segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

C38

Poucas horas antes do início da pré-temporada, a Alfa Romeo apresentou seu carro para a sua reestreia na F1 após mais de 33 anos. O dedo quase colocou Sauber, mas de última hora lembrei que de Sauber só ficou as cores, já que o novo carro da Alfa Romeo está idêntico ao último Sauber da história da F1.

O ressurgimento da Alfa Romeo foi a concretização de uma parceria que ultrapassou os vintes anos (com um rápido intervalo com a BMW) entre Peter Sauber e a Ferrari. O suíço passou boa parte de sua carreira na F1 como dirigente atrelado à Ferrari, garantindo alguma competitividade à sua equipe, além de apoio político à Ferrari. Com Sauber saindo de cena aos poucos, a Ferrari viu com bons olhos ter uma equipe B nos moldes da relação Red Bull-Toro Rosso, mesmo os italianos já tendo a Haas para se chamar de parceira. A saída da tradicional Sauber da F1 fará falta, mas ao menos veio outra marca tradicional, mesmo a Alfa Romeo cedendo apenas o nome à equipe que nada mais é do que a antiga Sauber. A ligação com a Ferrari está na escolha dos pilotos. Tentando dar uma chacoalhada em Vettel, a Ferrari buscou Charles Leclerc da Sauber, mas para não deixar o carismático Kimi Raikkonen na lita do desemprego ou dos aposentados, alocou o veterano nórdico na Alfa. A experiência de Raikkonen poderá ser valiosa nessa sua volta às origens, lembrando que Kimi estreou pela Sauber no já longínquo ano de 2001. Porém, Raikkonen nunca se caracterizou por ser um líder ou dar grandes feedbacks técnicos, mas a presença de Kimi na Alfa garantirá holofotes à equipe. 

Antonio Giovinazzi sempre foi protegido pela Ferrari e sua carreira nas categorias de base foi longe de chamar atenção. O italiano fez duas corridas ano passado pela Sauber e não deixou exatamente saudades. Pelo menos Giovinazzi trará a bandeira da Itália de volta à F1 de forma integral. Com mais investimento e um apoio estreito com a Ferrari, a Alfa Romeo poderá reestrear de forma forte dentro do pelotão intermediário.   

sábado, 16 de fevereiro de 2019

Vale40

Quando comecei a entender de esportes, se dizia que os atletas começam a entrar em declínio depois dos 30 anos e que dificilmente poderia render aos 35. Estava na hora de se aposentar, pelo bem ou pelo mal. A preparação física no esporte foi evoluindo na medida que a fisiologia foi entrando na preparação dos atletas. Hoje em dia, os atletas das mais variadas modalidades conseguem se manter em alto nível mesmo passando dos 35 anos, mas ainda havia a barreira dos 40. Poucos atletas conseguiam exercer seu esporte em alto nível nessa idade. Um dos ídolos recentes do Ceará, Magno Alves, conseguiu marcar mais de cem gols pelo Glorioso depois dos 35 anos e atuou de forma decente até os 42. Mas são casos raros. Valentino Rossi não está no seu auge, longe disso, mas o italiano está também longe de fazer um papel fracassado dentro da MotoGP. Ele pode não estar vencendo, mas Rossi consegue andar num ritmo tão forte contra pilotos com a metade de sua idade ou até mesmo com menos anos do que sua experiência no Mundial de Motovelocidade. Completando 40 anos no dia de hoje, temos que nos levantar e bater palmas para Rossi. Ele não precisaria estar correndo contra garotos de duas gerações posteriores a sua, mas Vale vai se mantendo em alto nível na MotoGP sendo uma lenda viva do esporte. 

