sábado, 30 de abril de 2016

Banho de sal grosso

Quando o relógio do Q3 já estava rodando, as imagens mostraram o carro de Lewis Hamilton em cima dos cavaletes e sem o inglês dentro do cockpit. Não demorou a surgir a notícia de que Hamilton, com problemas na sua unidade de potência, estava fora do Q3, praticamente entregando de bandeja a pole para Nico Rosberg, já que em Sochi, a Mercedes colocou 1s em cima da Ferrari, que tinha seus próprios problemas com Vettel já sabendo que teria que largar cinco posições abaixo do que conseguisse por trocar o seu câmbio.

E assim, de forma discreta, Nico Rosberg vai fazendo história. Com a tranquila pole de hoje, o alemão se iguala aos tricampeões e lendas Nelson Piquet e Niki Lauda, com 24 posições de honra na carreira. Rosberg estava ligeiramente mais lento do que Hamilton antes do problema atingir em cheio o inglês, que poderá ter sua décima posição piorada se precisar trocar o motor. O interessante disso tudo é que se lembrarmos da pré-temporada, a Mercedes rodou milhares de quilômetros seguidos sem nenhum problema, deixando a sensação de que tinha um carro inquebrável. Pelo menos nas mãos de Hamilton, o carro tem um problema crônico na unidade de potência e Lewis pode partir para o seu terceiro motor na temporada ainda na quarta corrida do ano. Ainda sofrendo com problemas de confiabilidade, a Ferrari claramente não liberou todo o seu potencial e viu não apenas a Mercedes enfiar 1s goela abaixo, como também viu a Williams se meter na frente de Raikkonen com Valtteri Bottas. Com a punição de Vettel, que largaria em segundo, quem completará a primeira fila será Bottas, tentando ressurgir de uma temporada em que vem ficando atrás de Massa com alguma constância. Falando em brasileiros, Nasr trocou de carro, mas não trocou de posição, mas se há algo de bom no sábado do brasiliense é que meteu meio segundo em Ericsson, que largará em último amanhã.

Mesmo sem inversões no grid, a F1 vai vendo corridas de recuperação na temporada 2016, já que Hamilton largará no mínimo em décimo e deverá vir para cima para tentar diminuir o prejuízo. Porém, ao contrário de Xangai, a pista de Sochi não permite muitas ultrapassagens e provavelmente haverá apenas um pit-stop para cada piloto amanhã. Será uma tarefa ainda mais árdua para Hamilton para sair de sua zica pessoal, enquanto Nico poderá fazer ainda mais história nesse domingo com a sétima vitória consecutiva.

quinta-feira, 28 de abril de 2016

História: 25 anos do Grande Prêmio de San Marino de 1991

Após a emocionante vitória de Ayrton Senna em Interlagos semanas antes, onde o brasileiro finalmente vencia em casa, a F1 voltava ao seu berço e chegando na Europa, várias equipes aproveitaram para apresentar seus novos carros, que finalmente estreariam em 1991. Benetton, Footwork e Brabham estreavam seus carros em Ímola, mas no caso da Footwork-Porsche, o debute foi bem desagradável, pois Michele Alboreto bateu forte na Tamburello, destruindo um dos carros, mas nem ele, nem seu companheiro de equipe Alex Caffi conseguiram tempo, mostrando o fracasso que seria o motor Porsche naquele ano. 

Correndo na frente dos torcedores da Ferrari e no circuito que levava o nome do Comendador e do filho dele, Alain Prost fez de tudo para ficar com a pole e apagar a má exibição da Ferrari em São Paulo, mas o começo da temporada europeia mostrava que 1991 não seria o ano de Prost e da Ferrari, com o francês tendo que se conformar com a segunda fila. O pole? Senna, claro. O brasileiro conseguia outra volta mágica e conquistava a sexta pole consecutiva, deixando Patrese, que sempre andou muito bem em Ímola, em segundo. A surpresa era ver a Minardi com motor Ferrari no top-10 no grid, enquanto o novo carro da Benetton não mostrava a velocidade esperada e a dupla brasileira Piquet/Moreno ficaram com a sétima fila. 

Grid:
1) Senna (McLaren) - 1:21.877
2) Patrese (Williams) - 1:21.957
3) Prost (Ferrari) - 1:22.195
4) Mansell (Williams) - 1:22.366
5) Berger (McLaren) - 1:22.567
6) Modena (Tyrrell) - 1:23.511
7) Alesi (Ferrari) - 1:23.945
8) Morbidelli (Minardi) - 1:24.762
9) Martini (Minardi) - 1:24.807
10) Nakajima (Tyrrell) - 1:25.345

O dia 28 de abril de 1991 amanheceu ensolarado em Ímola, mas faltando poucos minutos para a largada, nuvens negras apareciam no horizonte. A chuva veio muito forte, encharcando a pista e deixando as equipes em pânico, pois pouco se correu com pista molhada naquela final de semana. E o desespero ficou ainda maior quando a chuva se mostrou forte e também rápida, deixando a sensação de que a pista secaria logo. Quando os carros saíram para a volta de apresentação, com todos os carros com pneus de chuva, já fazia até mesmo sol, mas a maior surpresa não foi o sol aparecer tão rapidamente após a tempestade. O pelotão já estava se aproximando da Rivazza quando Prost, que não era fã de pista molhada, rodou bisonhamente. Prost ainda evitou a batida, mas o carro ficou parado bem próximo da torcida italiana, que não sabia se tirava uma foto (com câmeras fotográficas de 24 poses, não de celulares) ou se lamentava por ver sua maior esperança de vitória abandonar ainda antes do sinal verde. Berger saiu da pista no mesmo local, mas o austríaco ainda conseguiu controlar seu carro e largou normalmente. No Brasil, Galvão Bueno zoava Prost na transmissão da Globo. Saindo um pouco de suas características, Senna larga mal e é ultrapassado por Patrese, mas a largada é confusa, com Mansell largando ainda pior e caindo para o meio do pelotão e ainda atrapalhando quem vinha atrás de sua Williams. 

A primeira volta se dá com os pilotos mostrando muita cautela, mas Mansell acaba tocado por Brundle no final do giro inicial e o inglês era mais um abandono. Nigel chegou aos boxes furioso, pois seu engenheiro pediu cautela ao britânico e ao andar devagar demais para não se envolver em acidentes, Mansell bateu mesmo assim. Quem liderava a corrida era seu companheiro de Patrese, seguido por Senna, Modena, Berger e Alesi. Na freada da Tosa, Piquet sai da pista e abandona, se tornando outra estrela a abandonar. Em uma volta, as principais estrelas dos anos 80 estavam fora da corrida, enquanto a quarta estrela da companhia, Senna, fazia uma corrida de espera, correndo em segundo e já tendo Berger, seu fiel escudeiro, em terceiro após o austríaco ultrapassar Stefano Modena. Na terceira volta, Alesi tenta ultrapassar Modena na Tosa e acaba tendo um destino parecido com o de Piquet e abandona no local. Após apenas três voltas, os torcedores fervorosos da Ferrari já enrolavam as suas bandeiras vermelhas e já se encaminhavam para casa. Com a pista molhada, por incrível que pareça, o piloto mais rápido em Ímola era Patrese, com Senna mais de 4s atrás, mas quando a pista começou a secar com o sol que brilhava sobre o Autodromo Enzo e Dino Ferrari, Senna começou a tirar a diferença. Na nona volta, Senna já preparava o bote em cima do italiano, quando Patrese foi aos boxes. Muitos pensavam que o italiano da Williams apenas colocaria pneus slicks, mas na verdade o motor Renault já estava falhando e quando Patrese entrou no pit-lane, o Williams suqueava como um velho Fusca com problema na embreagem. Mais um abandono e a McLaren, com menos de dez voltas, tinha o caminho livre para a vitória.

Algumas voltas depois os pilotos começaram a colocar os pneus slicks e após todos terem trocados seus pneus, Senna liderava à frente de Berger por 3s, com o austríaco sendo seguido por Modena e Roberto Moreno, que estava fazendo uma corrida sensacional com seu Benetton, além de uma estratégia certeira na hora de trocar os pneus. E na volta 17, esses quatro pilotos eram os únicos na mesma volta. O quinto colocado Ivan Capelli já estava uma volta atrás, tamanho era o massacre da McLaren sobre os demais. Porém, o italiano da Leyton House tem um pneu furado na chicane Acqua Minerale e fica numa posição perigosa na pista. Hoje em dia era Safety-car na certa, mas como essa ideia era americana demais e paralisar a corrida com bandeira vermelha estava fora de questão, apenas bandeiras amarelas foram mostradas, enquanto a prova continuava e Senna já encostava em Modena para dar uma volta no terceiro colocado, completando a ultrapassagem na volta 33. Com pouco mais da metade da prova, apenas os dois carros de Ron Dennis estavam na mesma volta. Se existissem Redes Sociais em 1991, será que falariam que a F1 estava chata demais por causa de um domínio tão grande? E esse domínio aumentaria ainda mais quando Stefano Modena tem uma quebra na transmissão e abandona a corrida. O italiano da Tyrrell fica alguns minutos dentro do seu carro, inconformado por ter perdido um pódio numa corrida em que, fora a McLaren, todas as equipes grandes estavam de fora.

