sexta-feira, 15 de abril de 2016

História: 15 anos do Grande Prêmio de San Marino de 2001

Após vencer as duas primeiras corridas de 2001, parecia que Schumacher daria um verdadeiro passeio na temporada que se iniciava, porém, um vacilo do alemão em São Paulo fez com que o campeonato ganhasse vida, mas não exatamente por causa da vitória de David Coulthard em Interlagos. A grande exibição da Williams-BMW mostrava que o binômio McLaren-Ferrari estava próximo do fim e haveria um terceiro 'player' na luta pelas vitórias, ainda mais com pilotos motivados, como Ralf Schumacher, além do fogoso Juan Pablo Montoya. Nos treinos livres, a Williams ainda teve tempo de brincar. Tirada da corrida no Brasil por toques vindos de trás, o time do tio Frank colocou na traseira dos seus carros 'Keep your distance', frase comum em caminhões nas estradas brasileiras, pedindo para manter a distância...

A maior parte dos treinos livres aconteceram debaixo de chuva, mas na classificação a pista estava seca, apesar das equipes terem mandado seus pilotos cedo irem à pista, no caso da chuva voltar. Schumacher passou a maior parte do tempo na ponta, mas faltando quinze minutos Hakkinen tomou a pole do alemão, até que no minuto final, Coulthard conquistasse sua pole, deixando o companheiro de equipe para trás e impedindo Schumacher de quebrar o recorde de oito poles consecutivas de Senna. Para piorar as coisas para o alemão da Ferrari, seu irmão marcou um ótimo tempo e pulou para terceiro, relegando Michael Schumacher ao quarto posto. Montoya não repetiu a exibição de Interlagos e se classificou apenas em sétimo, mais de 1s mais lento do que Coulthard. Haviam rumores de que a Ferrari estava usando um composto mais duro da Bridgestone para tentar uma parada a menos na corrida, abrindo um interessante leque de estratégias para a prova, além da ameaça de chuva.

Grid:
1) Coulthard (McLaren) - 1:23.054
2) Hakkinen (McLaren) - 1:23.282
3) R.Schumacher (Williams) - 1:23.357
4) M.Schumacher (Ferrari) - 1:23.593
5) Trulli (Jordan) - 1:23.658
6) Barrichello (Ferrari) - 1:23.786
7) Montoya (Williams) - 1;24.141
8) Panis (BAR) - 1:24.213
9) Frentzen (Jordan) - 1:24.436
10) Raikkonen (Sauber) - 1:24.671

O dia 15 de abril de 2001 estava quente e ensolarado em Ímola, clima perfeito para uma corrida de F1 e aliviando um pouco a tensão de uma possível corrida debaixo de chuva, como haviam acontecido nos dias anteriores. O circuito Enzo e Dino Ferrari tinha como característica ser muito complicado de ultrapassar e uma boa largada seria fundamental. Pilotos experientes e com várias vitórias, a dupla da McLaren deve ter levado um susto com a excelente largada de Ralf Schumacher, confortavelmente pulando para primeiro ainda antes da freada da chicane Tamburello. Trulli faz uma grande largada e pula para terceiro, separando os dois primeiros colocados do resto do pelotão. Outro que não largou muito bem foi Barrichello, que caiu para sétimo, enquanto Montoya pulava para quinto, ficando logo atrás de Schumacher e não faltou quem esperasse outro ataque do colombiano em cima do então tricampeão.

Ralf Schumacher cruzou a primeira volta na frente e imediatamente iniciando os debates de qual estratégia estaria o alemão da Williams. Ele pararia uma vez mais? O certo era que Ralf fazia uma corrida como o seu irmão assinaria, mas Michael tinha outros problemas para resolver. Na quarta volta, o alemão da Ferrari teve um pequeno problema no câmbio e Schumacher caiu para sétimo, ficando logo atrás de Barrichello. Porém, esse não seria o fim dos problemas de Michael Schumacher. Após seguir Barrichello e ultrapassar Panis, Michael tem um pneu furado e após trocar de pneus, abandona na volta seguinte com problemas nos freios. Era o primeiro abandono de Schumacher desde a conquista do título no ano 2000, mostrando ainda mais que ele teria que suar um pouco mais para ser tetracampeão. A corrida fica estática, com Ralf Schumacher abrindo uma diferença confortável para Coulthard, com Trulli segurando o segundo pelotão, enquanto Barrichello seguia Hakkinen de perto.

Era esperado que Ralf Schumacher fosse o primeiro a parar, até mesmo com algumas voltas de diferença frente às McLarens e a Ferrari de Barrichello. Trulli foi um dos primeiros a parar, mas os quatro primeiros pararam em voltas parecidas e a única diferença após a primeira rodada de paradas com relação aos líderes era a 'ultrapassagem' de Barrichello em Hakkinen nos boxes, com o brasileiro ganhando um lugar no pódio. Trulli caía para quinto, sendo bastante acossando por Montoya. Para a surpresa de muitos, o ótimo desempenho de Ralf Schumacher era real. A corrida entra num grande marasmo e a única emoção fica por conta de Montoya, que executa uma rara (e bela) ultrapassagem em Trulli após a primeira rodada de paradas, mas tudo vai por água abaixo quando a Williams (oh novidade...) erra no segundo pit-stop do colombiano e faz JP ficar mais de um minuto parado nos boxes. Queimando a embreagem da Williams, forçando o abandono de Montoya uma volta mais tarde. Outro abandono para o colombiano, mas Montoya mostrava o arrojo de sempre.

Foi a típica corrida sem graça, mas cheia de fatos interessantes. Quando Ralf Schumacher recebeu a bandeirada em primeiro com 4s de vantagem sobre Coulthard, a família Schumacher se tornava a primeira a ter dois irmãos vencedores na F1. E ainda haviam outros marcos. A Michelin, retornando à F1 em grande estilo em 2001, vencia pela primeira vez na categoria desde 1984, enquanto a BMW voltava ao topo do pódio na F1 pela primeira vez desde 1986, quando venceu com Gerhard Berger, com Benetton, no México. Quinze anos atrás, Berger era o chefe da BMW e juntamente com a Michelin, faziam a Williams voltar aos bons tempos de vitórias.

Chegada:
1) R.Schumacher
2) Coulthard
3) Barrichello
4) Hakkinen
5) Trulli
6) Frentzen

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