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

SF90

A Philip Morris pintou de preto na Ferrari a palavra Mission Winnow. E a Ferrari está mesmo numa missão para 2019: voltar a conquistar um título. Durante os anos 1980 e 1990, a Ferrari viveu um jejum que parecia sem fim, pois a desorganização imperava na equipe. A chegada do trio Jean Todt, Michael Schumacher e Ross Brawn demorou a engrenar, mas quando veio o primeiro título em 2000, a Ferrari construiu um dos maiores domínios da história da F1. Contudo, os tempos do jejum machucaram os corações dos tifosi, que esperavam não passar por isso tão cedo. Pois bem, em 2019 a Ferrari poderá completar doze anos sem títulos, já passando da metade do longo jejum de 21 anos quebrado por Schumacher dezenove anos atrás. É muito para uma equipe que tem tanto investimento e torcida.

Como é de se esperar, a pressão vai crescendo na medida em que a Ferrari vai sendo derrotada por suas rivais. Os italianos já estão bem mais próximos da Mercedes, atual dominadora da F1, mas ficou a sensação de ter faltado um último passo para a Ferrari acabar com seu jejum. Como acontecia em outros tempos, mudanças ocorreram e a Ferrari virá renovada para 2019. Maurizio Arrivabene sobrou após dois anos em que a Ferrari poderia derrotar a Mercedes, mas acabou perdendo muito rendimento no momento crucial do campeonato. Mattia Binotto assumirá o lugar do italiano e com ele, veio também Charles Leclerc para o lugar de Kimi Raikkonen. O finlandês era uma espécie de garantia de pontos para a Ferrari e sossego para Sebastian Vettel. O alemão já tem seu nome na história da F1, mas os quatro títulos de Vettel já estão ficando distantes e o que todos lembram são seus erros da última temporada. Vettel sempre foi tratado como um sucessor de Schumacher e a sua chegada à Ferrari teve um quê de uma história se repetindo, porém Seb vai vacilando em momentos cruciais na disputa contra o seu antagonista de sua geração, Lewis Hamilton. A saída de Raikkonen, que era amigo de Vettel, para a chegada de Leclerc foi um claro sinal para que Vettel saísse de sua zona de conforto e melhorar ainda mais seu desempenho. O jovem Leclerc quebrou uma recente tradição da Ferrari de sempre apostar em pilotos já formados. Com 21 anos e apenas uma temporada completa na F1, Leclerc desde cedo foi uma cria da Ferrari e como ele era rival de Verstappen no kart, ele poderá ser a ponta de lança da Ferrari contra o talentoso holandês no futuro, porém Charles deverá mais aprender do que atrapalhar Vettel no presente.

A Ferrari terá mais um reinício pela frente para acabar com seu incômodo jejum de títulos. A pressão vai aumentando na medida em que os anos vão passando e Vettel não mostra o que dele se esperava. Com uma nova gestão e com Leclerc dando uma nova vida, a Ferrari poderá brigar cabeça a cabeça com a Mercedes. Resta saber se Vettel terá cabeça para enfrentar Hamilton. 

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

MCL34

Se há uma palavra que a McLaren necessita é reconstrução. Para quem acompanha a F1 de longa data foi de apertar o coração ver Williams e McLaren, que tanto dominaram a F1 nos anos 1980, brigarem para escapar da última posição em 2018. Sempre gigante nos últimos 45 anos, a McLaren vive sua pior fase na F1, muito graças a decisões arriscadas que não deram certo. A parceria com a Honda parecia promissora, mas os japoneses erraram feio nos seus primeiros anos de F1 híbrida e a paciência da McLaren terminou num divórcio em um casamento que não deu certo. Se não queria ser cliente com a Mercedes, a McLaren acabou retornando à essa situação com a Renault, mas os resultados não melhoraram, esgotando também a paciência de Fernando Alonso, principal astro da equipe e que se aposentou no final da temporada passada.

