade em Abu Dhabi, a corrida desse domingo foi até animada. Teve uma acidente perigoso logo nas primeiras curvas, estratégias diferentes, ultrapassagens em todos os pelotões e até mesmo chuva no deserto. Além de tudo isso, a F1 viu a despedida de Fernando Alonso, além de outros menos votados. Houve também reunião de Hamilton, Vettel e Alonso na reta dos boxes dando zerinhos com seus carros na frente do público que delirava. Por que desrespeito? Simplesmente porque ninguém no Brasil viu essa cena final, pois a Rede Globo fez o enorme favor de não passar o pódio e toda a emoção de várias corridas finais para muitos pilotos para voltar ao Esporte Espetacular. Uma notícia bombástica? Não teremos o segundo jogo da final da Libertadores? Não, simplesmente para mostrar repórteres em estádios vazios antevendo uma rodada em que até as puídas vigas de São Januário sabem que o Palmeiras serão campeão.

Uma lástima! Foi um desrespeito enorme para o ainda grande número de fãs de F1 no Brasil. Se quinze dias atrás o desrespeito foi apenas para quem mora no Ceará, pois a classificação não foi transmitida para cá, hoje o desrespeito foi nacional. Simplesmente sem motivo algum para não mostrar um momento tão solene como o pódio da corrida e principalmente a despedida de vários personagens, seja das suas equipes ou até mesmo da F1, como foi o caso destacado de Fernando Alonso. O mundo inteiro também queria ver como se comportaria Daniel Ricciardo depois de sua última corrida pela Red Bull, como Sainz se comportaria em sua despedida da Renault, o mesmo acontecendo até mesmo com Vandoorne, Gasly e Leclerc. O tradicional recado que Galvão Bueno sempre dá nas corridas finais de cada temporada foi devidamente cortado, inclusive para constrangimento do narrador global, que pareceu surpreso ter que encerrar de forma tão abrupta a transmissão da F1. 

Se a corrida de hoje teve vários momentos de simbolismos, essa falta de respeito da Globo para com o seu fiel telespectador da F1 também contém uma bela carga de simbolismo. Sem nenhum brasileiro para 'torcer', a Globo vai deixando a F1 de lado e situações como a de hoje podem se repetir cada vez mais, até chegar o momento da F1 se mudar definitivamente para o canal fechado, que por sorte pode ser o Sportv, pois ESPN e FOX Sports se concentram tanto em futebol, que não seria surpresa que as corridas não fossem transmitidas ao vivo por essas emissoras. 

Falando um pouco da corrida, mesmo com tantas intempéries, a prova teve no vencedor um nome comum nas últimas provas: o pole Lewis Hamilton. Das últimas onze corridas de 2018, oito foram vencidas pelo inglês da Mercedes, que se consolidou como piloto dominante desta temporada, mesmo que muitas vezes tendo que usar seu talento acima dos demais, mesmo um tetracampeão como Sebastian Vettel. Hamilton aproveitou o safety-car virtual pela quebra de Raikkonen para fazer sua única parada, mas a sensação foi que o pit-stop acontecera cedo demais e que Lewis poderia até mesmo fazer uma segunda parada. Falsa expectativa. Hamilton cuidou bem dos pneus para ver todos os seus rivais pararem nos pits e retornar à ponta com certa vantagem, não sendo pressionado pelo segundo colocado. Aventou-se a possibilidade da Mercedes devolver a vitória de Bottas, que foi tirada do nórdico na Rússia, mas o finlandês novamente não ajudou. Em outra corrida horrorosa, Bottas perdeu rendimento, provavelmente por causa de problemas de freios, e foi sendo ultrapassado por todos os seus rivais até cair para quinto, último colocado da F1 da elite. Vettel aproveitou-se para subir para segundo e com pneus mais novos, tentar um ataque em cima de Hamilton, mas o máximo que o alemão fez foi tirar 3s da desvantagem que tinha. Já Verstappen conseguiu ultrapassar Bottas na marra, batendo rodas com a Mercedes para garantir um lugar no pódio e ainda ultrapassar o obscuro finlandês na classificação final do campeonato. Raikkonen, que abandonou cedo, terminou sua passagem pela Ferrari com um terceiro lugar. Outro que se despediu bem foi Ricciardo, que esticou ao máximo sua parada, na tentativa da chuva molhar a pista, mas o calor é tão forte que o asfalto ficou seco e o australiano terminou sua passagem pela Red Bull em quarto, mas sem abandonos dessa vez.

No pelotão intermediário, a grande estrela foi Alonso. Vindo de alguns incidentes na primeira volta, fora nítido que Alonso largou com extremo cuidado e a partir daí fez sua corrida final dentro das pobres possibilidades da McLaren. Com um carro que só decaiu ao longo do ano, Alonso ainda ficou perto de pontuar, mas teve que se conformar com a 11º posição, mas não faltaram homenagens merecidas ao espanhol. Seu substituto na McLaren fez uma corrida de destaque, com Sainz levando seu Renault para a sexta posição, sendo o melhor do resto. Agora, Sainz levará sozinho a bandeira da Espanha na F1. Charles Leclerc deu outra mostra que deverá fazer um bom trabalho na Ferrari. Na primeira volta, o monegasco foi para cima de Ricciardo e ficou com a quinta posição, que logo virou quarto quando Raikkonen abandonou. Numa manobra discutível, a Sauber trouxe o piloto para os pits com o safety-car virtual de Kimi, relegando Leclerc para as últimas posições. Sem poder forçar, para não ter que parar novamente, Leclerc diminuiu o ritmo, mas ainda segurou uma sétima posição. Querendo mostrar a todos que a Sauber tinha perdido muito com a sua demissão, Ericsson fez outra corrida sem graça e abandonou. Com certeza a Sauber não está arrependida de sua decisão de trocar de piloto...