Com tantos abandonos, as posições pontuáveis tinham carros um pouco fora do comum. Moreno se preparava para conseguir o seu segundo pódio na F1, quando começa a ter problemas de câmbio, fazendo com que J.J. Lehto, da Dallara, assumisse o terceiro lugar. Moreno abandonaria apenas nas voltas finais. Lehto, que largara em 16º, fazia uma corrida consistente e apenas se desviando das várias armadilhas espalhadas naquele dia de abril em Ímola. Pierluigi Martini, funcionário padrão da Minardi, colocava a pequena equipe em quarto, pelo menos tendo um motor Ferrari ainda em ação. Em quinto vinha Eric van de Poele, belga que estreava na F1 naquele dia com a equipe Lamborghini, mas soube se livrar dos problemas e estava prestes a conquistar dois pontos logo na sua estreia, quando o seu carro tem problemas na bomba de combustível na penúltima volta, fazendo o pobre Eric abandonar. Os dois pilotos da Lotus, que largaram da última fila do grid, brigavam pelo último ponto daquele dia, mas o abandono de Van de Poele fez com que Hakkinen terminasse em quinto, seguido pelo o seu companheiro de equipe Julian Bailey. Era um dia especial para a Finlândia, com dois pilotos nos pontos. Era o primeiro (e único) pódio de Lehto e os primeiros de muitos pontos de Mika Hakkinen na F1. Este também seria o único ponto da carreira de Bailey. Lá na frente, Senna administrava a corrida a ponto de dar um susto na torcida brasileira ao deixar Berger se aproximar demais nas últimas voltas. Galvão comparava a corrida em Ímola com a de Interlagos semanas mais cedo em termos de dramaticidade. O que ninguém sabia era que Senna tinha um problema no motor desde a largada, fazendo-o andar num ritmo mais lento do que o usual. Naquele 28 de abril de 1991, Senna teve muita sorte, pois Berger tinha o mesmo problema e com vários dos seus rivais abandonando nas primeiras voltas, Ayrton pôde controlar a corrida inteira para vencer pela terceira vez em 1991, mantendo o 100% na temporada e se lançando como o maior favorito ao título.

Chegada:
1) Senna
2) Berger
3) Lehto
4) Martini
5) Hakkinen
6) Bailey

quarta-feira, 27 de abril de 2016

História: 30 anos do Grande Prêmio de San Marino de 1986

Quinze dias após a histórica chegada do Grande Prêmio da Espanha, a F1 ainda recuperava o fôlego para a próxima etapa do calendário em Ímola, casa da Ferrari, que ainda não tinha mostrado a que veio na temporada de 1986, enquanto a Lola-Haas (nada a ver com a atual Haas) teria pela primeira vez o motor turbo da Ford e como Alan Jones era o primeiro piloto da equipe, o australiano ficou com a primazia da novidade. O Autodromo Enzo e Dino Ferrari recebeu algumas modificações na pista por motivo de segurança, particularmente na Variante Alta e na Rivazza.

Os treinos mostraram o porquê dos italianos estarem chamando, trinta anos atrás, a F1 de F-Brasil, com mais uma dobradinha brasileira, com Senna tirando tudo do motor de classificação da Renault, deixando para trás os dois carros da Williams, mais equilibrados e com o motor Honda mais adaptado com o restrito consumo de combustível. Seguindo a rota de como estava o campeonato naquele tempo, Prost era quarto e para alegria dos tifosi, Michele Alboreto era o quinto colocado, superando Keke Rosberg na segunda McLaren. Mesmo com o motor novo, Jones tomou mais de 2s do companheiro de equipe Tambay, que ainda usava o motor Hart. 

Grid:
1) Senna (Lotus) - 1:25.050
2) Piquet (Williams) - 1:25.569
3) Mansell (Williams) - 1:26.159
4) Prost (McLaren) - 1:26.176
5) Alboreto (Ferrari) - 1:26.283
6) Rosberg (McLaren) - 1:26.385
7) Johansson (Ferrari) - 1:27.009
8) Arnoux (Ligier) - 1:27.403
9) Berger (Benetton) - 1:27.444
10) Fabi (Benetton) - 1:27.538

O dia 27 de abril de 1986 estava nublado e frio em Ímola, mas não havia previsão de chuva para a corrida. Contudo, a pista italiana tinha como característica principal o consumo de combustível e já havia se tornado uma cena corriqueira ver carros praticamente sem combustível nas voltas finais. O Grande Prêmio de San Marino era chamado de 'Corrida da Economia' e os pilotos sabiam que antes de acelerar, primeiro tinha que se pensar em poupar combustível para ver a bandeirada. Na largada, Senna mantém a escrita e larga muito bem, assumindo a ponta da corrida. Por enquanto. A dupla brasileira saiu da Tamburello na liderança, mas com Piquet colado em Senna e antes mesmo da Tosa, já liderava a corrida, seguido por Senna e pela dupla da McLaren, já que Mansell havia largado muito mal e caía para quinto.

Com o carro mais equilibrado e, principalmente, com o motor mais eficiente da F1, Nelson Piquet tratou de abrir vantagem sobre Senna, que ao contrário do compatriota, tinha um motor notoriamente guloso. O brasileiro da Lotus sabia que tinha que poupar muito combustível para ir até o fim da prova e por isso Senna não resistiu aos ataques de Prost e Rosberg, caindo para quarto na terceira volta. Pior sorte teve Mansell. Com problemas no motor desde a largada, o inglês abandonou ainda na quinta volta após várias passagens nos boxes até o motor explodir. Se havia uma dupla de pilotos que eram bem diferentes no quesito estilo de pilotagem, era os pilotos da McLaren. O cerebral Prost e o agressivo Rosberg trocaram de posição logo após deixarem Senna para trás, com o finlandês não dando muita bola para o quesito consumo de combustível. E os pilotos da McLaren ficaram ainda mais despreocupados quando Senna abandonou ainda na 12º volta com problemas no rolamento de seu Lotus. Uma peça barata acabava com a corrida de um carro que custava milhões de dólares, enquanto Ducarouge se desesperava nos boxes da Lotus.

O pior era que os problemas dos brasileiros só começavam. Fazendo uma corrida ao seu estilo, cerebral, fria e calculada, Nelson Piquet liderava com facilidade, sem precisar poupar muito combustível, mas na volta 15 o brasileiro da Williams tem que abrandar o ritmo não para economizar, mas por problemas na embreagem do seu carro. Isso permitiu a aproximação da McLaren de Rosberg, que trazia Prost logo atrás. Porém, os carros branco e vermelho não podiam exagerar na perseguição à Piquet. Afinal, tinham que economizar... Foi então que a corrida foi decidida nos boxes. Isso mesmo que vocês leram. No mítico ano de 1986, os pilotos andavam devagar e as corridas também se decidiam nos boxes, como acontece nos dias de hoje. Piquet é o primeiro a parar e com problemas de embreagem, sai bem devagar, perdendo tempo. Os dois carros da McLaren pararam voltas mais tarde, mas o trabalho no pit-stop de Prost foi melhor e o francês emergiu na frente de Rosberg, com o problemático Nelson Piquet caindo para terceiro, tendo Michele Alboreto, empurrado pelos torcedores da Ferrari, indo para cima tentar um lugar no pódio. Porém, Piquet controlou bem a distância, mesmo com problemas e manteve Alboreto em quarto até o italiano quebrar o turbo nas voltas finais da corrida. Quando a prova realmente iria se decidir. Afinal, quem tinha economizado mais?

A corrida foi praticamente sem emoções, com os pilotos andando num rimo lento. A briga mais interessante se deu entre Berger e Johansson pela sexta posição, com os dois pilotos emergentes trocando de posição várias vezes. Porém, à medida em que as voltas escoavam, o sinal amarelo das equipes soava, com a probabilidade de algum abandono por pane seca. E o primeiro que encostou foi Keke Rosberg, com pane seca faltando duas voltas. O finlandês acelerou demais quando não era preciso, porém, isso fazia bem o estilo de Keke. Quem assumiria a terceira posição seria Riccardo Patrese, um verdadeiro especialista do circuito de Ímola e fazendo milagre com o mal-nascido Brabham BT-55, mas o comilão motor BMW deixou Patrese na mão. Outra pane seca. Surer e Ghinzani, que corriam mais atrás, seriam outras vítimas, mas ninguém deu muito bola. Quem seria, do pelotão da frente, que ficaria sem combustível. Prost abriu a última volta já pensando em comemorar uma vitória que lhe foi tirada uma ano antes, ali mesmo em Ímola, ao ter o carro desclassificado por estar 2 kg abaixo do regulamento. Porém, bem na descida da Rivazza, o motor Porsche apagou. Falta de combustível. Prost balançava o carro desesperadamente, enquanto que nos boxes, Ron Dennis puxava os últimos fios de cabelo que lhe restava. Prost batalhou, o motor funcionou, parou, mas Alain recebeu a bandeirada e logo em seguida parou seu carro definitivamente. Prost estava vingado de sua desclassificação de 1985. Piquet cruzava 7s depois em segundo, lamentando o problema na embreagem do seu carro. Com tantos abandonos, Berger, que havia superado Johansson numa briga que era inicialmente pela sexta posição, subia para terceiro e também subia ao pódio pela primeira vez. Numa corrida sem graça, onde os pilotos mais pouparam do que correram, dois dos pilotos mais cerebrais da história saíram com vantagem.

Chegada:
1) Prost
2) Piquet
3) Berger
4) Johansson
5) Rosberg
6) Patrese

domingo, 24 de abril de 2016

Quase perfeito

As três primeiras corridas da Indy não foram das mais emocionantes e havia uma certa preocupação com a prova de hoje, em Barber, por se tratar de um circuito notoriamente difícil de se ultrapassar, principal problema da Indy em 2016, principalmente na corrida da semana passada em Long Beach, tradicional corrida de rua sem praticamente nenhuma ultrapassagem. Contudo, a corrida de hoje em Barber, no Alabama superou as expectativas e no final premiou Simon Pagenaud, líder inconteste do campeonato. 

