terça-feira, 30 de outubro de 2012

25 anos do Tri

Para não deixa passar a data, uma bela foto no belíssimo Williams-Honda que deu a Nelson Piquet seu último título mundial.


segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Figura(IND): Sebastian Vettel

Logo após o treino classificatório de sábado, Fernando Alonso não teve dúvidas em dizer quem era seu grande rival em sua luta pelo tricampeonato mundial: o projetista da Red Bull e multi-campeão Adryan Newey. Isso foi uma clara provocação a Sebastian Vettel, líder do campeonato e pole destacado para a prova desse domingo. Pois Vettel deu a melhor resposta possível ao rival espanhol com uma pilotagem que vem se tornando sua característica: liderar na primeira curva, disparar nas primeiras voltas e administrar o resto da prova com a tranquilidade de quem realmente tem o melhor carro do pelotão. Porém, isso nem sempre garante vitórias e títulos. Os números estratosféricos de Sebastian Vettel em sua curta e impressionante história da F1 mostram que ter apenas um ótimo carro em mãos não é a única razão dos seus dois títulos, 27 vitórias e 34 poles. E as exibições do seu companheiro de equipe, com o mesmo carro, é outra indicação de como Vettel vem fazendo história na F1 pela porta da frente.

Figurão(IND): Mark Webber

Se em 2010 Mark Webber andou no mesmo ritmo do que seu companheiro de equipe a ponto de ter cobrado a Red Bull para Vettel lhe ajudar na luta contra Fernando Alonso e as McLarens, hoje Webber é uma pálida sombra do piloto combativo de dois anos atrás. Desde sua bela vitória em Silverstone, o australiano da Red Bull vem fazendo um campeonato discreto e mesmo conseguindo dois pódios consecutivos, Webber se vê longe da briga pelo título com Vettel, novamente, dominante rumo ao seu terceiro título. Para 2013, a tendência é a mesma para Webber, que é visto cada vez menos como um piloto que pressionado Vettel.

domingo, 28 de outubro de 2012

Questão de confiança

Uma pausa para falar do meu time. O Ceará naufragou no campeonato da Série B e após vexatórias quatro derrotas seguidas, o meu alvinegro segue errante até o final do campeonato, sem chances de subir ou descer. O Vozão chegou a ficar oito jogos sem derrotas e conseguiu três vitórias consecutivas, mas em nenhum momento nos passou a confiança de que iria subir para a Série A, o que acabou se materializando. Falo tudo isso para chegar em Daniel Pedrosa. O espanhol da Repsol Honda vinha de cinco vitórias nas últimas seis provas, tirando quinze pontos da enorme desvantagem que tinha para Jorge Lorenzo. Mas nem assim Pedrosa passava confiança de que conseguiria uma histórica virada em cima do rival espanhol. E hoje, na penúltima etapa do campeonato, Pedrosa mostrou o porquê dessa desconfiança toda, caindo ainda na segunda volta da corrida e entregando de bandeja o bicampeonato para Lorenzo.

Claro que Jorge Lorenzo não tem nada com isso e demonstra uma confiança que o faz nunca ser carta fora do baralho mesmo estando em desvantagem na corrida ou no campeonato, ainda mais com um campeonato impecável do piloto da Yamaha. Lorenzo pode não ter a mesma velocidade de Pedrosa e sua moto não é melhor do que a Honda, mas Jorge tem uma força que o faz superar a lógica e conquistar o campeonato 2012 da MotoGP com uma etapa de antecedência. Lorenzo tem cinco vitórias no ano e inúmeros segundos lugares, tanto que foi essa sua pior posição quando viu a bandeirada, não contando a queda que levou na largada em Assen. O piloto da Yamaha sabia as limitações de sua moto e aproveitou como ninguém as circunstâncias dessa temporada. Após conquistar o bicampeonato de forma arrasadora em 2011, Stoner não entrou em 2012 tão forte quanto e ainda sofreu o sério acidente em Indianápolis, que culminou com a quebra do seu tornozelo direito e três provas de molho. Stoner provou hoje com sua vitória esmagadora que tinha caixa para bater de frente com Lorenzo, já que o australiano tem tanta confiança quanto o piloto da Yamaha e ao contrário de Pedrosa.

E a perspectiva para 2013 é a melhor possível para Lorenzo. Mesmo não sendo mais a estrela inconteste da Yamaha com a saída do decepcionante Ben Spies e a volta do multi-campeão Valentino Rossi, o espanhol hoje é o líder da equipe e sua forma está melhor do que nunca. Lorenzo continua tão veloz como sempre foi, mas aliado a isso, mantém uma regularidade impressionante, visto com todas as letras este ano. E o bicampeonato servirá para aumentar ainda mais a confiança de Lorenzo. Com a aposentadoria precoce de Stoner, Daniel Pedrosa poderia estar ainda mais tranquilo para 2013 como estrela única da Honda e com a possibilidade de uma briga interna na Yamaha, mas Pedrosa, cria da Honda desde os quinze anos, já está sendo muito contestado dentro da própria equipe. A cara do presidente da HRC, Suhei Nakamoto, ao final da corrida de hoje mostra bem a decepção de ter construído a melhor moto do pelotão e ter perdido um título que parecia ganho, principalmente olhando para 2011. E o piloto principal era Daniel Pedrosa, que desperdiçou uma chance de ouro para conquistar seu primeiro título da MotoGP. Pedrosa já tem sete temporadas na Repsol Honda e ninguém consegue apostar mais nele. E a Honda já tem sua aposta: Marc Márquez, que se sagrou campeão da Moto2 também hoje e é tão talentoso como Pedrosa, mas bem mais confiante.

O que tem que melhorar são as corridas. A linda paisagem de Philip Island, talvez o circuito mais bonito do mundo, não corroborou com a corrida chata de hoje, onde Stoner assumiu a ponta para não ser mais incomodado, o mesmo acontecendo com Lorenzo e o terceiro colocado Cal Cruthlow. E a grande maioria das corridas foram assim. Tomara que 2013 mude para melhor!

Quadra

Ao longo da história, a F1 viu inúmeros tipos de pilotos, com suas devidas características. Juan Manuel Fangio tinha seu estilo limpo de guiar, Niki Lauda era metódico, Alain Prost era calculista, Ayrton Senna era agressivo e Michael Schumacher era intimidador. Em sua 27º vitória na carreira, Sebastian Vettel venceu 95% das vezes como hoje. Largou na pole, disparou nas primeiras voltas e administrou o resto da prova. Isso resume bem o que foi a quarta vitória consecutiva do alemão, que só não teve um final de semana ainda mais perfeito porque Fernando Alonso é um monstro e conseguiu superar uma das Red Bull para ficar em segundo, enquanto Webber mostrou hoje porque é o piloto número dois da equipe chefiada de forma competente por Christian Horner e desenhada de forma perfeita por Adryan Newey.