A Force India pontuou com apenas com Pérez, mas Ocon protagonizou outro entrevero com Verstappen. O holandês largou mal, com problemas de motor e não demorou para que os dois antigos rivais da F3 se encontrassem quinze dias depois da briga no pós-corrida em Interlagos. Ocon e Verstappen brigaram algumas voltas, até Max dar no meio do carro da Force India para ganhar a posição e rumar para o pódio. Vindo de um bom final de semana, Ocon se perdeu, foi superado por Pérez, a quem sobrepujou com sobras na classificação e desapareceu na corrida. Mesmo com essa afinada, é claro que Ocon tem muito mais chances de fazer um trabalho melhor na Mercedes do que Bottas. E enfrentar Verstappen com armas mais parecidas. Grosjean pontuou após se envolver no acidente com Hulkenberg na primeira volta, onde o alemão da Renault capotou e ficou com as rodas para o ar, sem ter como sair. Porém, o francês não foi culpado pela manobra, pois Hulk fez a curva como se Grosjean, sem espaço, não estivesse ali. A Haas terminou o ano muito bem, com seus dois carros pontuando. A Toro Rosso quase viu Gasly pontuar, mas o francês foi traído pelo motor Honda já no fim da corrida. Em outro simbolismo, Gasly estava prestes a tomar uma volta de Verstappen, que viu o motor que usará em 2019 explodir bem à sua frente. A Williams terminou lá atrás novamente, com Stroll superando o decepcionante Vandoorne, enquanto o chocado Sirotkin terminava em último. O russo sofreu um baque com a sua saída da F1, mas seus resultados não lhe ajudaram muito.

Para um circuito que parece ter sido feito com o troco do belo hotel que o rodeia, a corrida foi até legal. Muitas brigas e alternâncias de posições. Houve também despedidas emocionadas e até mesmo a presença inesperada da chuva. Porém, a parte final da última corrida do ano, que é sempre recheada de emoções, foi abruptamente cortada pela Rede Globo. Da mesma forma que houve vários momentos simbólicos durante a corrida, esse corte também foi bastante simbólico.   

sábado, 24 de novembro de 2018

Clima de despedida

Última classificação do ano. Parece que passou voando, mas 2018 já está terminando, restando não muito mais do que um mês para o nascimento de 2019, ano em que a F1 sofrerá uma transformação poucas vezes vistas no seu line-up de pilotos. Com pouca coisa a ser decida num circuito muito bonito por fora, mas terrível como traçado, Lewis Hamilton terminou a temporada de uma forma bem conhecida: fazendo a pole.

Foi uma classificação morna e com poucos destaques. Mesmo com a incrível presepada em Interlagos, Ocon mostrou um excelente ritmo na classificação, superando de longe Pérez e chegando a ficar com o quarto tempo no Q2. O francês merece um lugar na F1, mesmo após a afinada que deu para Verstappen no já célebre pós-pódio do GP Brasil. Já garantido no grid numa equipe grande, Charles Leclerc também mostrou muita velocidade, mesmo não sendo tão exuberante como em São Paulo na quinzena anterior. A Red Bull deu pinta que poderia brigar com Mercedes e Ferrari, mas como normalmente acontece nos sábados, o time austríaco ficou para trás e a Mercedes se sobressaiu com seu mapeamento 'mágico' no Q3, no que seus dois pilotos conseguiram a dobradinha. E claro, com Hamilton na frente!

Com tanta pouca coisa acontecendo, todos os olhos ficaram em cima de Fernando Alonso, que muito provavelmente fará sua última corrida na F1 em Abu Dhabi. O espanhol ainda conseguiu um brilhareco ao colocar sua claudicante McLaren no Q2, mas Alonso pouco pôde fazer nessa fase. Alonso ainda recebeu a visita ilustre do rei Juan Carlos, além das homenagens de praxe. Fazendo o que for, Alonso é o grande destaque do final de semana.

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Comeback

O prêmio Laureus tem uma categoria em que no final de 2019 dificilmente Robert Kubica não estará: O retorno do ano. Mesmo que não ganhe ou se destaque, somente o fato de Kubica estar de volta à F1 já é um feito digno de nota e nesta quinta-feira a Williams anunciou o polonês como seu piloto na próxima temporada, praticamente fechando o grid de 2019.