Após anos turbulentos, a McLaren deixou o posto de protagonista para ser um mero figurante. Brigar por vitórias? Pura utopia. Sem o apelo de antes, a McLaren apostará em dois jovens pilotos para conseguir se reerguer. Carlos Sainz é mais um produto da cantera da Red Bull, mas o espanhol acabou sem espaço na equipe austríaca e achou abrigo na McLaren, após um ano abaixo das expectativas na Renault, onde foi substituído sem muita cerimônia por Ricciardo. Sainz tentará dar uma volta por cima em sua carreira, além de ter a ingrata missão de substituir Fernando Alonso nos corações do espanhóis. Lando Norris é considerado uma revelação do automobilismo inglês no nível do seu compatriota George Russell. As comparações inevitáveis com Lewis Hamilton apareceram na medida em que Norris ganhava tudo nas categorias de base com o apoio da McLaren. Mas as semelhanças praticamente terminam aí. Norris estreará na F1 numa situação totalmente distinta de Hamilton, que quando debutou pela McLaren doze anos atrás tinha uma equipe ganhadora para lhe auxiliar. Em 2019 Norris terá que mostrar seu talento numa equipe em reconstrução e buscando voltar aos tempos gloriosos de antes.

Há uma torcida para que a McLaren volte aos bons tempos e consiga brigar por vitórias e pódio, o que foi seu habitual em sua longa e tradicional história na F1. Porém, com dois pilotos jovens e tendo a disposição o motor cliente Renault, ainda teremos que ver a McLaren brigando no pelotão intermediário em 2019.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

RP19

Numa F1 sem muitas novidades de 2018 para cá, se há uma equipe 'nova' para 2019 é a Racing Point. Nem que seja somente o nome... Todos sabem da complicada história da Force India e seu antigo dono Vijay Mallya. O dirigente hindu está para ser extraditado para o seu país natal, onde enfrenta um processo por fraude. Antes que a equipe que um dia chamou Jordan acabasse, um bem-vindo dinheiro chegou para salvar a todos. Mesmo que com um custo por isso.

A Force India cedeu seu lugar à Racing Point e os milhões de euros de Lawrence Stroll, que até o ano passado investia na Williams. O interesse do canadense é um só: ver seu filho na F1. Lance conquistou tudo nas categorias de base, mesmo que seu pai lhe comprasse a melhor equipe existente e contratasse pilotos-coaches para auxiliar seu rebento. Mesmo sem estar devidamente testado, Lance estreou na F1 pela Williams e o resultado, se não foi vexatório, mostrou que o canadense tem recursos técnicos limitados, mesmo com todo o apoio que tem. Porém, o que não falta à Lance são recursos financeiros. Mesmo o filho não mostrando nada demais na Williams, Stroll pai aproveitou-se do momento da antiga Force India para adquirir a equipe e colocar Lance lá. Se a Williams vinha ladeira abaixo nos últimos anos, a Force India vem se caracterizando como um dos destaques do pelotão intermediário, só não conseguindo a quarta posição novamente no Mundial de Construtores pela situação da equipe.

A chegada do dinheiro de Stroll foi excelente para uma equipe de bom potencial. Sergio Pérez já deixou de ser uma jovem promessa e o mexicano ainda tateia à procura de voltar a estar numa equipe de ponta. E desta vez agarrar a chance! Lance tem toda uma estrutura para que ele cresça e com um carro melhor o canadense tende a melhorar, mas troca-lo por Ocon é claramente bem desvantajoso pra a nova equipe. Mesmo com tanto dinheiro, Stroll não pode comprar o talento. Isso não deixa de ser uma boa notícia. 

RB15

Apesar do belo lay-out da foto, a Red Bull não irá mudar radicalmente sua pintura para a temporada 2019. Na verdade, as diferenças para os anos anteriores são outras. A principal é no motor. Após uma relação entre tapas e beijos, como diria o poeta, com a Renault, a Red Bull entrou em um acordo com a Honda a partir de 2019, se tornando equipe oficial dos japoneses. Um enorme desafio para uma equipe que se mostrou uma má perdedora quando a parceria com a Renault começou a falhar e com a falta de competitividade da Honda até o momento.