A corrida hoje não foi tão monótona como na Coréia, mas não deixou de ser modorrenta. Vettel não largou tão bem, mas se impôs frente a Mark Webber, que largou melhor, na freada da primeira curva e o australiano não sobrou outra coisa se não recuar. Daí em diante Vettel levou apenas dois sustos. O primeiro quando deu de cara com um lento Pastor Maldonado, que tinha acabado de ter um pneu furado. O outro, já no fim da corrida, quando faíscas saíram debaixo do assoalho do seu carro em alguns momentos da pista e da mesma forma que veio, foi embora. Vettel dominou hoje como fez em praticamente todas as corridas em que venceu. Porém, Vettel só não disparou definitivamente graças ao problema no kers do carro de Webber nas voltas finais, que fez o australiano perder rendimento no final da corrida e ser ultrapassado por Alonso. Porém, com a fase da Red Bull nessa reta final de campeonato, os treze pontos que tem de vantagem sobre Alonso tende a ser mais do que suficiente para que Vettel se encaminhe para o título.

A cara de desconsolo de Alonso no pódio traduz sua impotência frente ao poderio da Red Bull. Durante a corrida, seu engenheiro Andrea ainda tentou animá-lo e o espanhol soube, mais uma vez este ano, tirar proveito de um erro da rival para subir ao segundo lugar e diminuir um pouco o prejuízo. O ritmo da Ferrari em corrida não chega a ser nitidamente inferior a Red Bull, mas o time italiano necessita de forma imperativa melhorar seu rendimento nas Classificações, onde Alonso passou duas voltas tentando ultrapassar as duas McLarens no melhor momento da corrida, mas quando o fez, já estava muito longe dos dois carros da Red Bull e ficou sem ter muito o que fazer no resto da prova. Felipe Massa fez uma prova mais discreta do que as últimas, quando necessitava algum destaque para renovar seu contrato. Quando Alonso passou as duas McLarens, ficou a expectativa de Massa fazer o mesmo, mas o brasileiro acabou ficando mais para Raikkonen, mas o finlandês não tinha velocidade suficiente para efetuar a ultrapassagem em Felipe e passou a prova inteira vendo a frase 'The world best's bank' na asa traseira de Massa. Grosjean fez mais uma prova segura, passando com segurança Nico Rosberg e partindo para cima de Nico Hülkenberg, mas sem cometer loucuras. O problema maior do francês é a notícia da bancarrota de sua equipe, que estaria com problemas financeiros e estaria para ser vendida.

Vendo o desempenho de sua futura equipe, Lewis Hamilton tem muito o que se preocupar. A Mercedes fez outra corrida medonha, onde Rosberg não foi páreo para Force India, Lotus e Williams, ficando fora da zona de pontuação sem nenhum problema aparente, como o que acometeu Schumacher na primeira curva, fazendo-o ficar sempre nas últimas posições até abandonar no final. A McLaren ainda teve a melhor volta da corrida com Button, mas totalmente desmotivada com a saída de Hamilton, o time não foi páreo à Red Bull e Ferrari, mesmo com Hamilton ainda ameaçando o terceiro lugar de Webber no final, graças aos problemas do australiano. Hülkenberg vem mostrando um ótimo ritmo nessas últimas provas e sua possível ida a Sauber indica uma ponte para a Ferrari em 2014, já que não é segredo que a Sauber e o time italiano são co-irmãs, enquanto Paul di Resta fez outra corrida medíocre para alguém que teve seu nome cotado em times grandes. Bruno Senna fechou a zona de pontuação em outra corrida agressiva, mas muito segura. As ultrapassagens sobre Maldonado, Kobayashi e Rosberg mostram um Bruno cada vez melhor em ritmo de corrida, ao contrário de Maldonado, que faz ótimos treinos, mas se afoba demais em vários momentos. Se a Williams tivesse a velocidade de Maldonado nos sábados e a serenidade Bruno Senna nos domingos num mesmo piloto, estava feita. As demais equipes fizeram corridas muito apagadas, em especial a Sauber, que teve um pneu furado com Pérez e um cada vez mais desmotivado Kobayashi ficando pelo meio do pelotão, enquanto a Toro Rosso apareceu apenas com seus pilotos cortando os pneus de Schumacher e Pérez. Das nanicas, então, só Pedro de la Rosa ficando sem freios no final da reta oposta e abandonando.

Foi das corridas mais emocionantes, mas houve ultrapassagens e movimentação nas posições intermediárias. Pois lá na frente não teve para ninguém. Vettel dominou a seu bel-prazer e respondeu a Alonso sua provocação de ontem, quando disse que disputava o título com Newey, o projetista da Red Bull. Fernando ainda superou uma Red Bull, mas não Vettel.

sábado, 27 de outubro de 2012

Dor de cotevelo

Falar de mais uma pole de Vettel após o alemão dominar todo o final de semana chega a ser repetitivo. Provavelmente acordarei cedinho para assistir uma baita vitória de Vettel e vê-lo disparar na ponta do campeonato, pois a Ferrari é claramente a terceira força na Índia e Fernando Alonso teve que se conformar com a quinta colocação no grid.

E foi de Fernando Alonso a frase do dia. Após ver outro domínio da Red Bull, Alonso declarou que não está lutando com Vettel, mas Adryan Newey, projetista da Red Bull e dono de vários títulos na F1. Essa afirmação tem duas lógicas. Um de crítica velada a Ferrari, pois disse que vem derrotado pelo carro azul desenhado por Newey e não por Vettel, enquanto não tem carro para derrotar o alemão, coisa que a Ferrari ainda não foi capaz de fazer. E outro cutucão em Vettel, praticamente afirmando que o alemão só está se aproximando do tricampeonato, superando o próprio Alonso na história da F1, por que tem o melhor carro da F1.

Ninguém duvida que Fernando Alonso é a grande referência da F1 atual, mas o espanhol parece incomodado em ser superado por Vettel em termos históricos e ver um título que estava em suas mãos não faz muito tempo parece doer em Alonso, que parece impotente frente ao poderio rubro-taurino. Porém, é raro um piloto ser campeão com um carro nitidamente inferior e o próprio Alonso estava prestes a fazer isso em 2012, portanto, o fato de Vettel ter em mãos o melhor carro da F1 atual não diminui em nada seus feitos. E ele deverá provar isso com mais uma vitória amanhã!