Quando Kubica surgiu na F1, sabia-se que um jovem talentoso despontava na categoria. Extremamente rápido e diferenciado, Kubica chegou a brigar pela liderança do Mundial de 2008 com a equipe BMW, mesmo o time bávaro sendo claramente a terceira força daquele ano. Quando a BMW acabou e ressurgiu a Sauber, Kubica foi para a Renault meio que sabendo que seu destino era a Ferrari, onde dividiria a equipe com o seu amigo Fernando Alonso, no lugar de Massa. Porém, tudo aparentemente acabou no começo de 2011, quando Kubica sofreu um seríssimo acidente de rali e seu braço e mão direito quase foram arrancados. Se havia uma certeza na época, era que a carreira de Kubica havia terminado.

O polaco teve uma recuperação lenta e difícil. Aos poucos Robert foi retornando às corridas, primeiro nos ralis e depois fez alguns testes em carros de Endurance. Cada vez mais confiante, Kubica conseguiu um teste de F1 com a Renault. Os resultados eram satisfatórios a ponto do polonês quase ter reestreado pela Williams nesse ano. Após muita negociação, Kubica foi contratado pela Williams em 2019 muito graças aos patrocinadores pessoais de Kubica, mas há também uma curiosidade de como Robert irá se comportar.

Se um ano fora da F1 já faz diferença para um piloto, imaginem oito! Kubica já vai estar com 34 anos de idade e encontrará uma F1 muito diferente do que esteve acostumado no começo dessa década. Porém, o que mais chama atenção é sua situação física. Seu membro superior direito está praticamente inutilizado, como fica bem claro nessa foto. Kubica correrá praticamente usando só a mão esquerda, o que será um grande desafio ao polonês. Seus tempos foram nos testes foram bons, mostrando que a velocidade ainda estava lá, o problema será a resistência física, além do carro da Williams, última colocada esse ano. Contudo, essa volta de Robert Kubica à F1 em 2019 é um dos fatos mais interessantes e legais de se acompanhar no ano que vem.

domingo, 18 de novembro de 2018

Sprint final

Dentre os inúmeros nomes que a principal categoria da Nascar já teve, uma delas foi Sprint Cup. Hoje chamada de Monster Cup Series, a Nascar teve um final mais digno da antiga patrocinadora, onde o campeão foi conhecido por causa de um sprint final de arrepiar na última etapa em Homestead.

Por causa do complicado sistema de play-offs que a Nascar implantou a alguns anos, quatro pilotos chegaram à Homestead com chances de ser campeão, onde bastava chegar na frente para vencer o título. Os candidatos eram Kevin Harvick, Kyle Busch, Martin Truex Jr e Joey Logano. Com exceção do último, todos com pelo menos um título na carreira e vindo de temporadas mais sólidas do que o jovem piloto da Penske, mas como ocorriam nos tempos do mata-mata, bastou uma noite feliz para que Logano se sagrasse campeão da Nascar depois de um sprint final nas últimas quinze voltas, após a última relargada do ano. Os quatro contendores fizeram a corrida praticamente inteira juntos e dentro do top-5, o que trazia uma tensão toda especial para essa final de campeonato, mas como sempre acontece nas corridas da Nascar, tudo sempre é decidido na relargada final e foi assim mais uma vez.

Talvez com o pior carro dos quatro, Busch tentava uma manobra arriscada ao ficar na pista sem paradas, mas uma bandeira amarela causada pelo companheiro de equipe Daniel Suárez fez com que todos os quatro parassem por uma última vez e saíssem juntos para as quinze voltas finais. Mesmo ajudado pelo ótima trabalho da equipe Joe Gibbs, Busch logo caiu de primeiro para quarto. O atual campeão Truex Jr relargou melhor e tinha pinta que seria bi, mas Logano deixou Harvick para trás e numa bela manobra nas voltas finais ultrapassou Truex rumo a vitória e ao título.

Joey Logano era considerado a zebra (ou underdogs, como os americanos gostam) do dia, mas contou com a força da Penske para conseguir um carro muito forte no momento mais importante da corrida: a última relargada. Logano fora considerado um prodígio no começo da carreira e com apenas 18 anos fez sua estreia na categoria principal e logo no mítico carro 20 laranja, que por muitos anos fora de Tony Stewart. Talvez pela juventude e pela pressão de ser uma aposta de Joe Gibbs, Logano teve vários anos esquecíveis até ser demitido pelo seu revelador. Amigo de Brad Keselowski, que tinha sido campeão pela Penske, Logano foi contratado pela equipe do Capitão e com menos pressão e se sentindo mais confortável, Logano finalmente mostrou a que veio, conquistando vitória e brigando pelo título. Nas duas vezes em que chegou à corrida final com chances de título, vacilou nas últimas voltas, mas em 2018 o americano de 28 anos fez tudo certinho para confirmar o que dele se esperava há dez anos.

Algumas corridas atrás Logano conseguiu a sua vaga na 'final' em Homestead numa manobra discutível em cima de Truex em Martinsville na última curva, aumentando a fama de piloto não muito bem quisto dentro da Nascar. A disputa entre os dois foi limpa hoje, mas vale o velho questionamento que sempre aparece no futebol. Pontos corridos ou mata-mata? Logano não foi o piloto com mais vitória ou mais consistente e ainda conseguiu sua vaga na finalíssima ao jogar sujo com Truex. A desculpa de Logano na época fora que para tentar o título, deveria se tentar de tudo e assim Joey fez. Justo? Talvez não. Emocionante? Com certeza, mas Joey Logano não está nem aí para elucubrações e agora tem um título da Nascar para dizer que é seu! 

