quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Feliz 2010!

Com essa notícia bombástica de última hora, que é a volta de Michael Schumacher à F1 após três anos de aposentadoria e somente a partir de março saberemos com certeza como será esse retorno, pois agora vai ser difícil apostar em alguma coisa, vou encerrando o ano do blog desejando a todos um Feliz Natal e um 2010 cheio de paz, alegrias e felicidade para todos que aconpanham esse humilde jcspeedway. Sei que fui um pouco ausente em alguns momentos, mas a falta de tempo não me permite uma atualização diária, contudo, sempre que posso, estarei aqui dando meus pitacos e relembrando alguma corrida ou piloto histórico. Como não poderia deixar de ser, mais uma videozinho que peguei lá no Speeder para terminarmos o ano bem, já que a tendência é que 2010 seja ainda melhor.


domingo, 20 de dezembro de 2009

E se...

... a pontuação aprovada recentemente pela Comissão da F1 estivesse em vigor desde 1950. Campeonatos poderiam ser mudados, pilotos históricos deixariam de ganhar títulos, enquanto outros não muito famosos subiriam na Classificação ao longo da história. Num rápido resumo da história da F1, vamos ver como ficariam cada um dos 60 campeonatos da história da categoria com a nova pontuação vigente.

1950

Logo no primeiro campeonato, a primeira grande mudança! Ao contrário do que todos imaginam a nova pontuação não validaria tanto assim as vitórias e o título ficaria para um piloto que terminaria o ano simplesmente com NENHUMA vitória! Mais velho dos “três efes” da fortíssima equipe Alfa Romeo, Luigi Fagioli usaria sua vasta experiência para derrotar os ‘novatos’ Giuseppe Farina e Juan Manuel Fangio, seus companheiros de equipe. Porém, uma diferença positiva seria a grande disputa que aconteceria na última corrida do ano, em Monza. Com quatro 2º lugares, Fagioli começaria sua corrida em casa com 80 pontos, contra 75 de Fangio (3 vitórias) e 64 de Farina (2 vitórias). Todos eles tinham chances de título, mas com uma disputa mais direta entre Fagioli e Fangio, que não havia conquistado nenhum ponto fora suas três vitórias. Isso também seria decisivo em Monza, com o argentino abandonando, enquanto, com um 3º lugar, Fagioli conquistaria o título, ficando atrás de Farina, que conquistaria sua terceira vitória na temporada e tomaria o vice-campeonato de Fangio. Giuseppe Farina, conhecido por ter sido o primeiro em tudo na F1 (pole, vitória, melhor volta e título), perderia a primazia do primeiro triunfo na história da F1, enquanto Fagioli, praticamente um desconhecido para os leigos, seria até hoje lembrado como o primeiro Campeão Mundial da F1. Mesmo sem nenhuma vitória...

1951

Uma parte interessante dessa nova pontuação, que será vista em vários campeonatos, é que a vasta pontuação do vencedor traz vários pilotos na disputa pelo título. Em 1951 não seria diferente. Se originalmente Fangio e Ascari eram os únicos com chances de serem coroado campeão na Espanha, última etapa daquele ano, com a nova pontuação José Froilan González também teria chances de título. Fangio usou sua malandragem para superar Ascari, que tinha o melhor carro, e também seria campeão com a nova pontuação com uma margem relativamente segura. Stirling Moss, que fez sua primeira corrida de F1 em 1951 e não marcou pontos no campeonato oficial, entraria na Classificação geral com a nova pontuação com seu 8º lugar na Suíça.

1952

Título fácil para Ascari com a pontuação original e com a nova. Porém, a disputa pelo vice, que tinha sido apertada originalmente entre Giuseppe Farina e Piero Taruffi, ficaria mais tranqüila para Farina com a nova pontuação, pois, mesmo sem nenhuma vitória, o italiano conseguiu quatro 2º lugares no ano, enquanto Taruffi, mesmo com uma vitória, não foi tão efetivo nas demais provas. Destaques para os primeiros pontos brasileiros para Chico Landi com um 8º lugar e a primeira grande tragédia da F1, com a morte do ‘campeão’ Luigi Fagioli em um teste com um carro-esporte. Com tantos pilotos marcando pontos correndo em dupla, teríamos o recorde de pilotos pontuando: 39.

1953

Outra vitória fácil para Ascari, com suas cinco vitórias, mas a mudança do novo sistema de pontos seria com o vice-campeão. Farina conquistaria seu 3º vice-campeonato na carreira numa disputa forte com o recuperado Fangio, já que o italiano teria um 5º lugar a mais com relação ao argentino, o derrotando por 11,5 pontos. No resto, as colocações dos dois grandes pilotos seria exatamente a mesma. Sem o sistema de descartes, Mike Hawthorn, que seria 4º lugar em ambos os sistemas de pontuação, ficaria bem mais próximo de Farina e Fangio.

1954

Um campeonato que não teria grandes alterações com nenhum dos sistemas. Fangio venceria seu 2º campeonato de forma extremamente tranqüila, com González derrotando Hawthorn por pouco.

1955

Assim como aconteceu originalmente, Fangio teria praticamente o dobro de pontos do vice-campeão Sitrling Moss, que ‘conquistaria’ seu primeiro vice...

1956

Esse seria o campeonato mais emocionante na história da F1 até então e teríamos quatro pilotos brigando pelo título na última corrida em Monza e provavelmente a inusitada e famosa troca de carros entre Collins e Fangio não aconteceria. Na pontuação original, Fangio chegou à Monza com a mão no título, com Peter Collins e Jean Behra com chances apenas matemáticas, mas com o andamento daquela corrida acabaria deixando Fangio em maus lençóis, sendo salvo exatamente por Collins, que ofereceu seu carro ao argentino e companheiro de equipe para ser campeão. Com a nova pontuação, Fangio chegaria em Monza em uma situação bastante apertada, com Behra e Collins bastante próximos dele, enquanto Moss ainda teria chances matemáticas de título. Caso Fangio abandonasse de verdade, Collins poderia ter sido campeão de forma até tranqüila, já que Behra abandonaria mais tarde. Será que o inglês daria seu carro tão facilmente a Fangio sabendo disso? Dizem que Collins fez isso porque se achava muito jovem e que poderia ser campeão mais tarde, algo que acabou não acontecendo. Fangio acabaria em 2º com o carro de Collins e seria novamente campeão, com o francês Jean Behra ainda ficando com o vice-campeonato e Moss em 3º. Pelo menos o inglês teria sua série quebrada...

1957

Fangio conquistaria o título facilmente, sem chances para seus adversários. Moss seria novamente vice graças a uma arrancada no final do campeonato, com Musso e Hawthorn logo atrás. Com a nova pontuação, a diferença seria que Musso e Hawthorn terminariam empatados em pontos.

1958

Mais um golpe nas pessoas que defendem que a nova pontuação valoriza as vitórias. Todos se lembram desse campeonato pelo título de Mike Hawthorn com apenas uma vitória, ante os quatro triunfos do vice-campeão Stirling Moss. Pois com a nova pontuação, não apenas Hawthorn seria campeão, como confirmaria seu título com uma corrida de antecipação, evitando a primeira marmelada da Ferrari na história da F1. Na última corrida do ano no Marrocos, Hawthorn estava perdendo o título com o 3º lugar que ocupava e a vitória de Moss, mas Phil Hill, piloto em sua terceira corrida pela Ferrari, estava em 2º e a equipe italiana não titubeou em mandar o americano tirar o pé, dando a posição e o título para Hawthorn. Isso não aconteceria se a nova pontuação estivesse de pé há 51 anos atrás... Um fato curioso desta nova pontuação era que Maria Teresa de Filippis seria a primeira mulher a marcar pontos na história da F1.

1959

Outra mudança que poderia mudar outro fato histórico. Com a nova pontuação, Jack Brabham chegaria em Sebring, última etapa do campeonato, já coroado como Campeão Mundial e por isso, o australiano não seria obrigado a empurrar seu carro até bandeirada quando este ficou sem combustível nos últimos metros da corrida. Para o Brasil, a novidade seria que Fritz D’Orey seria o terceiro piloto brasileiro a contar pontos na F1, se juntando a Hernando da Silva Ramos e Chico Landi.

1960

Jack Brabham continuaria bicampeão com a nova pontuação, mas seria um pouquinho mais complicado. Se originalmente o australiano seria campeão de forma antecipada, com a nova pontuação Brabham chegaria a Riverside precisando de um 3º lugar para garantir seu título independentemente do que iria fazer Bruce McLaren, seu rival até o momento. Brabham foi 4º no GP dos Estados Unidos, mas como McLaren fora apenas 3º, ele conquistaria o título de qualquer forma, mas provavelmente os dois pilotos da Oceania não pilotariam tão descansados na última etapa do ano.

1961

Um campeonato marcado pela tristeza da morte de Wolfgang Von Trips em Monza, quando liderava o campeonato. Com esse novo sistema de pontuação, Phil Hill também se tornaria campeão com sua vitória em Monza e o campeonato seria tão emocionante como realmente foi. Detalhe interessante para os três pontos para Roger Penske com o 8º lugar nos GP dos Estados Unidos, algo que o futuro vitorioso chefe de equipe repetiria no ano seguinte.

1962

Uma mudança inusitada aconteceria se esse campeonato ocorresse com a nova pontuação. Graham Hill tinha sido tão regular ao longo do ano, que ele teve descartado três resultados seus e isso permitiu a Jim Clark chegar a última etapa do ano, na África do Sul, com chances reais de ser campeão, mas acabaria perdendo o título para Hill graças a uma arruela solta. Com a nova pontuação e a abolição dos descartes, Hill seria campeão com duas corridas de antecedência e a falta de regularidade de Clark (pontuou apenas quatro vezes, mesmo com três vitórias) o relegaria ao 3º lugar no campeonato, deixando o vice-campeonato para Bruce McLaren por apenas um ponto.

1963

Massacre de Jim Clark sobre seus adversários nesse ano ficaria ainda mais claro com a nova pontuação, com o escocês superando o vice-campeão por incríveis 95 pontos. O detalhe era que o vice não seria Graham Hill, como originalmente foi, mas o americano Richie Ginther, que muito regular durante o ano e superaria seu companheiro de equipe Hill no campeonato, mesmo o inglês tendo duas vitórias e ele nada.

