Voltando dois anos no tempo, seria inimaginável ver um Red Bull com motor Renault largando na primeira fila num circuito como Xangai, que tem a maior reta do calendário da F1. Ultrapassar um carro da Mercedes nessa mesma reta, era quase inimaginável. Pois Daniel Ricciardo fez tudo isso na China e foi, sem sombra de dúvidas e mesmo com o fato histórico da sexta vitória seguida de Nico Rosberg, o melhor piloto desse final de semana. O australiano da Red Bull começou surpreendendo ao conseguir um impressionante segundo lugar no grid, se aproveitando do fim de semana desastroso de Lewis Hamilton e dos erros dos pilotos da Ferrari. Porém, imputar o segundo lugar de Ricciardo no domingo apenas à sorte é simplificar demais. Daniel fez uma volta maravilhosa, usando o máximo possível do excelente chassi da Red Bull, enquanto o motor TAG Heuer, também conhecido como Renault recauchutado, não fez feio, mesmo estando ainda abaixo de Mercedes e Ferrari. Na largada, Ricciardo aproveitou o vacilo de Nico Rosberg e assumiu a ponta, mas um pneu furado, bem no momento em que ia ser ultrapassado no retão, fez Ricciardo cair muitas posições. O detalhe é que Ricciardo vinha fazendo tempos parecidos com os de Rosberg antes do DRS ser autorizado. Descendo para as últimas posições, Ricciardo imprimiu uma belíssima corrida de recuperação, usando bem os pneus e sendo rápido o suficiente para escalar o pelotão, incluindo uma incrível ultrapassagem em cima de Hamilton no retão de Xangai. Ricciardo ficou em quarto, não muito longe do companheiro de equipe Daniil Kvyat, mas a forma como australiano maximiza os recursos que tem na mão já chama a atenção de todo o paddock da F1. A Renault promete um upgrade no motor no Canadá, o que pode melhorar o que Ricciardo tem em mãos e fazer o australiano andar mais forte durante o ano.
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