Foi Deus!

O automobilismo se tornou um esporte muito seguro graças aos esforços de pilotos, dirigentes e engenheiros, mas ainda assim acidentes graves acontecem. Sophia Floersch, alemã de apenas 17 anos de idade, pode dizer que nasceu de novo, mesmo com algumas consequências. Sophia foi protagonista de um dos acidentes mais impressionantes dos últimos tempos na famosa corrida de  F3 em Macau. A alemã saiu voando a mais 270 km/h para se espatifar num local reservado para fotógrafos, não sem antes atingir outro carro. No total, cinco pessoas se feriram nesse grave acidente, mas aparentemente ninguém corre risco de vida. Muita sorte, mesmo que Floersch tenha uma fratura na espinha e já vimos o que ocorreu com Wickens para nos preocupar. Num acidente dessa magnitude, ninguém morrer não se deve somente à segurança, mas à Deus e os respectivos anjos da guarda!


Crazy race

Nas entrevistas pós-corrida nesse domingo em Valencia, os três pilotos que foram ao pódio usaram a expressão 'crazy race' de forma unânime. E Doviziozo, Rins e Espargaró tem toda a razão em chamar a última etapa da MotoGP de maluca. A chuva trouxe o tempero que fez da corrida valenciana uma das mais acidentadas dos últimos tempos, levando ao chão pilotos de todos os escalões do grid.

O fato de ter Pol Espargaró no pódio já diz muito da loucura que foi a corrida no circuito Ricardo Tormo. A esperada chuva veio com força justamente na corrida da MotoGP e com condições complicadas de pista, a habilidade dos pilotos veio à tona na mesma medida em que a sorte de pegar uma poça d'água ou não também apareceu. Nada menos que metade do grid caiu, mesmo que voltando logo depois. A largada viu Alex Rins da Suzuki liderar por um bom tempo num primeiro pelotão interessante, já que os cinco primeiros utilizavam cinco motos diferentes. Porém, as quedas não demoraram a acontecer, incluindo Pol Espargaró em sua KTM, que desde a sua volta na MotoGP no ano passado só conseguiu resultados medíocres e o espanhol brigava no pelotão dianteiro. Enquanto favoritos como Marc Márquez e Danilo Petrucci encontravam o chão, Rins era alcançado por Doviziozo e Valentino Rossi, após o italiano sair da 16º posição rumo ao pelotão da frente.

A chuva logo se transformou em um temporal e a bandeira vermelha apareceu, fazendo com que uma nova largada fosse dada. Rins, Doviziozo e Rossi rapidamente se destacaram na relargada, mas com o piloto da Ducati conseguindo uma boa vantagem sobre Rossi, mas o piloto da Yamaha caiu nas voltas finais. Se serve de consolo, Rossi conseguiu segurar a terceira posição no Mundial de Pilotos, já que Maverick Viñales, pole na corrida de hoje, foi um dos vários que caíram. Outro fator foi que a queda de Rossi permitiu a Pol Espargaró alcançar a terceira posição e dar à KTM seu primeiro pódio na MotoGP num dia magnífico para a marca austríaca. Mais cedo, o jovem turco Can Öcun estreou na Moto3 numa moto oficial da KTM com uma vitória, se tornando aos 15 anos o mais jovem a vencer uma corrida do Mundial. Logo depois, o português Miguel Oliveira encerrou a era dos motores 600cc da Honda com uma vitória pela equipe oficial da KTM, ao se aproveitar da queda de Alex Márquez, que sequer amarra as sapatilhas do seu irmão mais velho.

Como toda corrida de despedida, a bandeirada em Valencia foi cheia de significados. Doviziozo solidificou seu vice-campeonato e saiu de 2018 com o piloto da Ducati com o maior número de pilotos. Rins mostrou o grande crescimento da Suzuki, enquanto Espargaró era o mais festejado não apenas pelo resultado da KTM, como também não faz pouco tempo, ele sofreu um gravíssimo acidente que por muito pouco não o deixou paralítico. Nos boxes, todas as palmas para Daniel Pedrosa, que conseguiu finalizar em quinto sua longa carreira no Mundial de Motovelocidade. Pelo talento e o equipamento que sempre teve em mãos, Pedrosa saiu em dívida com a MotoGP, mas nem por isso deixou de ser uma lenda.

Nessa terça, a temporada 2019 se inicia com algumas equipes já recebendo seus novos pilotos, como é o caso da Honda com Jorge Lorenzo, a KTM com Johann Zarco e a Aprilia com Andrea Iannone. Mesmo com Marc Márquez estando em outro nível, não se pode negar que a MotoGP deixará muitas saudades em 2018. Que venha 2019! 