As emoções começaram antes mesma da bandeira verde, quando Jack Hawksworth foi tocado bem na hora da largada por Carlos Muñoz, fazendo o inglês da Foyt rodar. Hawksworth teria um papel bem importante no final da corrida. O pole e líder do campeonato Pagenaud largou muito bem e para melhorar as coisas para o francês da Penske, o vice-líder Scott Dixon foi tocado por Sebastien Bourdais numa manobra hiper-otimista do francês e caiu para último. E quem saiu dessa posição é Juan Pablo Montoya, que logo na primeira volta pulou de 21º para 12º, iniciando uma bela corrida de recuperação numa pista em que o colombiano não teve vergonha de dizer que não gosta. Tirando a ultrapassagem de Josef Newgarden em Will Power na primeira volta, praticamente não houve nada de relevante na primeira parte da corrida e quando ocorreu a primeira rodada de paradas, a Penske tratou de devolver Power à segunda posição, enquanto Pagenaud liderava tranquilo.

Foi então que os retardatários começaram a mudar os rumos da corrida. Pagenaud encostou no último colocado Conor Daly, só que ao contrário da F1, a Indy não obriga os retardatários abrirem para os líderes, resultando numa cena frustrante para Pagenaud, que viu sua boa vantagem destruída por Daly, fazendo com que Power, Newgarden e Rahal chegassem nele. Por sinal, Graham Rahal fazia uma bela corrida, sendo, disparado, o melhor piloto da Honda e sem usar muitos Push-to-Pass. Quando veio a segunda rodada de paradas, uma parada lenta de Power e Newgarden fez com que Rahal assumisse a segunda posição e partisse para cima de Pagenaud, iniciando o melhor momento da corrida, com ambos brigando fortemente nas voltas finais. Pagenaud lembrou bastante seu compatriota Patrick Tambay na F1 dos anos 1980, com o francês tendo sérios problemas na negociação com os retardatários. Pagenaud permitiu a aproximação de Rahal e como o americano não é dos mais pacientes e tinha mais Push-to-Pass na manga, efetuou uma agressiva ultrapassagem, assumindo a ponta da corrida faltando oito voltas para o fim. No entanto, Rahal não pôde abrir quando deu de cara com o retardatário Hawksworth, que não lhe deu espaço e permitiu um ataque de Pagenaud. Rahal tentou fechar, mas acabou atrapalhado por Hawksworth e bateu no inglês da Foyt, destruindo a asa dianteira do seu carro. O americano ainda tentou se defender, mas com a asa avariada, Pagenaud pôde retormar a liderança para vencer a corrida. Bem mais lento, Rahal foi alcançado pelos retardatários e por Power e Newgarden. Power acabou surpreendido por Newgarden e perdeu o pódio na penúltima volta, enquanto Rahal segurava o segundo lugar.

Simon Pagenaud chegou a sair da pista na disputa com Rahal e terminou a prova com o carro avariado, mas inicia 2016 com uma performance impressionante. Em quatro corridas, dois segundos lugares e duas vitórias, numa temporada quase perfeita. Dixon ainda salvou um décimo lugar, enquanto Montoya garantiu um excelente quinto lugar. Os brasileiros tiveram uma corrida apagada, com Castroneves sendo claramente o quarto carro da Penske, enquanto Kanaan parece estar definitivamente em declínio e com 41 anos de idade, o baiano pode estar fazendo suas últimas corridas na Indy.

Se até o momento o campeonato da Indy não estava bom, Barber, uma pista improvável para boas corridas, nos trouxe um final eletrizante e mostrou que Simon Pagenaud, após um ano de adaptação à Penske, poderá liderar o time para o título no 50º ano da Penske como equipe. Até agora, Pagenaud foi quase perfeito. 

Melhor do que nos velhos tempos

Quando estava no auge da carreira, dez anos atrás, Valentino Rossi nem se dava o trabalho de largar bem, mesmo saindo da pole. Sua confiança era tamanha, que ele sabia que em algum momento da corrida ele iria ultrapassar Biaggi, Gibernau ou quem estivesse na sua frente para vencer a prova. Em 2016, Valentino Rossi ainda está no topo da MotoGP, mas sabe que há pilotos do quilate de Lorenzo e Márquez e que com eles, não pode se dar brecha. Após um longo jejum, Rossi largou na pole e ao contrário dos bons e velhos tempos, Vale largou muito bem e numa corrida impecável, venceu de ponta a ponta como há muito não se via, deixando Lorenzo e Márquez para trás com ampla vantagem.

A corrida de hoje em Jerez foi bastante monótona. As primeiras duas voltas, com os pilotos de Yamaha e Honda na frente trouxe até a sensação de que seria uma prova emocionante até o fim. A forma como Rossi, Lorenzo, Márquez e Pedrosa atacaram a Ducados no final da segunda volta indicava isso. Porém, até a volta 25 a ordem foi exatamente essa e tirando um ataque de Lorenzo em Rossi, quando espanhol ficou apenas uma curva na frente para levar o 'xis' metros depois, a corrida foi estática e sem brigas nas primeiras posições. Rossi andou forte o tempo inteiro, não deixando a diferença para Lorenzo baixar dos 2s quando o espanhol da Yamaha tentou reagir no meio da corrida, mas quando Rossi mostrou suas credenciais e colocou dois décimos de Lorenzo na volta seguinte, a corrida estava liquidada, mostrando que Valentino Rossi ainda tem fôlego para tentar outro título, mesmo estando ainda numa situação delicada no campeonato, pela queda em Austin. 

Lorenzo saiu da sua moto com caras de poucos amigos e na entrevista pós-corrida, disse que um problema de pneu o impediu de vencer a corrida. Pode até ser, mas Rossi lutaria duro com Lorenzo pela vitória, mas com a confirmação da ida de Lorenzo para a Ducati em 2017, começarão as desculpas de Lorenzo para as eventuais derrotas para Rossi. Márquez ainda acompanhou Lorenzo por algumas voltas, mas ao contrário de Austin, onde dominou como quis, Márquez não teve como atacar as Yamahas e logo se conformou com a terceira posição e a liderança destacada no campeonato, que tende a ser bem acirrado entre os três pilotos, com a diferença vindo da melhor adaptação de Yamaha e Honda pista à pista. Pedrosa chegou num opaco quarto lugar após uma largada espetacular, mas dez anos após sua auspiciosa estreia na MotoGP em Jerez, pouco se espera do espanhol e se ele renovar com a Repsol Honda para 2017, seu empresário terá que ter um busto a ser levantado na frente da casa de Pedrosa. As Suzukis chegaram logo atrás de Pedrosa, com Maverick Viñales, possível substituto de Lorenzo na Yamaha, ficando atrás do companheiro de equipe Aleix Espargaró. Na disputa entre os Andreas para ver quem será o companheiro de equipe de Lorenzo ano que vem, Doviziozo está levando vantagem, mesmo o italiano abandonando pela terceira corrida consecutiva, mas pela terceira vez, sem ser sua culpa. Iannone largou mal, chegando a andar em 11º e foi se recuperando até terminar em sétimo. Pouco, lembrando que Doviziozo estava uma posição à frente quando abandonou.

Se o festival de quedas na Moto2 influenciou alguma coisa para a maior cautela dos pilotos na MotoGP, ninguém sabe. O misterioso problema de Doviziozo, talvez no problemático pneu traseiro da Michelin, pode ter feito as equipes pedirem calma aos seus pilotos. O certo é que a corrida de hoje foi uma das piores dos últimos tempos da MotoGP em termos de emoção, mas valeu para ver uma exibição sublime de Valentino Rossi, melhor até que nos velhos tempos.

sábado, 23 de abril de 2016

Piero

Na F1, assim como no esporte e na vida, é muito difícil conseguir lealdade das pessoas, principalmente em uma organização pequena e sem horizonte para crescimento. Porém, Pierluigi Martini fez isso com a simpática Minardi. Em seus praticamente dez anos de F1, Martini correu boa parte dela pela Minardi, lutando na parte inferior do grid e, eventualmente, conseguindo resultados bem acima do esperado na equipe em que participou desde antes de entrar na F1. Completando 55 anos no dia de hoje, vamos conhecer um pouco mais de Pierluigi Martini, mais conhecido no meio da F1 como Piero.

Pierluigi Martini nasceu no dia 23 de abril de 1961 na pequena cidade de Lugo di Romagna, próximo à Ravenna, na Itália. Desde cedo o pequeno (literalmente!) Pierluigi sempre esteve ligado às corridas. Seu primo mais velho, Giancarlo Martini, correu na Europa nos anos de 1970, incluindo uma participação numa corrida fora do campeonato de F1, na tradicional Corrida dos Campeões dos Campeões de 1976, em Brands Hatch, onde Giancarlo participou com uma Ferrari particular pela equipe Everest, cujo dono era xará do italiano e seria muito ligado ao seu primo mais novo no futuro: Giancarlo Minardi. O irmão mais novo de Pierluigi, Oliver Martini, também se tornou piloto, vencendo a F3 Italiana em 1997, mas não conseguiu o mesmo sucesso do irmão mais velho. Vivendo no meio das corridas, não foi surpresa ver Pierluigi estrear nas corridas quando completou 18 anos, na F-Abarth e no ano seguinte, se tornou campeão da categoria que servia principalmente para revelar jovens pilotos italianos. Em 1982 Martini se mudou para a forte F3 Italiana, vencendo três corridas, nas tradicionais pistas de Monza, Ímola e Misano, mas ficando apenas em quarto lugar no campeonato vencido por Enzo Coloni, que se tornaria dono de equipe na F1. Confiante com o seu bom resultado logo na estreia na F3, Martini permanece mais um ano na categoria, mas em 1984 participaria do Campeonato Europeu. Correndo pela equipe Pavesi, Martini começou o ano devagar, mas com quatro vitórias nas últimas cinco corridas, o italiano derrotou o dinamarquês John Nielsen e se sagrou campeão da temporada.