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Alta tensão!

Essa semana se falou muito do famoso Grande Prêmio do Japão de 1989, uma das corridas mais tensas da história do automobilismo, que completou 23 anos no último dia 23. Pois hoje está completando uma data fechada da decisão mais tensa desde aquele final de semana em Suzuka. Quinze anos atrás, Jerez de la Frontera sediava a sua última corrida de F1 num clima carregado e que teve um final parecido com o de Suzuka. 

A temporada de 1997 foi a clara disputa entre a máquina (Williams de Jacques Villeneuve) e o homem (Michael Schumacher levando sua Ferrari nas costas). A Williams vinha em sua toada vitoriosa iniciada em 1992 e Villeneuve era o grande favorito para 1997, mas Schumacher teimava em tirar proveito dos (muitos) erros do canadense e da própria Williams. Em Suzuka, Villeneuve acabaria suspenso por desrespeitar uma bandeira amarela num treino livre e acabaria suspenso daquela prova, onde correu por causa de uma liminar. Schumacher venceu em Suzuka e tinha um ponto de vantagem sobre Villeneuve quando a F1 aportou em Jerez.

Jacques Villeneuve nunca foi um piloto com papas na língua, enquanto Schumacher estava desesperado para tirar a Ferrari da fila que já chegava a 18 anos sem títulos de pilotos. Até mesmo os coadjuvantes tinham seus motivos para meter o bedelho na briga. Eddie Irvine participou ativamente do plano para elevar Schumacher ao primeiro lugar em Suzuka e demonstrava estar disposto a tudo, tudo mesmo, para ajudar seu companheiro de equipe ser campeão. Villeneuve criticou muito Irvine e ganhava um inimigo. Já Frentzen, piloto número 2 da Williams, tinha contas antigas a pagar com Schumacher. Em 1990 ele foi derrotado por Michael por apenas um ponto no campeonato alemão de F3 e ainda viu sua namorada procurar os braços de Schumacher no final da temporada.

Os quatro pilotos passaram os dias anteriores ao Grande Prêmio cutucando seus adversários. Na sexta-feira, Irvine e Villeneuve se encontraram na pista e um fez questão de atrapalhar ao outro. Quando chegaram aos boxes, Jacques saiu do seu carro e partiu para cima de Irvine. Mas o melhor estava para o sábado. Villeneuve saiu da pista e fez 1:21.072. Minutos depois, Schumacher foi à pista e fez... 1:21.072. E eis que Frentzen levou seu carro ao asfalto espanhol e marcou... 1:21.072. Era o primeiro e único empate triplo na pole-position da F1!

Villeneuve amanhece febril para a decisão do título. Isso não deve ter influenciado a sua má largada, fazendo com que Schumacher ficasse em primeiro, com Frentzen logo atrás. Em nenhum momento o alemão foi páreo ao compatriota da Ferrari e logo a Williams inverteu a posição dos seus pilotos. Começaria um histórico jogo de xadrez a 300 km/h, onde cada movimento era acompanhado com atenção e seria decisivo, seja em Frentzen antecipar sua parada para tentar atrapalhar Schumacher na volta do ferrarista à pista, seja em Norberto Fontana, piloto da Sauber-Ferrari, ter bloqueado Villeneuve por algumas curvas.

A tensão chegou ao seu clímax na volta 47, na freada da Dry Sack. Villeneuve vinha mais rápido após a segunda rodada de paradas e já ensaiava a ultrapassagem no local. Um dos motivos da tensão da prova era a reação de Schumacher. O alemão sabia que ambos fora da corrida, o campeonato acabaria em seu colo e Schumacher não tinha bons antecedentes. Villeneuve diria depois que tinha total consciência de que Michael faria o que fez no final da reta oposta durante a 48º volta. O mundo inteiro condenou a atitude de Schumacher, enquanto Villeneuve se tornava o mocinho do circuito e todos comemoraram muito o título de Jacques, talvez como se fosse uma homenagem ao seu pai Gilles Villeneuve.

Schumacher mais uma vez se envolvia num lance polêmico e sem muita defesa. Se em 1989 Prost, o bandido, se deu bem, oito anos depois o bandido se daria mal e acabaria punido ao ver seu vice-campeonato cassado. Villeneuve vencia seu primeiro título logo em seu segundo ano na F1. Mas seria o último. A F1 passaria por uma revolução em 1998 e com carros totalmente diferentes, além de Adryan Newey se debandando para a McLaren, a Williams nunca mais teria seus momentos de glória repetidos, o mesmo acontecendo com Jacques, que tomou decisões erradas na sua carreira, mesmo que seu talento nunca tenha entrado em discussão. 

Foi uma batalha épica de uma final de tensa de um campeonato espetacular. Essa foto demonstra bem o que foi aquela corrida histórica corrida em Jerez.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Mórbida coinscidência

Gilles Villeneuve tinha como um dos seus ídolos Ronnie Peterson e nas primeiras voltas do Grande Prêmio do Japão de 1977, o canadense, em suas primeiras corridas pela Ferrari, atacava o sueco quando se atrapalhou no final da reta do circuito de Monte Fuji e acabou decolando, parando próximo ao lugar onde o público estava. Duas pessoas acabaram morrendo, pois estavam em locais proibidos, mais próximos da pista do que o permitido. Gilles diria depois que esse fato diminuiria seu sentimento de culpa. Pelas imagens abaixo, Gilles teve muita sorte em ter saído ileso. Na verdade, o que restou da Ferrari em Fuji não se diferencia muito do que sobrou da Ferrari em Zolder quatro anos e meio depois...

domingo, 21 de outubro de 2012

E tome chuva!

Sepang está no mapa do esporte a motor mundial desde 1999 quando estreou na F1. E desde então se caracterizou por uma pista de média para alta e seu clima altamente volátil. Neste domingo, o clima malaio foi a principal atração do Mundial de Motovelocidade com duas das três corridas do final de semana sendo interrompidas antes da hora por causa de duas típicas tempestades tropicais. Na única prova sem chuva, Sandro Cortese levou o título mundial para casa, enquanto que na Moto2, faltam meros detalhes para Marc Márquez fazer isso. Na MotoGP, Daniel Pedrosa está fazendo um grande esforço para se sagrar campeão, mas Lorenzo teima em chegar sempre em segundo e a diferença de 18 pontos faltando duas corridas é, ao mesmo tempo, apertada e difícil de ser batida. Com 50 pontos em disputa, tudo pode acontecer, mas a fase cerebral de Lorenzo faz destes 18 pontos uma meta dificílima de ser batida. 