A Red Bull terá um ano decisivo pela frente. Foram anos reclamando da Renault, chegando a dizer que tinham o melhor carro, mas o motor estava atrapalhando. Sem opções no mercado, a Red Bull se juntou à Honda, após um estágio com a Toro Rosso. Se a parceria com a Renault não foi das mais empolgantes nos últimos anos, a Honda também não teve uma experiência muito agradável com a McLaren e principalmente com Fernando Alonso. Mesmo com o avanço com a Toro Rosso ano passado, a Honda sofreu com a confiabilidade e apesar de Gasly ter conseguido um quarto lugar no Bahrein e suas duas retas enormes, a Honda está bem longe de mostrar a que veio. Se serve de consolo, a Red Bull agora atuará como equipe principal da Honda, algo que não acontecia com a Renault, que tinha sua equipe oficial.

Um dos trunfos da Red Bull é Max Verstappen. O holandês já vai entrar na sua quinta temporada na F1 com todos os atributos de uma joia rara. O problema é que Max sabe disso e muitas vezes toma atitudes arrogantes e a falta do título já lhe tirar um pouco a paciência, refletindo na pista. A Red Bull faz de tudo para agrada-lo, pois sabe do potencial de Verstappen, mas isso foi um dos motivos da saída de Ricciardo, fazendo com que a marca energética guindasse de forma prematura Pierre Gasly. O jovem francês fazia um trabalho decente na Toro Rosso, mas nada de excepcional, porém, as circunstâncias levaram Gasly ao time principal um pouco antes da hora e o francês será comparado com o maior talento surgido nos últimos tempos.

Com um motor novo, mas ainda sem sucesso, e com a dupla mais jovem do grid, a Red Bull tentará plantar agora para colher no futuro. O problema é se seus dirigentes esperarão tanto tempo, assim como Verstappen. 

W10

A Mercedes chega em 2019 com a mesmo papo dos anos anteriores, mas a verdade é que os alemães são os grandes favoritos para o título desse ano. O motivo? A base de um pentacampeonato sem grandes desafios na maior parte do tempo e ter em seu elenco um dos monstros sagrados da F1. Pode-se contestar aqui e ali Lewis Hamilton, mas o inglês já tem números que o colocam entre os grandes da F1 e como ele mostrou em 2018, o nível de Lewis está tão alto como nunca tinha sido visto.

Mesmo com a Ferrari cada vez mais perigosa nos últimos tempos, a Mercedes larga como a grande favorita para essa temporada. O time conseguiu se adaptar quando esteve sob pressão e deu respostas incisivas às rivais quando necessário. A força da Mercedes não vem apenas do motor, ainda o melhor da F1, mas de todo o conjunto máquina-homem. Além de ter um ótimo conjunto mecânico, a Mercedes mantém ótimos técnicos em várias áreas que mantém o nível da equipe lá em cima. A base vencedora é a mesma, inclusive a engrenagem principal. Lewis Hamilton teve um 2018 próximo da perfeição, onde tirou a diferença no braço em momentos cruciais da temporada, como em Hockenhein, Monza e Cingapura. Com a confiança no alto e uma equipe como a Mercedes construída em torne dele, Hamilton parece cada vez mais forte para enfrentar seus oponentes, sejam eles quem for. Quem sofre com isso é Valtteri Bottas. O finlandês é um dos pilotos mais pressionados em 2019 e tem a obrigação de fazer uma temporada acima da média se quiser permanecer na Mercedes no futuro. Bottas teve um 2018 pífio, onde não venceu uma única corrida e foi apenas quinto colocado no campeonato. Com Ocon praticamente esperando esse ano passar para assumir o seu lugar, Bottas terá que virar a chave se quiser um cockpit competitivo. Se ele errar dentro da pista, imediatamente as câmeras procurarão Ocon nos pits, olhando com cara de paisagem.