1964

Mudança significativa e histórica com a nova pontuação. Mais uma vez Graham Hill fez um campeonato regular e por causa dos descartes, proporcionou para que mais pilotos chegassem a última corrida do ano com chances de título, o que acabaria sendo fatal para o inglês, que acabaria perdendo o título para John Surtees. Com a nova pontuação, Hill chegaria a corrida final no México com a mão na taça e apenas Surtees tendo chances de ser campeão. O piloto da Ferrari teria uma tarefa quase impossível de tirar 23 pontos de 25 possíveis com relação ao seu rival. E quase consegue. Provavelmente Bandini jogaria seu carro em cima de Hill e tiraria o pé na última volta para Surtees chegar em segundo, mas isso não seria suficiente para que Surtees se tornasse o único piloto da história a ter ganho campeonatos na F1 e no Mundial de Motovelocidade, perdendo o título para Hill por apenas três pontos.


1965

Muitos dizem que 1965 foi o ano perfeito de Jim Clark e seu fácil título na F1, mas a abolição dos descartes faria com que esse Campeonato entrasse na história como o único que terminaria empatado. Graham Hill continuava sua marca de pontuar sempre que possível e mesmo tendo apenas duas vitórias ante as seis de Clark, o inglês da BRM chegaria ao México empatado em pontos (151) com Clark. Jim, que largara na pole, abandonaria no começo da corrida e tudo o que Hill precisava era de um 10º lugar, mas ele abandonaria quando faltavam apenas nove voltas e estava em 4º. Como só haviam nove carros andando, muito provavelmente a BRM colocaria Hill na pista para completar as voltas que lhe dariam o título, mas como a pontuação era diferente, Clark já era campeão e ninguém pensou nisso. Por sinal, Clark conquistaria o título graças a um 10º lugar no GP da Itália!

1966

Não importando a pontuação, Brabham entraria para a história como o único piloto-construtor a ser campeão na F1.

1967

Hulme venceria o campeonato, mas não de forma antecipada, pois Brabham ainda teria chances de ser campeão na última corrida do ano no México. Bastava um 3º lugar a Hulme para ele conquistar o título e foi exatamente o que ele fez no GP do México.

1968

Hill conquistaria seu ‘terceiro’ título num campeonato emocionante, não importando a pontuação, com o inglês tendo que derrotar Stewart e Hulme na última corrida do ano.

1969

Stewart seria facilmente campeão, não importando muito a pontuação, mas as posições intermediárias sofreriam mudanças. Rindt, com uma vitória, cairia de quarto para sétimo, enquanto Beltoise, Hulme e Hill ganhariam uma posição cada.

1970

Não é difícil encontrar quem afirme que foi Emerson Fittipaldi quem ‘deu’ o título póstumo a Rindt, mas na verdade, não importando a pontuação, o brasileiro, que pontuaria logo em sua primeira corrida de F1, apenas garantiu o título do companheiro de equipe morto com sua vitória em Watkins Glen. E seria por pouco, pois Ickx acabaria vencendo a última corrida do ano na Cidade do México e seria bi-vice com apenas dois pontos de desvantagem para Rindt. Chris Amos, com sua sorte absurda que o fazia abandonar nas últimas voltas, consegue alguns pontos a mais com posições abaixo do 6º lugar e com a nova pontuação subiria três posições no campeonato.

1971

Campeonato sem muitas mudanças com a nova pontuação e um massacre de Stewart sobre os demais.

1972

A única diferença no primeiro título brasileiro na F1 foi que Emerson chegaria a Monza, onde conquistou o título originalmente, já com a mão na taça, precisando apenas de um 8º lugar para ser campeão, sendo que seu grande rival no momento era Dennis Hulme. Ou seja, a sofrida vitória em Monza não seria tão necessária assim...

1973

Muitos acusam Colin Chapman de ter entregado o título para Stewart quando não inverteu a dobradinha da Lotus em Monza (santa ironia...), mas com a nova pontuação isso não seria possível, pois Fittipaldi já chegaria ao GP da Itália sem chances de título e Stewart confirmaria seu título na prova seguinte, no Canadá, já que o 2º colocado no campeonato, Cevert, era companheiro de equipe e venerava Stewart como professor e mesmo ainda com chances de título, ninguém contava muito com o francês nas contas de título.

1974

Um dos campeonatos mais emocionantes da história não seria tão empolgante com a nova pontuação. Primeiramente, Scheckter não chegaria a Watkins Glen com chances de título, como realmente aconteceu, e a luta seria focada apenas em Fittipaldi e Regazzoni. Segundo, Emerson, com mais vitórias, teria um pouquinho mais de dificuldade para vencer Regazzoni, pois, se ele chegasse somente uma posição à frente do suíço, ele teria que abrir cinco pontos, algo que só conseguiria com um lugar no pódio. Ou seja, todo cuidado era pouco, mas a má performance de Regazzoni naquela corrida não seria necessário tantos cuidados assim e Fittipaldi seria bicampeão de qualquer maneira.

1975

Niki Lauda conquistaria seu primeiro título em um campeonato sem nenhuma mudança entre os dez primeiros colocados, mesmo com a nova pontuação.

1976

Outra mudança significativa com a nova pontuação. As cinco vitórias e os ótimos resultados antes do seu acidente na Alemanha garantiriam uma posição cômoda para Niki Lauda no campeonato, não importando a incrível reação de Hunt após Nürburgring. Para a última corrida, Lauda teria 20 pontos de vantagem sobre Hunt e o inglês da McLaren precisaria de um milagre. Que quase aconteceria. Mesmo com Lauda abandonando a prova de Fuji por causa das péssimas condições de tempo, Hunt precisaria de um 2º lugar para garantir o título. Hunt liderou a prova inteira, mas um pneu furado proporcionou uma incrível reação do piloto da McLaren e quando ele assumiu o 3º lugar, ele se acomodou e apenas recebeu a bandeirada. Porém, isso não lhe seria suficiente para o título. Será que ele tiraria a desvantagem que tinha para Depailler, o 2º colocado? Ele não teria se acomodado? O fato era que Hunt perderia o título por cinco pontos (208x203).

1977

Lauda conquistaria seu ‘terceiro’ título consecutivo, algo que só Fangio conseguiu nos anos 50 até então. Como o austríaco também conquistaria o campeonato no Canadá com a nova pontuação, provavelmente ele teria abandonado a Ferrari em Montreal. Ou não? As causas da saída de Lauda estão ligadas a perda do título na temporada seguinte, mas a nova pontuação mostraria algo diferente...

1978

Andretti e Peterson dominariam o campeonato com a mesma facilidade com a nova pontuação e as demais posições ficariam inalteradas. Piquet marcaria pontos logo em sua primeira temporada na F1.

1979

Scheckter daria o último título da Ferrari em muitos anos com a mesma facilidade com o novo sistema de pontuação, inclusive com as mesmas posições para os pilotos seguintes. Villeneuve continuaria com seu vice-campeonato único, mas inesquecível.

1980

Uma mudança sutil no campeonato, mas não no campeão. Alan Jones teria um pouquinho mais de dificuldade de conquistar o seu único campeonato, pois o australiano chegaria ao Canadá atrás de Nelson Piquet no campeonato e acabaria por superá-lo com sua vitória, mas não confirmaria o título, mesmo que para Piquet a tarefa em Watkins Glen fosse próximo do impossível. Jones venceria e com mais uma dobradinha de Reutemann, o argentino acabaria por tomar o vice-campeonato de Piquet por um ponto (169x168).

1981

Mudança interessante e para se pensar no campeonato. Se Piquet venceu o campeonato desse ano por um ponto, com a nova pontuação ele perderia esse campeonato para Reutemann por um ponto. A primeira mudança seria que Laffite, ainda com chances de ser campeão em Las Vegas originalmente, precisaria de um milagre de proporções bíblicas para ser campeão com o novo sistema de pontuação, pois ele tinha que torcer para que Reutemann não pontuasse e Piquet fosse, no máximo, 7º. Com a briga focada em Reutemann e Piquet, o brasileiro precisaria fazer um pouco mais para tirar os seis pontos de desvantagem que tinha para o argentino e muito provavelmente não teria feito a corrida tranqüila que fez nas últimas voltas em Las Vegas, quando, ele mesmo admite, deixou Giacomelli e Mansell passar. Se não deixasse, Piquet teria vencido o campeonato com alguma folga, mesmo com fortes dores do pescoço. Se, se, se...

1982

Rosberg sempre foi alvo de críticas por ter sido campeão com apenas uma vitória, mas essa nova pontuação daria o título para o finlandês com uma prova de antecipação, pois ele teria 33 pontos de vantagem sobre Watson após a penúltima etapa em Monza, enquanto Pironi, 16 pontos atrás, já estava fora do campeonato por causa do seu acidente na Alemanha. Destaque para Alboreto subindo várias posições (de 8º para 5º), Watson ficando isolado com o vice-campeonato (originalmente ele ficou empatado com Pironi) e os únicos pontos de Raul Boesel, algo que ele não tinha conseguido originalmente.

1983

Campeonato igualmente emocionante com a nova pontuação e Prost perdendo seu primeiro título de forma apertada para Piquet, que conquistaria seu ‘primeiro’ título. O francês precisaria de um 3º lugar para ser campeão, mas seu abandono ajudaria a Piquet, que apenas administrou no final. Arnoux também teria chances de título em Kyalami, mas como aconteceu originalmente, seriam apenas chances matemáticas e até mais difíceis de acontecer.

1984

Conhecido como o campeonato mais apertado da história da F1, a nova pontuação proporcionaria uma diferença um pouco maior entre o campeão Lauda e o vice Prost. Porém, os 3,5 pontos que o separariam (215x211,5) poderia desaparecer com o famoso GP de Mônaco de 1984, quando houve a famosa interrupção da corrida quando Prost estava sendo alcançado por Senna e os dois estavam sendo alcançados por Bellof.

1985

Primeiro título fácil para Prost, com a nova pontuação proporcionando as mesmas posições para os nove primeiros colocados originais do campeonato com a pontuação antiga.

1986

A famosa disputa entre Mansell, Prost e Piquet seria igualmente emocionante com a nova pontuação, com a diferença ficando para Piquet, que precisaria de um verdadeiro milagre para conseguir o título. Como ocorreu 23 anos atrás, Mansell só precisaria de um 4º lugar para ser campeão e provavelmente o resultado seria o mesmo do que aconteceu. A dúvida com relação aos pneus de Piquet nas últimas voltas da corrida em Adelaide diminuiria em importância, pois a sua vitória não lhe daria o título, com Prost em 2º. O francês levaria o título de qualquer maneira!