Ele não amarelou

Para todo aficionado por corridas, o sonho de um final de campeonato são dois pilotos disputando a corrida final na situação em que, quem chegar na frente, sairá o campeão da temporada. Pois isso acabou de acontecer em Hockenheim em que o DTM/2012 foi definido a favor de Bruno Spengler, que corria o risco de igualar o 'feito' de Will Power e ser tri-vice da categoria. Contudo, ao contrário das temporadas anteriores, Spengler ficou atrás no campeonato inteiro atrás do seu antigo companheiro de equipe Gary Paffet e com uma reta final de campeonato impecável, o canadense chegou à última corrida do certame apenas três pontos atrás do inglês.

 Para facilitar a vida de Spengler, seu companheiro de equipe na BMW, Augusto Farfus, em ótima fase após a vitória em Valencia, ficou com a pole, com os dois postulantes ao título logo atrás. Paffet não largou bem com sua Mercedes, mas se aproveitou de uma briga entre o Audi de Mattias Ekström e a BMW de Joey Hand para assumir o terceiro lugar, ao mesmo tempo em que Farfus cedia a liderança para Spengler, num jogo de equipe lógico da BMW. Paffet vinha fazendo uma segunda metade de campeonato claudicante, mas o piloto da Mercedes pareceu ter acordado em Hockenheim, onde havia vencido na primeira etapa do campeonato, e ultrapassou Farfus na marra no pit-lane de Hockenheim. Nesse momento, Spengler tinha 4s de vantagem na liderança, mas Paffet resolveu apertar e foi tirando a diferença a ponto de ficar 1s atrás do canadense, dando a impressão que chegaria para passar. As imagens dentro dos carros mostravam Spengler olhando repetidamente para o retrovisor, mostrando um certo nervosismo. Ele amarelaria? Paffet vinha tão forte que foi advertido por estar andando fora dos limites da pista, mas Spengler foi frio o suficiente para administrar a vantagem que em seu máximo chegou a 1.7s nas voltas finais para vencer pela primeira vez no DTM após várias tentativas e de ter perdido os dois últimos títulos pela Mercedes quando era favorito destacado.

Foi uma grande vitória da BMW, que estrou esse ano pensando em desenvolver o carro e acabou dando o primeiro título de Spengler, que foi piloto da Mercedes por vários anos e bateu na trave sempre nas corridas finais. A perspectiva de Farfus para 2013, que seguiu num solitário terceiro lugar, é ótima com dois pódios consecutivos nas duas últimas corridas do ano e sendo o segundo piloto da BMW no campeonato. Vale destacar também a aposentadoria no automobilismo via DTM de dois pilotos marcantes na F1 na década passada: David Coulthard e Ralf Schumacher, ambos de Mercedes. Ambos saindo por baixo. A cara de tacho de Norbert Haug depois da corrida mostrou bem o fracasso da Mercedes, que dominou o campeonato inteiro com Paffet, mas perdeu muito rendimento na segunda metade do campeonato a ponto de Spengler ter liderado apenas a última etapa do ano. Mas era a que importava!

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Assinado

E aconteceu algo que eu e muitos duvidavam. Felipe Massa permanecerá mais um ano na Ferrari, completando oito temporadas completas pelo time italiano. Duvidava porque Massa já começou 2012 super pressionado para conseguir bons resultados para ficar na Ferrari (e até mesmo na F1) e a sua resposta foi a pior possível, com um início de campeonato medíocre. Ou até pior. 

A forma de Felipe na primeira metade do ano chegou à beira do ridículo, mas o brasileiro se recuperou bem a ponto de conseguir seu primeiro pódio em dois anos no Japão e assinar hoje sua renovação para 2013. Posso estar sendo muito cruel, mas vejo a política Alonsista como a principal ajuda para Massa ficar na Ferrari em 2013. O espanhol domina hoje a Ferrari e o fato de Massa ser um piloto obediente e, principalmente, não reclamar de sua situação de inferioridade, fez com que Fernando, que em 2007 bateu boca ao vivo com Massa no evento pré-pódio do Grande Prêmio da Europa em Nürburgring, fazer uma força para Massa ficar mais um ano de vermelho.

Com o contrato renovado, Felipe tem algumas missões e uma dívida. Se quiser voltar a brigar pelo título e não ser simplesmente um número dois, Massa tem que sair da Ferrari dominada por Alonso e ir direto para um grande time. Para isso, Felipe tem que impressionar, vencer corridas, conquistar poles, fazer algo mais, como fez Alonso ao longo de 2012 inteiro. Porém, seu primeiro objetivo é ajudar Alonso a tirar o tricampeonato de Vettel, além de ajudar a Ferrari a reconquistar o Mundial de Construtores. Isso pode o ajudar em seu objetivo de começar bem 2013 e aparecer para outras equipes.

E a dívida com Massa é com a Ferrari. Não me lembro de nenhum piloto ter tanto carinho da Ferrari como Massa. Em todos os seus anos de Ferrari, a maioria deles viu Massa sendo alvo de especulações e o time de Maranello sempre manteve o brasileiro, mesmo quando ele errava ou não andava bem, como esse ano. Não consigo imaginar a Ferrari segurar outro piloto como fez com Massa com um desempenho semelhante do brasileiros nas últimas duas temporadas. Talvez isso atrapalhe a primeira missão de Massa, pois ele está tão ligado a Ferrari, que ninguém se mostrou interessado nele nos últimos tempos e se não aconteceu em 2013, provavelmente Massa imitará Schumacher e voltará às origens em 2014: ir para a Sauber.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Figura(COR): Red Bull

Ao som de Ghangnam Style, a Red Bull dominou como o fez em 2011 na Coréia do Sul. Foi o que se pode dizer 'barba, cabelo e bigode', com o time chefiado por Christian Horner conseguindo liderar dois dos três treinos livres, fazer dobradinha no grid, com Webber à frente, fez a melhor volta e ainda viu a dobradinha se repetir, desta vez com Vettel à frente de Webber, na bandeirada dada por Psy, o homem dos 400 milhões de visitas no youtube. E ainda como rescaldo, viu sua equipe júnior, a Toro Rosso, colocar seus dois carros de forma sólida na zona de pontuação. Foi uma exibição de gala dos carros azuis que solidificou ainda mais a equipe como líder do Mundial de Construtores e deu a Sebastian Vettel a liderança do campeonato no momento mais importante do ano, tirando um título que parecia endereçado a Fernando Alonso. Com a forma atual da Red Bull, Vettel pode se preparar para dar entrevistas como o mais jovem tricampeão da história da F1 e o terceiro a fazê-lo de forma consecutiva.