A Mercedes tem todas as ferramentas para se manter como a equipe a se batida na F1. Mesmo com algumas mudanças de regulamento, a Mercedes dá a sensação de estar mais forte do que as demais e quando acontecer do time não tiver num dia bom, Lewis Hamilton estará a postos para fazer o diferencial.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

RS19

Alguns anos se passaram desde que a Renault retornou (mais uma vez) como equipe oficial à F1. A montadora francesa tem uma enorme tradição de títulos na F1, mas até o momento a Renault ainda não mostrou a que veio na Era híbrida. Mesmo com muito investimento, a Renault ainda não encostou nas equipes de ponta e ainda teve que suportar a ranhetice da Red Bull e Helmut Marko nos últimos anos. Já está passando da hora da Renault voltar aos bons tempos e o time gaulês já começa a mexer os pauzinhos pensando em brigar por vitórias. A chegada de Daniel Ricciardo à Renault em 2019 não deixa de ser um sinal inequívoco da vontade dos franceses em crescer e o australiano terá muito a acrescentar a um time em desenvolvimento.

Mesmo o carro não apresentando enormes diferenças para o modelo de 2018, a mentalidade da Renault terá que ser bem diferente na temporada vindoura. Com um piloto da classe de Daniel Ricciardo, as deficiências do carro ficarão mais evidentes e as desculpas não serão tão toleradas. Tirar a enorme desvantagem que a Renault tinha para as equipes top-3 talvez não seja possível já em 2019, mas um bom passo à frente é o mínimo do que se pode esperar de uma equipe apoiada oficialmente por uma das quatro montadoras da F1. Apesar de não admitir publicamente, Ricciardo deve ter percebido que a Red Bull se moldava em torno de Max Verstappen e não querendo virar um simples 'número 2', o australiano tomou a arriscada decisão de sair da situação de estar sempre brigando pelas primeiras posições para liderar o pelotão intermediário. Será interessante observar o comportamento de Ricciardo nessa nova situação, além de liderar uma equipe de fábrica. Daniel aposta que a Renault terá condições de brigar por vitórias e títulos num futuro próximo e é nisso que Ricciardo se agarra para tentar conquistar seu sonhado título. Ao lado de Ricciardo, outro piloto que tentará se provar. Nico Hulkenberg já passou dos 30 anos e 150 corridas, mas o alemão nunca conquistou sequer um pódio, mesmo que ele seja considerado um ótimo piloto. Tendo ao lado um piloto com vitórias na F1, Hulk tentará se estabelecer como um piloto que perdeu muito tempo em equipes que não estavam no seu nível, ou o alemão provará que todos nós perdemos tempo em apostar nele!

Sem ter que ficar prestando contas pública com a Red Bull, a Renault pode trabalhar mais tranquila e da sua forma em busca do passo seguinte, que é pelo menos estar no pódio em 2019. Com uma dupla de pilotos forte e experiente, com muito investimento em pessoal e estrutura, as desculpas da cúpula da Renault já estão se esgotando.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

FW42

A Williams passou por um dos seus maiores périplos da história em 2018. Mesmo tendo o melhor motor da F1, o tradicional time construiu o pior carro do pelotão e não foi nada ajudado por dois pilotos de recursos técnicos, no mínimo, limitados. Porém, Sirotkin e, principalmente, Stroll traziam muito dinheiro para a equipe, junto com a Martini. Contudo, a marca de bebidas italiana saiu de cena, o pai de Stroll encontrou outra equipe para investir (e engolir seu filho) e Sirotkin se mostrou esforçado demais, mas seus rublos não estavam valendo a pena. Seria a ruína da Williams?