1987

Piquet usa as várias quebras de Mansell para ser campeão com ainda mais facilidade, pois a nova pontuação daria o título para Piquet ainda no México, antepenúltima etapa do ano. E seria ainda melhor para o Brasil, pois Senna tomaria o vice-campeonato de Mansell, no que se tornaria na única dobradinha brasileira da história da F1. Porém, isso não proporcionaria o ato desesperado de Mansell em Suzuka...

1988

Quando Senna fez um jogo nos bastidores para mudar a pontuação em 1991, ele sabia o que estava dizendo. Se a pontuação atual estivesse valendo em 1988, o brasileiro não apenas perderia o título para Prost, como o perderia de forma antecipada, ainda na Espanha, antes de Suzuka, que definiu o título para brasileiro originalmente. Senna pode ter conquistado mais vitórias (8x7), mas o francês foi mais regular no início do ano, quando conquistou três vitórias nas quatro primeiras corridas e provavelmente não se incomodaria com os descartes, que acabaram por tirar seu título. Que acabaria sendo conquistado com até facilidade!

1989

Outra mudança sutil no campeonato, que poderia mudar alguns fatos históricos. Prost foi novamente bem mais regular do que Senna e conquistaria seu título, o terceiro em quatro anos, novamente em Jerez, antepenúltima etapa do ano. Isso evitaria, com toda certeza, o polêmico acidente em Suzuka, pois Prost poderia deixar Senna passar sem muitos ressentimentos naquelas últimas voltas...

1990

O ‘primeiro’ título de Senna também seria confirmado em Suzuka, mas será que nas mesmas condições? Senna estaria tão aborrecido com Prost se não houvesse o acidente na chicane de Suzuka no ano anterior? São coisas que nunca saberemos.

1991

Título conquistado sem maiores dramas por Senna, também garantido em Suzuka, com o novo sistema de pontos.

1992

Os 99 pontos de diferença que Mansell teria para Patrese (285x186) dá uma amostra correta de como o inglês dominou naquele ano, mesmo com uma nova pontuação. Destaque para Berger ficando à frente de Senna no campeonato por apenas um ponto.

1993

Prost abandonaria a F1 com seu ‘quinto’ título mundial na carreira e, como foi originalmente, de forma fácil e sem grandes arroubos do francês. Porém, o vice-campeonato ficaria para Damon Hill, que logo em sua primeira temporada completa, derrotaria Senna e Schumacher, que vieram logo a seguir.

1994

Mudança radical nos rumos do campeonato. Se a nova pontuação estivesse valendo há quinze anos, Hill teria comemorado seu primeiro título de forma até mesmo confortável. O inglês da Williams chegaria a Adelaide com uma confortável vantagem de 19 pontos (259x240) e precisando apenas de um 5º lugar para se sagrar campeão. Se Schumacher jogaria seu carro novamente em Hill com essa situação de campeonato, ninguém se sabe, mas também não se sabe se o alemão teria sido suspenso de duas corridas durante a temporada, decisão cada vez mais na cara como mais política do que esportiva agora.

1995

Campeonato vencido facilmente por Schumacher e sua Benetton e nova pontuação mostra que isso aconteceria até mesmo antes de Suzuka, como aconteceu originalmente. Mesmo passando um vexame com a McLaren, Mansell marcaria seus últimos pontos e Pedro Diniz, com a fraquíssima Forti Corse, também marcaria seus primeiros pontos.

1996

Hill continuaria vencendo o campeonato com o novo sistema de pontos, mas a decisão do campeonato teria uma nova cara. Se originalmente Jacques Villeneuve precisava de um milagre para ser campeão, a nova pontuação deixaria o canadense como líder do campeonato por apenas um ponto quando a F1 chegasse a Suzuka para a última prova do ano. Villeneuve teve uma corrida problemática naquele domingo e tudo o que Hill precisava fazer era vencer a prova e como já teria um título, talvez a experiência pudesse depor a favor do inglês, originalmente um piloto cheio de fantasmas quando estava próximo da glória.

1997

Outra mudança que proporcionaria algo de diferente na história. Schumacher foi punido do campeonato deste ano por ter jogado seu carro em cima Jacques Villeneuve na última corrida do ano, em Jerez. Porém, a nova pontuação mostraria algo que mudaria radicalmente aquela emocionante decisão. Com sua vitória no Japão, penúltima etapa do ano, Schumacher teria 24 pontos de vantagem em cima de Villeneuve em 25 possíveis, chegando na Espanha com a mão na taça, pois lhe bastava um 9º lugar para tirar a Ferrari do seu incomodo jejum. Provavelmente Schumacher seguiria de perto a Williams de Villeneuve e não se importaria em ver o canadense o ultrapassando na reta oposta de Jerez, pois o 2º lugar era mais do que suficiente para lhe garantir o seu segundo título. Um fato interessante da nova pontuação é que a situação do campeonato não permitiria, em teoria, que Schumacher fizesse suas duas manobras mais polêmicas na carreira.

1998

Se Hakkinen chegou a última etapa do ano em Suzuka com uma pequena vantagem sobre Schumacher, a nova pontuação proporcionaria uma vantagem ainda menor para o finlandês. Apenas dois pontos separariam os Hakkinen e Schumacher, com vantagem para o piloto da McLaren. Como o alemão teve uma corrida extremamente difícil, que o fez abandonar no final, provavelmente Hakkinen venceria o título de qualquer maneira.

1999

Mudança radical de posições e vitória para um piloto tido como medíocre. Irvine só entrou na disputa pelo título de 1999 pelo acidente que quebrou a perna de Schumacher. Até então, o irlandês era apenas o segundo piloto da Ferrari, mas a nova pontuação mostraria um Irvine com a mão no título após sua vitória na Malásia, chegando à Suzuka com 21 pontos de vantagem sobre Hakkinen, deixando o irlandês necessitando apenas de um 6º lugar para ser campeão. Hakkinen venceu, mas veria Irvine comemorar seu único título com relativa folga.

2000

Schumacher igualaria o número recorde de vitória de Mansell (9) no ano 2000, mas nem isso foi capaz de lhe dar o título de forma antecipada, com o alemão ainda tendo que brigar com Hakkinen na última prova do ano na Malásia, mesmo com o finlandês tendo que tirar 18 pontos de desvantagem. Schumacher venceria aquela corrida, mas de forma muito mais descontraída. Será que teria sido assim?

2001

Schumacher venceria o campeonato com os pés nas costas, derrotando David Coulthard por mais de 100 pontos (315x211), enquanto as posições posteriores permaneceriam as mesmas. Destaque para os primeiros pontos de Alonso, ainda de Minardi. Assim como para Enrique Bernoldi, Tarso Marques e Luciano Burti.

2002

Massacre do duo Ferrari-Schumacher, com o alemão estabelecendo o recorde de diferença entre o campeão e o vice de 161 pontos, com o próprio vice, Barrichello, ficando a longínquos 56 pontos na frente do 3º colocado, que também seria Juan Pablo Montoya.

2003

Assim como ocorreu originalmente, Schumacher conquistaria um campeonato emocionante de forma dramática, por causa da última corrida do ano, em Suzuka. Raikkonen ainda teria chances de ser campeão, mas tendo que tirar 20 pontos de desvantagem, somente um milagre poderia dar o título ao finlandês. E ele quase ocorre, assim como originalmente.

2004

Domínio avassalador de Schumacher e o recorde de 13 vitórias em um ano lhe garantindo o título não importando a pontuação. Com a mudança do sistema de pontos, fazendo com que os oito primeiros pontuassem, a diferença entre as duas pontuações, a atual e a anterior, chega a ser quase nenhuma, com nenhuma grande mudança acontecendo daí em diante.

2005

Título merecido para Alonso, mas as quebras de Raikkonen puseram tudo a perder para o finlandês. Assim como originalmente, Alonso confirmaria seu primeiro título em Interlagos.

2006

Assim como aconteceu originalmente, Schumacher teria que fazer milagre para tirar o título de Alonso, pois o espanhol chegaria em Interlagos precisando apenas em 9º para ser campeão.

2007

Não importa a pontuação. Lewis Hamilton perder esse título será inacreditável!

2008

Assim como aconteceu na versão anterior da pontuação, Hamilton fez o que necessitava para vencer o título por um ponto em cima de Felipe Massa. A forma como tudo aconteceu, todos conhecemos.

2009

Um fato interessante diferenciaria o campeonato deste ano com a nova pontuação. Button chegaria a Interlagos com uma mão e quatro dedos e meio na taça. Literalmente! Com 49,5 pontos de vantagem sobre Vettel e Barrichello, que estariam empatados em pontos, o inglês só precisaria de um 10º nas duas corridas seguintes para ser campeão. Ele fez muito mais do que isso...

Conclusão:

Esse estudo foi apenas especulativo, pois não basta ‘colocar’ ou ‘tirar’ pontos de um piloto para que ele se torne campeão ou não. Como vemos em alguns campeonatos, o comportamento de pilotos e equipes mudariam nos momentos decisivos dos campeonatos e aconteceria algumas mudanças de campeonato. Num novo cenário, Schumacher continuaria com sete títulos mundiais, com Fangio e Prost empatados com cinco títulos e Lauda logo atrás com quatro. Surgiriam alguns novos campeões (Fagioli, Reutemann e Irvine), enquanto outros nunca sentiriam o gosto da vitória de um campeonat (Hunt, Jacques Villeneuve e Farina). Para o Brasil, esse novo sistema causaria a perda de dois títulos, fazendo com que Fittipaldi, Piquet e Senna ficassem com dois títulos cada. Para quem pensava que as vitórias fossem valorizadas, cometeram um enorme engano, pois muitas vezes a regularidade levou vantagem, mas a FIA pode acertar em distribuir mais pontos aos pequenos, provavelmente a objetivo maior da entidade. De uma forma geral, acredito que a nova pontuação será boa para a F1, pois poderemos ter mais pilotos brigando pelo título na reta decisiva do campeonato e equipes pequenas, que poderiam acabar se não marcassem pontos, podendo conquistar seu objetivo.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Atualidade

Com o recesso de fim de ano se aproximando, algumas notícias vão surgindo para dar cara a temporada 2010 da F1. A Lotus anunciou Jarno Trulli e Heikki Kovalainen na segunda, enquanto a Virgin anunciou Lucas di Grassi como companheiro de Timo Glock nesta terça. De todas essas notícias, a única novidade vem a ser a contratação do insosso Kovalainen por parte da Lotus by Malásia, pois os outros anúncios não emocionaram ninguém, nem mesmo a confirmação do nome Virgin, ao invés da Manor. A Renault, para o bem da F1, disse a todos que fica, para sorte das centenas de funcionários de Robert Kubica, que corria o risco de ficar desempregado novamente. Porém, desde a semana passada todos sabiam que isso acabaria por acontecer. Não se fazem mais segredos na F1 como antigamente... Só nos resta saber no que vai dar nessa novela Schumacher-Mercedes. Na minha opinião, Schummy deveria ficar aonde está, mas talvez sua esposa tenha achado a aposentadoria motociclística de Michael perigosa demais e até achou melhor ele ir para os 'seguros' F1, mas Schumacher corre um sério risco de fazer algo como Mansell em 1995. De qualquer forma, ainda acho que passaremos por 2009 sem essa resposta. Enquanto foram dadas agora!

domingo, 13 de dezembro de 2009

Top-10 - Piores da década

Após falar de tanta coisa boa que aconteceu nos últimos dez anos, está na hora de ver também o que aconteceu de pior nesta primeira década do século 21. Hoje, iremos começar pelos pilotos que entraram na história... pela porta dos fundos!