Figurão(COR): McLaren

Vamos voltar trinta dias no tempo. Na primeira metade de setembro, Lewis Hamilton vencia o Grande Prêmio da Itália em Monza de forma dominante, conquistando sua terceira vitória na temporada, enquanto a McLaren conseguia a incrível marca de três triunfos seguidos, contando com a vitória de Jenson Button na quinzena anterior em Spa-Francorchamps. Hamilton era segundo colocado no campeonato e principal ameaça a Fernando Alonso, até então intocável na liderança. Lewis se tornava uma ameaça real também pela forma dominante de como a McLaren havia vencido as provas anteriores em circuitos diferentes. Os carros prateados eram os carros a serem batidos. Voltando ao presente, a McLaren saiu de Yeongam com apenas um ponto após uma luta, como o próprio Martin Whitmarsh afirmou, de Hamilton com um problema em seu carro, enquanto Button havia abandonado ainda na primeira volta graças a um problema no meio do pelotão, já que o campeão mundial de 2009 havia ficado de fora do Q3. E por muito pouco, por um erro de Bruno Senna, Hamilton não teve o mico de ficar pelo caminho ainda no Q1. É impressionante o quanto a McLaren perdeu de desempenho em tão poucos dias e de forte candidato ao título de ambos os campeonato mundiais, se transformou em mero coadjuvante das corridas, definida perfeitamente pelo próprio Lewsi Hamilton: a McLaren não é para brigar com Toro Rosso e Force India.

domingo, 14 de outubro de 2012

Vettel Style

Sebastian Vettel vai batendo recordes de precocidade e um deles está praticamente nas suas mãos. O de mais jovem tricampeão da história. A Red Bull dominou de forma impressionante o Grande Prêmio da Coréia do Sul e com a primeira dobradinha do ano, deixou Vettel na liderança e se estabeleceu com ainda mais força na liderança do Mundial de Construtores, que também seria o terceiro consecutivo. Para Alonso, o terceiro colocado, resta torcer para uma grande reviravolta neste final de campeonato e se serve de consolo, 2012 viu várias reviravoltas, como o retorno fortíssimo da Red Bull.

Sebastian Vettel colocou ordem na casa na arrancada da largada, quando, mesmo no lado sujo da reta dos boxes, tracionou bem mais do que Webber e tomou a liderança para não mais perdê-la. O australiano ainda esboçou um ataque no retão, mas Webber não quis muita briga que podia fazer com que ele perdesse o segundo lugar para Alonso e ficou na dele. E Vettel ganhou do jeito que mais gosta, disparando nas duas primeiras voltas e administrando ao se bel-prazer a corrida, sendo muito rápido nas vésperas de entrar nos boxes e dando respostas seguras quando alguém é mais rápido do que ele. No final da prova, a Red Bull se assustou com o desgaste pronunciado do pneu dianteiro direito no carro de Vettel e chegou a alertar um possível furo, que acabou não acontecendo. Levando-se em conta que a Red Bull não gosta muito quando Vettel tira a última volta para marcar a melhor da corrida, isso pode ter sido um blefe para o alemão não fazer isso de novo, mas nunca se sabe. E Sebastian voltou ao lugar que se habituou nos últimos dois anos: a ponta da tabela. Mesmo apenas seis pontos à frente de Alonso, Vettel tem uma vantagem significativa nessa reta final: a assombrosa vantagem do seu carro. Adryan Newey parece ter tirado outro coelho da cartola no momento certo do campeonato e não há carro capaz de emparelhar em ritmo ao da Red Bull, tanto que Webber não teve muito trabalho para segurar Alonso. Por sinal, até nisso Vettel tem a seu favor, pois com Webber praticamente fora da luta pelo título, a Red Bull não terá tantos problemas em pedir a Webber para ajudar Vettel em alguma necessidade.

A Ferrari ainda fez mais do que ele era esperado. Alonso tomou o terceiro lugar de Hamilton ainda nas primeiras curvas da corrida, mas não tinha muito o que faz frente a Red Bull e por lá ficou até o final da corrida. Massa fez outra boa corrida ao ultrapassar Raikkonen na primeira volta e fazer o mesmo com Hamilton quando a McLaren sucumbiu durante a prova. Num certo momento, Massa chegou a ser mais rápido do que Alonso, mas a Ferrari logo avisou o brasileiro qual o ser lugar na equipe e Massa tirou o pé. Talvez Massa tenha desgastado os pneus em sua perseguição inútil a Alonso (se Felipe pensou em passar Fernando...) e ficou muito para trás, mas seu trabalho já resultou em algo positivo para a Ferrari, pois seus bons pontos nas últimas provas fizeram o time italiano ultrapassar a McLaren no Mundial de Construtores. A cara de Alonso nos momentos pré-pódio indicavam o buraco em que Fernando está metido. Ele liderou o campeonato quase que se ponta a ponta na base da consistência e se aproveitando do equilíbrio do campeonato, mas com a subida abrupta e forte da Red Bull, se vê sem armas para enfrentar Vettel e o exército azul chefiado por Christian Horner. E Domenicalli vê seu emprego indo embora aos poucos, dada a impotência da Ferrari neste final de certame.

O melhor do resto acabou sendo, novamente, Raikkonen. Sem aproveitar o equilíbrio inicial do campeonato, a Lotus tem praticamente descartada suas chances de vitória esse ano, mesmo com Kimi em terceiro no Mundial de Pilotos e a equipe na mesma posição no Mundial de Construtores. Raikkonen fez uma corrida solitária, enquanto Grosjean passou a prova inteira brigando com a Force India de Nico Hülkenberg, que fez outra ótima prova para terminar em sexto, enquanto Romain, ameaçado de todos os lados pelo seu estilo agressivo, fez claramente uma corrida extremamente cautelosa. Corroborando com a boa fase da Red Bull, a Toro Rosso fez uma ótima prova com seus dois pilotos marcando pontos e sendo bem mais rápidos do que Williams e Sauber, as grandes decepções deste final de semana. A carruagem da Williams virou abóbora com a falta de desenvolvimento do carro e Maldonado brigou ferrenhamente com Bruno Senna pela nada honrosa 15º posição. Kobayashi teve seu dia de Grosjean ao cometer uma pata quada na primeira volta e destruir a corrida de Button e Rosberg, além da sua. Tentando renovar seu contrato, Kamui não precisava de uma corrida assim e o simpático japonês corre o risco de ver a temporada 2013 pela TV.