O talento de Martini já havia chamado a atenção de alguns chefes de equipe e ainda em 1983, Pierluigi é chamado por Minardi para participar de uma corrida na F2 e o italiano usa o seu conhecimento da pista de Misano para terminar num bom segundo lugar. Este era o primeiro contato mais forte entre Martini e Minardi, o que não demoraria muito para se transformar num longo casamento. A Lancia tentava se destacar no Mundial de Marcas utilizando vários pilotos italianos e em 1984 Martini foi contratado para participar de algumas corridas, incluindo as 24 Horas de Le Mans, mas o italiano acabaria abandonando a tradicional prova. Durante a dura e controversa negociação entre Ayrton Senna, Toleman e Lotus em meados de 1984, o piloto brasileiro acabaria suspenso da equipe inglesa e como Martini sempre andou bem na pista de Monza, foi chamado para correr o Grande Prêmio da Itália, mas sem muita experiência no carro e na F1, Pierluigi acabou não se classificando para a corrida, mas este seria o primeiro contato de Pierluigi Martini com a F1. Minardi já construía seu próprio chassi desde os tempos da F2 com o claro objetivo de entrar na F1 em algum momento e Giancarlo Minardi acho que este momento havia chegado quando a F2 acabou no final de 1984, dando lugar à F3000. Mesmo sem grandes resultados na F2, Minardi fez sua estreia na F1 em 1985 e teria como único piloto o jovem Pierluigi Martini, que tinha o status de campeão europeu de F3, mas com pouca experiência na F1, o mesmo acontecendo com a Minardi. A primeira corrida da Minardi ainda foi com o motor Ford-Cosworth aspirado, mas logo ganharia motores turbo da Motori Moderni, mas isso não fez tanta diferença para a equipe e Martini, que sempre largou nas últimas posições e só foi ver a bandeirada na última corrida do ano, no conturbado Grande Prêmio da Austrália. Martini tinha um ótimo relacionamento com Minardi, mas achou que tinha dado um passo maior do que a perna e resolve recuar para a F3000 em 1986.

Retornando à equipe que tinha sido campeão europeu em 1984, a Pavesi, Minardi teve um ótimo ano na F3000, vencendo duas vezes em pistas em que conhecia muito bem (Ímola e Misano), garantindo um bom terceiro lugar no campeonato. Permanecendo na equipe em 1987, Martini era um dos favoritos ao título, mas o italiano teve um ano abaixo do esperado, conseguindo apenas um segundo lugar em Enna-Pergusa como melhor resultado e um pálido décimo primeiro lugar no campeonato. Para 1988, Martini permaneceu mais um ano na F3000, agora pela equipe First, além de trocar o chassi Ralt pelo March. Contudo, Pierluigi não teve um ano vitorioso, ganhando em Enna-Pergusa, um ano depois de perder a corrida, mas na metade do ano, Martini seria convidado pela Minardi para retornar à F1 no lugar de Adrian Campos. E logo em sua reestreia, no difícil circuito de rua de Detroit, Martini mostrou que os quase três anos fora da F1 não lhe fizeram mal, conquistando o primeiro ponto da história da Minardi na F1 e também o do próprio italiano. Nos próximos anos, a história de Martini e Minardi se misturariam, como se fossem uma só. Martini quase marca outro ponto na última corrida do ano em Adelaide, mas seu bom resultado e o bom relacionamento com a equipe faz com que o italiano ficasse no time para 1989, quando a Minardi passaria a utilizar pneus da Pirelli. Os italianos retornavam à F1 após um hiato de três anos dispostos a mostrar que tinham potencial para rivalizar com a Goodyear e equipando equipes médias e pequenas, causou várias surpresas em 1989. Era Dallara na primeira fila, Brabham entre os dez primeiros e... Pierluigi Martini conseguindo um excelente quinto lugar no grid do Grande Prêmio de Portugal, no Estoril, pista onde a Minardi treinava bastante e Martini se adaptou muito bem. Meses antes os pneus Pirelli já tinha dado à Martini um ótimo quinto lugar no Grande Prêmio da Inglaterra, o melhor resultado da Minardi até então. Durante a corrida portuguesa, Martini não teve como enfrentar McLarens e Ferraris, mas adiando ao máximo sua parada, Martini estava na liderança na volta 40, sendo esta a única volta liderada pela Minardi. Quem estava ao volante? Claro, Pierluigi Martini. O italiano repetiria o bom resultado da Inglaterra ao chegar novamente em quinto em Portugal e somado ao ponto conquistado no caótico Grande Prêmio da Austrália, Martini conseguia cinco pontos para a Minardi, um verdadeiro feito para uma equipe que já era conhecida pela simpatia e pela pequenez. Mas ainda não havia acabado as surpresas causadas por Martini e os pneus Pirelli.

O clima para a abertura da temporada de 1990 estava muito pesado pelos acontecidos no final de 1989, mas a F1 deu um breve sorriso quando Pierluigi Martini surpreendeu a todos ao colocar a Minardi numa impressionante primeira fila, apenas 0.047s mais lento que o pole Gerhard Berger. Porém, uma má largada de Martini estragou a ótima posição de pista que tinha e aquela seria praticamente a única alegria do italiano no ano. Nos treinos para o Grande Prêmio de San Marino, Martini bate forte nos treinos, machucando o tornozelo e ficando de fora da prova onde sempre andava muito bem. A Goodyear melhorou seus pneus, estancando as surpresas da Pirelli e suas equipes pequenas. Martini acabou 1990 zerado, mas a expectativa para 1991 era muito boa, pois a Minardi conseguia o enorme reforço que era o motor Ferrari. As posições de grid melhoraram e em Ímola, Martini se aproveita dos vários abandonos numa corrida que começou com chuva e conquista um quarto lugar, seu melhor resultado na carreira. Em Estoril, pista dos sonhos de Martini e da Minardi, o italiano fez a melhor corrida de sua carreira e quase conquistou um pódio. Largando em oitavo, Martini ultrapassou Maurício Gugelmin e era o melhor do resto da F1 de 1991. Nas seis primeiras posições, estavam os carros de McLaren, Ferrari e Williams, as melhores equipes de 25 anos atrás. Martini não tinha como lutar com eles, mas se tivesse paciência, poderia conseguir um bom resultado, que começou a se materializar com a bizarra desclassificação de Mansell, por problema nos pits, e as quebras de motor de Berger e Prost. A Ferrari tinha receio de que o mesmo acontecesse com Alesi e pediu ao francês, terceiro colocado, abrandasse o ritmo, permitindo a aproximação de Martini, que tinha em seu encalço Ivan Capelli. Os três andaram juntos por um bom tempo, mas com Capelli abandonando no final e Alesi conseguindo um pequeno respiro, Martini conseguia um excelente quarto lugar.

Para 1992, a Minardi teria motores Lamborghini, que desde 1989 tentava acertar na F1 sem sucesso. Prevendo um ano difícil na Minardi, Martini resolveu por uma pequena separação com a Minardi, se transferindo para a Scuderia Italia, a antiga Dallara, mas com motores Ferrari. O ano parecia promissor como havia sido em 1991, mas a falta de desenvolvimento da Dallara fez com que a equipe, que até começou com Martini marcando dois sextos lugares de forma consecutiva em Ímola e em Barcelona, perdesse rendimento ao longo do ano e no final de 1992, a Dallara anunciou que estava saindo da F1. A Scuderia Italia ficou mais um ano na F1, agora em parceria com a Lola, mas Martini fica desempregado no começo de 1993. Pierluigi acharia abrigo na Minardi quando o dinheiro do limitado Fabrizio Barbazza acabou no meio da temporada, permitindo que Martini voltasse ao seu habitat natural, mas foi durante esse ano ano que Martini se envolveria na sua maior polêmica. Mesmo sendo gente boa, Martini não se dava muito bem com o jovem Christian Fittipaldi e durante o Grande Prêmio da Itália, os dois pilotos da Minardi brigavam pela sétima posição nas voltas finais. Na bandeirada, Christian tenta uma última manobra para ultrapassar o companheiro de equipe, mas Martini joga duro e os dois se chocam, fazendo com que Christian Fittipaldi desse um looping no ar e cruzando a linha de chegada com o carro todo arrebentado. Apesar do susto, Christian estava ileso e cuspindo maribondo, acusando Pierluigi Martini de ter jogado seu carro em cima do seu de forma proposital e ser um piloto sujo. Pelos vários anos juntos, Minardi ficou ao lado de Martini e o manteve para 1994, onde formaria com Michele Alboreto uma dupla de veteranos pilotos italianos. Martini supera Alboreto com facilidade e ainda marca quatro pontos no campeonato com dois quinto lugares, em Barcelona e Magny-Cours. Pontos esses que seriam os últimos de Pierluigi Martini na F1. A Minardi lutava pela sobrevivência e mesmo confiando cegamente no velho companheiro de tantas jornadas, Giancarlo Minardi substituiu Martini no meio da temporada de 1995, trocado pelos dólares de Pedro Lamy. Já contando com 34 anos de idade e sem nenhuma equipe em vista, Pierluigi Martini abandonou a F1 com 118 Grandes Prêmios e 18 pontos conquistados. A maioria pela Minardi...