1) Luca Badoer
Se esse top-10 fosse realizado sobre os pilotos da década de 90, Luca Badoer não entraria aqui. Campeão da F3000, dono de atuação regulares na F1 mais por ter andado em carros sofríveis, Badoer passou toda a década como piloto de testes da Ferrari. E foi aí que Badoer vai entrar na nossa relação. Quando Felipe Massa se acidentou em julho deste ano, Badoer foi o escolhido a substituí-lo no segundo carro da Ferrari. O primeiro erro foi fazer com que Badoer, que há dez anos não participava de uma corrida de F1, estreasse numa pista desconhecida e difícil como o circuito de rua de Valencia. Somado ao carro ruim e difícil de guiar, Badoer passou por um papelão histórico. Se na década de 80 era até normal ver pilotos tomando um ou dois segundos do companheiro de equipe, isso praticamente não existiu nos últimos tempos. Porém, Badoer nos lembrou desses tempos aúreos, quando tomou 1,5s do... penúltimo colocado! Que nada mais era que a Toro Rosso do espanhol Jaime Alguersuari, com a incrível experiência de... duas corridas! Se não bastasse ter largado em último, Badoer rodou... na primeira volta! Algo que já tinha acontecido em TODOS os treinos e se repetiria durante a corrida. Após terminar em último, Badoer foi a Spa, pista que ele conhecia, com a expectativa de se refazer da sua vexatória atuação. Foi ainda pior. Largou novamente em último e ainda viu Raikkonen, seu companheiro de equipe, vencer a corrida. Mesmo com toda a lealdade do mundo para com a Ferrari, aquilo tinha sido demais para a equipe italiana, que o substituiu na prova seguinte. Talvez até de forma maldosa, a TV colocou BAD (MAL) quando se referia a Luca Badoer nas transmissões para o mundo todo. Parecia estar adivinhando...

2) Alex Yoong

Se não fosse a rápida, mas 'marcante' passagem de Luca Badoer na F1 nesta década, dificilmente o primeiro lugar desta honrosa relação não ficasse com Yoong. Quando a F1 começou a disputar corridas na Malásia em 1999, empresários malaios resolveram que deveriam ter um piloto do país na F1, até mesmo para alavancar as fracas vendas de ingresso para a corrida local. Mas... onde encontrar um piloto malaio para entrar na F1? Alex Yoong estava a Europa já fazia algum tempo, ruminando em categorias inglesas de base e foi o escolhido para fazer parte da aventura. A Minardi precisava desesperadamente de dinheiro e os malaios obrigaram que aceitassem Yoong como piloto ainda no final de 2001. A FIA ficou tão assustada de onde tinham desenterrado Yoong, que resolve fazer alguns testes com o malaio para lhe dar a super-licensa. Não se sabe lá como, Yoong acabou conseguindo a permissão e estreou no GP da Itália de 2001. E estreou mostrando todo o seu potencial, ao abandonar após uma rodada nas curvas de Lesmo. Após terminar (em último) a última corrida daquela temporada, Yoong foi confirmado (graças ao dinheiro malaio) na Minardi em 2002. Não sei se foi um recorde, mas Yoong largou em último em todas as corridas que largou (com excessão da Austrália/2002, quando ele foi penúltimo, pois Sato não marcou tempo) e cometeu erros crassos, como ter rodado... na entrada dos boxes! A confiança em seu talento era tanto, que a Minardi o afastou de duas corridas, pois achou as pistas de Hungaroring e Spa "difíceis demais para a fase de Yoong"... No final do ano ele acabaria dispensado da Minardi, mesmo com todo o dinheiro dos seus patrocinadores, mas Yoong já tinha marcado seu nome como um dos piores pilotos a já ter feito uma corrida de F1 na história da categoria.

3) Yuji Ide

Outro piloto de passagem rápida, mas marcante. Quando a Super Aguri estreou na F1 em 2006, seus donos cismaram que queriam uma equipe totalmente japonesa. Como já tinham Takuma Sato, o verdadeiro motivo da equipe existir, faltava um companheiro de equipe a altura. O dono Aguri Suzuki tinha um piloto com relativo sucesso na sua equipe na F3000 Japonesa e o contratou. Yuji Ide tinha um currículo de não se jogar fora e por isso foi aceito com certa facilidade na F1, mas o tempo seria cruel com o japonês. O carro da Super Aguri nada mais era que um Arrows de 2002 (quatro anos de atraso!) e era o mais lento do grid, mas Ide conseguia atuações 'inesquecíveis', recheadas de rodadas e últimas posições, bem distantes do seu companheiro de equipe, Sato. Para coroar sua passagem na F1, em Ímola ele provocou o capotamento de Chrstijan Albers na primeira volta da corrida, num acidente infantil e provocado unicamente pelo japonês. Com vários pilotos já reclamando de sua falta de intimidade com a F1, a própria Super Aguri decidiu dispensar o japonês antes que a FIA o fizesse. Foram apenas quatro corridas, mas foram mais do que suficientes para Ide entrar no rol dos piores da década.

4) Gastón Mazzacane

Para quem já teve Fangio, González e Reutemann, os argentinos devem ter passado por um longo processo para terem criado um piloto tão ruim nos últimos tempos como Mazzacane. O argentino tinha passado de forma discreta por todas as categorias de base, mas graças aos seus patrocinadores ele acabava por subir de categoria e, por isso, não foi surpresa vê-lo estrear na F1 pela Minardi no ano 2000, cortesia do patrocínio da Telefônica. Como não poderia deixar de ser, Mazzacane ocupou a última fila em 15 das 17 corridas do ano, ficando em último em 12 oportunidades. O carro era ruim, podem alegar alguns. Pois o pior ainda estava por vir. Graças a PSN (lembram dela?), Mazzacane foi para a equipe Prost em 2001. Como o tetracampeão necessitava de dinheiro e a PSN estava disposta a investir na F1, o argentino foi para lá mostrar seu verdadeiro 'talento'. Humilhado por Jean Alesi, Mazzacane só ficava à frente das Minardis (e mal...) nas Classificações e nas corridas e o resultado foi que, mesmo tendo sido bancado pelo patrocinador, Mazzacane foi dispensado da Prost após apenas quatro corridas para nunca mais voltar a F1. E nenhum patrocinador quis mais colocar Mazzacane na F1...

5) Christijan Albers

O holandês até tinha uma boa passagem nas categorias de base alemãs e um vice-campeonato no DTM, mas o principal triunfo de Albers era ser noivo da filha do dono da Spyker, pequena montadora holandesa. Com seus contatos com os patrocinadores holandeses, Albers comprou um lugar na Minardi em 2005 e conseguiu os seus únicos pontos na carreira na triste e famosa corrida em Indianápolis, onde apenas seis carros largaram. Ao menos ele superou seu companheiro de equipe e ficou em 5º. Por causa disso, Albers acabou se transferindo para a equipe Midland em 2006 e até que não fazia um mal papel, quando seu sogro comprou a estrutura da equipe e a Spyker estreou na F1 ainda em 2006. Foi o começo da lenda de Albers. Seu companheiro de equipe em 2007 seria o veloz novato Adrian Sutil, que rapidamente começou a superar Albers nas Classificações, para desespero do holandês. Suas atuações passaram a ser bizonhas, coroando com a sua famosa cena em Magny-Cours, quando saiu do seu pit com a mangueira de combustível ainda engatada no seu carro. Após abandonar poucos metros depois, o replay mostrou que a culpa era toda de Albers que, mesmo sendo genro do chefe, acabaria dispensado. Um jornal francês não teve muita pena do holandês ao estampar, no dia seguinte ao GP da França, a foto do carro (e a mangueira) de Albers parado e a seguinte legenda: Albers, o plalhaço holandês.

6) Giorgio Pantano

O italiano tinha mostrado enorme potencial na F3 Alemã a ponto de conseguir um teste com a McLaren ainda em 2000, mas uma passagem pouco feliz na F3000, onde ficou por três anos, parece não feito muito bem para Pantano, pois ninguém mais o procurou por causa do seu talento. Mas quando o italiano arrumou algum dinheiro... A Jordan precisava de grana em 2004 e trouxe Pantano por causa dos patrocinadores do italiano, mas o 'talento' do italiano ficou provado quando ele rodou na volta de apresentação do GP da Malásia... em pista seca! A Jordan confiava tanto no potencial de Pantano que, quando o italiano atrasou o pagamento da equipe (não era ao contrário, o italiano pagava mesmo para correr na equipe. E daquele jeito!), ela simplesmente o dispensou antes do final do ano. Pantano deu um passo atrás na carreira e passou a correr na GP2, onde acabou faturando o título em 2008. Porém, a F1 não tinha esquecido de sua passagem na categoria e Pantano entrou na história da GP2 como o único campeão a não ter entrado na F1 no ano seguinte...

7) Kazuki Nakajima

O mundo esperava pela real performance do filho do inesquecível Satoru Nakjima. Um dos pilotos mais desastrados da história da F1, Satoru agora esperava que seu primogênito lhe fizesse justiça e apenas mostrasse velocidade ao invés de acidentes. Logo na estréia, no GP Brasil de 2007, Kazuki mostrou que tinha as duas coisas. Fez a 5º volta mais rápida da corrida, mas provocou um acidente nos boxes, atropelando alguns mecânicos da Williams. Graças ao apoio da Toyota que tinha, Nakajima foi contratado para 2008 e fez um bom papel de segundo piloto, inclusive marcando pontos para o time. Porém, quando a Toyota retirava aos poucos o seu apoio ao Naka-Jr., as coisas para o japonês degringolaram e o resultado foi a vexatória atuação desse ano, com Kazuki não marcando um único ponto no campeonato e sendo superado por Nico Rosberg em 16 das 17 Classificações desse ano. Dispensado da Williams, dificilmente Kazuki conseguirá alguma vaga na F1 em 2010, mas Satoru Nakajima ainda não está satisfeito. Seu filho mais novo já está na F3 Inglesa...