Pelo manos Kobayashi ajudou Button e Rosberg não terem que passarem uma hora e meia sofrendo na Coréia. Os dois carros prateados fizeram uma corrida medonha no oriente. A McLaren chegou a conseguir três vitórias consecutivas e dava a pinta de ser ela, a equipe dominadora nesse final de ano. Porém, o anúncio da ida de Hamilton para a Mercedes mexeu demais com a equipe a ponto do time prateado não brigar mais pela ponta das corridas e Hamilton ter sofrido para ser décimo, sem conseguir ultrapassar os carros da Toro Rosso com pneus supermacios novos, além de ter carregado nas últimas voltas um pedaço rasgado do tapete que margeia o circuito. E para piorar, enxerga a Mercedes se arrastando pela pista, com Schumacher ficando apenas em 13º. Das nanicas, nada de especial.

Como o celular fez o favor de falhar comigo, assisti a corrida pela SporTV no horário das corridas europeias e talvez por isso a corrida tenha sido mais chata do que realmente foi, pois a transmissão pelo canal a cabo é extremamente insossa. Porém, Vettel não tem nada com isso. Com seu estilo, recebeu a bandeirada de Psy e até pensei que ele dançaria o tal de Gangnam Style no pódio. Interessante constar que normalmente as corridas vencidas por Vettel não são das mais animadas... Contudo, a Red Bull escolheu bem que foi recebeu o troféu: Adryan Newey, mais próximo de nunca de conquistar outro título mundial na F1.  

sábado, 13 de outubro de 2012

Esse nasceu de novo

Um dos acidentes mais impressionantes que eu já vi, cujo piloto felizmente não morreu...

Se continuar assim...

...Sebastian Vettel não apenas reassume a liderança do campeonato deste ano, como partirá serelepe rumo ao tricampeonato até mesmo com alguma facilidade. A forma como a Red Bull dominou a classificação deste sábado foi até mesmo devastador para os adversários, com Lewis Hamilton olhando meio que desconsolado para o carro azul como que procurando para alguma explicação para tamanho domínio nessa reta final de campeonato.

Porém, Vettel não se aproximou de Schumacher e Ayrton Senna como recordista de poles. Mark Webber, que teve problemas de motor no último treino livre, conseguiu uma ótima volta final e ficou com a primazia da pole, deixando Vettel, que não conseguiu melhorar sua pole provisória, com a parte de fora da primeira fila. Tudo em casa? Sinceramente tenho minhas dúvidas. Webber não é cara que aceita passivamente ficar em segundo plano e ainda sonha, mesmo que utopicamente, com o título. Alonso, coitado, faz o que pode e até que conseguiu um tempo próximo em seu quarto lugar, mas ele sabe que sua marginal vantagem de pontos no campeonato tende a ir para o espaço nesse domingo, mesmo com Vettel terminando em segundo lugar. Massa fez seu papel de segundo piloto, enquanto Bruno Senna complica cada vez mais sua renovação de contrato ao ficar de fora do Q2 num final de semana ruim da Williams. Já a McLaren deve começar a sentir falta de Hamilton com uma má exibição de Button hoje, com o inglês ficando de fora do Q3.

A corrida amanhã tende a ter um domínio da Red Bull, já que o ritmo de corrida dos carros azuis projetados por Adryan Newey estão até mesmo melhor do que na Classificação, o que é um fator complicador para os rivais da Red Bull. Resta saber se Webber e Vettel se entenderão numa possível briga pela primeira posição. Algo que o passado mostra, não deu muito certo...

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Como 1984

A fantástica e lendária decisão do título da F1 de 1984 foi vencida por Niki Lauda por mísero meio ponto em cima do companheiro de equipe Alain Prost. Ficou sempre a sensação de que essa diferença nunca seria batida no esporte a motor mundial. Até este domingo.

Na decisão do Mundial de Superbike neste domingo, Max Biaggi superou o inglês Tom Sykes, da Kawasaki, pela mesma diferença de 28 anos atrás, mas com alguns diferenciais. Quando Lauda superou Prost em 1984, o campeonato tinha dezesseis corridas e a pontuação tinha o famoso sistema 9-6-4-3-2-1. Este ano, provando o quão o veterano Biaggi teve que suar o macacão para derrotar o quase desconhecido Sykes, a temporada da Superbike teve 28 corridas, com uma farta distribuição de pontos (25 pontos para o primeiro colocado, com a zona de pontuação se estendendo até o décimo quinto colocado). 

Mesmo sendo tetracampeão das 250cc, Biaggi é conhecido por suas amareladas e em Magny-Cours, sede da corrida da decisão de domingo, o italiano da Aprilia transformou um título que estava em suas mãos em uma vitória dramática. 

Só que como em 1984, Biaggi não precisou vencer para derrotar seu rival por meio ponto, que venceu a prova. Mad Max conseguiu seu segundo título na Superbike, ainda mostrando a maestria de sempre, as amareladas de sempre e, lógico, a marra de sempre!

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Isso é Talladega!

Nem é preciso falar muito. Basta ver o vídeo. Mas estava na cara que ir ter um acidente a qualquer momento...

Figura(JAP): Kamui Kobayashi

Nunca achei o japonês da Sauber mitológico, mesmo com o apelido pegando por causa do estilo agressivo de Kobayashi dentro das pistas, combinando com o estilo despojado de Kamui no carrancudo paddock da F1. Ainda não acho Koba um mito, mas não há como negar que ele foi a grande figura em Suzuka. Emulando a emocionante exibição do seu compatriota Takuma Sato exatamente dez anos atrás, Kamui Kobayashi fez ainda mais e levou a bandeira japonesa ao pódio de Suzuka após 22 anos, com Aguri Suzuki no GP do Japão de 1990. Kobayashi foi rápido desde os primeiros treinos, mostrando a força da Sauber ao longo do final de semana e o japonês largou em terceiro num ritmo fortíssimo, mas a diferença foi que Kamui foi não ter nenhum kamizake (o figurão do final de semana) ao seu lado e o japonês largou sem nenhum sobressalto, manteve um ritmo forte a corrida inteira, não esmorecendo mesmo quando perdeu o segundo lugar para Felipe Massa durante a primeira rodada de paradas. Kobayashi ainda teve que lhe dar com o desgaste dos seus pneus no final da prova e teve que segurar Jenson Button nas voltas finais, mas sem fazer nenhuma loucura para isso e segurou com segurança o terceiro lugar, seu melhor resultado na F1. Sem lugar garantindo em 2013 e sempre eclipsado pelo companheiro de equipe Sérgio Pérez ao longo do ano, Kobayashi fez uma grande corrida que o faz ficar ainda mais estável na F1 e, quem sabe, ser realmente um mito.