Após sua saída da F1, Pierluigi Martini conseguiu algum sucesso nas categorias Endurance. Em 1996 ele disputaria novamente as 24 Horas de Le Mans com um Porsche da equipe Joest, mas acabaria abandonando. Martini voltaria à Scuderia Italia em 1997, agora correndo com um Porsche no FIA GT, onde conquistaria algumas vitórias. Em 1998 Martini se envolveria no projeto da BMW em Le Mans, na preparação da marca bávara para entrar com tudo na F1. Mais do que o belo protótipo, a BMW queria testar o motor, que seria a base do que seria utilizado na F1 em parceria com a Williams no ano 2000. Ao lado de Joachim Winkelhock e Yannick Dalmas, Martini conseguia seu maior resultado de relevo ao vencer as 24 Horas de Le Mans, Devidamente testado e comprovado, a BMW saiu do Endurance e passou a focar unicamente na F1, fazendo com que Pierluigi Martini abandonasse as corridas no começo de 2000, ao abandonar nas 12 Horas de Sebring. Martini participaria do mal-fadado projeto da GP Masters em 2006, além de ter visto com tristeza a Minardi finalmente sucumbir na F1 e ser vendida à Red Bull no final de 2005, transformando-se em Toro Rosso. Poucas vezes o binômio piloto-equipe ficou tão marcado como Pierluigi Martini e Minardi. Tanto que, quando a Red Bull preparou uma festa com carros antigos no Grande Prêmio da Áustria de 2015, quem dirigia um carro da Minardi? Pierluigi Martini, claro!

Parabéns!
Pierluigi Martini

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Figura(CHN): Daniel Ricciardo

Voltando dois anos no tempo, seria inimaginável ver um Red Bull com motor Renault largando na primeira fila num circuito como Xangai, que tem a maior reta do calendário da F1. Ultrapassar um carro da Mercedes nessa mesma reta, era quase inimaginável. Pois Daniel Ricciardo fez tudo isso na China e foi, sem sombra de dúvidas e mesmo com o fato histórico da sexta vitória seguida de Nico Rosberg, o melhor piloto desse final de semana. O australiano da Red Bull começou surpreendendo ao conseguir um impressionante segundo lugar no grid, se aproveitando do fim de semana desastroso de Lewis Hamilton e dos erros dos pilotos da Ferrari. Porém, imputar o segundo lugar de Ricciardo no domingo apenas à sorte é simplificar demais. Daniel fez uma volta maravilhosa, usando o máximo possível do excelente chassi da Red Bull, enquanto o motor TAG Heuer, também conhecido como Renault recauchutado, não fez feio, mesmo estando ainda abaixo de Mercedes e Ferrari. Na largada, Ricciardo aproveitou o vacilo de Nico Rosberg e assumiu a ponta, mas um pneu furado, bem no momento em que ia ser ultrapassado no retão, fez Ricciardo cair muitas posições. O detalhe é que Ricciardo vinha fazendo tempos parecidos com os de Rosberg antes do DRS ser autorizado. Descendo para as últimas posições, Ricciardo imprimiu uma belíssima corrida de recuperação, usando bem os pneus e sendo rápido o suficiente para escalar o pelotão, incluindo uma incrível ultrapassagem em cima de Hamilton no retão de Xangai. Ricciardo ficou em quarto, não muito longe do companheiro de equipe Daniil Kvyat, mas a forma como australiano maximiza os recursos que tem na mão já chama a atenção de todo o paddock da F1. A Renault promete um upgrade no motor no Canadá, o que pode melhorar o que Ricciardo tem em mãos e fazer o australiano andar mais forte durante o ano.

Figurão(CHN): Felipe Nasr

Que a Sauber está passando por uma situação periclitante não é nenhuma novidade e não seria nenhuma surpresa se a tradicional equipe suíça for comprada nos próximos dias. Porém, em situações como essas, um jovem e ambicioso piloto pode mostrar o seu cartel para equipes mais sólidas derrotando seu companheiro de equipe de forma regular, demonstrando que tem potencial para voos maiores. Felipe Nasr chegou à F1 com um plano de carreira e um forte patrocínio, mas o início da temporada 2016 do brasiliense é preocupante. A comparação com Marcus Ericsson, um piloto regular e nada mais do que isso, chega a ser constrangedora, com Nasr ficando sempre muito atrás do sueco desde o começo da temporada, sendo que no Bahrein, Felipe ainda passou o vexame de ter ficado com o pior tempo na classificação. Na China a situação de Felipe Nasr não melhorou muito, com o brasileiro ficando sempre para trás em comparação à Ericsson em todas as sessões do final de semana e quando a fase não está boa, até incidentes em que não tem culpa, Nasr se meteu. Ao se desviar de Raikkonen, que havia acabado de ser tocado na primeira curva da corrida, Nasr bateu com força em Hamilton, afetando ainda mais o seu desequilibrado Sauber. Andando a maior parte do tempo em último, Nasr ainda salvou um 20º lugar, mas nada que impressione ninguém que esteja interessado num jovem piloto para 2017. Gostando ou não, Felipe Nasr só está na F1 pelo patrocínio que tem do Banco do Brasil e até o momento não vem fazendo por merecer uma vaga unicamente pelo o seu talento. E com a situação turbulenta do país, até a vaga na Sauber pode estar indo para o espaço para Nasr...

domingo, 17 de abril de 2016

Undercut

Há alguns anos atrás, ultrapassar nos boxes, na base da estratégia, era chamada unicamente de... ultrapassagem nos boxes. Porém, houve a 'gourmetização' da ultrapassagem dos boxes e agora é chamado pela palavra inglesa 'undercut'. E foi com um 'undercut' que Simon Pagenaud venceu a tradicional prova de Long Beach nesta tarde, aumentando a sua liderança no campeonato justamente para o segundo colocado Dixon, que reclamou um bocado da manobra do francês na saída dos boxes.

Como toda corrida de rua, tradicional ou não, Long Beach trouxe pouquíssimas ultrapassagens, mas o surpreendente foi que não houve nenhuma bandeira amarela, mas nem por isso os líderes deixaram de andar juntos ao longo de toda a corrida. O pole Helio Castroneves liderou boa parte da prova, seguido por Dixon e Pagenaud, mas quando ia entrar para a sua segunda parada, Helio foi atrapalhado por um retardatário antes de entrar nos boxes e foi ultrapassado (melhor seria, levou um undercut) por Dixon, que parou mais cedo e pegou pista livre. Pagenaud e Montoya ficaram mais tempo na pista, porém, e deram o bote, ganhando posições na manobra. No caso de Pagenaud, ele voltou bem à frente de Dixon, mas estava claro que ele tinha passado com todas as rodas por cima de faixa amarela, quando só podiam duas. Punição na certa. Porém, se na F1 o francês estaria se lamentando pelo erro uma hora dessa, na Indy as coisas são mais flexíveis e Pagenaud foi apenas advertido. Na próxima, a gente pune. O problema era que não haveria mais paradas e Pagenaud soube controlar muito bem as investidas de Dixon e ganhou pela primeira vez em 2016.

Mostrando seu desempenho ruim em ritmo de corrida, Castroneves ficou quase 10s atrás dos líderes e terminou em terceiro, levando pressão de Montoya e Sato, sem nenhuma novidade, o showman da prova. Sato proporcionou uma rara ultrapassagem sobre Kanaan e pressionou Montoya até o fim, chegando menos de um décimo atrás do colombiano. Piloto mais rápido em todos os treinos livres, Power errou na classificação e largou apenas em sexto. Era esperado uma corrida agressiva de Will, mas o australiano da Penske fez uma corrida opaca, tendo que segurar Hinchcliffe nas voltas finais e terminando apenas em sétimo.

Fora a tradição da pista de Long Beach, a corrida foi bem estática e baseada unicamente na estratégia. Pagenaud acabou se dando melhor, apesar de sua manobra irregular quando voltou à pista na frente de Dixon. Mais uma vez os Chevrolet levaram ampla vantagem sobre os pilotos da Honda e a Andretti, irritada com defasagem, não colocou nenhum carro no top-10, ficando com Sato a primazia de ser o melhor piloto da Honda. Para alegria da japonesada. Porém, mais feliz estava Pagenaud. Após um ano de estreia ruim pela Penske em 2015, o talentoso piloto francês começa a mostrar o porquê de Roger Penske ter investido nele, dando-o um quarto carro na equipe e com tantos pilotos tarimbados na equipe Penske, é Pagenaud que lidera o campeonato.

Sorte e competência

Por muitos anos, os detratores de Michael Schumacher diziam que o alemão venceu o caminhão de títulos na F1 unicamente pela sorte. Lógico que era pura dor de cotovelo, mas não há na história de nenhum esporte um campeão azarado e aliando sorte e competência, um esportista poderá comemorar no final do ano o título, seja qual for a modalidade. Ainda está cedo para afirmar algo, mas Nico Rosberg está tendo uma sorte impressionante nesse começo de 2016 e aliado com a sua competência, mantém um surpreendente 100% de aproveitamento até agora, vencendo com sobras o espetacular Grande Prêmio da China. Quem olha os 40s que Nico enfiou em Vettel, não imagina o que aconteceu no retrovisor e até mesmo ao lado da Mercedes de número 6 do alemão. Toque entre as Ferraris, explosão de pneu de um inspirado Daniel Ricciardo e outra corrida problemática de Lewis Hamilton tornaram o trabalho de Nico Rosberg muito mais simples para conseguir sua sexta vitória consecutiva, indubitavelmente entrando na história da F1 com essa sua sequência.