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Figura(BRA): Max Verstappen

Macho! Piloto-Raiz! Esses são os adjetivos que o holandês recebeu após sua atitude após ser jogado fora da pista por um destrambelhado Esteban Ocon e com isso, perdido uma vitória que lhe era certa. Porém, Max Verstappen fez uma corrida belíssima em Interlagos, uma pista que o holandês casa muito bem. Largando apenas em quinto, muito por causa do potencial do seu Red Bull, Verstappen ultrapassou quem via pela frente com manobras audaciosas e seguras. Max deixou para trás as duplas de Ferrari e Mercedes dentro da pista, não se incomodando com a deficiência de potência que seu motor Renault tem frente aos motores dos rivais. Verstappen administrava a corrida até ser acertado no meio pelo retardatário Esteban Ocon. O holandês poderia ter mais cuidado? Sim, mas Verstappen não esperava ser atacado por um retardatário e estar disputando espaço com Ocon, talvez a sua atitude dentro da pista tenha sido essa e lhe acabou custando a vitória. Porém, atitude mesmo Max Verstappen mostrou fora da pista. Não gosto de violência, mas em certos momentos um esportista tem que se impor frente ao seu adversário e Verstappen mostrou muita personalidade em sair do pódio sem estourar o champanhe e procurou seu antigo rival da F3 para uma 'conversinha'. Verstappen deu uma série de empurrões no amedrontado francês, que mesmo mais alto do que o holandês, ficava cada vez menor com a fúria justificada de Verstappen. O piloto da Red Bull foi um excelente piloto dentro da pista, agressivo na medida certa e sólido em seu ritmo de corrida, mas Verstappen também mostrou fora da pista que não leva desaforo para casa e é Piloto com P maiúsculo ao não se esconder nas Redes Sociais e tomar satisfação na cara do adversário.

Figurão(BRA): Esteban Ocon

Uma das primeiras lições de um aspirante à piloto é respeitar as bandeiras de sinalização de que lhe são mostradas durante uma sessão, seja treino ou corrida. A branca, a vermelha, a amarela e por aí vai. A bandeira azul significa que um piloto mais rápido está se aproximando e que deve ser facilitada a ultrapassagem. Usando ainda o bom senso, brigar com o líder da corrida sendo um retardatário é totalmente contra-producente. Esteban Ocon esqueceu todas essas regras de corrida e bom senso nesse domingo em Interlagos. O talentoso francês, já estando uma volta atrasado, tentou descontar uma volta do líder Max Verstappen quando estava com pneus novos. Surpreendido pela manobra de Ocon, Verstappen simplesmente não se preparou para uma briga por espaço e acabou acertado no meio do pelo piloto da Force India na segunda perna do 'S' do Senna, acabando com as chances de vitória do holandês. Uma manobra estúpida e sem sentido, mas o pior estava por vir. Confrontado por Verstappen depois da corrida, Ocon deixou-se agredir e ao abrir os braços, se fez de vítima quando claramente foi o vilão de uma disputa inútil. Rápido e talentoso, Ocon não tem lugar no grid em 2019 muito mais pelas circunstâncias do que pelo o seu potencial, mas sua postura dentro e fora da pista (não pediu sequer desculpas...) fez de Esteban Ocon um piloto muito menor agora do que entrou.

domingo, 11 de novembro de 2018

E vamos quebrar tudo...

Para quem viveu sua juventude no começo desse milênio e não tinha muito o que fazer na semana à noite, um dos programas que passava na TV era o 'Programa do Ratinho'. Extremamente sensacionalista e com toques de pastelão, o ápice do programado que era transmitido no SBT era o 'Teste de DNA', quando uma 'moça' exigia que um cidadão assumisse que era o 'pai' do seu filho e por isso, era pedido o famoso exame de DNA para tirar a dúvida. Só que até que o resultado saísse, o pau quebrava no palco do Ratinho, que muitas vezes atiçava a confusão, enquanto uma musiquinha rolava ao fundo: "Vamos quebrar tudo, vamos, vamos..." Hoje, essa musiquinha poderia ter rolado no pós-corrida em Interlagos. Max Verstappen já é um personagem que mesmo sendo ainda coadjuvante, consegue atrair toda a atenção para si por motivos que sempre lhe envolvem durante as corridas. Além de extremamente rápido e talentoso, Verstappen também é um piloto de personalidade forte e muitas vezes é tão agressivo fora como é dentro da pista. Só que até a corrida de hoje, a agressividade de Max fora das pistas só era vista com palavras, mas hoje vimos algumas ações bastante agressivas do holandês.

A corrida desse domingo em Interlagos foi uma das melhores do ano, com muitas disputas entre os seis pilotos de ponta da temporada, mesmo que a esperada chuva não desse as caras. Mercedes, Ferrari e Red Bull estavam bem parelhas, mas o diferencial foi mesmo Max Verstappen. Casando muito bem com a pista em que sempre andou muito bem, o piloto da Red Bull foi ganhando posições na pista, ultrapassando simplesmente todos os demais pilotos de ponta, com exceção de Daniel Ricciardo, que largou mais atrás por causa de punição e também fez uma bela corrida. Verstappen ultrapassou as duplas de Ferrari e Mercedes na pista com ultrapassagens decididas sempre na freada do 'S' do Senna. Após ultrapassar um fragilizado Lewis Hamilton, que sofreu muito com os pneus hoje, Max Verstappen controlava a corrida e partia para uma vitória enfática e até mesmo não esperada, vide que o enorme setor de aceleração de Interlagos entre a Junção e a freada do 'S' do Senna não ajuda muito a Red Bull. Max vinha fazendo sua melhor corrida. Isso, até encontrar o figurão da corrida de hoje.