Figurão(JAP): Romain Grosjean

"Maluco da primeira volta!" Assim Mark Webber se referiu merecidamente a Romain Grosjean após a corrida deste domingo em Suzuka. Após a suspensão de uma corrida depois de uma presepada que por pouco não se tornou uma tragédia em Spa, Grosjean voltou a se envolver num incidente na primeira volta. E foi um erro quase que grosseiro, ao atingir a traseira de Mark Webber na segunda tomada da complicada primeira curva de Suzuka, acabando com as parcas esperança do australiano de almejar algo mais no campeonato deste ano, além de ter aumentado em oito o número de acidentes em que Grosjean esteve envolvido durante a primeira volta em quinze corridas. Mais de 50%! O pior de tudo isso é que Romain Grosjean não é um mau piloto, sendo muito rápido nas classificações a ponto de superar com alguma frequência nas classificações o campeão e atual terceiro colocado no campeonato Kimi Raikkonen. Isso contando as vezes em que o francês esteve punido por alguma besteira numa corrida anterior. Está claro que o talento está lá, mas enquanto Romain Grosjean não colocar a cabeça no lugar, seu lugar estará sempre na parte de baixo desta coluna.

domingo, 7 de outubro de 2012

O Eleito

Há pouco a se dizer de Sebastien Loeb. Que ele já está na história do esporte mundial, não é novidade nenhuma. Ter a quantidade de títulos que ele possuí, já impressiona há anos, quando ele tinha meros seis ou sete títulos seguidos. Porém, Loeb seguiu um altíssimo nível no WRC, sempre ao lado de Daniel Elena, seu eterno navegador, e também da Citröen, sua parceira de sempre. Pois Loeb foi conquistando vitórias e títulos, aumentando cada dia mais seus recordes.

Correndo em casa, próximo da cidade onde nasceu, Sebastien Loeb conquistou seu nono mundial de rally pela Citröen e de bandeja, conseguiu sua 75º vitória, recorde absoluto e que dificilmente será batido, visto que o segundo colocado nesta lista, Marcus Grönholm, tem 'apenas' 30 vitórias e já está aposentado. Porém, Loeb tem um gosto ainda mais especial por ter este título por que anunciou que este ano será seu último como piloto full-time de WRC, participando de poucas etapas no ano que vem. Loeb sairá por cima da carreira e apenas de divertirá em algumas provas em 2013, se aposentando em grande estilo. Resta saber quem será o sucessor de Loeb, pois a última vez em que o Mundial de Rally viu alguém que não seja Loeb vencer foi noo longuíquo 2003 com Petter Solberg que, se aproveitando da pouca renovação do rally mundial, ainda segue forte no WRC.

Aos 39 anos de idade e nove títulos mundiais, Loeb tem seu nome para sempre marcado na história do esporte mundial.

Milagres


Antes mesmo de se iniciar as atividades em Suzuka, Fernando Alonso disse que era um milagre estar na liderança do campeonato a essa altura do ano com 29 pontos de vantagem. Após a corrida no Japão, o espanhol deve estar pensando que somente um milagre de proporções bíblicas podem lhe dar o sonhado tricampeonato. Não apenas pelo abandono ainda na primeira volta, mas principalmente pelo desempenho de Sebastian Vettel ao longo das 53 voltas em Suzuka é que devem ter assustado demais Alonso e a Ferrari. O alemão venceu hoje como vencia no ano passado, quando passou 2011 passeando pelas 19 corridas do ano. Vettel venceu como e quando quis, abrindo muito para a mais próxima concorrência que, por sinal, era novidade em 2012. Felipe Massa e Kamui Kobayashi superaram um ano irregular para conquistar seus primeiros pódios no ano, sendo que o japonês ainda teve a alegria de fazer isso na frente de sua enorme torcida, que vibrou como há exatos dez anos atrás, quando Takuma Sato pontuou em Suzuka.

Suzuka, por sinal, pode ter uma pista espetacular e apreciada tanto por público e crítica, mas já faz alguns anos que não temos uma corrida boa no circuito japonês. Em 2012 está se repetindo o que houve no ano passado, quando a temporada começou com corridas espetaculares, mas no momento em que os engenheiros pegaram a mão dos pneus, as corridas se tornaram previsíveis. Assim como é previsível o domínio de Vettel quando este contorna a primeira curva na frente. Hoje o alemão da Red Bull abusou. A primeira volta em bandeira verde, Vettel já tinha 2s de vantagem sobre Kobayashi e com um carro meio segundo mais rápido do que todos, o alemão dominou a corrida como quis, sendo o carro mais rápido quando era necessário ou simplesmente quando dava na telha. Dois exemplos deste domínio apareceram quando Massa assumiu a segunda posição e era fracionalmente mais rápido. Vettel meteu quatro décimos no ferrarista como se quisesse mostrar quem manda. Outra foi quando o alemão teimava em marcar a volta mais rápida da corrida, para desespero de sua equipe, que clamava para Vettel ter cuidado. O que importa com essa vitória, porém, é que o recado está dado. A Red Bull voltou a ter um carro não apenas melhor, mas bem superior aos demais e nessa situação, Vettel é imbatível. Apenas quatro pontos o separando da liderança, ninguém pode questionar a posição de primeiro piloto do alemão da Red Bull, para desespero de Mark Webber, que não largou bem e ainda foi atingido pelo destrambelhado Romain Grosjean, que o deixou nas últimas posições nas primeiras voltas, mas o australiano ainda foi capaz, mesmo com o escapamento danificado, ser nono, mas ficando a léguas de Vettel tanto na corrida como no campeonato.