Há uma frase antiga na F1 que diz: Você não vence uma corrida na largada, mas pode perdê-la. Assim como aconteceu em Melbourne, a largada em Xangai foi movimentada e definiu os rumos da corrida de vários pilotos. Mais uma vez, numa constância preocupante para a Mercedes, Nico Rosberg largou mal e Daniel Ricciardo chegou na primeira curva já em primeiro. Mais atrás, Raikkonen tentou aproveitar o vacilo de Rosberg e freou com força, mas quando viu que podia haver um acidente, ficou por fora, deixando um enorme vão pelo lado de dentro. Daniil Kvyat, pressionado pelas boas performances de Ricciardo e da dupla da Toro Rosso, meteu o carro com tudo no espaço que viu à sua frente e forçou Vettel a bater com Raikkonen, começando um efeito dominó para quem vinha atrás. A sensação Grosjean perdeu o bico ao bater em Ericsson, enquanto Nasr, enquanto desviava de Raikkonen, batia em Hamilton, complicando ainda mais a corrida do inglês da Mercedes. Com três dos seus principais rivais com problemas na primeira curva, Nico Rosberg ainda tinha um impressionante Daniel Ricciardo à sua frente e o australiano tinha um bom ritmo, contudo, a potência do motor Mercedes faria a diferença na reta oposta, mas Rosberg nem precisou se preocupar muito, pois o pneu traseiro de Ricciardo estourou espetacularmente e Nico assumiu a liderança para não mais perdê-la. Com vários detritos na pista, a corrida foi neutralizada pelo safety-car e Nico Rosberg soube jogar com essa intempérie. Sua vantagem na classificação era tamanha, que o alemão classificou o carro da Mercedes no Q2 com pneus macios e por isso, permaneceu na ponta, enquanto a maioria dos pilotos atrás dele procurou os mesmo pneus de Nico. O alemão da Mercedes não teve adversários e ainda contou com a sorte para maximizar sua competência e vencer com categoria, entrando para a história ao ganhar a sexta corrida consecutiva, feito realizado por pouquíssimos pilotos na F1. Quando venceu as três últimas corridas de 2015, todos diziam que a fase ascendente de Rosberg combinava com a diminuição de foco de Hamilton, mais preocupado em comemorar o tricampeonato, mas passadas as três primeiras etapas do campeonato de 2016, Nico Rosberg está com 100% e com exceção de Melbourne, foi sempre mais rápido do que Hamilton. Até o momento Nico vem tendo um campeonato espetacular e já tem uma diferença considerável para o seu companheiro de equipe, que conseguiu ganhar quinze posições hoje após largar em último e perder o bico do carro na largada, e ainda assim não brilhar. Hamilton gosta de dizer que corre com o coração, mostrando muita garra e hoje seria um dia ideal para mostrar isso, porém, Lewis esteve longe de fazê-lo. Opaco na maior parte do tempo, Hamilton foi uma das decepções do dia ao não realizar as ultrapassagens de que dele se esperava, ficando empacado atrás de um ótimo Felipe Massa, enquanto era ultrapassado por Ricciardo e Raikkonen, numa cena que, dois anos atrás, era praticamente impossível de se prever. A corrida de Hamilton foi tão apagada, que após perceber que Massa era mesmo um obstáculo intransponível para ele, o inglês ainda viu crescer nos seus retrovisores a Toro Rosso de Max Verstappen. Nico já tem uma vantagem superior a uma vitória no campeonato e Hamilton precisa urgentemente de uma resposta para o companheiro de equipe, ou então terá que se conformar com algo que ele nem sonhava ser: segundo piloto.

Vettel teve todo o cuidado, após a prova, de procurar Raikkonen pelo toque na primeira curva e se desculpar, para então acusar Daniil Kvyat. Doido, suicida e torpedo foram alguns dos adjetivos encontrados por Vettel para com o russo, mas apesar do mimimi, o alemão da Ferrari fez uma bela prova, sempre utilizando os pneus macios e supermacios para conseguir alguma vantagem sobre os rivais e se não teve como alcançar Rosberg, garantiu o segundo lugar e uma dobradinha alemã. Raikkonen foi o maior prejudicado pelo incidente na primeira curva, mas Kimi parece estar voltando aos bons tempos e fez uma corrida sólida, andando muito tempo com os pneus médios com um ritmo bom e no stint final com pneus macios, ultrapassou vários carros para terminar em quinto, representando também a primeira vez em que a Ferrari viu seus dois carros receberem a bandeirada. Kvyat usou bem a largada para ganhar várias posições e com o infortúnio do seu companheiro de equipe, passou boa parte da corrida em segundo, mas quando colocou pneus médios, não teve como segurar Vettel com pneus macios, mas Daniil acompanhou Vettel numa distância razoável, mostrando que a Red Bull tem realmente um chassi comparável aos tempos em que dominou a F1. E quem mostrou isso não foi nem Kvyat, que com seu pódio diminuiu as pressões sobre si. Nico Rosberg mal foi visto na transmissão, tamanho o seu domínio, mas se há um piloto que merece ser escolhido o melhor na pista, este tem que ser Daniel Ricciardo. O australiano fez uma prova soberba, começando pelo surpreendente segundo melhor tempo no grid, a ótima largada e a forma como se recuperou do pneu furado, ainda no começo da prova. Quem poderia imaginar um Red Bull-Renault ultrapassando um Mercedes na maior reta da F1 atual? Pois Ricciardo fez isso com Hamilton para garantir uma quarta posição e se houvesse mais algumas voltas, ele poderia chegar até mesmo no seu companheiro de equipe. Se o novo corte de cabelo influenciou ou não na belíssima corrida de Daniel, não dá para cravar, mas o que Ricciardo fez hoje mostra que a Red Bull fez muito bem em apostar nele e se a Renault mostrar resultados na promessa de um motor melhor no meio da temporada, poderemos ver mais de Ricciardo brigando na ponta em outras corridas.

Se faltou garra para Hamilton, isso sobrou para Massa, que fez a melhor corrida de 2016 e segurou com unhas e dentes um apagado, mas melhor equipado, Hamilton. Felipe usou bem a estratégia dessa vez e se esteve longe de brigar pelo pódio (num devaneio de Luís Roberto na transmissão de hoje...), fez uma corrida correta e, nas palavras de Felipe, maravilhosa. Massa superou com sobras Bottas, que largou bem à frente dele, mas o dia começou mal para o finlandês quando se atrapalhou na largada, mas em nenhum momento Bottas teve um ritmo melhor do que Felipe na corrida. A Toro Rosso fez uma corrida correta e marcou pontos com seus dois bons pilotos, mas começa a ficar claro que Max Verstappen tem um pouco mais de potencial do que Carlos Sainz. Apesar de agressivo, o holandês sabe usar muito bem os pneus e com os compostos macios, ainda teve tempo de encher o retrovisor de Hamilton na última volta, deixando Sainz para trás. A McLaren ficou próxima dos pontos, mas usando bastante os pneus médios, o time liderado por Ron Dennis teve um aproche, talvez, cauteloso demais, sempre deixando Button e Alonso numa situação de sempre estarem sendo ultrapassados. Numa pista com característica parecidas com o do Bahrein, Stoffel Vandoorne marcou pontos no Oriente Médio, enquanto seus badalados companheiros de equipe não o conseguiram hoje. Tirando o fato de que hoje não houve NENHUM abandono, o fato do novato Vandoorne fica ainda mais impressionante. A Force India deu pinta de que poderia se aproveitar da estratégia, quando se colocou bem na pista após o safety-car, mas sem um bom ritmo de corrida, além de uma punição à Hulkenberg, a FI acabou fora dos pontos, numa situação preocupante para uma equipe que vê seu dono não poder ir para o lar, pois pode ser preso por causa das dívidas. Preocupante mesmo, agora, está as atuações de Felipe Nasr. Todos sabemos da situação periclitante da Sauber, que correu o risco de nem viajar à China, mas o final de semana do brasiliense foi abaixo da crítica novamente. Abaixo da crítica, leia-se ficando muito atrás de Marcus Ericsson, que está longe de ser um virtuose. Nasr passou a corrida inteira entre os últimos, longe de Ericsson, que brigava no pelotão intermediário. Pensando mais para frente, Nasr está fazendo muito menos para merecer uma vaga numa equipe boa em 2017. Após duas corridas de sonho, a Haas tocou o chão da realidade quando Grosjean, disparado seu melhor piloto, teve a asa dianteira quebrada na primeira curva e daí em diante, o francês pouco produziu, andando atrás até mesmo do fraco Gutierrez. A Manor viu seus dois carros andarem entre os dez primeiros na relargada, mas o fraco ritmo fez com que seus dois pilotos caíssem de produção. Numa pista onde o desgaste de pneus é muito grande, a Manor não se encontrou, mas chama a atenção de que Haryanto, considerado um piloto-pagante clássico, do naipe de Alex Yoong, andar razoavelmente próximo de Wehrlein, queridinho da Mercedes. Falando em montadora, a Renault vem sendo a enorme decepção até agora. Enquanto a Red Bull usa seus motores até o pódio, Jolyon Palmer chegou em último, com Kevin Magnussen não muito à frente. A torcida é que o time amarelo suba logo de produção.