Hoje a Williams apresentou um novo patrocinador-máster, que junto com os euros polacos trazidos por Robert Kubica, além do troco da Mercedes para ajudar a desenvolver George Russell, a Williams começou 2019 com um carro completamente novo e com até mais potencial do que no ano passado. A chegada da Rokit, marca chinesa de tecnologia, ajudou bastante as finanças da Williams e mudou radicalmente o lay-out do carro, que mesmo permanecendo branco em sua maior parte, terá um azul celeste que mudou radicalmente o novo bólido da Williams.

A Williams terá dois novos pilotos para se prestarem atenção por motivos distintos. Não dá para cravar que Robert Kubica seria campeão se não tivesse sofrido seu terrível acidente em 2011, mas que ele brigaria por vitórias, ninguém duvida disso. O grande problema foi que isso aconteceu há oito anos atrás e nesse meio tempo Kubica ficou com seu braço e mão direito aleijado. A palavra é forte, mas é a realidade que o polonês terá que enfrentar nessa sua volta à F1, onde praticamente ninguém acreditava que seria possível. Kubica chamará bastante atenção do que será capaz de fazer, principalmente por causa de sua deficiência. Russell também terá olhos atentos sobre si. Se Red Bull (Verstappen) e Ferrari (Leclerc) tem suas apostas no futuro, Russell tem a expectativa de ser a aposta do futuro da Mercedes. Vindo de uma carreira gloriosa nas categorias de base, o atual campeão da F2 foi alocado na Williams a mando de Toto Wolff para que Russell ganhe experiência e num futuro próximo, esteja no cockpit da Mercedes. Quem sabe, ao lado de Esteban Ocon.

Mesmo a Williams vindo de um ano extremamente conturbado, 2019 tem bem mais potencial do que 2018, apesar de que seus dois pilotos sejam incógnitas e que se recuperar da última posição do Mundial de Construtores seja um desafio nada simples a ser superado.

STR14

Se existe um piloto que pode ser chamado de fênix na F1, ele se chama Daniil Kvyat. Piloto muito rápido, mas temperamental, Kvyat já passou por poucas e boas dentro da F1, mas de forma até mesmo inacreditável, o russo conseguiu uma terceira (!) e raríssima chance na categoria máxima do automobilismo. Foram seis anos turbulentos na F1, mas Kvyat fará sua reestreia pela Toro Rosso ao lado do novato Alexander Albon.

O retorno inesperado de Kvyat e a contratação apressada de Albon demonstra muito bem o quão já esteve melhor as categorias de base da Red Bull. Em anos anteriores, a Toro Rosso servia como ante-sala para que os jovens pilotos da Red Bull ganhassem cancha antes de subirem ao time principal. Vettel, Ricciardo e Verstappen são os nomes mais lembrados dessa fórmula que parecia dar sempre certo, mas com a rigidez crescente de Helmut Marko junto aos jovens que almejam a F1, o afamado programa de jovens pilotos da Red Bull foi se esvaziando a ponto da Toro Rosso ter quase ficado sem pilotos para 2019. Kvyat teve que ser ressuscitado, enquanto Albon já tinha até assinado contrato com a F-E quando foi surpreendido com o convite da Red Bull. Por sinal, o tailandês já tinha sido piloto da marca dos energéticos, mas acabou dispensado pelos temíveis métodos de Marko. Vindo de bons anos na F2, Albon estreará sob o signo da desconfiança, pois não teve uma carreira tão regular quanto outros protegidos da Red Bull. Se serve de consolo para Albon, ninguém terá tanta desconfiança quanto Kvyat.

Daniil passou por todo tipo de contestação e problema dentro da Red Bull, chegando ao cúmulo de ser rebaixado no meio da temporada. E seu substituto (Verstappen) vencer na estreia! É claro como o dia e a noite que a Red Bull não inspira a mínima confiança no russo, mas de certa forma jogando o amor próprio ao alto, Kvyat volta à Toro Rosso esperando lá se sabe o que.