Esteban Ocon não vinha tendo um final de semana feliz com a Force India e tinha tomado uma volta, enquanto ocupava a modesta 14º posição, porém o francês estava com pneus supermacios novos e estava rápido. Por motivos que somente Deus e Ocon vão saber, o piloto da Force India resolveu que podia tirar uma volta ultrapassando o líder Verstappen, que vinha administrando a prova. Na freada do 'S' do Senna, lugar onde Verstappen tinha conseguido suas manobras de ultrapassagem, o holandês foi surpreendido por Ocon, o deixando lado a lado com o retardatário na segunda perna da esse. Mesmo por dentro, o lógico era Ocon recuar, pois estava ao lado do líder, mas o francês insistiu na manobra e acertou Max no meio, decidindo a corrida de forma estúpida e inacreditável!

Verstappen só foi ultrapassado por Hamilton, mas o estrago no seu assoalho era muito grande. Mesmo com Lewis sofrendo com bolhas nos pneus nas últimas voltas, já que tinha parado muito cedo, Verstappen foi incapaz de alcançar o inglês e cruzou a linha de chegada apenas 1.4s atrás do vencedor Hamilton. No rádio, Verstappen avisou: se o encontrar, vou tirar satisfação com ele (Ocon). A cara de Max no pódio indicava que ele iria procurar brigar, como realmente procurou. Numa imagem da TV francesa, Verstappen foi para cima de Ocon e deu vários empurrões no francês, que ficou com cara de Poliana, como se não acreditasse no que estava ocorrendo. Mesmo punido por um stop and go de 10s, o que Ocon fez foi imperdoável e sua reação depois da corrida pode ter queimado-o ainda mais, lembrando que o francês está praticamente fora do grid em 2019. Ao ser empurrado diversas vezes, Ocon não esboçou nenhuma reação, abrindo os braços como se quisesse posar de vítima. O francês errou bisonhamente três vezes. O primeiro dentro da pista, ao acertar o líder da corrida como retardatário. O segundo foi não aceitar que errou. E finalmente o terceiro, ter ficado impassível enquanto era empurrado por Verstappen, demonstrando uma fraqueza de caráter muito grande. Já Verstappen mostrou ser um piloto à antiga. A maioria dos pilotos em sua situação, com certeza iria lamentar numa entrevista escolhendo bem as palavras para depois desabafar no Instagram. Max teve uma atitude personalista. Saiu do pódio sem estourar o champanhe e tomou satisfação com o seu antigo rival de F3. Do mesmo modo como um Alan Jones ou Keke Rosberg fariam. Max pode não ter ganhado a corrida (e olha que ele merecia demais vencer hoje), mas ganhou muitos fãs com sua atitude, ao contrário acontecendo com Ocon.

No meio de uma cena que não víamos já fazia mais de vinte anos (Michael Schumacher invadindo o boxe da McLaren para tirar satisfação com David Coulthard em Spa/1998), a corrida ficou totalmente de lado. O que foi injusto, pois foi mais uma bela prova em Interlagos. Hamilton ganhou a corrida com a sorte de pentacampeão, ao ver Ocon tendo a diarreia mental bem à sua frente e tirando do caminho justamente o seu rival que estava nitidamente mais rápido. Sofrendo com os pneus, Lewis segurou o rojão nas últimas voltas com o dianteiro direito cheio de bolhas para vencer mais uma vez na temporada. Raikkonen fez uma corrida sólida, onde com uma estratégia parecida com a de Hamilton, teve mais pneus no final, mas teve que segurar Ricciardo, que fez uma bela corrida de recuperação para terminar próximo do pódio após largar em 11º. A Ferrari alegou problemas em Vettel e por isso sua corrida tão pobre, quando tinha pinta que era o favorito a vencer a prova de hoje por a Ferrari ter largado com pneus macios, enquanto Mercedes e Red Bull largaram com supermacios. Com certeza 2018 não será um ano que Vettel guardará com carinho em sua mente, pois dá para dizer que hoje foi outra vitória desperdiçada, mas se serve de consolo, pelo menos não foi culpa do alemão. À frente de Vettel chegou Bottas, já podendo ser considerado o pior dos seis pilotos de ponta da atualidade. O finlandês foi ultrapassado diversas vezes e teve que parar duas vezes, enquanto seu companheiro de equipe vencia com uma tática diferente. Apesar de ser comparado com Hamilton ser uma missão difícil, é nítido que outros pilotos poderiam fazer um trabalho melhor do que Bottas na Mercedes. Até mesmo Ocon, que dizem, substituíra Bottas no final do ano que vem.