8) Tarso Marques

É até maldade colocar Tarso Marques nessa lista, afinal, só fez parte da temporada 2001 com a Minardi. Mas ser superado, de forma até humilhante, pelo companheiro de equipe novato, o faz entrar aqui. Tudo bem que o novato em questão seja um tal Fernando Alonso, mas era obrigação do brasileiro, que fez as vezes de professor de Alonso, dar uma lição no atrevido espanhol de vez em quando e colocar tempo em Nano!

9) Patrick Friesacher

O austríaco foi mais um piloto que estreou na F1 pela força dos patrocinadores, que o fizeram comprar um lugar na Minardi em 2005. Porém, Friesacher era tão 'talentoso', que foi substituído no meio de 2005 por outro piloto-pagante, tamanho era sua performance, uma verdadeira cadeira cativa na última posição.


10) Antônio Pizzônia

Já mudei seu apelido de "Garoto das Selvas" para "Jan Magnussen das Selvas". Assim como o dinamarquês, Pizzônia entrou na F1 com um currículo de fazer inveja e saiu da mesma com um currículo de fazer vergonha. Após um tempo como piloto de testes da Williams, ele estreou na Jaguar em 2003 e por muitas corridas se escondeu na história de "estar mais pesado que o Mark (Webber)" para não ter de explicar ter levado de 1 a 1.5s no grid. Foram atuações tão ruins, que o amazonense acabou dispensado antes do final da temporada e para depor contra ele, o inexpressivo Justin Wilson, que o substituiu na Jaguar, marcou um ponto logo em sua primeira corrida na equipe, algo que Pizzônia não conseguiu fazer em treze provas! Ele foi sacaneado por Webber? Se fosse realmente bom, ele teria colocado o australiano no bolso e ponto final. Pizzônia ainda faria algumas corridas pela Williams e marcaria alguns pontos, mas a própria equipe não tinha a confiança necessária de colocá-lo como piloto titular, vendo-o como piloto de testes perfeito e nada mais. Pizzônia entra mais nesta lista pelo o que não fez, apesar de toda a propaganda feita em cima do nome dele pela imprensa brasileira.

sábado, 12 de dezembro de 2009

História: 50 anos do Grande Prêmio dos Estados Unidos de 1959


Para a decisão do emocionante Campeonato Mundial de 1959, a F1 faria sua 'estréia' nos Estados Unidos. Aqui, vale uma pequena explicação. Para tentar validar a alcunha de 'Campeonato Mundial', a CIA, braço sportivo da FISA, incluiu no calendário da F1 desde sua primeira temporada em 1950 as 500 Milhas de Indianápolis como o Grande Prêmio dos Estados Unidos, mas nenhuma equipe de F1 se aventurava no famoso oval, com excessão de Alberto Ascari e sua Ferrari em 1952, e nem os pilotos americanos sabiam que tinham marcado pontos em um Campeonato Mundial. A F1 era um típico campeonato europeu, mas ainda nos anos 50 a categoria passou a fazer corridas em outros continentes e se globalizava aos poucos. O russo naturalizado americano Alec Ulmann planejava trazer a F1 literalmente para os Estados Unidos e escolheu o tradicional circuito de Sebring, que recebia a famosa corrida de 12h com Carros Esporte, para ser sede do verdadeiro Grande Prêmio dos Estados Unidos. Inicialmente marcado para o início do ano e ser realizado logo após a corrida de endurance, a prova em Sebring acabou sendo a última da temporada. Para sorte dos americanos.

Pela primeira vez na história da F1, um campeonato seria decidido entre três pilotos na última corrida do ano. Jack Brabham, Tony Brooks e Stirling Moss foram os protagonistas da temporada, com o australiano validando a grande novidade da F1 no momento: o carro com motor traseiro. Com seu pequeno Cooper com motor atrás do seu cockpit, Brabham tinha conseguido duas vitórias, mesmo número de triunfos do inglês Tony Brooks e sua pesada Ferrari de motor dianteiro. Brooks era considerado um dos grandes pilotos ingleses de então, mas Moss mostra sua velha classe que tinha lhe dado quatro vice-campeonatos seguidos nas quatro últimas temporadas e com duas vitórias nas duas últimas provas, entrava na briga pelo campeonato.

Para tornar a decisão do campeonato ainda mais emocionante, ao final da sessão classificatória de sábado os três postulantes ao título completavam a primeira fila, com vantagem para Moss, que usava um Cooper privado de Rob Walker. Porém, no sábado a noite, descobriu-se o tempo de 3:05.2 do americano Harry Schell, que tirava Brooks da primeira fila do grid. A Ferrari protestou junto a organização sobre a validade do tempo do piloto da Cooper, mas nada foi feito. Tempos depois, descobriu-se que Schell, grande conhecedor da pista americana pelos seus anos correndo nas 12h de Sebring, tinha cortado caminho e ganho 6s com relação ao seu verdadeiro tempo. Eram outros tempos...

Grid:
1) Moss (Cooper) - 3:00.0
2) Brabham (Cooper) - 3:03.0
3) Schell (Cooper) - 3:05.2
4) Brooks (Ferrari) - 3:05.9
5) Trintignant (Cooper) - 3:06.0
6) Von Trips (Ferrari) - 3:06.2
7) Allison (Ferrari) - 3:06.9
8) P.Hill (Ferrari) - 3:07.2
9) Ireland (Lotus) - 3:08.2
10) McLaren (Cooper) - 3:08.6

O dia 12 de dezembro de 1959 tinha um sol típico da Flórida numa época dessa do ano e o tempo estava perfeito para uma corrida de F1, apesar do calor relativamente forte. Por causa da regra dos descartes, mesmo com Brabham tendo oito pontos devantagem sobre o terceiro colocado no campeonato Brooks (31x23), quem vencesse a corrida dos três postulantes ao campeonato seria declarado campeão ao final do dia. Mesmo tendo seu companheiro de equipe Schell ao seu lado, Brabham partiu para cima de Moss na primeira curva e assumiu a ponta da largada. Muito pelo contrário, Brooks não larga tão bem e ainda é atingido na traseira pelo seu companheiro de equipe Wolfgang von Trips. Ainda na primeira volta, Moss ultrapassa Brabham e Brooks vai aos boxes verificar possíveis estragos em sua Ferrari. Após dois minutos de minuciosa averiguação, a Ferrari mandou Brooks de volta à pista, em último. Conta a lenda que Brooks, de tão nervoso e cuidadoso que era, se assustara em demasia com o toque e preferiu ter certeza de que nada tinha acontecido com seu carro, quando na verdade não tinha havido nenhum problema. Tendo perdido dois minutos nos boxes, Brooks praticamente perdeu suas chances de título ali e como sairia da Ferrari no final do ano, entraria na obscuridade, apesar de ter sido um grande piloto da época romântica da F1.

Moss aproveitava a sua boa fase no final do campeonato e tentando repetir as duas vitórias na Alemanha e na Itália, começa a abrir uma boa vantagem sobre Brabham, que tinha seu jovem companheiro de equipe Bruce McLaren, que tinha feito uma ótima largada, em terceiro. Provando que nada valia a astúcia na F1, Schell fechou a primeira volta apenas em oitavo, mostrando que o americano realmente não tinha carro para acompanhar os líderes. McLaren tinha recebido a missão de proteger Brabham toda a corrida e o neo-zelandês ficou a maior parte da prova próximo ao primeiro piloto da Cooper, primeiramente se preocupando com as Ferraris de Phil Hill e Chris Allison, que vinham em 4º e 5º. Porém, o grande problema da Cooper era justamente com Moss, que se distanciava volta após volta de Brabham. Após quatro vice-campeonatos consecutivos, parecia que finalmente Moss veria a sorte lhe sorrir, mas o destino faria o inglês entrar para a história como o maior piloto não-campeão da história da F1. Ainda na quinta volta, Moss encostou seu robusto Cooper no acostamento com o câmbio quebrado. Era o fim da corrida e do sonho de título para Moss.

Assim, Brabham assumia a liderança da corrida e tinha uma posição bastante confortável com relação ao campeonato, já que tinha McLaren em segundo funcionando como escudeiro, enquanto Brooks, único piloto que ainda podia lhe ameaçar tirar o título, fazia uma corrida espetacular de recuperação, mas ainda aparecia em 6º. A Ferrari de Cliff Allison passou boa parte da corrida em 3º, mas problemas de embreagem fizeram com o inglês abandonasse, fazendo com que Maurice Trintignant, companheiro de Moss na equipe Rob Walker, ficasse atrás da dupla oficial da Cooper, com Brooks já aparecendo em 4º. A equipe Cooper mantinha Brabham constantemente informado sobre o andamento da corrida e o australiano não se preocupou com Trintignant se aproximando rapidamente de McLaren. Na verdade, a equipe Cooper pediu para que Brabham diminuísse o seu ritmo para permitir a chegada de McLaren e fazer uma chegada cinematográfica, com os dois recebendo a bandeirada juntos. Seria o início de um drama literalmente cinematográfico.

Brabham estava tão preocupado com o ritmo forte de Moss, que mandou a equipe não encher seu tanque de gasolina, pois com um carro mais leve ele poderia acompanhar o inglês. Na última volta, com toda a equipe Cooper esperando sua dupla de pilotos receberem a bandeirada, Brabham diminui a velocidade quando faltavam 300m para a chegada. McLaren, surpreso ao ver a desaceleração Brabham, levantou o pé e diminuiu também. Brabham acenou-lhe freneticamente para que continuasse e na confusão McLaren quase perde a vitória para Trintignant, que tinha feito a volta mais rápida da corrida na tentativa de encostar na dupla da Cooper. McLaren cruzou a linha de chegada 0.6s à frente de Trintignant e se tornou, com 22 anos e 104 dias, por muitos anos o piloto mais jovem a ter vencido um Grande Prêmio, recorde que só foi superado por Fernando Alonso em 2003. Porém, atrás deles um drama se desenrolava. Vendo seu sonho se esvaindo pelos dedos, Brabham não teve dúvidas e começou a empurrar seu Cooper. Se recebesse qualquer tipo de ajuda, o australiano seria desclassificado e por isso Brabham recusou o apoio das pessoas que tentaram ajudá-lo. Quando viu Brooks receber a bandeirada em 3º, isso apenas deu forças ao australiano para continuar empurrando seu carro deibaixo do forte calor que fazia naquele dia e cruzar a linha de chegada em 4º lugar, posição suficiente para lhe dar seu primeiro título na F1. Após receber a bandeirada, Brabham desmaiou de tanto cansaço e emoção. Foi um título histórico não apenas pela forma como Brabham venceu, mas também foi o primeiro triunfo de um carro com motor traseiro, iniciando uma nova era da F1. No final de semana passado, Jack Brabham, aos 83 anos de idade e com problemas de saúde, Campeão Mundial de F1 mais velho ainda vivo, foi homenageado de forma emocionante pelos australianos numa corrida de turismo Supercars V8 em virtude dos 50 anos do seu cativante primeiro título. Uma reverência mais do que merecida para um piloto muitas pouco citado como um dos grandes da F1.

