domingo, 17 de abril de 2016

Undercut

Há alguns anos atrás, ultrapassar nos boxes, na base da estratégia, era chamada unicamente de... ultrapassagem nos boxes. Porém, houve a 'gourmetização' da ultrapassagem dos boxes e agora é chamado pela palavra inglesa 'undercut'. E foi com um 'undercut' que Simon Pagenaud venceu a tradicional prova de Long Beach nesta tarde, aumentando a sua liderança no campeonato justamente para o segundo colocado Dixon, que reclamou um bocado da manobra do francês na saída dos boxes.

Como toda corrida de rua, tradicional ou não, Long Beach trouxe pouquíssimas ultrapassagens, mas o surpreendente foi que não houve nenhuma bandeira amarela, mas nem por isso os líderes deixaram de andar juntos ao longo de toda a corrida. O pole Helio Castroneves liderou boa parte da prova, seguido por Dixon e Pagenaud, mas quando ia entrar para a sua segunda parada, Helio foi atrapalhado por um retardatário antes de entrar nos boxes e foi ultrapassado (melhor seria, levou um undercut) por Dixon, que parou mais cedo e pegou pista livre. Pagenaud e Montoya ficaram mais tempo na pista, porém, e deram o bote, ganhando posições na manobra. No caso de Pagenaud, ele voltou bem à frente de Dixon, mas estava claro que ele tinha passado com todas as rodas por cima de faixa amarela, quando só podiam duas. Punição na certa. Porém, se na F1 o francês estaria se lamentando pelo erro uma hora dessa, na Indy as coisas são mais flexíveis e Pagenaud foi apenas advertido. Na próxima, a gente pune. O problema era que não haveria mais paradas e Pagenaud soube controlar muito bem as investidas de Dixon e ganhou pela primeira vez em 2016.

Mostrando seu desempenho ruim em ritmo de corrida, Castroneves ficou quase 10s atrás dos líderes e terminou em terceiro, levando pressão de Montoya e Sato, sem nenhuma novidade, o showman da prova. Sato proporcionou uma rara ultrapassagem sobre Kanaan e pressionou Montoya até o fim, chegando menos de um décimo atrás do colombiano. Piloto mais rápido em todos os treinos livres, Power errou na classificação e largou apenas em sexto. Era esperado uma corrida agressiva de Will, mas o australiano da Penske fez uma corrida opaca, tendo que segurar Hinchcliffe nas voltas finais e terminando apenas em sétimo.

Fora a tradição da pista de Long Beach, a corrida foi bem estática e baseada unicamente na estratégia. Pagenaud acabou se dando melhor, apesar de sua manobra irregular quando voltou à pista na frente de Dixon. Mais uma vez os Chevrolet levaram ampla vantagem sobre os pilotos da Honda e a Andretti, irritada com defasagem, não colocou nenhum carro no top-10, ficando com Sato a primazia de ser o melhor piloto da Honda. Para alegria da japonesada. Porém, mais feliz estava Pagenaud. Após um ano de estreia ruim pela Penske em 2015, o talentoso piloto francês começa a mostrar o porquê de Roger Penske ter investido nele, dando-o um quarto carro na equipe e com tantos pilotos tarimbados na equipe Penske, é Pagenaud que lidera o campeonato.

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