O melhor do resto ficou em mãos merecidas. Charles Leclerc já tinha feito uma classificação maravilhosa ao melhorar seu tempo no Q2 com a pista escorregadia e hoje fez uma prova sólida, terminando em sétimo, não muito longe de Bottas e Vettel. Antes das paradas, o monegasco estava apenas 3s da briga que tinha Bottas como 'freio de mão'. Leclerc deverá ser um bom rival para Verstappen no futuro. Ericsson conseguiu sua melhor posição de largada na carreira, mas só caiu até abandonar. Se o sueco esperava mostrar a Sauber que havia sido um erro lhe dispensar, hoje a equipe suíça tem a certeza que fez o certo. A Haas deu pinta que seria a melhor do resto, mas a sua dupla foi superada pelo talento de Leclerc, contudo os americanos puderam vibrar com outro final de semana ruim da Renault, que não pontuou. Sérgio Pérez salvou um pouco a honra da Force India com a décima posição, enquanto a Toro Rosso ficou perto de pontuar, mas com Hartley, enquanto Gasly ficou para trás. Fernando Alonso andou por um bom tempo em último, mas conseguiu ultrapassar Stroll, porém, seu final de carreira não está sendo dos mais felizes, o mesmo acontecendo com a McLaren, que vem sendo alcançada pela cambaleante Williams no posto de pior equipe da F1 atual. Alonso já anunciou que voltará às 500 Milhas em 2019 junto com a McLaren. Talvez tenham melhores resultados.

Numa corrida das mais animadas, o que chamou atenção não foi mais uma vitória de Hamilton ou o quinto título consecutivo do Mundial de Construtores da Mercedes, confirmado nesse final de semana. Já houveram várias brigas na F1, mas a maioria não foi vista. Piquet x Salazar e Schumacher x Coulthard foram os últimos que foram flagrados pelas câmeras. Verstappen mostrou na pista que é mesmo um piloto de ponta, mas mostrou sua personalidade fora das pistas ao não levar desaforo para casa. Inversamente proporcional aconteceu com Ocon, que diminuiu dentro e, principalmente, fora da pista. Pela asneira feita, os empurrões tomados ficaram baratos!   

sábado, 10 de novembro de 2018

Verdes mangas

A F1 vive um dos seus pontos mais baixos em sua cobertura pela imprensa brasileira por causa da falta de sucesso dos pilotos brasileiro e depois da falta dos próprios pilotos brasileiros no grid. Na semana em que dois brasileiros (Sergio Sette Câmara e Pietro Fittipaldi) são contratados por equipes de F1 para ficarem na retaguarda em 2019, pelo menos no Grande Prêmio do Brasil temos uma chance de ver a categoria em voga.

A classificação para a corrida havia sido abolida da grade de transmissão global já faz algum tempo, mas como a corrida é Interlagos, pelo menos uma vez veríamos o treino classificatório pela Globo. Veríamos. Isso mesmo. Para você que faz parte das outros 25 estados e Distrito Federal, viram um treino tenso e que Hamilton derrotou Vettel por muito pouco. Aqui no Ceará tivemos que nos conformar com o Cadeirão do Hulk para que a TV Verdes Mares passasse o jogo que poderá dar o título da série B para o Fortaleza.

Título com méritos, pois o time soube aproveitar a série B mais fraca dos últimos tempos. Porém, o que a mídia cearense vem fazendo nas últimas semanas em torno do feito tricolorido é de fazer vergonha. O Sistema Verdes Mares e o O Povo sempre preferiram o Fortaleza, talvez por ser menor do que o Ceará. E isso é histórico, seja em número de torcida e títulos. Ano passado, quando o Ceará também conseguiu o acesso à Série A, não houve esse alvoroço, o que está irritando o torcedor da maior do estado e que culminou com a vexatória não-transmissão do treino do Grande Prêmio do Brasil hoje.

A Verdes Mangas, como gostamos de chamar a Verdes Mares, conseguiu desagradar torcedores do Ceará e os amantes da F1 aqui nas terras alencarinas, já que o Sportv não transmitiu ao vivo o treino. Ou seja, me atingiu duplamente.

Como coloquei no Facebook: Foda-se Verdes Mares!

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Figura(MEX): Lewis Hamilton

A corrida não foi lá essas coisas, mas quantas vezes podemos ver um piloto se igualar à Juan Manuel Fangio? 

Figurão(MEX): Haas

Correndo praticamente no quintal de casa, a americana Haas teve a sua pior exibição em sua curta existência na F1. Não há dúvidas que a Haas conseguiu uma enorme evolução em 2018 e brigou várias vezes com Renault e a antiga Force India para ser a quarta força do pelotão da F1, mas nas difíceis condições do circuito no México, onde altitude se misturou com alto desgaste de pneus e motor, a Haas se perdeu totalmente e nem de longe o time de Kannapolis exibiu exibições sequer próximas do que já conseguiu esse ano. Na classificação, Grosjean e Magnussen ficaram no Q1, superados pela Toro Rosso e a McLaren de Alonso, que normalmente ficam nessa fase de classificação. Confirmada a péssima posição de largada, a experiente dupla de pilotos da Haas teria uma corrida longa pela frente. Com problemas no acerto do carro e desgastando bastante os pneus (Grosjean sempre se caracterizou por poupar muito bem os pneus...) a dupla da Haas ficou nas duas últimas posições, superada até mesmo pela fraca Williams e seus mais fracos ainda pilotos, com Grosjean sendo o único a tomar três voltas na prova de ontem. Depois de um ano tão positivo, o final de semana mexicano será dos mais esquecíveis para a Haas.

domingo, 28 de outubro de 2018

Sem segundo turno

Não foi com uma vitória, como Lewis Hamilton com certeza queria. Na verdade, Hamilton fez uma de suas piores corridas dos últimos tempos na cidade do México. Porém, sua vantagem construída ao longo dos últimos três meses transformou a conquista do pentacampeonato no México apenas uma questão de formalidade, onde o inglês precisou apenas não se estranhar com nenhum adversário para levar seu carro até a bandeirada. Numa outra vitória enfática de Max Verstappen no Autódromo Hermanos Rodríguez, Hamilton só precisou do quarto lugar para entrar no panteão dos grandes campeões da história da F1 e se colocar entre os gigantes da categoria.