Chegada:
1) McLaren
2) Trintignant
3) Brooks
4) Brabham
5) Ireland

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Pontuação

Quando a F1 mudou seu sistema de pontuação no final de 2002, achava o mais justo a entrada do estilo de pontuação da F3 Inglesa (20-15-12-10-8-6-4-3-2-1), que era usada em vários campeonatos pelo mundo. Porém, ainda assustada com o domínio avassalador de Michael Schumacher, que matou aquele campeonato em julho, a FIA resolveu diminuir a diferença entre as pontuações dos primeiros colocados, continuando a dar dez pontos ao vencedor, mas dando oito ao segundo colocado, além de esticar a zona de pontuação até o oitavo colocado. Tirando a curiosidade inicial, o atual esquema de pontuação sempre foi criticado pela pouca vantagem que se dá ao vencedor das corridas. Hoje, com o aumento do número de carros no grid em 2010, foi anunciado um nova sistema de pontuação, muito parecido com o que torcia há sete anos atrás e tão interessante quanto: (25-20-15-12-10-8-6-4-2-1). Se pegarmos a média de abandonos dos últimos anos, veremos que 80% dos carros que largam recebem a bandeirada final e a maioria fica sem pontos no domingo. Levando-se em conta o aumento de carros para a próxima temporada e a quantidade de dinheiro que uma equipe gasta apenas para levar seus equipamentos para a esquina da sua sede, é uma boa idéia e uma ótima oportunidade de se livrar de um sistema que se inspira na pontuação dos anos 50, totalmente arcaico na entrada da segunda década do século 21. Tomara que essa pontuação dure muitos anos e não entre na roda-viva das mudanças políticas da F1.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Top-10 da década - Corridas

Seguindo a série 'melhores da década', agora vamos relembrar as melhores corridas desta década e mais uma vez não vou fazer uma votação, mas não deixará de serem escolhas subjetivas. Desta vez, escolherei uma corrida de cada ano e mostrar o porquê desta prova ter sido tão especial.

Grande Prêmio da Alemanha de 2000

A espera pela primeira vitória de Rubens Barrichello na F1 já ganhava ares novelescos. Uma musiquinha inventada pela Jovem Pan fazia sucesso com o refrão "Sempre atrás do alemão/É o Rubinho!", que deixou o próprio piloto brasileiro irritado. Não seria na prova do 'alemão' que Barrichello tiraria o dedo e venceria sua primeira prova, ainda com uma Classificação complicada, quando seu carro ficou parado quando saía dos boxes e uma chuva forte se abateu em Hockenheim. Largando em 18º, pouco se podia esperar de Barrichello. Porém, havia a perspectiva de chuva. Rubens fazia uma baita corrida vindo de trás, mas as nuvens carregadas chegavam a Hockenheim, enquanto Hakkinen liderava facilmente a dobradinha da McLaren, para desespero de Schumacher, que havia abandonado na primeira curva. Então um ex-funcionário da Mercedes entra na pista e provoca um safety-car. Ironia que o torcedor não apenas protestou contra a montadora, como atrapalhou os pilotos da Mercedes. Rubens era agora terceiro e próximo da dupla da McLaren quando a chuva caiu forte na reta dos boxes. Contudo, a parte da floresta ainda estava seca. Parar ou não parar? Os pilotos da McLaren o fizeram. Barrichello não. Bravamente o piloto da Ferrari segurava seu carros nas condições traiçoeiras e conseguia sua emocionante 1º vitória. E a Jovem Pan teve que inventar uma nova música...

Grande Prêmio do Brasil de 2001

Pilotos vindo dos Estados Unidos não era exatamente uma novidade na F1 e por isso ninguém ficou muito emocionado com a chegada do rápido Juan Pablo Montoya. Em Interlagos, o colombiano faria que todos prestassem atenção nele. Usando a prodigiosa potência do motor BMW, Montoya pegou o vácuo de Michael Schumacher após uma relargada e fez uma clássica ultrapassagem sobre o alemão no Esse do Senna. Logo na sua terceira corrida, Montoya liderava uma prova de F1, mas um desastrado Jos Verstappen botava tudo a perder quando, como retardatário, jogou Montoya para fora da pista. Schumacher reassumia a liderança, mas a chuva se fez presente e o alemão acabou por rodar duas vezes, entregando a vitória para David Coulthard, que não passava de um mero coadjvante até então.

Grande Prêmio da Alemanha de 2002

Schumacher ganhar uma corrida em 2002 com sua imbatível Ferrari não chegava a ser novidade, mas a luta pelas demais posições nessa corrida entraram para a história. Barrichello, Montoya, Raikkonen e Ralf Schumacher brigaram palmo a palmo pela 2º posição, com destaque para a sensacional briga entre Raikkonen e Montoya, que ficaram cinco curvas lado a lado até que o colombiano tomou conta da situação. Mesmo com a tristeza pelo fim do antigo circuito de Hockenheim, essa prova fez com que todos nos lembrasse da magia da F1 ainda poderia acontecer em autódromos projetados por Hermann Tilke.

Grande Prêmio do Brasil de 2003

Novamente Interlagos. Novamente a chuva. E novamente uma bela corrida. A disputa em Interlagos entrou para a história como uma das corridas mais confusas da história, cheia de acidentes, reviravoltas, dramas e confusões. A curva do Sol, com um verdadeiro rio passando por ela, virou um estacionamento de ferro-velho, com sete carros se acidentando no local, inclusive gente como Montoya e Schumacher. Para delírio do público brasileiro, Barrichello fazia uma ótima corrida e após ultrapassar Coulthard, o brasileiro liderava a sua prova caseira com chances de vencer, mas uma incrível pane seca o deixou na mão. Quando a multidão já deixava o autódromo, Mark Webber bate forte na Curva do Café, deixando pedaço de Jaguar em todos os lugares. Ignorando as bandeiras amarelas, Fernando Alonso, sensação daquele ano, bate numa roda e estampa seu Renault no muro. Bandeira vermelha. Quem venceu? Fisichella, que acabara de ultrapassar Raikkonen, pensava que era ele, mas a cronometragem dá a vitória do finlandês. Apenas dez dias depois, se percebe o erro e Fisichella vence pela 1º vez na carreira, com o trófeo entregue apenas em Ímola.

Grande Prêmio da Itália de 2004

Monza nunca havia visto chuva em sua tradicional prova. Em 2004, talvez com as mudanças climáticas do tal aquecimento global, isso começou a mudar e a prova italiana viu pista molhada após quase 50 anos de corridas em Monza. Porém, isso não impediu da Ferrari mostrar sua superiodidade em cima de equipes ainda tateando na pista que secava e deu a Barrichello sua primeira vitória no ano.

Grande Prêmio do Japão de 2005

Alonso havia acabado de conquistar o título e os pilotos foram a Suzuka totalmente sem pressão. Para completar, a chuva no sábado coloca o grid de cabeça para baixo e os favoritos Schumacher, Alonso e Raikkonen largam de 11º para trás. Foi a senha para a melhor corrida no seco dos últimos tempos. Sem muitas responsabilidades com relação ao campeonato, mas com carros nitidamente superiores aos que vinham a sua frente, Raikkonen e Alonso partiram para cima dos seus adversários de forma sensacional, realizando ultrapassagens de tudo quanto era jeito. Raikkonen abriu a penúltima volta em segundo, logo atrás de Fisichella. O italiano liderou a prova inteira e estava bem despreocupado quando levou uma ultrapassagem antológica do finlandês na última volta. Raikkonen, saindo em 18º, vencia sua 7º corrida do ano, com Alonso, tendo sido punido, chegaria em quarto após outra ultrapassagem emocionante sobre Mark Webber também nas voltas finais.

Grande Prêmio da Hungria de 2006

Corrida em Hungaroring era sinal de corrida ruim. Sempre foi assim, principalmente com pista seca. Porém, no auge do verão húngaro, a chuva se fez presente em Budapeste e nos proporcionou uma das melhores corridas da década, com várias ultrapassagens e uma zebra do tamanho do poderio da Honda naquele momento. Por causa de punições altamente discutíveis, Schumacher e Alonso largariam em posições intermediárias. Sempre lembramos da 1º volta de Senna em Donington/93, mas o que Schummy e Nano fizeram naquele dia deixa o feito de Senna, no mínimo igualado. Debaixo de chuva e muito spray, Alonso saiu de 15º no grid para cruzar a primeira volta em 6º e Schumacher saiu de 11º para 4º. E isso sem abandonos! Raikkonen liderou no início, mas acabou batendo na traseira do retardatário Vitantonio Liuzzi. Alonso assumia a liderança quando o sol já se fazia aparecer, mas uma porca mal colocada após um pit-stop pôs o espanhol no muro. Schumacher tentava se manter com pneus intermediários em pista seca, mas acabou por perder rendimento e acabaria abandonando no final. Para quem sobrou a vitória? Jenson Button também havia largado mal (14º), mas se aproveitou das oportunidades para vencer pela primeira vez na carreira.

Grande Prêmio da Europa de 2007

Mais uma vez a chuva nos proporcionou uma corrida épica. Choveu tanto em Nürburgring neste dia que a bandeira vermelha se fez presente uma vez após o abandono de cinco carros no mesmo local. O estreante Markus Winkelhock, na minúscula Spyker, liderava a corrida naquele momento! Quando a corrida reiniciou e a pista secava, Felipe Massa parecia que venceria com os pés nas costas, mas a chuva acabou por voltar nas voltas finais e todos os pilotos tiveram que trocar seus pneus. Alonso começa a atacar Massa e em duas voltas emocionantes, inclusive com toques entre Ferrari e McLaren, o espanhol tirou a vitória certa do brasileiro. Na ante-sala do pódio, Alonso e Massa discutem feio e por muito pouco não rola tapa. Em 2010, eles serão companheiros de equipe na Ferrari...