A Toro Rosso mostrou seu carro hoje sem maiores novidades com relação à 2018. Se serviu como cobaia da Honda antes dos japoneses se associarem à Red Bull, a Toro Rosso tem a vantagem de já ter um ano de experiência com os orientais, mas num pelotão intermediário tão competitivo a Toro Rosso pode sofrer justamente no quesito pilotos. 

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

VF-19

E começou o momento da apresentação dos carros de 2019. Um momento que aumenta a expectativa para a temporada que se avizinha e com a pré-temporada bem no horizonte das equipes. O primeiro time a mostrar seu carro foi a Haas, porém o novo VF-19 não estava presente. Muito simples. Após três anos pagando a conta praticamente sozinho, Gene Haas resolveu que precisava de uma ajuda e a chegada da Rich Energy mudou o lay-out do carro. Bem para melhor, diga-se.

Os próprios chefes admitiram. A inspiração do novo carro foi o mítico JPS Lotus dos anos 1970 e 1980, uma das pinturas mais marcantes da F1. Porém, ao contrário das Lotus-Fake que surgiram nos últimos anos, a Haas simplesmente não imitou os antigos carros de Colin Chapman, mas deixou os carros com uma pintura bem elegante, onde o preto predomina, junto com alguns detalhes dourados. 

A Haas conseguiu um ótimo ano em 2018, onde a base da equipe americana ficou mais forte e a parceria com a Ferrari se solidificou, porém, Haas não está investindo muito mais dinheiro na F1 do que na Nascar, onde briga pelo título, apenas por participar e o investidor americano já demonstra certo cansaço em brigar pelo sétimo lugar contra equipes até mais estruturadas do que a sua, mostrando o bom trabalho da trupe de Günter Steiner. Como se diz a velha frase do futebol, em que time que está vencendo não se mexe e a Haas decidiu por deixar seus dois pilotos, mesmo Romain Grosjean e Kevin Magnussen não parecerem ter um futuro glorioso na F1. O melhor momento da carreira de Grosjean ficou bem para trás e suas reclamações constantes pelo rádio já entraram para o folclore da F1. Já Magnussen é um piloto muito veloz, mas duro nas disputas, trazendo muita antipatia entre seus colegas, que já admitem que o danês não é um piloto confiável para se estar brigando.

Mesmo com a sensação de que a Haas poderia fazer algo mais com pilotos melhores, Grosjean e Magnussen permanecerão mais um ano na equipe, que tenta dar um passo à frente após seu melhor ano na F1. A maior ligação entre Ferrari e a agora Alfa Romeo pode ser um problema no futuro para a Haas, que só está na F1 muito pelo apoio recebido da equipe italiana. Como será a F1 em 2021 também é algo que interessa bastante à Haas e seus chefes, pois a Haas já mostrou que quer brigar mais na frente num futuro próximo.

Que pena...

Quando um piloto sai de uma batida frontal com quase nenhum problema no pescoço, ele deve agradecer penhoradamente a esse homem: Dr Robert Hubbart. No começo dos anos 1980 ele percebeu que muitos acidentes se tornaram graves no automobilismo por causa da pouca proteção à base craniana e o pescoço do piloto, potencializando o chamado 'efeito chicote'. Surgiu daí o HANS Device, um protetor do pescoço do piloto para evitar movimentos fortes e ter mais estabilidade da cabeça no momento do acidente. O caso de Dale Earnhardt em 2001 foi clássico de uma morte causada pela falta do HANS, que começava a se popularizar no automobilismo americano e com a morte do astro da Nascar, se tornou praticamente obrigatório. A F1 adotou o HANS em 2003, mesmo com muita reclamação dos pilotos, sentindo incomodados com o aparato. Porém, quando se percebeu todas as benesses do HANS, o aparelho passou a ser usado em todo o automobilismo, ajudando a salvar vidas e resguardar graves acidentes. Ontem, Dr Hubbart nos deixou com 80 anos de idade com o legado de várias vidas salvas ao longo dos últimos vinte anos.