Terceira corrida de 2016. Terceira boa corrida para se assistir. Isso leva uma pequena reflexão para os arautos do desastre, de que a F1 acabaria logo e que não havia mais emoção. Períodos de domínio sempre existiram e sempre existirão na F1 e não é mudando o regulamento que isso irá mudar. É exatamente o contrário. Passados dois anos, a Mercedes continua dominando, é verdade, mas a diferença para as demais não é tão evidente assim. Raikkonen (Ferrari) e Ricciardo (Red Bull-Renault) ultrapassaram a Mercedes de Lewis Hamilton na maior reta do calendário da F1. Quem poderia imaginar um motor Renault ultrapassando um Mercedes com o mesmo pneu numa reta? Nico Rosberg venceu com 40s de vantagem sobre Vettel, mas o alemão da Ferrari sofreu muito durante a corrida para chegar em segundo, enquanto Ricciardo poderia dar muito mais trabalho se não tivesse um pneu furado. O mesmo vale para uma corrida sem incidentes para a Ferrari. A F1 teve três bons espetáculos e não se precisou mudar muito o regulamento para isso. Uma maior liberdade para as equipes escolherem seus pneus melhoraram as corridas. E muito! Não precisou embaralhar o grid. Nem nada artificial. Algumas vezes, precisa-se paciência com a F1 e as demais equipes. Ferrari e Red Bull ainda estão abaixo da Mercedes, mas estão cada vez mais próximas.

Enquanto essa briga não vem, Nico Rosberg vai curtindo uma senhora liderança e uma solidez ainda maior do que em 2014, quando liderou boa parte do campeonato, mesmo quando era nítido que Lewis Hamilton era mais rápido. Em 2016, Nico vem andando mais rápido do que o inglês, que nas adversidades que sofreu hoje, baixou a cabeça e fez uma corrida abaixo dos seus altos padrões. Vettel conseguiu um suado segundo lugar, dando a impressão, pela segunda corrida seguida, que poderia dar mais trabalho à Rosberg numa corrida 'trouble-free'. O mesmo ocorrendo com Ricciardo. Nico Rosberg e a Mercedes dominam. Mas temos campeonato!

sábado, 16 de abril de 2016

Embaralhado

O fracassado sistema de classificação introduzido no começo da temporada 2016 tinha como objetivo embaralhar o grid, mas nem isso conseguiu, fazendo com que a F1 voltasse ao antigo sistema de classificação de forma unânime. E foi com a volta do sistema utilizado, com sucesso, entre 2006 e 2015 que a F1 voltou a ter um sábado onde se falou unicamente o que aconteceu na pista e, como bônus, viu um grid um pouco embaralhado. Já sabendo que teria que trocar o câmbio, Hamilton ainda teve um problema no motor no Q1 e se o inglês sonhava em largar em sexto para minimizar um final de semana que já começou ruim, Lewis terá que largar em último, dando um toque todo especial para a corrida no domingo, mas com Nico Rosberg claramente o favorito.

A temida chuva veio antes do treino neste sábado, mas não deixou de causar problemas, como a bandeira vermelha provocada por Pascal Werhlein, que rodou ao passar numa poça d'água. Porém, a bandeira verde apareceu, o tempo passou e nada de Hamilton marcar tempo. Enquanto a Sauber superava a Renault e passava com os dois pilotos ao Q2, Hamilton abandonava seu Mercedes e decretava o fim da expectativa de um bom resultado para Lewis que, com o carro que tem, seria a vitória. Contudo, garantiu uma emoção extra para a corrida, pois o inglês será o piloto a ser observado neste domingo. Também aumentará em doses gigantescas as teorias de conspiração de que a Mercedes estaria trabalhando para que Nico Rosberg seja campeão este ano. Surgindo nessa semana, essa ideia não faz muito sentido para mim, pois o contrato de Nico está próximo de vencer e negociar com um campeão do mundo sairia muito mais oneroso para a Mercedes. Porém, os protecionistas jornalistas ingleses não pensam assim e com o final de semana de azar que vem tendo Hamilton, isso é um prato feito para quem pensa nisso.

A Ferrari marcou os melhores tempos na sexta-feira, mas Nico Rosberg deu o seu recado quando ficou um décimo atrás dos carros vermelhos, que usaram pneus supermacios, com pneus macios no Q2. Nico marcou a pole com meio segundo de vantagem para a outra surpresa do dia, Daniel Ricciardo. Com um retão enorme, a pista chinesa teoricamente seria um pesadelo para a Red Bull e o motor renomeado da Renault, mas os franceses trabalharam bem, além do ótimo chassi de Newey, permitindo à Ricciardo conseguir um lugar na primeira fila, deslocando a Ferrari para a comum segunda fila, com destaque para Raikkonen colocando tempo em Vettel de forma constante. Entre os brasileiros, Massa foi atrapalhado pela roda solta de Hulkenberg no final do Q2 e foi eliminado, mas com a punição do alemão, largará em 10º. Contudo, Massa andou sempre bem mais lento do que Bottas, o mesmo ocorrendo com Nasr com relação à Ericsson.

A corrida de amanhã tende a ser empolgante com a possível corrida agressiva de recuperação de Hamilton, enquanto Ricciardo e a dupla da Ferrari tentará aproveitar algum erro de Nico Rosberg, que pode conquistar a sexta vitória consecutiva amanhã e disparar no campeonato. 

sexta-feira, 15 de abril de 2016

História: 15 anos do Grande Prêmio de San Marino de 2001

Após vencer as duas primeiras corridas de 2001, parecia que Schumacher daria um verdadeiro passeio na temporada que se iniciava, porém, um vacilo do alemão em São Paulo fez com que o campeonato ganhasse vida, mas não exatamente por causa da vitória de David Coulthard em Interlagos. A grande exibição da Williams-BMW mostrava que o binômio McLaren-Ferrari estava próximo do fim e haveria um terceiro 'player' na luta pelas vitórias, ainda mais com pilotos motivados, como Ralf Schumacher, além do fogoso Juan Pablo Montoya. Nos treinos livres, a Williams ainda teve tempo de brincar. Tirada da corrida no Brasil por toques vindos de trás, o time do tio Frank colocou na traseira dos seus carros 'Keep your distance', frase comum em caminhões nas estradas brasileiras, pedindo para manter a distância...

A maior parte dos treinos livres aconteceram debaixo de chuva, mas na classificação a pista estava seca, apesar das equipes terem mandado seus pilotos cedo irem à pista, no caso da chuva voltar. Schumacher passou a maior parte do tempo na ponta, mas faltando quinze minutos Hakkinen tomou a pole do alemão, até que no minuto final, Coulthard conquistasse sua pole, deixando o companheiro de equipe para trás e impedindo Schumacher de quebrar o recorde de oito poles consecutivas de Senna. Para piorar as coisas para o alemão da Ferrari, seu irmão marcou um ótimo tempo e pulou para terceiro, relegando Michael Schumacher ao quarto posto. Montoya não repetiu a exibição de Interlagos e se classificou apenas em sétimo, mais de 1s mais lento do que Coulthard. Haviam rumores de que a Ferrari estava usando um composto mais duro da Bridgestone para tentar uma parada a menos na corrida, abrindo um interessante leque de estratégias para a prova, além da ameaça de chuva.

Grid:
1) Coulthard (McLaren) - 1:23.054
2) Hakkinen (McLaren) - 1:23.282
3) R.Schumacher (Williams) - 1:23.357
4) M.Schumacher (Ferrari) - 1:23.593
5) Trulli (Jordan) - 1:23.658
6) Barrichello (Ferrari) - 1:23.786
7) Montoya (Williams) - 1;24.141
8) Panis (BAR) - 1:24.213
9) Frentzen (Jordan) - 1:24.436
10) Raikkonen (Sauber) - 1:24.671

O dia 15 de abril de 2001 estava quente e ensolarado em Ímola, clima perfeito para uma corrida de F1 e aliviando um pouco a tensão de uma possível corrida debaixo de chuva, como haviam acontecido nos dias anteriores. O circuito Enzo e Dino Ferrari tinha como característica ser muito complicado de ultrapassar e uma boa largada seria fundamental. Pilotos experientes e com várias vitórias, a dupla da McLaren deve ter levado um susto com a excelente largada de Ralf Schumacher, confortavelmente pulando para primeiro ainda antes da freada da chicane Tamburello. Trulli faz uma grande largada e pula para terceiro, separando os dois primeiros colocados do resto do pelotão. Outro que não largou muito bem foi Barrichello, que caiu para sétimo, enquanto Montoya pulava para quinto, ficando logo atrás de Schumacher e não faltou quem esperasse outro ataque do colombiano em cima do então tricampeão.

Ralf Schumacher cruzou a primeira volta na frente e imediatamente iniciando os debates de qual estratégia estaria o alemão da Williams. Ele pararia uma vez mais? O certo era que Ralf fazia uma corrida como o seu irmão assinaria, mas Michael tinha outros problemas para resolver. Na quarta volta, o alemão da Ferrari teve um pequeno problema no câmbio e Schumacher caiu para sétimo, ficando logo atrás de Barrichello. Porém, esse não seria o fim dos problemas de Michael Schumacher. Após seguir Barrichello e ultrapassar Panis, Michael tem um pneu furado e após trocar de pneus, abandona na volta seguinte com problemas nos freios. Era o primeiro abandono de Schumacher desde a conquista do título no ano 2000, mostrando ainda mais que ele teria que suar um pouco mais para ser tetracampeão. A corrida fica estática, com Ralf Schumacher abrindo uma diferença confortável para Coulthard, com Trulli segurando o segundo pelotão, enquanto Barrichello seguia Hakkinen de perto.

Era esperado que Ralf Schumacher fosse o primeiro a parar, até mesmo com algumas voltas de diferença frente às McLarens e a Ferrari de Barrichello. Trulli foi um dos primeiros a parar, mas os quatro primeiros pararam em voltas parecidas e a única diferença após a primeira rodada de paradas com relação aos líderes era a 'ultrapassagem' de Barrichello em Hakkinen nos boxes, com o brasileiro ganhando um lugar no pódio. Trulli caía para quinto, sendo bastante acossando por Montoya. Para a surpresa de muitos, o ótimo desempenho de Ralf Schumacher era real. A corrida entra num grande marasmo e a única emoção fica por conta de Montoya, que executa uma rara (e bela) ultrapassagem em Trulli após a primeira rodada de paradas, mas tudo vai por água abaixo quando a Williams (oh novidade...) erra no segundo pit-stop do colombiano e faz JP ficar mais de um minuto parado nos boxes. Queimando a embreagem da Williams, forçando o abandono de Montoya uma volta mais tarde. Outro abandono para o colombiano, mas Montoya mostrava o arrojo de sempre.