Grande Prêmio do Brasil de 2008

Uma decisão de campeonato sendo definida na última curva da última volta já coloca uma corrida na história da F1. De forma bem resumida, isso foi o que aconteceu em Interlagos em 2008. Quem agradeceu foi Lewis Hamilton, que tirou do vencedor Felipe Massa a chance de conquistar um título em casa.

Grande Prêmio da Bélgica de 2009

A história de David vs Golias normalmente não se aplica na científica F1, mas a Force India provou que esses contos de fadas ainda são possíveis. A equipe hindu não havia marcado um ponto sequer quando chegou a Spa, mas numa reviravolta raramente vista, Giancarlo Fisichella deu a pequenina Force India sua primeira pole e se não fosse o Kers da gigante Ferrari de Kimi Raikkonen na corrida, o italiano teria conseguido a surpreendente vitória. E sem chuva, algo normal na Bélgica. Fisichella iria para a Ferrari na corrida seguinte e nunca mais repetiria a performance de Spa.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Um cara estranho

Kimi Raikkonen-piloto é conhecido de todos por sua velocidade e pelo talento natural dele. Kimi Raikkonen-pessoa é um sujeito frio, tímido e sempre parecendo viver num mundinho só dele. Lógico que piloto e pessoa acabam se fundindo e Raikkonen acaba se tornando um piloto frio dentro da pista, mas a eletricidade do piloto Kimi Raikkonen parece ter nunca atingido a pessoa Kimi Raikkonen. O anúncio que o finlandês vai para o Mundial de Rally em 2010 não espanta em nada pelo perfil de Kimi, uma pessoa que faz questão de viver longo do estereótipo dos pilotos atuais. Raikkonen fará falta para a F1 justamente por isso. Já estamos acostumados com pilotos bonzinhos e que só mostram seu lado 'assassino' dentro das pistas, mas mostrando ser verdadeiros cordeirinhos fora delas, mansamente tangidos pelos seu assessores de imprensa. As entrevistas monossilábicas de Raikkonen e seu jeito 'tô nem aí' era um respiro de sinceridade entre os pilotos, por isso que não apenas o piloto, como também a pessoa Kimi Raikkonen terá sua não-presença lamentada.

domingo, 29 de novembro de 2009

Top-10 da década

Há praticamente um mês a F1 encerrava sua sexagésima temporada da sua história e a sexta década de competições. Com 2010 batendo na portas e os primeiros testes para a temporada vindoura começando nessa semana, podemos olhar para trás e ver quem foi os grandes destaques das últimas dez temporadas, marcadas por muitas mudanças de regulamento, confusões fora das pistas e vários pilotos que entraram para a história. Para escolher os dez grandes pilotos nos anos 2000, classifiquei os oito primeiros colocados, como na pontuação atual, dos campeonatos de 2000 a 2009 e fiz a soma. De forma surpreendente, os dez pilotos que apareceram aqui seriam os mesmos que eu faria se a escolha fosse subjetiva, apenas com uma ou outra mudança na classificação. Vamos agora a eles!

1) Michael Schumacher - 64 pontos

O piloto desta década não podia ser outro! Michael Schumacher reescreveu a história da F1 com seus recordes conquistados nas sete temporadas que fez neste início de século 21 e nos dois títulos que ganhou ainda na década de 90. Schummy iniciou a década como o grande piloto da F1, mas ainda faltava o sonhado título pela Ferrari, motivo no qual o alemão foi contratado a peso de ouro em 1996, mas o alemão encontrou adversários duros na Williams, com Graham Hill e Jacques Villeneuve, e na McLaren, na figura de Mika Hakkinen. Porém, a fama de melhor piloto da F1 nunca foi tirada de Schumacher mesmo ele não tendo conquistado título nesses anos e o alemão começou a década vencendo o campeonato do ano 2000, tirando a Ferrari de um jejum de 21 anos. Já nessa primeira temporada Schumacher conquistou alguns recordes, como o de vitórias, mas nos anos seguites esses recordes seriam pulverizados pelo próprio alemão em uma sucessão incrível de títulos, cinco seguidos, terminando com o acachapante triunfo em 2004, com treze vitórias a bordo de sua imbatível Ferrari. Após um ano ruim em 2005, onde a Ferrari se perdeu, Michael voltou a boa forma em 2006, onde disputou o título com Alonso até a etapa final, mas perdeu o que seria sua última batalha na carreira. Já com 37 anos, Schumacher anunciou sua aposentadoria no outono de 2006 e passou a ser consultor da Ferrari, mas sua magia sobre os fãs parece não acabar nunca. O alemão causou um verdadeiro frisson quando anunciou que voltaria a F1 no lugar do acidentado Felipe Massa em 2009 e é candidato a ser piloto da Mercedes em 2010. Nessa década vimos um Schumacher mais completo e calmo, fazendo das vitórias um vício que parecia jamais acabar, mas o alemão esteve não totalmente distante das polêmicas, como foi o caso de Mônaco/2006. Contudo, mesmo tendo conquistado dois títulos em 1994 e 1995, o verdadeiro Michael Schumacher foi visto de forma genuína de 2000 a 2006.

2) Kimi Raikkonen - 44 pontos

Kimi faz parte de uma geração que os ingleses chamam de '2001 class', juntamente com Alonso e Montoya. O talento de Raikkonen chamou atenção cedo, fazendo com que o finlandês chegasse na F1 após apenas uma temporada nos monopostos. Muita gente ficou escandalizada com um piloto tão inexperiente chegando ao ápice do esporte a motor tão rápido, mas Raikkonen dissipou todas as dúvidas sobre ele quando marcou seu primeiro ponto logo na estréia. Após um bom ano na Sauber, Kimi foi contratado pela McLaren para substituir seu compatriota Mika Hakkinen e após um 2002 realtivamente discreto, Raikkonen entrou para o estrelato da F1 em 2003, quando conquistou sua primeira vitória na F1 e perdeu o título para Schumacher por apenas um ponto na última corrida. Mesmo sofrendo com um carro ruim na McLaren, Kimi venceria uma prova em 2004 e brigaria com Alonso pelo campeonato de 2005, que só escapou de suas mãos pelas constantes quebras da McLaren, mesmo com Kimi conquistando os mesmo números de vitórias de Alonso. Cansado da marcação cerrada de Ron Dennis com relação as suas noitadas, Kimi se transferiu para a Ferrari em 2007 com a difícil missão de substituir o recém-aposentado Michael Schumacher. Se não conquistou os corações dos italianos pelo seu jeito frio de ser, Raikkonen venceu a batalha interna contra Felipe Massa e se aproveitou da trágica administração da McLaren com relação aos seus pilotos para conquistar seu único título, até agora, na carreira. Porém, o triunfo parece ter dado um arrefecida no ânimo do finlandês, que foi batido de forma inapelável por Massa na disputa interna na Ferrari e começou 2009 com a quase certeza de que seria substituído por Alonso na temporada seguinte. Um carro ruim não ajudou Kimi, mas o finlandês ainda encontrou forças para conquistar uma vitória em Spa, mesmo sabendo que estava demitido. Após fracassar as negociações de uma possível volta a McLaren, Raikkonen estaria pensando, com apenas 30 anos de idade, em se aposentar da F1 e transferir para o WRC, Campeonato Mundial de Rally. Se isso realmente acontecer, Kimi fará falta...

3) Rubens Barrichello - 40 pontos

Apesar de muitas pessoas terem uma imagem de negativa de Barrichello como piloto, não há dúvidas de que o brasileiro foi um dos destaques da F1 nesta década. Após quase dez anos em equipes médias, Rubens teria sua oportunidade em 2000 quando se transferiu para a Ferrari. O sonho da 1º vitória logo seria conquistado no inesquecível GP da Alemanha de 2000, mas o próximo passo, seu 1º título, seria algo que dificilmente ocorreria. Barrichello tinha no box ao lado uma lenda chamado Michael Schumacher e o alemão, arquiteto do ressurgimento da Ferrari, tinha todas as atenções da equipe. Barrichello nunca se conformou com essa situação e não raro reclamava em público da Ferrari, sendo que os italianos nunca lhe negaram um bom carro, que o fizeram conquistar várias vitórias e dois vice-campeonatos. Porém, Rubinho pôde reclamar com razão de algumas atitudes da Ferrari, como a triste troca de posição na Áustria/2002. Após seis anos de Ferrari, Barrichello se mudou para a Honda com o intuito de levar sua vasta experiência a uma equipe com muita vontade de crescer, mas o brasileiro encontra um piloto mais adaptado na equipe e é derrotado por Jenson Button. Quando a Honda parecia que cresceria, vieram dois anos terríveis e Barrichello, tendo quebrado o recorde de corridas disputadas, parecia um ex-piloto em atividade. Numa das maiores reviravoltas da história da F1, Barrichello conseguiu a segunda vaga da Brawn, equipe que surgiu da antiga Honda, e conquistou mais duas vitórias e o 3º lugar no campeonato deste ano, além se assegurar mais um ano na F1. Rubens Barrichello pode ser considerado um dos grandes pilotos desta década pelo alto nível que pilotou, mas não o suficiente para lhe garantir um título. Suas grandes atuações na carreira, como em Monza nesse ano, foram as excessões a regra de um piloto nota 8, nada mais do que isso, mas capaz de levar seu carro ao fim da corrida e marcar pontos importantes. O maior problema de Rubens, que o levou a ser chicoteado pela própria torcida, é justamente suas desastradas declarações. Se não fosse isso, Rubens seria muito mais respeitado aqui no Brasil.