Apesar de não ter tido o melhor carro em nenhum momento na América Central, Lewis Hamilton contou com a ótima forma da Red Bull no rarefeito circuito mexicano para se tornar ainda mais favorito ao título com duas corridas de antecedência. Se ontem Verstappen perdeu a pole por muito pouco para o seu companheiro de equipe Ricciardo, o holandês fez uma corrida irretocável nesse domingo um ano após sua vitória na mesma pista. O holandês largou otimamente e superou logo Ricciardo, ficando lado a lado com Hamilton na freada da primeira curva. Se colocando por dentro, Max ganhou a disputa e disparou na frente com um domínio que só foi visto nos melhores dias da parceria Mercedes/Hamilton ou Ferrari/Vettel. Verstappen ganhou com 15s de vantagem sobre os demais, mas a sua vida não foi tão simples por causa do desgaste excessivo de pneus, que fez a maioria dos pilotos optarem pela estratégia de duas paradas. Max ganhou e se tornou o piloto com mais vitórias sem uma única pole na carreira, mas a forma como dominou a corrida de hoje mostra bem que o jovem holandês só precisa de um carro a altura do seu talento para brigar mais seriamente pelo título. E que seja também minimamente confiável, como provou Daniel Ricciardo, abandonando pela oitava vez em 2018 quando estava prestes a completar uma dobradinha da Red Bull com uma parada a menos e teve o motor quebrado nas voltas finais.

Com a Red Bull tão na frente, a vida de Hamilton ficou bem descomplicada, pois somente a vitória interessava à Vettel e esse objetivo esteve bem longe do alemão. Desde a corrida de Singapura em 2015 que a Mercedes não tinha errado tão a mão no acerto do carro como nesse final de semana no México. A cara tensa de Toto Wolff na chegada mostrava um sabor agridoce para o austríaco, que viu a Mercedes fica na incômoda posição de terceira força da corrida, com Bottas chegando a fazer três paradas, tamanha era a dificuldade com os pneus. Correndo 2s mais lento que os pilotos de Red Bull e Ferrari, Hamilton sabia que bastava cruzar a bandeirada para coroar o pentacampeonato. Vettel fez o que pôde, conseguiu boas ultrapassagens sobre Hamilton e Ricciardo, conseguiu seu primeiro pódio no México, mas não tinha muito com o que o piloto da Ferrari poderia fazer ao sustentar uma desvantagem tão grande no campeonato. Muito por erros do próprio Sebastian. Como deve acontecer em casos de vitória ou derrota, o gesto elegante de Vettel e Hamilton no abraço sincero que deram provam que ambos são gigantes, mas com Hamilton um passo acima. 

Raikkonen completou o pódio numa corrida opaca, onde parou uma vez menos e diminuiu seu ritmo para chegar até o fim sem trocar pneus. Outra despreocupação de Hamilton foi o abismo das equipe top-3 e o resto. A Renault ainda se animou com os bons tempos na sexta-feira, mas a realidade na corrida foi até constrangedora. Hulkenberg foi o melhor do resto levando duas voltas de Verstappen. Pareceu até aqueles resultados dos anos 1980... Correndo em casa, Pérez fazia uma boa corrida até abandonar, algo que Fernando Alonso teve que fazer ainda nas primeiras voltas quando um pedaço da asa de Ocon ficou preso debaixo da sua McLaren. Um final de carreira amargo do espanhol. Pensando até em escrever uma carta para ele. Porém, nem tudo foi ruim para a McLaren, que viu Stoffel Vandoorne fazer sua melhor corrida na F1 para ser oitavo, superando Ericsson e Gasly, que fecharam a zona de pontuação. Enquanto Leclerc fazia outra corrida sensacional para ser sétimo, a Haas teve uma corrida terrível, ficando com as duas últimas posições, tomando tempo da fraca Williams e Grosjean tomando três voltas no cocuruto. 

O título de hoje foi a confirmação de que Hamilton está mesmo no olimpo dos grandes do esporte mundial e da F1. O inglês de 33 anos pode ter seus defeitos, mas a forma como piloto em 2018 mostrou muito bem que Hamilton merece os números que vem construindo em sua laureada carreira. Vettel se portou bem hoje, mas foi o culpado do final de campeonato morno que tivemos, mesmo com as boas indicações de que se a Red Bull acertar na parceria com a Honda, poderemos ter uma bela batalha em 2019. No animado pódio do México, não tivemos Hamilton, mas ele já está no pódio dos maiores campeões da história da F1.