Foi a típica corrida sem graça, mas cheia de fatos interessantes. Quando Ralf Schumacher recebeu a bandeirada em primeiro com 4s de vantagem sobre Coulthard, a família Schumacher se tornava a primeira a ter dois irmãos vencedores na F1. E ainda haviam outros marcos. A Michelin, retornando à F1 em grande estilo em 2001, vencia pela primeira vez na categoria desde 1984, enquanto a BMW voltava ao topo do pódio na F1 pela primeira vez desde 1986, quando venceu com Gerhard Berger, com Benetton, no México. Quinze anos atrás, Berger era o chefe da BMW e juntamente com a Michelin, faziam a Williams voltar aos bons tempos de vitórias.

Chegada:
1) R.Schumacher
2) Coulthard
3) Barrichello
4) Hakkinen
5) Trulli
6) Frentzen

terça-feira, 12 de abril de 2016

História: 35 anos do Grande Prêmio da Argentina de 1981

A F1 chegava à Buenos Aires imersa em polêmicas e triste pela morte de Mike Hailwood alguns dias antes dos primeiros treinos no circuito Oscar Galvez. Multi-campeão nas motos, Mike 'The Bike' também correu pela F1 no começo da década de 1970, se tornando um dos pilotos mais populares da história do esporte a motor. O rumoroso caso do desrespeito de Carlos Reutemann à ordem da equipe Williams de ceder sua posição para Alan Jones no Rio de Janeiro ainda dava muito o que falar, apesar de que os torcedores argentinos claramente apoiavam seu ídolo. Contudo, o clima dentro da Williams se tornava cada vez mais irrespirável e Jones chamava Reutemann de traidor a quem quisesse ouvir. Dentro da Ligier o clima não era menos ameno do que na Williams. Jean Pierre Jabouille finalmente estava pronto para estrear na equipe francesa após longa recperação, mas o piloto que o substituiu, Jean Pierre Jarier, criticou acidamente à Ligier pela forma como foi tratado enquanto correu pelo time de Guy Ligier, que se irritava cada vez mais com seu projetista chefe, Gerard Ducarouge, por causa da suspensão hidropneumática, onde todas as equipes tentavam copiar a ideia da Brabham e os franceses ainda sofriam com a novidade. Ligier ficou tão irritado que voltou à Paris ainda no sábado. Colin Chapman mais uma vez tentou inscrever seu polêmico Lotus 88 e recebeu um primeiro OK do Automóvel Clube da Argentina, mas num raro momento de concordância entre Ecclestone (FOCA) e Balestre (FISA), o Lotus foi declarado ilegal antes mesmo da corrida e Chapman, furioso, voltou à Europa cuspindo maribondo. O irônico era que Ecclestone tinha que lhe dar com várias reclamações da sua suspensão hidropneumática, instalada com sucesso na Brabham.

Apesar de tanta confusão fora das pistas, a F1 viu Nelson Piquet confirmar o favoritismo do seu Brabham e o brasileiro fez a pole sem nenhum esforço. Absolutamente ninguém estava surpreso com o desempenho de Piquet, mas o desempenho de Hector Rebaque incitou as rivais da Brabham a mostrar que o carro era mesmo ilegal, Afinal, o limitado mexicano ficar em sexto no grid... A Renault mostrava evolução e Alain Prost conseguia sua primeira fila na F1, superando por muito seu companheiro de equipe Arnoux. Havia uma briga toda particular dentro do boxe da Williams e para tristeza do público argentino, Jones superou Reutemann. Keke Rosberg conseguia uma incrível oitava posição com seu Fittipaldi, Elio de Angelis colocava o Lotus 81, trazido em caso de emergência se o modelo 88 fosse, realmente, desclassificado, em décimo e Jabouille decepcionava nesse seu retorno à F1, não conseguindo tempo para a corrida.

Grid:
1) Piquet (Brabham) - 1:42.665
2) Prost (Renault) - 1:42.981
3) Jones (Williams) - 1:43.638
4) Reutemann (Williams) - 1:43.935
5) Arnoux (Renault) - 1:43.997
6) Rebaque (Brabham) - 1:44.100
7) Villeneuve (Ferrari) - 1:44.132
8) Rosberg (Fittipaldi) - 1:44.191
9) Patrese (Arrows) - 1:45.008
10) De Angelis (Lotus) - 1:45.065

O dia 12 de abril de 1981 estava ensolarado em Buenos Aires e o clima estava perfeito para uma corrida de F1 e também de muita provocação. Os torcedores portenhos sempre invadiam o circuito Oscar Galvez para torcer por Carlos Reutemann, mas 35 anos atrás eles tinham mais motivos para fazê-lo. Primeiro, era o 39º aniversário de 'El Lole'. Segundo, e principalmente, havia a rixa com Jones e eram possível ver várias bandeiras com os dizeres 'REUT-JONES', numa paródia da placa mostrada no Rio. Porém, Jones parecia não ligar muito para as provocações e o australiano conseguiu uma grande largada, pulando para primeiro e se aproveitando da má largada de Prost. Piquet, que nunca largou bem, acompanhou Jones na primeira curva e por fora, garantindo o segundo lugar, seguido por Reutemann, Arnoux e Patrese.

Contudo, a superioridade do Brabham BT49C ficou evidente na facilidade com que Piquet ultrapassou Jones ainda na primeira volta e praticamente não seria mais visto pelos rivais, enquanto Patrese ultrapassava Arnoux, mostrando a boa forma do italiano e da Arrows. Mais atrás, um incidente incomum estraga a corrida de Arnoux, quando um pássaro atinge a asa dianteira do Renault do francês e René, com o carro desequilibrado, perderia muitas posições por causa disso. Porém, a atenção da torcida argentina estava na briga entre os dois pilotos da Williams. Ainda na terceira volta, Reutemann ultrapassou seu desafeto na reta oposta e a torcida argentina comemorou como seu fosse um gol do novo gênio Diego Maradona naquele dias. Contudo, a alegria não duraria muito. Prost e, surpreendentemente, Rebaque, faziam uma boa corrida de recuperação e ganhavam posições nas primeiras voltas, andando praticamente juntos. Enquanto Piquet abria 7s em cima de Reutemann em quatro voltas (!), Prost e Rebaque atacavam a dupla da Williams e quando ultrapassam Jones, que tinha problemas no motor, Prost e Rebaque começam a brigar pela terceira posição. Se Prost utilizava a potência do motor turbo nas retas, o mexicano era claramente mais rápido na parte mista do circuito. Na volta 11, Rebaque ultrapassa Prost no hairpin e imediatamente começa a ameaçar Reutemann, para tristeza da torcida portenha, que via seu ídolo ser atacado por um piloto reconhecidamente fraco.

Na volta 15, Rebaque ultrapassa Reutemann com facilidade, completando uma dobradinha da Brabham, com Piquet 20s na frente do companheiro de equipe, enquanto Reutemann controlava uma vantagem de 6s sobre Prost, que corria isolado, à frente de Jones e Arnoux. A corrida fica estática na frente, com Piquet passando a administrar a vantagem para Rebaque, enquanto Reutemann já aparecia 30s atrás do líder. A única briga era pelo sexto lugar, com Jones, com o motor cortando no final da reta, segurando Arnoux, com a asa dianteira quebrada, mas utilizando a potência do motor Renault turbo nas retas, e John Watson, vindo de outra corrida de recuperação com o novo McLaren MP4/1, o primeiro construído inteiramente de fibra de carbono na F1. As suspeitas do carro da Brabham era mesmo irregular não refletia no domínio de Piquet, que com praticamente um quinto de prova já administrava a corrida, mas pelo excepcional segundo lugar de Hector Rebaque, que fazia a melhor corrida de sua vida, porém, o mexicano teve uma quebra no distribuidor na volta 32 e Rebaque nunca mais teria outra chance de pódio em sua carreira.

A boa corrida de Watson praticamente termina quando o irlandês sente uma vibração na traseira do seu carro e vai aos boxes apenas para ser mandado de volta à pista, pois a McLaren não achara nada de anormal no novo modelo da equipe. A torcida argentina incentivava Reutemann e secava Piquet, mas nada podia deter o brasileiro. Nem mesmo uma laranja jogada por um torcedor argentino fanático nas voltas finais. Nelson Piquet conquistou provavelmente sua vitória mais tranquila na F1, com Reutemann chegando em segundo mais de 20s atrás do brasileiro, enquanto Alain Prost conquistava o seu primeiro pódio na F1. Mesmo com problemas em seus carros, Jones e Arnoux completaram a prova em quarto e quinto, enquanto Elio de Angelis superou todos os problemas em que sua equipe estavam envolvida e fechou a zona de pontuação. Mesmo derrotado em casa, Carlos Reutemann mostrou um raro sorriso quando a torcida cantou 'Feliz Aniversário' para ele no pódio, enquanto Piquet vibrava. O quase segundo lugar de Rebaque fez muitas equipes protestarem contra o Brabham BT49C, mas todas foram negadas. E Nelson Piquet entrava na briga que parecia ser apenas dos companheiros (?) da Williams.

Chegada:
1) Piquet
2) Reutemann
3) Prost
4) Jones
5) Arnoux
6) De Angelis