4) Fernando Alonso - 38 pontos

Alonso vive uma situação bem parecida com a de Michael Schumacher há dez anos atrás. O espanhol tem dois títulos sob o comando de Flavio Briatore e chega a Ferrari para ser a estrela da equipe. Na verdade, todos enxergam em Alonso um sucessor nato de Michael Schumacher, mas assim como o alemão, seu melhor momento só deverá vir mais tarde, quando atingir a maturidade plena e se tornar um piloto verdadeiramente completo. Alonso foi mais uma cria de Briatore e com apenas 19 anos foi colocado na Minardi para ganhar experiência na F1. Completando o período de maturação proposto por Briatore, Alonso passou a ser piloto de testes da Renault em 2002 como preparação para tomar o lugar de Jenson Button no ano seguinte. Com 21 anos de idade, Alonso quebrou todos os recordes de precocidade em 2003, quando conquistou seu primeiro pódio, pole e vitória. Totalmente obscurecido pela Ferrari de Michael Schumacher em 2004, Alonso foi o grande nome de 2005 e usou sua constância para assegurar seu primeiro título na F1, derrotando Raikkonen. Como Schumacher foi um mero coadjuvante em 2005, todos esperavam uma briga direta entre Alonso e o já veterano alemão. Com um bom carro em mãos, Schumacher voltou às vitórias e travou uma batalha inesquecível com Alonso pelo título em 2006, vencida pelo espanhol graças a uma quebra de motor do alemão na penúltima prova do campeonato. Já apalavrado com a McLaren, Alonso chegou na equipe inglesa com status de primeiro piloto pelos dois títulos conquistados, mas Fernando não esperava pelo fenômeno Lewis Hamilton e não demorou para ocorrer os primeiros problemas com o jovem companheiro de equipe, que só cresceriam ao longo do ano. Irritado com o suposto favorecimento ao inglês, Alonso denunciou a McLaren a FIA no escândalo de espionagem e sem clima dentro da equipe, viu com certo sarcamo a equipe perder o título para a Ferrari de Raikkonen. De volta a Renault, Alonso nunca teve um bom carro em mãos e ainda se meteu em outro escândalo, na sua vitória na nova pista de Cingapura. Apesar de tudo, ninguém duvida que Fernando Alonso é o melhor piloto da atualidade. Mesmo com os títulos pela Renault, Alonso nunca escondeu sua vontade em correr na Ferrari e o espanhol poderá realizar seu sonho em 2010, onde poderá confirmar o que esperam dele: um digno sucessor de Schumacher.


5) Juan Pablo Montoya - 25 pontos

Se não fosse sua marra, Juan Pablo... Apesar de figurar entre os grandes desta década, sempre fica a sensação de que faltou algo na carreira de Juan Pablo Montoya na F1. Esse colombiano rápido e agressivo chegou a F1 credenciado com uma carreira recheada de sucesso nos Estados Unidos, mas como outros chegaram a F1 da mesma forma e fracassaram, todos ficaram com um pé atrás. Porém, Montoya mostrou que ele era diferente na sua famosa ultrapassagem sobre Schumacher em Interlagos, sua 3º corrida na F1. Montoya ainda conquistaria sua primeira vitória na F1 na sua temporada de estréia, mas um 2002 recheado de poles e quebras o pôs longe do título, contudo em 2003 o colombiano mostrou um maior equilíbrio e brigou pelo título com Schumacher e Raikkonen, terminando aquela temporada em 3º. Porém, esse seria o início do declínio de Montoya. Em 2004 ele sucumbiu a decadência da Williams e se transferiu para a McLaren no ano seguinte, onde sofreu um estranho acidente (tênis ou motocross?) que o deixou de fora várias corridas e foi derrotado de forma inapelável por Raikkonen. Desmotivado e cada vez mais gordo, Montoya foi demitido antes do final de 2006 e se transferiu para a Nascar, onde vem melhorando ano a ano. Além da constante briga contra a balança, Montoya se mostrou um piloto estourado e de difícil convivência, mas sua agressividade dentro das pistas o marcaram como um dos grandes desta década.

6) Jenson Button - 22 pontos

Por coinscidência, a longa carreira de Button na F1 começou exatamente no ano 2000, onde estrou sob a desconfiança de todos pela falta de títulos nas categorias de base e logo se tornou uma promessa do automobilismo inglês. Jenson venceu Bruno Junqueira num vestibular promovido pela Williams para um cockpit no ano 2000 e mesmo sem um grande carro, Button se destacou e conquistou bons resultados, o elevando a estrela na Grã-Bretanha. Porém, Frank Williams tinha prometido a Montoya um carro em 2001 e emprestou Button a Benetton, onde o inglês passaria a ter sua pior fase na carreira. Com apenas 21 anos de idade, Jenson passou a viver mais das festas do que das corridas e isso acabou influenciando seu desempenho nas pistas, que foi verdadeiramente sofrível. Após um bom ano na Renault em 2002, Button foi mais uma vez substituído por uma promessa, quando Briatore colocou Alonso em seu lugar em 2003. Sem nenhuma equipe grande interessada, Button apostou na BAR. Após derrotar Jacques Villeneuve, Button conquistou ótimos resultados em 2004, inclusive alguns pódios e o 3º lugar no campeonato. Quando a equipe é comprada pela Honda, a expectativa era de que o título era apenas questão de tempo, inclusive com Button conquistando sua 1º vitória no conturbado GP da Hungria de 2006, mas a equipe se perde e o inglês tem duas péssimas temporadas. Com a chegada de Lewis Hamilton, Button é deixado de lado pela torcida inglesa e ninguém mais lembrava da promessa do início da década, mas Jenson dá a volta por cima quando a Honda se transforma em Brawn e o carro construído por Ross se torna o melhor da F1. Button vence seis das sete primeiras corridas de 2009 e conquista seu primeiro título na carreira, mostrando que ele é bem mais do que uma promessa. Com 29 anos de idade, Button se transferiu para a McLaren e agora se tornou, com alguns anos de atraso, em uma estrela da F1.


7) Lewis Hamilton - 22 pontos

Ele pode ter estreado apenas no final da década, mas o que Hamilton fez nas três temporadas o coloca com um dos destaques desta década. Desde muito novo protegido de Ron Dennis, Hamilton foi um verdadeiro virtuose nas categorias de base, conquistando tudo o que tinha pela frente com o melhor equipamento a disposição. Obviamente chegando a F1 pela McLaren, Hamilton estava fadado a ser segundo piloto e aprendiz do bicampeão Fernando Alonso em 2007, mas de forma inesperada, talvez até mesmo para ele, Lewis passou não apenas a andar no mesmo nível do espanhol, como superá-lo em alguns momentos, liderando a maior parte do seu campeonato de estréia. Os dois se tornaram inimigos e dividiram a equipe. Até o momento ninguém lembrava que Hamilton era um novato e o inglês recordou isso a todos nas duas corridas finais de 2007, onde perdeu um título ganho de forma inacreditável. Alçado a favorito ao título em 2008, Hamilton mostrou talento e nevorsismo em vários momentos nesta temporada, mas no fim foi protagonista da mais emocionante conquista de título da história da F1, com Lewis conquistando o campeonato com uma ultrapassagem na última curva e se estabelecendo como o mais jovem Campeão Mundial da história. Mesmo em um ano ruim, Hamilton ainda conquistou vitórias em 2009 e passa a impressão que seu auge ainda não chegou.


8) Ralf Schumacher - 21 pontos

Sempre lembramos de Ralf como o irmão mais novo de Michael Schumacher e sua opção sexual duvidosa, mas não restam dúvidas que Schumaquinho foi um dos pilotos mais regulares desta década. Já estabelecido na Williams no ano 2000, Ralf utilizou o início da parceira da equipe com a BMW para alcançar o posto de primeiro piloto, sendo o preferido dos alemães. A chegada de Montoya a equipe em 2001 trouxe uma rivalidade enorme dentro da equipe, com os dois pilotos nunca se entendendo, mas foi nesse ano que Ralf protagonizou dobradinhas com o irmão Michael, fazendo com que se tornasse mais do que o irmão mais novo de Michael. No entanto, Ralf foi batido por Montoya em 2003 no único ano em que a Williams teve um carro para brigar pelo título e com a parceria Williams-BMW entrando em crise, Ralf acabou preferindo um lugar na Toyota em 2005. A equipe nipônica teve seu melhor ano justamente em 2005, com Ralf conquistando até alguns pódios, mas a Toyota não evoluiu a partir daí e Ralf foi perdendo motivação até anunciar sua aposentadoria no final de 2007. Apesar do maldoso apelido de 'half' Schumacher, quando estava em seus dias Ralf poderia até enfrentar seu irmão de igual para igual.


9) David Coulthard - 20 pontos

David Coulthard foi um dos pilotos mais sortudos da década, pois se manteve um piloto bem-sucedido por vários anos, mesmo quando sempre entrava em listas de dispensa na McLaren, equipe na qual fez parte por vários anos. David iniciou a década como fiel escudeiro de Mika Hakkinen, mas quando o finlandês se desmotivou no final do ano 2000, David tomou as rédeas da equipe e foi o principal adversário de Schumacher em 2001, mas algumas quebras fora de hora, fizeram com que David tivesse que se contentar com o vice-campeonato. Quando Raikkonen substituiu Hakkinen em 2002, Coulthard foi sendo minado pela velocidade do jovem finlandês até ser dispensado da McLaren no final de 2004. Achando abrigo na Red Bull, Coulthard usou sua experiência para ajudar a nova equipe e isso lhe resultou em alguns pódios e uma aposentadoria em 2007 cheia de homenagens dos demais pilotos, pois o escocês era considerado o piloto mais simpático do grid. Talvez por isso ele tenha ficado tanto tempo na F1 em equipes grandes, mesmo sem mostrar a ambição dos grandes campeões.


10) Felipe Massa - 19 pontos

O apelido de 'Nigel' Massa cai como uma luva no brasileiro. Assim como Nigel Mansell em seu tempo, Felipe Massa não é considerado o melhor piloto da atualidade. Nem o segundo, nem o terceiro... Mas o brasileiro compensa isso com muito trabalho e uma velocidade estonteante, capaz de o colocar entre os grandes pilotos da atualidade, mesmo sem ter a finesse e a técnica de outros pilotos contemporanêos. Massa sempre foi ajudado na carreira por Todt e foi através dessa parceria que ele chegou a Sauber em 2002 para substituir Raikkonen, mas sua imaturidade, apesar da grande velocidade, fez com que Massa fosse dispensado no final do ano. Após um ano como piloto de testes da Ferrari, Felipe voltou a Sauber em 2004 e quando Barrichello saiu da Ferrari em 2005, Massa teve a oportunidade de sua vida. Correndo ao lado de Schumacher, o seu grande amigo e professor, Massa foi ganhando experiência e sua curva ascendente culminou na briga pelo título em 2008, onde superou dois erros nas duas primeiras corridas para uma temporada cheia de garra e vitórias, mas o título perdido na última curva foi dolorido. Decepcionado com um carro ruim em 2009, Felipe ainda sofreu seu pior acidente na carreira quando atingido por uma mola nos treinos para o GP da Hungria deste ano, o deixando de fora do resto da temporada. Já recuperado do acidente, Massa agora se preocupa unicamente com 2010, onde tentará conquistar seu primeiro título e ainda derrotar Fernando Alonso, com quem discutiu asperamente em 2007.