Se em Spa Alonso pôde culpar Grosjean pelo seu zero ponto, em Suzuka o espanhol não poderá fazer o mesmo com a outra Lotus, a de Raikkonen. O finlandês teve que botar duas rodas na grama, tamanha a falta de espaço deixado por Alonso na tomada da primeira curva e o toque foi inevitável, causando o furo do pneu traseiro direito e fazer Alonso rodar a escapar de um sério acidente, quando seu carro desgovernado foi em direção a pista, com o pelotão acelerando. Na hora me lembrei do acidente de Zanardi, mas Alonso teve mais sorte e não foi atingido por ninguém. Porém, suas chances de título diminuíram drasticamente, mesmo que o ritmo de Massa durante a prova tenha sido encorajador. Massa largou bem mais uma vez e teve o mérito de ter se livrado bem do acidente entre Webber e Grosjean para assumir o quarto lugar saindo de uma obscura décima posição. O brasileiro perseguiu de perto Kobayashi e Button, sendo tão rápido quanto eles e quando a velha tática de retardar um pouco a parada foi posta em prática, o brasileiro teve a sorte de Koba e Button terem voltado à pista em meio ao tráfego e tratou de acelerar para pular de quarto para segundo, ficando confortavelmente à frente dos dois e garantir o seu primeiro pódio em praticamente dois anos. Foi um grande resultado de Massa e sua renovação de contrato está próxima. Outro milagre na Ferrari, pois isso era praticamente impossível no começo do ano. A Ferrari ainda viu seus motores funcionarem muito bem na Sauber, com Kobayashi fazendo a corrida de sua vida em Suzuka, conseguindo um sólido terceiro lugar, tendo que segurar a pressão de Button nas últimas voltas, mas sem grandes sobressaltos. Sendo eclipsado o ano inteiro por Sérgio Pérez, a ponto do mexicano se transferir para a McLaren em 2013, Kobayashi finalmente conseguiu seu primeiro e perseguido pódio, podendo garanti-lo por mais um ano na F1. Já Pérez fazia uma corrida em ritmo forte, talvez o mesmo do companheiro de equipe, mas um erro bobo, quando tentou emular uma ultrapassagem em Hamilton, acabou bobamente sua prova. Erros assim numa McLaren da vida não trarão apenas justificativas como na Sauber...

Lewis Hamilton simplesmente não se encontrou e já deve estar sofrendo da síndrome de mudar de equipe em 2013. De frequentador habitual da primeira fila, Hamilton largou na quinta fila e fez uma corrida onde mais se defendeu do que atacou. Pensando unicamente em chegar, o inglês ainda foi quinto, mas muito atrás de Button, que ainda pressionou Kobayashi nas voltas finais para subir ao terceiro lugar, mas teve que se conformar mesmo com a quarta posição. A transferência de Hamilton parece ter jogado um balde de água fria na McLaren, que nem de longe repetiu as últimas ótimas atuações e mostrou também que Button, apesar de ótimo piloto, não tem o diferencial que o talento extraordinário de Hamilton. A Lotus caiu do cavalo e vê de longe a briga pela vitória, ao contrário da primeira parte do campeonato. Raikkonen permanece em terceiro no campeonato, mas o sexto lugar, pressionado pela Force India de Nico Hulkenberg, mostra bem onde a Lotus está hoje. Agora o time deveria cobrar a Total, petrolífera francesa que colocou Grosjean no cockpit aurinegro em 2012, as besteiras do francês. O erro na largada chegou a ser grosseiro e acabou com a corrida não apenas de Grosjean, como também de Webber. O stop-and-go de 10s foi pelo incidente e pelo conjunto da obra no ano. O ruim é que Grosjean é um ótimo piloto, mas suas besteiras estão começando a pesar.

A Force India confirmou a boa forma com Hulkenberg firme em sétimo, mesmo com Di Resta fora dos pontos. Parece que os jovens pilotos combinam para aparecer bem corrida sim, corrida não, enquanto o outro fica para trás. Pastor Maldonado finalmente saiu da fila e marcou pontos numa corrida sóbria, onde foi um dos poucos em que usou dois jogos de pneus macios durante a corrida. Bruno Senna teve um final de semana para esquecer, ao se envolver num acidente que a TV não mostrou com Rosberg e ser punido com isso. O brasileiro até que fez uma boa corrida de recuperação, ficando próximo da zona de pontuação, mas em sua difícil renovação de contrato, Bruno mostrava sua consistência em comparação a Maldonado. Desta vez, Senna teve um dia de Maldonado e Pastor teve um dia de Bruno. Daniel Ricciardo marcou pontos pela segunda corrida consecutiva, tendo que segurar um nitidamente mais rápido Michael Schumacher nas voltas finais. O australiano sobrejulgou Jean-Eric Vergne com alguma folga, principalmente nessas últimas provas. Saindo da última fila, Schumacher fez uma boa corrida de recuperação, chegou a pensar nos pontos, mas acabou ficando na posição de bobo, apenas uma de pontuar. Heikki Kovalainen chegou a andar no mesmo ritmo de Toro Rosso e Force India, segurando sem muitos problemas Vergne e Di Resta no começo da corrida, mas o finlandês foi perdendo rendimento nas voltas finais e acabou tendo que repetir o que já fez várias vezes esse ano: ser o melhor dentre as pequenas.

O ritmo de Sebastian Vettel nessa reta final de campeonato lembra muito a sua primeira conquista em 2010, donde engrenou uma ótima sequencia nas provas finais para se sagrar campeão. Vettel hoje tem o melhor carro, enquanto Alonso tem que se virar nas corridas finais com um carro claramente inferior nas mãos e apenas quatro pontos de vantagem faltando ainda cinco corridas para o fim. 2012 coroará um novo tricampeão, mas este deverá falar alemão.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Esse morreu feliz...

Hoje fez vinte anos da morte de um das estrelas da F1 no final dos anos 60 e início dos anos 70: Denny Hulme. E o neo-zelandês pode dizer que morreu feliz, pois estava à bordo de um BMW M3 na Bathurst 1000.

Ainda bem

Quem é mais novo e está acompanhando agora a F1, deve estar achando que os títulos e recordes de Michael Schumacher foram conquistados, como falam alguns 'entendidos' ou 'viúvas', unicamente pela sorte. Com mais de 40 anos desde que voltou à categoria, Schumacher não fez sombra de si mesmo como o grande campeão que foi na década passada. Atrapalhado, lento e agressivo em demasia em certos momentos, Schumacher ficou atrás de Nico Rosberg, levou pau de pilotos com a metade de sua idade e foi amplamente e merecidamente criticado ao longo dos últimos dois anos e meio.

Porém, Schummy sempre manteve a aura de lenda viva. Chamava a atenção nos paddocks ao longo do mundo e sempre era ouvido quando se pronunciava sobre algo na F1. Só que isso não garante pontos e vitórias. A Mercedes apostou alto em sua volta e mesmo com retorno de mídia, os resultados de Schumacher eram bem aquém do esperado. O time da montadora alemão contratou Lewis Hamilton a peso de ouro. Deve ter sido fácil explicar a Schumacher o porquê de sua dispensa. "Estamos pensando no futuro...", devem ter dito ao alemão de 43 anos de idade.

E Schumacher anunciou o óbvio. Pela segunda vez, saiu de cena e como em 2006, abandonará à F1 em Interlagos, local onde fez grandes corridas e onde tem a torcida contra mais ativa. Erros como em Marina Bay são constrangedores para alguém como Schumacher. Quem conhece sua carreira e o que ele fez, aquilo não condizia a um heptacampeão mundial. Ainda bem que Schumacher voltará à sua aposentadoria, donde nunca deveria ter saído.