Após a vitória de Jacques Laffite em Anderstorp, o público francês se animou para o seu Grande Prêmio e a expectativa era ótima para que Laffite e a Ligier repetissem a façanha na Suécia, mesmo sabendo que isso só aconteceu devido a um problema na Lotus de Mario Andretti nas últimas voltas, com o americano tendo a corrida nas mãos. O circuito escolhido para o Grande Prêmio foi Dijon-Prenois, autódromo cheio de subidas e descidas, uma grande reta e muito curto, tanto que a primeira vez que a F1 aportou lá, em 1974, foi batido o recorde de menor tempo para um F1 percorrer uma volta, em torno dos 58s. Reformado, a volta duraria um pouco mais.
No final do primeiro dia de treinos, Mario Andretti confirmava sua ótima fase e era o mais rápido, seguido de perto pelo Brabham de John Watson. No sábado, o americano melhorou ainda mais seu tempo, confirmando a pole provisória, enquanto Watson teve problemas e não melhorou sua marca caindo para quarto, sendo superado por James Hunt e Gunnar Nilsson, corroborando que a Lotus tinha o melhor carro do momento. A grande decepção ficou por conta de Jacques Laffite, que era o favorito de todos e largaria apenas em quinto, mais de 1s mais lento que o pole.
Grid:
1) Andretti (Lotus) - 1:12.21
2) Hunt (McLaren) - 1:12.73
3) Nilsson (Lotus) - 1:12.79
4) Watson (Brabham) - 1:12.83
5) Laffite (Ligier) - 1:13.30
6) Reutemann (Ferrari) - 1:13.41
7) Mass (McLaren) - 1:13.41
8) Scheckter (Wolf) - 1:13.45
9) Lauda (Ferrari) - 1:13.52
10) Jones (Shadow) - 1:13.56
O dia 3 de julho de 1977 estava muito quente e ensolarado em Dijon e o público compareceu em massa para torcer que Laffite fizesse outro corrida improvável, mas havia a grande preocupação com o combustível. Mesmo sendo um circuito curto, as oitenta voltas poderia causar problemas para as equipes, que tentariam evitar o que aconteceu com Andretti na Suécia, quando o americano da Lotus ficou sem gasolina nas voltas finais. As duas Lotus não largaram bem e quem se aproveitou disse foram os dois pilotos britânicos que estavam nas primeiras posições, com Hunt e Watson assumindo as duas primeiras posições, com Andretti vindo logo atrás, seguido por Laffite, Nilsson e Lauda. Ainda durante a primeira volta, Reutemann e Mass tocaram rodas e fizeram com que ambos perdessem muito tempo, mas o alemão da McLaren se daria ainda pior, caindo para último, enquanto Reutemann se segurou na 12º posição.
Estava claro que Hunt, Watson e Andretti tinham os carros dominantes daquele domingo de calor na França e rapidamente dispararam frente aos demais. Hunt liderou até a quarta volta, quando Watson o ultrapassou. O irlandês da Brabham rapidamente abriu vantagem sobre Hunt, que segurava Andretti. Mais atrás, a Ferrari não rendia e Lauda era um discretíssimo quinto colocado, mas no campeonato, as coisas não estavam tão ruins para o austríaco, já que o então líder Jody Scheckter não se acertou com seu Wolf em Dijon-Prenois e o sul-africano acabaria se envolvendo em um acidente com Clay Regazzoni, que furou seu pneu e o fez abandonar. Depois de muito pressionar, Andretti finalmente ultrapassou Hunt na 17º volta e rapidamente cortou a diferença de 5s que tinha de desvantagem para Watson. Mesmo sendo ultrapassado por Watson e Andretti, James Hunt seguia ambos de perto, até perder rendimento de forma repentina no metade final da prova. O porquê seria conhecido apenas no final da prova e entraria para o folclore da F1.
Quando faltavam vinte voltas para o final da corrida, Laffite fazia uma prova discreta em quarto lugar, quando deu de cara com o Brabham atravessado do segundo piloto Hans-Joachim Stuck, que tinha acabado de rodar. Sem muito tempo de reação, o francês da Ligier acabaria tocando no alemão e quebrando a asa dianteira do seu carro, tendo que ir aos boxes trocá-lo, perdendo as chances de pontuar e decepcionando ainda mais o público que lotou o circuito naquele dia. Lá na frente, a diferença entre Watson e Andretti nunca aumentou para mais de 2s e a expectativa era de um final de corrida emocionante. Porém, o anti-clímax se fez presente na 75º volta. Watson via seu motor falhar nas curvas para a direita já há algumas voltas e o motivo era claro: falta de combustível. Watson tirou o pé completamente para poder terminar a corrida e permitiu Andretti fazer a ultrapassagem vencedora e garantir os noves pontos e... estacionar seu Lotus alguns metros depois, sem gasolina. Emerson Fittipaldi, que fazia uma ótima corrida após largar em último, abandonou a prova faltando duas voltas com pane seca. A Brabham lamentou sua falta de sorte, enquanto Andretti se recuperava da decepção de quinze dias antes e entrava definitivamente na briga pelo título, já que Lauda, o novo líder com o quinto lugar, só estava um ponto à sua frente. E qual foi o motivo de Hunt perder tanto rendimento na parte final da corrida? Assim que estacionou seu McLaren, o Campeão Mundial de 1976 correu atrás de um banheiro e por lá ficou longos minutos, chegando a atrasar a cerimônia do pódio. Se esbaldando na festa na véspera da corrida, James Hunt teve uma prosaica dor de barriga bem no meio da prova, atrapalhando seu desempenho...
Chegada:
1) Andretti
2) Watson
3) Hunt
4) Nilsson
5) Lauda
6) Reutemann
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